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Aegea adquire Ciclus, do Grupo Simpar, por R$ 1,9 bilhão

Confira a aquisição da Ciclus Ambiental pela Aegea.

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No dia 19 de agosto de 2025, a Aegea Saneamento e Participações S.A. anunciou a aquisição da totalidade das ações da Ciclus Ambiental S.A. e sua subsidiária integral, Ciclus Ambiental Rio S.A., por meio de contrato firmado com a Simpar S.A. e sua controlada CS Brasil Holding. A operação foi avaliada em R$ 1,9 bilhão (R$ 1,1 bilhão de equity value e R$ 804 milhões de dívida) e representa um movimento estratégico relevante no setor de gestão de resíduos sólidos. O fechamento da transação depende de aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) e do Estado do Rio de Janeiro.

Ciclus Ambiental

A Ciclus é a principal subsidiária da CS Infra (parte do Grupo Simpar). Atua na gestão integrada e valorização de resíduos sólidos incluindo biogás, energia e créditos de carbono com infraestrutura de 1ª linha. Opera na cidade do Rio de Janeiro via contrato de concessão firmado com a COMLURB (concessionária de 100% dos resíduos da cidade), com prazo original até 2026 e aditivo até 2036, (com possibilidade de extensão a ser acordada pelas partes). Além disso, conquistou em 2024 a concessão de resíduos sólidos da cidade de Belém (PA).

Realiza também disposição final de resíduos em outras cidades do estado, incluindo Seropédica, o aterro bioenergético de Seropédica — o maior da América Latina — que processa cerca de 10 mil toneladas de resíduos por dia e gera biogás e biometano, além de água desmineralizada.

Aegea: diversificação com mais alavancagem

Para a Aegea, que já atua em concessões de água e esgoto no estado do Rio de Janeiro, a aquisição da Ciclus representa um passo na construção de uma plataforma integrada de soluções em saneamento, com a incorporação de uma operação madura de resíduos sólidos urbanos.

A operação reforça a tese da Aegea de que o esse segmento é uma avenida estratégica de crescimento, com sinergias operacionais e financeiras com suas atividades principais. Desde sua entrada no setor em 2022, com a concessão no Cariri (CE), a Companhia vem buscando expandir sua presença em um mercado ainda pouco desenvolvido, mas com alto potencial de transformação e geração de valor ambiental e econômico.

Vale notar que em 2025 a Aegea conquistou a concessão de água e esgoto do estado do Pará e a Ciclus detém a concessão de resíduos sólidos na capital, sendo mais um ponto de sinergia possível.

A estrutura da transação com a Simpar envolve pagamento em três parcelas, sendo a primeira de R$ 800 milhões no fechamento do negócio e outras duas parcelas, de R$ 150 milhões cada uma, em abril de 2026 e abril de 2027.

Ao final de jun/25, a alavancagem proforma da Aegea, medida pela relação Dívida Líquida/EBITDA, foi de 3,9x, acima dos 3,7x registrados em jun/24. O índice não refletia ainda o impacto dos leilões do Pará e agora será também afetado pela nova aquisição. Em nossa visão, apesar de um potencial aumento de alavancagem, a Aegea deverá reduzir o índice ao longo do tempo, à medida em que seus ativos se tornem mais maduros.

Simpar: realização de valor e disciplina de capital

Do lado da Simpar, a transação está alinhada à sua estratégia de gestão ativa de portfólio, buscando disciplina na alocação de capital. A venda da Ciclus representa a primeira grande alienação de ativo do grupo, tradicionalmente conhecido por sua atuação de consolidação nos setores de transporte, locação e infraestrutura.

A monetização da Ciclus permitirá à Simpar reduzir entre 25% e 30% de sua dívida na holding (de R$ 6,7 bilhões no 2T25). No entanto, ressaltamos o impacto limitado sobre o endividamento consolidado, de R$ 56 bilhões no mesmo período.

