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Raízen tem rating global rebaixado para Ba1 pela Moody’s

Confira o rebaixamento de perspectiva do rating da Raízen pela Moody's Global.

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No dia 27 de novembro de 2025, a agência de classificação de riscos Moody’s Global rebaixou o rating corporativo da Raízen S.A. (“Raízen” ou “Companhia”) de Baa3 para Ba1, mantendo-o ‘Em revisão para rebaixamento‘. A decisão reflete a deterioração dos indicadores de crédito, marcada por alavancagem elevada e geração de caixa negativa persistente, fatores que comprometem a capacidade da Companhia de sustentar métricas compatíveis com grau de investimento no curto prazo.

Visão da Moody’s Global

A decisão reflete a deterioração dos indicadores de crédito da Raízen, marcada por alta alavancagem e geração de caixa negativa persistente. A Moody’s projeta que não haverá recuperação relevante no curto prazo para níveis compatíveis com grau de investimento — como dívida bruta/EBITDA abaixo de 3,0x e fluxo de caixa livre positivo —, considerados essenciais para mitigar a volatilidade do setor sucroenergético.

Mesmo após iniciativas para eficiência operacional e desinvestimentos — que somaram R$900 milhões no 3T25 e têm mais R$3,9 bilhões a receber —, a dívida bruta ajustada encerrou setembro em R$76,8 bilhões, implicando alavancagem projetada em 5,4x ao fim da safra 2025-26, bem acima do patamar adequado para rating Baa3. Apesar de medidas para reduzir despesas, capex e alongar dívidas, a estrutura de capital segue pressionada.

Do ponto de vista operacional, a Raízen mantém posição relevante no setor, com liderança em açúcar e etanol e forte presença na distribuição de combustíveis sob a marca Shell. Essa escala e diversificação sustentam parte do rating, assim como o suporte implícito dos acionistas estratégicos. No entanto, o negócio sucroenergético continua exposto a volatilidade de preços, clima e necessidade de investimentos elevados, enquanto o segmento de distribuição apresentou volatilidade recente, incluindo perdas em operações de trading.

O cenário setorial adiciona pressão: preços de açúcar devem permanecer fracos nas próximas safras e o aumento da oferta de etanol de milho tende a reduzir margens no período de entressafra. Além disso, o negócio de açúcar e etanol, que responde por cerca de 60% do EBITDA consolidado, é intensivo em capex e exposto a riscos climáticos e regulatórios, ampliando a necessidade de liquidez robusta. A estratégia anterior de crescimento alavancado deteriorou a estrutura de capital e permanece como fator crítico na avaliação de governança.

A revisão em curso considera medidas adicionais para reforço de balanço, como possível aumento de capital pelos controladores e novas vendas de ativos. Sem essas ações, a probabilidade de novo rebaixamento aumenta, especialmente se dívida/EBITDA seguir acima de 3,5x e RCF/Net Debt abaixo de 20% — patamar que está significativamente distante do atual. Por outro lado, na visão da Moody’s, uma reversão para perspectiva positiva exigiria redução expressiva da dívida, geração consistente de fluxo de caixa livre e manutenção de liquidez adequada — condições que parecem distantes no horizonte próximo.

Análise XP Research 2T25/26 (data-base set/25)

(Com contribuição de XP Equity Research)

Sob uma perspectiva de crédito, o resultado da Raízen nesse último trimestre foi fraco, com piora relevante no prejuízo líquido, além de forte aumento no endividamento e alavancagem.

O EBITDA Ajustado (R$ 3,3 bilhões; -13% A/A) foi fraco, refletindo os desafios nos negócios de S&E e Mobilidade Argentina, que contrastaram com resultados fortes em Mobilidade Brasil.

Do ponto de vista de FCF, a Companhia apresentou um aumento significativo na dívida líquida (+49%) e na alavancagem (+2,5x), já que praticamente concluiu a substituição do risco-sacado por dívida de longo prazo — movimento que vemos de forma positiva em termos de perfil da dívida e legibilidade das demonstrações financeiras. Ressalta-se a redução A/A na parcela de curto prazo da dívida bruta, de 23% para 11%.

Por outro lado, vimos o FCF com melhores olhos. A Companhia reportou uma redução bem-vinda no Capex, juntamente com entradas de caixa provenientes da venda de ativos. Dos ~R$ 5 bilhões vendidos, ~R$ 1 bilhão já está na posição de caixa da Companhia e a administração mencionou durante a teleconferência de resultados que espera receber o valor restante até o final da safra 2025/26. Esses recursos serão usados exclusivamente para a redução de alavancagem.

Durante call de resultados, os executivos também destacaram que a safra atual permanece pressionada pela produtividade mais baixa, devido às queimadas do ciclo anterior, além da alavancagem elevada, de 5,1x Dívida Líquida/EBITDA.

Alta alavancagem, FCF limitado e margens fracas em S&E permanecem como pontos negativos, embora acreditemos ser importante destacar alguns pontos positivos: (i) redução significativa de 26% A/A em G&A (-23% vs. 6M25); (ii) margens fortes no negócio de distribuição de combustíveis, acima dos pares listados; (iii) redução relevante de Capex, ajudando a preservar caixa; e (iv) quase 95% do açúcar disponível (~50% do total) já protegido (hedge) a preços atrativos para 2026/27.

Como evento subsequente, a Companhia concluiu, no dia 13 de novembro, a contratação de uma linha de crédito rotativo (”RCF”), no montante de US$ 1 bilhão, com vencimento em cinco anos, em substituição às linhas que estavam vigentes.

Em suma, nossa visão de crédito é de que a Companhia ainda precisa reforçar seu caixa e geração de fluxo de caixa para equacionar a questão do endividamento e alavancagem. As iniciativas de venda de ativos e renovação de RCF são positivas nesse sentido, mas acreditamos que ainda haveria a necessidade de um aporte de capital.

Veja Mais

Fontes

A Moody’s Ratings rebaixa Raízen para Ba1 em relação a Baa3; Classificações permanecem em revisão por rebaixamento | Ação de Classificação | Moody’s

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