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Raízen tem rating Baa3 colocado em revisão para rebaixamento pela Moody’s

Confira o rebaixamento de perspectiva do rating da Raízen pela Moody's.

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No dia 30 de outubro de 2025, a agência de classificação de riscos Moody’s colocou os ratings globais ‘Baa3’ da Raízen S.A. e Raízen Energia S.A. (em conjunto, “Raízen” ou “Companhia”) ‘Em revisão para rebaixamento’. A decisão reflete os desafios operacionais enfrentados na safra 2024–25, com geração negativa de caixa livre, aumento da alavancagem bruta e deterioração dos indicadores de crédito.

Visão da Moody’s

A Moody’s destaca que, embora a Companhia esteja implementando medidas para melhorar sua eficiência operacional e estrutura de capital — como venda de ativos, redução de capex e dividendos, e gestão de passivos — os níveis de dívida permanecem elevados.

Em junho de 2025, a dívida bruta (incluindo arrendamentos) somava R$ 72,5 bilhões, resultando em uma alavancagem bruta ajustada de 7,7x EBITDA no 1T26 (ou 5,9x excluindo efeitos cambiais, derivativos e ajustes de valor justo). A expectativa da Moody’s é que esse indicador se aproxime de 5,3x até março de 2026, caso o saldo da dívida se mantenha constante.

A Moody’s avalia iniciativas em discussão entre os acionistas controladores — Shell Plc e Cosan S.A. — como venda de ativos e aumento de capital, que poderiam reduzir a dívida bruta. No entanto, mesmo com essas medidas, a agência considera que os indicadores podem não ser suficientes para sustentar o rating Baa3, dada a necessidade de métricas robustas para compensar a volatilidade do setor de commodities.

Por outro lado, um upgrade dependeria da implementação bem-sucedida dessas iniciativas, com redução significativa da dívida bruta, melhora sustentável na geração de caixa e manutenção de métricas robustas que mitiguem os riscos inerentes ao setor de commodities.

Apesar da revisão pela Moody’s, os ratings da Raízen refletem sua posição sólida nos negócios de cana-de-açúcar e distribuição de combustíveis no Brasil. Além disso, o rating é sustentado pelo suporte implícito da Shell Brazil Holdings BV, uma subsidiária 100% da Shell, considerando os benefícios derivados da marca Shell e da sua expertise gerencial, bem como da Cosan, pela sua experiência local e histórico de execução.

Análise XP Research 1T25/26 (data-base jun/25)

(Com contribuição de XP Equity Research)

No 1T25/26, a Raízen apresentou um trimestre desafiador, marcado por: (i) aumento da alavancagem, impulsionada pela substituição de contratos com fornecedores (risco sacado) por dívida; (ii) ganhos de eficiência operacional ; (iii) condições climáticas adversas, que reduziram os volumes de moagem e limitaram a diluição de custos; e (iv) perdas em estoques na Distribuição de Combustíveis no Brasil, agravadas por uma parada de manutenção mais longa do que o esperado na Argentina. A receita líquida consolidada da Raízen no trimestre foi de R$ 54,2 bilhões, representando uma queda de 6% A/A, enquanto o EBITDA consolidado reduziu 23% A/A, com margem de 3,5% (-0,8p.p. A/A).

A receita de Açúcar, Renováveis e Energia (ESB) foi apoiada por volumes de trading de açúcar e etanol crescentes, 27% e 35% maiores do que os volumes próprios, respectivamente. Apesar do resultado positivo na receita, o EBITDA ajustado do segmento caiu 24% A/A, devido à compressão das margens causada pela menor diluição de custos, refletindo um início fraco da temporada de moagem devido a adversidades climáticas.

Já os resultados da Mobilidade no Brasil apresentaram redução de 9% A/A na receita, principalmente devido à queda nos preços, e a margem EBITDA foi de BRL 128,6/m³, o que consideramos positivo, considerando as perdas de inventários durante o trimestre.

Por fim, o segmento de Mobilidade na Argentina, o EBITDA ajustado caiu 54,8%, com as margens afetadas negativamente pela manutenção programada da refinaria, que levou a Companhia a adquirir mais produto de terceiros. Olhando para frente, esperamos uma melhora na distribuição de combustíveis, enquanto a ESB pode enfrentar ventos contrários no açúcar, apesar dos ganhos no etanol (por Equity Research). A alavancagem financeira aumentou significativamente no 1T25/26, com a relação dívida líquida/EBITDA ajustado saltando de 2,3x para 4,5x em um ano (a Companhia não está sujeita a covenants de alavancagem). 

Esse movimento foi impulsionado pela substituição de R$ 8,9 bilhões em contratos de risco sacado por instrumentos de dívida de longo prazo, além de um aumento de 55,8% na dívida líquida, que atingiu R$ 49,2 bilhões. Apesar disso, ressaltamos que a Companhia mantém liquidez robusta, com R$ 15,7 bilhões em caixa e R$ 5,5 bilhões em linhas comprometidas, além de ter realizado novas captações de R$ 5,9 bilhões, incluindo bonds internacionais de 7 anos. O prazo médio do endividamento foi alongado para 8,2 anos – ante 6,0 anos A/A.

A Companhia também mencionou em seu release de resultados que continua avaliando proativamente, junto com seus acionistas controladores, a possibilidade de um aumento de capital, com as discussões ainda em estágio inicial. Em meio a esse cenário, a Raízen reduziu o volume de investimentos no trimestre para R$ 1,7 bilhã0 (-23% A/A), ao mesmo tempo em que intensificou seu plano de desinvestimentos. No total, foram identificados cerca de R$ 15 bilhões em ativos potencialmente à venda, com destaque para operações na Argentina e usinas no Brasil.

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Fontes

Moody’s Global

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