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Pré-Copom Agosto 2023: Início de cortes à vista

Nos dias 1 e 2 de agosto, ocorrerá a próxima reunião do Copom. Esperamos corte de 0,25 p.p. na taxa de juros. O que isso significa para a renda fixa?

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Caso não tenha familiaridade com a curva de juros, sugerimos a leitura deste conteúdo: O que é a curva de juros?

Existem ferramentas no mercado que precificam essas expectativas dos agentes. Como exemplo, as “apostas” nas Digitais de Copom dessa semana se davam como segue na tabela. Ou seja, há uma probabilidade, na visão do mercado, de cerca de 60% de que haja corte de 0,5 p.p. na Selic. A visão se divide com a probabilidade de corte de 0,25 p.p. (cerca de 40%).

ExpectativaProbabilidade
Corte para 13,25% (-0,50 p.p.)59% a 61%
Corte para 13,5% (-0,25 p.p.) – Cenário XP38% a 41%

Fonte: B3 (Opções de Copom). Elaboração: XP.

Nossos economistas da XP têm como cenário base o corte de 0,25 p.p.:

“Os dados de inflação seguem mostrando alívio na margem. Expectativas de inflação de médio prazo recuaram desde o último Copom, embora se mantenham acima da meta de 3,0%. Mercado de trabalho segue aquecido. A evolução do cenário econômico no Brasil e no mundo nos últimos meses dão respaldo a uma política monetária menos restritiva do que a atual. Estimamos que as projeções do BC para o IPCA recuarão ligeiramente no cenário de referência: de 5,0% para 4,8% em 2023, e de 3,4% para 3,3% em 2024. O Copom deverá reduzir a taxa Selic em 0,25pp para 13,50% nesta semana, em decisão dividida. Acreditamos que o comitê sinalizará que o ritmo futuro da flexibilização monetária dependerá dos dados. Nosso cenário prevê uma aceleração para 0,5pp em setembro, encerrando o ano em 12,00%.

A comparação entre as expectativas do mercado nas vésperas do Copom de junho e agora ajudam a entender o cenário:

IndicadorExpectativas na semana do último Copom (junho) Expectativas atuais
DI Jan/2413,0%12,0%
DI Jan/2711,5%10,1%
Câmbio (R$/US$) 2023 (Focus – Mediana)5,004,91
Câmbio (R$/US$) 2024 (Focus – Mediana) 5,105,00
IPCA 2023 (Focus – Mediana)5,12%4,84%
IPCA 2024 (Focus – Mediana)4,0%3,89%
Selic 2023 (Focus – Mediana)12,25%12,0%
Selic 2024 (Focus – Mediana)9,5%9,25%

Fontes: Anbima e Banco Central (Boletim Focus). Elaboração: XP.

O que esperar para a reunião de agosto (dias 1 e 2)?

Além de precisarmos acompanhar qual será a decisão do Copom sobre a taxa Selic, é necessário nos atentarmos ao comunicado sobre os planos do BC para a política monetária, que guiarão as expectativas para os juros nos próximos meses. Com base nisso, o que o Copom dirá desta vez?

Cenário base: Corte para 13,5%

Assim como mencionado acima, a XP acredita que o Copom deverá reduzir a taxa Selic em 0,25 p.p. para 13,50% nesta semana, em decisão dividida, e que o comitê sinalizará que o ritmo futuro da flexibilização monetária dependerá dos dados.

Cenário alternativo: Corte para 13,25%

Enxergamos como cenário alternativo para a reunião desta a semana um corte de 0,5 p.p. (assim como esperado pela maioria do mercado). Neste caso, acreditamos que o BC traria em seu comunicado uma mensagem visando “controlar” o sentimento do mercado, com algum direcionamento para a próxima reunião.

E o que esperar para a reunião de setembro (dias 19 e 20)?

Atualmente, o mercado precifica maior probabilidade de corte de 0,5 p.p. na próxima reunião, em setembro, porém há agentes que esperam cortes de até 1,0 p.p. O cenário base dos economistas da XP para a próxima reunião (19 e 20 de setembro de 2023) é de corte de 0,5 p.p.

As possibilidades estão bem distribuídas:

Expectativa Copom Setembro/2023 – Assumindo 13,5% na reunião atualProbabilidade
Corte para 13,0% (- 0,50 p.p.) – Cenário XP61% a 65%
Corte para 12,75% (- 0,75 p.p.)23% a 26%
Corte para 13,25% (- 0,25 p.p.)6% a 9%
Corte para 12,5% (- 1,0 p.p.)4% a 7%

Fonte: B3 (Opções de Copom). Elaboração: XP.

Como a renda fixa seria impactada?

Dados os cenários apresentados, esperamos que a curva de curto prazo se acomode à decisão e ao comunicado, levando a uma redução nas expectativas. Para os vencimentos mais longos, não esperamos ajustes relevantes em ambos os cenários – como resultado, a curva deve ganhar inclinação (diferença maior entre taxas de vencimentos longos e curtos).

Com a queda na curva de juros, títulos prefixados e atrelados ao IPCA tendem a se valorizar no curto prazo como reflexo do movimento, devido à marcação a mercado.

Vale ressaltar que, caso a taxa Selic venha a cair, com reflexo sobre as expectativas na curva de juros, continuamos com visão positiva para a renda fixa de maneira geral. As taxas de juros permanecem elevadas, e o IPCA continua a ser um tema de monitoramento.

O que pode acontecer de diferente?

Tudo o que apresentamos aqui leva como base apenas a reunião do Copom dos dias 1 e 2 de agosto, sua decisão e posterior comunicado. No entanto, devemos ter em mente que, além de os cenários analisados serem apenas expectativas (ainda que com base em observações históricas), outras forças agem no mercado diariamente que muitas vezes fogem do radar.

Tendo isso em mente, é importante sempre acompanhar as principais movimentações e análises de mercado para ajudar na melhor tomada de decisão. Além disso, apesar de recentemente o cenário macroeconômico ter apresentado melhora, recomenda-se ainda cautela na alocação, uma vez que os riscos relacionados ao cenário fiscal e de crédito corporativo ainda não cessaram totalmente e podem trazer volatilidade aos ativos. Por fim, sempre considere seu perfil de investidor(a) para melhor estratégia de composição de carteira.

Agenda de reuniões do Copom – 2023

  • 19 e 20 de setembro
  • 31 de outubro e 1º de novembro
  • 12 e 13 de dezembro.

Gostou? Tem alguma sugestão? Não deixe de avaliar e deixar seus comentários!

Glossário

Entendendo os termos sobre as condutas do Banco Central

Dovish: A origem vem da palavra dove, pomba em português. Sinaliza uma conduta do Banco Central mais confiante de que o cenário de inflação não será um problema, e, portanto, pendente a adotar uma política monetária expansionista ou menos restritiva para estimular a economia.
Hawkish: A origem vem da palavra hawk, falcão em português. Sinaliza uma conduta do Banco Central preocupada com os riscos inflacionários, e, portanto, pendente a adotar uma postura monetária mais dura, com subidas mais fortes na taxa de juros, ainda que isso possa prejudicar o emprego e a atividade no curto prazo.

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