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Pré-Copom Setembro 2024: novo ciclo de alta à vista

Nos dias 17 e 18 de setembro, ocorrerá a próxima reunião do Copom. Esperamos a elevação da Selic para 10,75%. O que isso significa para a renda fixa?

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Caso não tenha familiaridade com a curva de juros, sugerimos a leitura deste conteúdo: O que é a curva de juros?

Nos dias 17 e 18 de setembro, ocorrerá a próxima reunião do Copom. O cenário base da XP é de início do ciclo de alta da Selic, com aumento de 0,25 ponto percentual (p.p.) para 10,75%. Para a renda fixa, continuamos com visão construtiva, com a concretização de ambiente de taxas de juros altas por mais tempo. Seguimos com a preferência por títulos remunerados por IPCA+, que têm oferecido retornos elevados de juro real.

O que esperar para a reunião atual?

Além de precisarmos acompanhar qual será a decisão do Copom sobre a taxa Selic, é necessário nos atentarmos ao comunicado sobre os planos do Banco Central (BC) para a política monetária, que guiarão as expectativas para os juros nos próximos meses. Com base nisso, o que o Copom dirá desta vez?

Cenário base: Elevação para 10,75%

Existem ferramentas que precificam as expectativas do mercado em relação às reuniões do Banco Central. Da mesma forma que na última reunião (julho de 2024), as “apostas” nas Digitais de Copom apontam, em sua grande maioria, para uma probabilidade de elevação da Selic para 10,75%, em linha com o Cenário XP, conforme mostrado na tabela abaixo. Há ainda cenário alternativo de aumento de 0,5 p.p. para 11% ou ainda de manutenção da taxa atual, ainda que esperados por parcela menor do mercado.

ExpectativaProbabilidade
Elevação para 10,75% (+0,25 p.p.) – Cenário XP75% a 77%
Aumento para 11,0% (+0,50 p.p.)15% a 16%
Manutenção em 10,50%7% a 8%

Fonte: B3 (Opções de Copom). Elaboração: XP.

“O balanço dos dados divulgados desde a última reunião do Copom ficou entre neutro e mais preocupante para as perspectivas de inflação. Por um lado, os preços internacionais das commodities estão em queda, com destaque ao petróleo. Por outro, a taxa de câmbio segue pressionada e os indicadores de atividade vieram mais fortes do que o esperado. (…) Diante do quadro atual, acreditamos que o Copom aumentará, por unanimidade, a taxa Selic em 0,25 p.p. nesta semana (de 10,50% para 10,75%). (…) Projetamos a taxa Selic em 12,00% no início de 2025.” – Time de Economia XP Research

Como a renda fixa seria impactada?

A atenção dos mercados deve estar voltada para dois principais fatores nesta reunião: (i) as projeções de inflação do Copom; e (ii) o tom da comunicação após a decisão.

Acreditamos que a previsão anual de IPCA permanecerá acima da meta. Nossas estimativas apontam para 4,3% no final de 2024 e 3,6% no final de 2025. No cenário alternativo, com a taxa Selic estável em 10,50%, as projeções de IPCA ficariam em: 4,3% no final de 2024; 3,7% no final de 2025; e 3,5% no 1º trimestre de 2026 (A/A).   

Em relação à comunicação, nossos economistas acreditam que o mais eficiente seria uma mensagem aberta, na linha de “fazer o que for necessário”. Considerando a incerteza do cenário, parece arriscado sinalizar o ritmo de altas futuras ou o tamanho total do ajuste a ser feito.

Caso este cenário base se concretize, esperamos leve movimentação de fechamento na parte curta da curva de juros, dado que o mercado espera, com mais de 75% de probabilidade, que a Selic suba 0,25 p.p. Além disso, os vencimentos intermediários e longos também já refletem este cenário mais restritivo de política monetária. No entanto, pode haver acomodação das expectativas, gerando pequena abertura nestes vértices.

Por outro lado, se o cenário alternativo, de 0,50 p.p., se concretizar, poderia haver abertura mais relevante na parte curta da curva e fechamento nos vencimentos mais longos.

Para a Renda Fixa, o cenário atual encontra-se incorporado nas análises e carteiras recomendadas. Por isso, mesmo no curtíssimo prazo (pós-Copom), nossa visão em relação à reunião atual é neutra.

