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Oncoclínicas é rebaixada pela Fitch para ‘BBB(bra)’ com ‘Observação Negativa’

Confira o rebaixamento de rating pela Fitch para a Oncoclínicas.

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No dia 05 de setembro de 2025, a agência Fitch rebaixou o Rating Nacional de Longo Prazo da Oncoclínicas do Brasil Serviços Médicos S.A. (“Oncoclínicas” ou “Companhia”) de ‘AA-(bra)’ para ‘BBB(bra)’. Simultaneamente, os ratings foram colocados em Observação Negativa. A ação reflete o enfraquecimento da geração de caixa da Companhia, com consumo relevante de liquidez, aumento da alavancagem e risco de descumprimento de covenants de dívida para o final do ano (de até 3,5x). A Fitch também destaca o risco de refinanciamento, diante de vencimentos relevantes até o fim de 2025.

Visão da Fitch

A Fitch destaca que a Oncoclínicas enfrenta uma alavancagem financeira elevada, com projeções de dívida líquida/EBITDA de 7,8x em 2025 e 6,7x em 2026, acima dos 6,1x observados nos últimos 12 meses até junho. Esses níveis estão significativamente acima das métricas reportadas pela própria Companhia, que indicam 4,4x, e refletem o impacto da queda na geração de caixa operacional.

A agência também chama atenção para o cancelamento do contrato com a Unimed Ferj, principal fonte pagadora da Companhia, com efeitos a partir de agosto. A rescisão deve impactar negativamente a receita e a previsibilidade de caixa.

Do lado operacional, a rentabilidade segue pressionada. A estratégia comercial da Oncoclínicas buscou reduzir a exposição a clientes com prazos de pagamento mais longos, o que contribuiu para a queda nas margens. A Fitch projeta um EBITDA pré-IFRS de aproximadamente R$ 500 milhões em 2025, com margem entre 8,5% e 10%, abaixo dos níveis históricos da Companhia.

A agência também aponta para um consumo elevado de caixa, com projeção de fluxo de caixa das operações (CFO) negativo de R$ 650 milhões em 2025 e fluxo de caixa livre (FCF, após capex) negativo de R$ 800 milhões. O consumo médio de capital de giro representa cerca de 77% do EBITDA, chegando a 130% quando se incluem os pagamentos de juros.

Por fim, a liquidez da Companhia está pressionada. O caixa disponível de R$ 986 milhões cobre os vencimentos de R$ 519 milhões até dezembro de 2025, mas não é suficiente para absorver o FCF negativo projetado. Além disso, há vencimentos adicionais de R$ 950 milhões em 2026 e R$1,3 bilhão em 2027, o que eleva o risco de refinanciamento e reforça a necessidade de reequilíbrio da estrutura de capital.

O que observar daqui pra frente?

A aprovação da emissão de novas ações, no montante de 500 milhões, a ser deliberada na Assembleia Geral Extraordinária (AGE) de 9 de setembro de 2025, poderá ser determinante para a estratégia de reequilíbrio financeiro da empresa. Dependendo do resultado, a Fitch poderá reavaliar o rating da Oncoclínicas.

Fatores que podem levar a uma ação de rating negativa ou rebaixamento:

  • Falta de avanço na geração operacional de caixa e no reequilíbrio da estrutura de capital;
  • Deterioração relevante da liquidez, com aumento expressivo do risco de refinanciamento; e
  • Prejuízo à posição atual dos credores.

Fatores que podem levar a uma ação de rating positiva ou elevação:

  • Remoção da observação negativa, caso haja melhora operacional e financeira, sem impacto adverso aos credores; e
  • Manutenção do acesso a diferentes fontes de financiamento.

Vale destacar que, em sua escala, a agência realizou rebaixamento de 5 degraus de uma só vez, sendo mais comum movimentos graduais. Por fim, a ‘Observação Negativa’ reflete os desafios da Oncoclínicas em reequilibrar sua estrutura de capital, reduzir a alavancagem e retomar a geração de caixa operacional positiva, apesar da sólida demanda no setor e da posição de liderança da companhia.

A agência destacou que a demanda resiliente por serviços oncológicos no Brasil e a posição de liderança da Oncoclínicas ajudam a mitigar os riscos associados à execução da retomada operacional.

Análise XP Research 2T25

Em resumo, o trimestre reforça o cenário de transição comercial e operacional, com impactos negativos relevantes na rentabilidade, geração de caixa e alavancagem.

No 2T25, a Oncoclínicas reportou receita líquida de R$ 1,5 bilhão, uma queda de 6,6% A/A. A retração decorre da estratégia de descontinuação de contratos com fontes pagadoras de baixa conversão de receita em caixa e maior inadimplência, especialmente nas operações hospitalares não oncológicas. O número de procedimentos totalizou 169 mil no trimestre, com crescimento de 3,5% A/A (LTM), enquanto o ticket médio subiu 2,9% sequencialmente, sinalizando início de repasses de preço.

O EBITDA ajustado foi de R$ 185 milhões, com margem de 12,6%, representando queda de 41,7% A/A, mas crescimento de 38,3% em relação ao 1T25. A melhora sequencial decorre da recuperação do lucro bruto, apesar da menor receita líquida. A margem EBITDA ajustada ainda reflete pressão da desalavancagem operacional e despesas operacionais elevadas, incluindo efeitos não recorrentes. O prejuízo líquido foi de R$ 142 milhões, revertendo o lucro de R$ 19 milhões no 2T24, impactado por menor alavancagem operacional e resultado financeiro negativo.

O número de dias de capital de giro permaneceu estável em 41 dias, mas sobe para 83 dias quando considerados recebíveis de longo prazo, o que reforça a pressão sobre liquidez.

A dívida líquida ajustada (que soma aquisições a pagar) atingiu R$ 3,9 bilhões, com alavancagem total de 4,4x dívida líquida/EBITDA, acima do patamar observado no 1T25 (3,3x). O covenant de 3,5x é medido apenas anualmente, ao final do quarto trimestre. A dívida bruta total era de R$ 4,7 bilhões, sendo 17% de curto prazo.

A posição de caixa ao final do trimestre foi de R$ 986 milhões, o que cobre parcialmente as obrigações de curto prazo, mas não elimina preocupações com liquidez diante da baixa geração de caixa operacional, principalmente para 2026 e 2027. O receio se torna maior quando consideramos que o próximo ano será de eleições, o que historicamente se traduz em um mercado mais avesso a risco e, consequentemente, em maior dificuldade de captação de novas dívidas.

Entre os eventos subsequentes, destaca-se a interrupção do contrato com a Unimed FERJ a partir de 1º de agosto de 2025, ainda não refletida nos números do trimestre. A Companhia também está conduzindo uma revisão estratégica de ativos não-core, com foco nas operações hospitalares não oncológicas, o que pode incluir alienações ou outras alternativas estratégicas. Essas medidas visam melhorar a eficiência operacional e reforçar o foco no core business.

Por fim, a Oncoclínicas investiu R$ 40,1 milhões em capex internacional para sua operação na Arábia Saudita, além de R$ 38,9 milhões em capex doméstico e R$ 39 milhões em aquisições e outros investimentos.

*Covenants são medidos apenas anualmente, ao final do exercício fiscal (4T).

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Fontes

Fitch

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