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Em semana marcada por decisões de política monetária global e riscos fiscais domésticos, Ibovespa cai -4,3%

Não conseguiu acompanhar de perto o mercado durante a semana? Resumimos para você os principais destaques!

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Ibovespa: -4,34% | 102.855 pontos

Em semana importante para a política monetária global, o Ibovespa encerrou em queda de -4,3% aos 103 mil pontos. Com o tom mais duro do Federal Reserve e riscos fiscais domésticos ainda no radar, as ações de varejo - que costumam reverberar bastante o cenário macro - como Magazine Luiza (MGLU3), Natura (NTCO3) e Americanas (AMER3) registraram queda de mais de 12%. Além disso, as ações de Gol (GOLL4) registraram queda de quase 16%, pressionadas pelo o aumento no preço do barril de petróleo, que subiu 4% na semana, e alta de 1,2% do dólar. Fora isso, foi anunciada a greve dos pilotos e comissários de bordo, o que também pode prejudicar a operação da companhia e pressionar o papel.

Nos EUA, como amplamente esperado, o Federal Reserve aumentou a taxa de juros americana em 0,50 p.p. e manteve o tom duro, mesmo com a inflação ao consumidor (CPI) desacelerando para 7,1% em novembro, taxa abaixo das estimativas. Com esta decisão, os juros do país chegaram ao intervalo entre 4,25% e 4,50%, o mais elevado em 15 anos. Em coletiva de imprensa após a decisão, o presidente do Fed, Jerome Powell, reforçou que o banco central americano segue comprometido em trazer a inflação de volta para a meta de 2% e que serão necessárias mais evidências para dar a confiança de que a alta de preços está num caminho descendente. O mercado reagiu negativamente pressionado por temores de recessão, e os índices americanos encerrando a semana em forte queda, com S&P 500 e Nasdaq caindo -2,1% e -2,7%, respectivamente.

Na linha de decisões de política monetária, o Banco Central Europeu (BCE) desacelerou o ritmo de aperto para 0,50 p.p., mas seu discurso também foi mais duro. A presidente do BCE, Christine Lagarde, afirmou em discurso que as taxas de juros na Zona do Euro ainda terão que aumentar significativamente em um ritmo constante para para garantir um retorno da inflação para a meta.

Ainda sobre a política monetária, no Brasil, o Copom divulgou a ata de sua última reunião, com um tom hawkish, reiterando que o ajuste monetário já feito parece suficiente para trazer a inflação para a trajetória de metas, mas se a convergência não ocorrer como o esperado, principalmente por conta dos riscos fiscais, o Copom não descarta mais apertos à frente. A projeção do time de economia da XP é de que a taxa Selic permaneça em 13,75% até o 1T24.

Já a agenda política trouxe bastante volatilidade ao mercado e segue no radar dos investidores. O presidente da Câmara, Arthur Lira, adiou a apreciação da PEC da Transição para terça-feira da semana que vem, após o encerramento do julgamento do STF sobre o orçamento secreto. Adicionalmente, o Senado sinalizou que deve deixar a Lei das Estatais para 2023, depois de ter sido aprovada na Câmara e ter pressionado fortemente empresas como Petrobras (PETR3;PETR4) e Banco do Brasil (BBAS3), que acumulam quedas de 11% e 6%, respectivamente, na semana.

Por fim, na China, o mercado segue cauteloso com as perspectivas de reabertura do país, dado o aumento no volume de casos. Alguns indicadores de atividade econômica do país surpreenderam negativamente, como vendas no varejo e crescimento na produção industrial, ainda refletindo as políticas restritivas de zero-Covid. O vice-primeiro-ministro, Liu He, pontuou que o país verá uma recuperação econômica no próximo ano e está avaliando novas medidas para apoiar o mercado imobiliário. O nosso time Internacional acredita que podemos ver uma recuperação do mercado chinês no ano que vem, mas a reabertura não deverá ser linear e a volatilidade alta seguirá presente.


Mercados

Fonte: Bloomberg, Research XP. Dados até 16/12/2022

Câmbio e juros

O Dólar fechou a semana com alta de 1,15% em relação ao Real, em R$ 5,31/US$. Já a curva DI para o vértice de janeiro/31 abriu +59bps na semana, atingindo 13,5%.

Fonte: Bloomberg, Research XP. Dados até 16/12/2022

Fluxo de estrangeiros na Bolsa brasileira

Nessa semana, o saldo acumulado da movimentação dos investidores estrangeiros na Bolsa foi cerca de R$ 3,3 bilhões.

Fonte: Bloomberg, Research XP. Dados até 16/12/2022

O que esperar para semana que vem?

No cenário internacional, China e Japão devem anunciar suas taxas básicas de juros. Nos EUA, serão publicados o PIB anualizado trimestre a trimestre, dados relacionados ao mercado mobiliário, o PCE (índice de despesas de consumo pessoal), e os índices de expectativas de inflação e sentimento sobre a economia americana elaborados pela Universidade de Michigan.

No Brasil, serão divulgados os dados de contas externas de novembro, na quarta; o IPCA-15 de dezembro, na sexta feira; e a arrecadação federal de dezembro, ainda sem data definida. Na seara política, atenções voltadas para a negociação do governo eleito com o Congresso sobre a PEC da Transição, o julgamento das emendas do relator no STF, e a nomeação dos novos ministros e outros membros da equipe econômica.

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