Continuamos com visão positiva para a renda fixa de maneira geral, principalmente para títulos atrelados à inflação (IPCA+). As taxas de juros nominais permanecem elevadas, ainda que os spreads tenham diminuído, e as taxas reais (acima da inflação) estão em patamares ainda mais interessantes, em nossa opinião. Adicionalmente, as projeções indicam que a inflação deve permanecer acima do centro da meta de 3% nos próximos dois anos. Por fim, ainda é necessária cautela, com os riscos locais e globais a serem monitorados, o que favorece a alocação em ativos como a renda fixa (veja mais em nossas carteiras recomendadas).

O que pode acontecer de diferente?

Tudo o que apresentamos aqui leva como base apenas a reunião do Copom dos dias 17 e 18 de setembro, sua decisão e posterior comunicado.

Esta decisão será conjunta com o comitê de política monetária dos Estados Unidos (FOMC), o que também pode trazer algum efeito aos ativos locais, dada a correlação existente com os movimentos dos ativos americanos (Treasuries, títulos soberanos dos Estados Unidos). Destaca-se a relevância desta reunião específica também nos EUA, uma vez que há a expectativa de início de corte de juros no país.

Por fim, devemos ter em mente que, além de os cenários analisados serem apenas expectativas (ainda que com base em observações históricas), outras forças que muitas vezes fogem do radar agem no mercado diariamente e podem afetar os preços dos ativos.

Tendo isso em mente, é importante sempre acompanhar as principais movimentações e análises de mercado para ajudar na melhor tomada de decisão. Recomenda-se ainda cautela na alocação, uma vez que os riscos relacionados às incertezas locais e globais persistem. Por fim, sempre considere seu perfil de investidor(a) para melhor estratégia de composição de carteira.

Aprofundando a visão de Economia

IndicadorExpectativas na semana do último Copom (julho/24) Expectativas atuais
DI Jan/2510,74%10,96%
DI Jan/2711,99%11,84%
Câmbio (R$/US$) 2024 (Focus – Mediana) 5,305,40
Câmbio (R$/US$) 2025 (Focus – Mediana) 5,255,35
IPCA 2024 (Focus – Mediana)4,10%4,35%
IPCA 2025 (Focus – Mediana)3,96%3,95%
IPCA 2026 (Focus – Mediana)3,60%3,61%
Selic 2024 (Focus – Mediana)10,50%11,25%
Selic 2025 (Focus – Mediana)9,50%10,50%
Selic 2026 (Focus – Mediana)9,0%9,50%

Fontes: Broadcast e Banco Central (Boletim Focus do dia 16/09). Elaboração: XP.

E o que esperar para o Copom de NOVEMBRO de 2024?

Em linha com um balanço de riscos mais evidente, o mercado está dividido entre as probabilidades de uma nova manutenção na próxima reunião (tabela abaixo), a ocorrer nos dias 17 e 18 de setembro, e a retomada do aperto monetário, com alta da Selic.

Esse movimento fica claro ao observarmos o mercado de opções (vide abaixo na tabela “Expectativa do mercado para o Copom de SETEMBRO”), que precifica cerca de 55% de chance de nova manutenção da taxa na Selic da reunião seguinte e, como cenário alternativo, já aparece a possibilidade de subida dos juros, tanto de 0,25 p.p., com 13-20% de probabilidade, quanto de 0,50 p.p., com 18-25% de probabilidade, e até mesmo uma pequena parcela com 0,75 p.p. (3-7%).

O cenário base dos economistas da XP para a próxima reunião é de nova manutenção em 10,50%.

Expectativa do mercado para o Copom de NOVEMBRO – Assumindo 10,75% após a reunião atualProbabilidade
Aumento para 11,25% (0,50 p.p.) – Cenário XP52% a 54%%
Aumento para 11,0% (+0,25 p.p.)29% a 31%%
Aumento para 11,5% (+0,75 p.p.)6% a 7%
Manutenção em 10,75% (+0,0 p.p.)6% a 7%

Fonte: B3 (Opções de Copom dia 16/09). Elaboração: XP.

Agenda de reuniões do Copom – 2024

  • 5 e 6 de novembro
  • 10 e 11 de dezembro

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