Aegea – Análise XP Research 2T25

No 2T25, a Aegea manteve sua trajetória de crescimento, com destaque para o aumento de 19,2% na receita líquida proforma em relação ao 2T24, totalizando R$ 4,6 bilhões. Esse desempenho foi impulsionado pelos reajustes tarifários, pelo crescimento do volume faturado (+4,9%) e pelo aumento das receitas de contraprestação das PPPs, especialmente da Ambiental Ceará.

O EBITDA proforma do trimestre atingiu R$ 2,3 bilhões, representando um crescimento de 42,0% A/A, também das medidas de eficiência operacional implementadas nas concessões. Excluindo o efeito não recorrente do crédito de PIS/COFINS registrado no 1T25, o EBITDA ajustado acumulado no semestre cresceu 33,1%.

Ao final de jun/25, a alavancagem proforma da Companhia, medida pela relação Dívida Líquida/EBITDA dos últimos 12 meses, foi de 3,9x, acima dos 3,7x registrados em jun/24, mas abaixo dos 4,3x observados no 4T24. Essa redução é atribuída ao pagamento da última parcela da outorga da Águas do Rio, no valor de R$ 3,8 bilhões. O prazo médio da dívida permanece alongado, em 7,2 anos, e o caixa proforma de R$ 9,8 bilhões é suficiente para cobrir as amortizações até parte de 2027.

No caso da alavancagem para efeitos de covenants, o índice apurado foi de 2,8x no 2T25, enquadrado no limite de 3,5x.

Os investimentos proforma totalizaram R$ 1,3 bilhão no trimestre, com destaque para os projetos de ampliação da cobertura de esgoto e o início de novas operações. No acumulado dos últimos 12 meses, os investimentos somaram R$ 10,4 bilhões, sendo R$ 5,8 bilhões em infraestrutura e R$ 4,6 bilhões em outorgas.

Após o fechamento do 2T25, em 6 de agosto, a Aegea anunciou a assinatura dos contratos dos blocos A, B e D no estado do Pará, com pagamento da primeira parcela da outorga no valor de R$ 856 milhões. Além disso, a Companhia venceu o leilão do bloco C, que abrange 27 municípios e cerca de 800 mil pessoas.

Simpar (Holding) – Análise XP Research 2T25

A holding, que controla empresas como JSL, Movida, Vamos, Automob, CS Infra, Ciclus Ambiental, CS Brasil e BBC, registrou no 2T25 uma receita líquida consolidada de R$ 10,6 bilhões, um avanço de 2,9% em relação ao mesmo período do ano anterior. O destaque ficou por conta da receita líquida de serviços, que cresceu 6,8% e atingiu R$ 8,56 bilhões, impulsionada principalmente pelas performances de Movida, JSL e Vamos.

O EBITDA ajustado consolidado foi de R$ 2,98 bilhões, representando um crescimento de 14,3% na comparação anual. Esse desempenho reflete a melhoria operacional das controladas, com destaque para a recomposição de preços, renegociação de contratos e controle rigoroso de custos. A relação EBITDA/Capex Líquido anualizada atingiu 2,2x, evidenciando uma geração de caixa mais robusta com menor necessidade de investimentos, o que marca uma mudança de ciclo em relação aos anos anteriores.

Apesar do forte desempenho operacional, o lucro líquido ajustado foi negativo em R$ 36,1 milhões, pressionado pelo aumento da despesa financeira líquida, que cresceu 30,6% em relação ao 2T24. Esse impacto decorre do aumento da taxa Selic média no período, que passou de 10,58% para 14,67%, e do crescimento do endividamento médio, necessário para sustentar os investimentos e a expansão das operações. Ainda assim, a companhia reforçou que o prejuízo é pontual e não compromete sua capacidade de geração de valor.

A alavancagem medida pela dívida líquida/EBITDA – Bonds manteve-se estável em 3,6x, enquanto a dívida líquida/EBITDA-A ficou em 2,4x, em conformidade com seus covenants de 4,0x e 3,5x, respectivamente. A companhia também realizou captações de R$ 2,6 bilhões no trimestre, com custo médio de CDI + 1,8% e prazo médio de 4,2 anos.

Veja Mais

Fontes

RI Aegea

RI Simpar

Valor Econômico

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