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Tesouro Direto segue trajetória de captação em março

Os investimentos no Tesouro Direto registraram captação líquida de R$ 657, milhões em março. Veja mais aqui.

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No dia 30 de abril, o Tesouro Nacional divulgou os dados do Tesouro Direto referentes a março de 2024. Os resultados apresentados para o mês seguiram a tendência observada, de forma que as aplicações nos títulos públicos por pessoas físicas superaram o volume de resgates, atingindo uma captação líquida de R$ 657,6 milhões no mês. Com exceção de janeiro de 2023, o Tesouro Direto apresenta captação líquida positiva desde abril de 2021.

Visão geral

No total, o volume de vendas de títulos públicos (aplicações) somou R$ 3,5 bilhões no mês, uma queda de 48% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando arrecadou R$ 6,8 bilhões. Já os resgates (incluindo vencimentos) totalizaram cerca de R$ 2,8 bilhões no mês, valor inferior ao visto em março de 2023 de R$ 5,7 bilhões. Assim, as entradas de investimentos no Tesouro Direto superaram em R$ 657,6 milhões o volume de saídas em março de 2024.

Em 2023, os resgates superaram aplicações apenas no mês de janeiro. Com exceção desta data, o volume mensal de aplicações é maior que o de resgates desde abril de 2021, o que se manteve em março de 2024.

Ao final do mês de março, o estoque dos investimentos no Tesouro Direto totalizou R$ 133,3 bilhões, o maior volume da série analisada (desde 2017) e uma alta de 20,6% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando atingiu R$ 110,5 bilhões. Quanto aos títulos em estoque, aqueles atrelados à inflação (híbridos) permanecem com a maior representatividade, com mais de 48,5% do total.

Já no mês de março de 2024, o principal ativo comprado por investidores foi o Tesouro Selic, com cerca de 61,5% das vendas, seguido dos títulos indexados à inflação (que incluem Tesouro IPCA+, Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais, Tesouro RendA+ e Tesouro Educa+), com 29,9% das aplicações, e prefixados, com 8,6%.

Em relação ao prazo de emissão, quase 65% das vendas no Tesouro Direto no mês corresponderam a títulos com vencimento entre 1 e 5 anos, seguidos pela venda de títulos com prazo acima de 10 anos (20,4%) e com prazo entre 5 e 10 anos, com 14,7% do total.

Desde o início de 2023 até fevereiro de 2024, notamos um maior interesse por títulos de médio e longo prazos, em detrimento de títulos de 1 a 5 anos, como demonstrado na imagem abaixo. No mês de março de 2024 em específico, houve uma inversão desta tendência, com maior procura por títulos de curto prazo, com vencimento entre 1 e 5 anos.

Entendemos que esse movimento possa ter sido intensificado com a reprecificação dos títulos após a mudança do cenário global, com maior aversão ao risco. Com os juros reais acima de 6,0% em todos os vencimentos, o investidor pode encontrar rentabilidade historicamente elevada sem a necessidade de alongar o prazo. Vale reforçar, entretanto, que entendemos ainda não ser suficiente para afirmar uma tendência de encurtamento de prazos, e seguiremos acompanhando mensalmente esses resultados.

Investidores

Em março, o número de investidores cadastrados no programa teve acréscimo de 292 mil novos participantes, atingindo 28,0 milhões de clientes (+18,0% nos últimos doze meses). Deste total, parcela de 2,5 milhões é de investidores ativos (aqueles que possuem investimentos de fato), cerca de 9,1% da base.

Em relação ao perfil dos investidores cadastrados no Tesouro Direto em março, o destaque foi para os adultos entre 36 e 45 anos, que representaram 32% dos novos clientes do mês e passaram a compor 24% do total dos investidores. Entendemos que movimento possa estar relacionado ao título, relativamente novo, que tem como foco a aposentadoria, o Tesouro Renda+, que atingiu 1,4% do estoque total de títulos em março.

Além disso, destacamos o crescente volume de jovens cadastrados entre 16 e 25 anos, que totalizaram 22% da base total. Acreditamos que este fato esteja relacionado ao lançamento do título Tesouro Educa+, voltado ao financiamento de estudos, além do maior interesse por investimentos através da educação financeira entre os mais novos.

Em termos de gênero, a maioria da base do Tesouro Direto segue composta por homens (73,4%), e apenas 26,6% por mulheres.

Nossa visão

Em nossa visão, consideramos que os títulos públicos em geral seguem atrativos, com boa relação de risco vs. retorno. Destacamos, em geral, os títulos pós-fixados e híbridos.

Os patamares da taxa Selic permanecem elevados, em 10,75%, mesmo com a trajetória de queda, e seguem como boa opção para reservar de emergência e demais objetivos, com baixo risco.

Para prazos médios a longos, entendemos fazer sentido a alocação em títulos IPCA+, sejam eles públicos ou privados. Afinal, em nossa visão, são os títulos que protegerão os investidores de pressões inflacionárias que possam vir a aparecer ao longo dos próximos anos, principalmente se mantidos até o vencimento. Ademais, apesar de acomodação da inflação recentemente, o patamar de juro real atual oferecido encontra-se elevado, representando boa oportunidade de carrego nas carteiras.

Estimamos que a inflação se mantenha acima do centro da meta do Banco Central nos próximos dois anos. De acordo com o nosso time de economia da XP, os índices de inflação de 2024 e 2025 devem atingir, respectivamente, 3,7% e 4,0%. Desta forma, no momento, privilegiamos a alocação em títulos atrelados à inflação (IPCA+), através de investimentos diretamente nas NTN-Bs, Tesouro Direto (que incluem Tesouro IPCA+, Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais) ou crédito privado.

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Fonte

Tesouro Nacional

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