Tópicos do dia
Brasil

- Secretário de Guedes enfatiza redução do Sistema S
- Reformas estruturais virão em fevereiro, após desburocratização
- Política Brasil: Família Bolsonaro
Internacional

- Mercado dos EUA se recupera e tem melhor pregão em quase 10 anos
- Petróleo se recupera em + 7,9% com menor tensão no mercado
- China: Lucro Industrial registra primeira queda em quase três anos
Empresas

- Gol (GOLL4): Aceleração do plano de renovação de frota
- Unidas (LCAM3): Aquisição da NTC Serviços, segmento de gestão de frotas
Resumo
Respiro nos mercados globais
Os mercados globais se recuperaram das fortes quedas da véspera de Natal, com o índice S&P tendo o seu melhor pregão em quase 10 anos, liderados principalmente pelos setores de tecnologia, consumo discricionário e energia.
O movimento de alívio foi em parte atribuído por declarações do chefe do Conselho de Conselheiros Econômicos da Casa Branca, que assegurou que o Presidente Trump não tem intenções de demitir o Presidente do Fed, Jay Powell. Além disso, parte da recuperação também foi fruto do rebalanceamento de fim de ano de portfólios de fundos de pensão e consequente forte movimento de compra de ações. Hoje o movimento é de parcial realização, com os futuros dos EUA em queda de -1,8%, mercados europeus em leve queda e Ásia relativamente estável (excluindo o Japão após forte alta do Nikkei de 3,88%).
Do lado das commodities, o petróleo encerrou também o pregão de ontem em forte alta de +7,9%, também refletindo o maior apetite a risco e declarações do ministro de petróleo russo de que a OPEP e aliados estariam a postos para administrar o mercado de petróleo a qualquer momento, podendo se reunir antes do próximo encontro agendado para abril para avaliar condições de mercado e, possivelmente, estender a duração de cortes de produção. A forte alta de ontem está sendo parcialmente compensada por realização de -2,5%, com baixo volume. As mineradoras globais também caem entre -1,3 e -2,0%.
No âmbito doméstico, o noticiário continua pouco movimentado, com jornais destacando que o governo Bolsonaro focará durante o mês de janeiro em anunciar medidas para reduzir burocracia e deverá focar em reformas estruturais como a da Previdência e Tributária apenas a partir de fevereiro, após o Congresso tomar posse.
Finalmente, do lado das empresas o noticiário foi bem leve, com apenas a Gol tendo anunciado aceleração do plano de renovação de frotas sem alterar o plano inicial de capacidade, o que deverá resultar em ganhos operacionais e desalavancagem acima das expectativas

Conteúdo na íntegra
Brasil
Secretário de Guedes enfatiza redução do Sistema S
- O secretário de Política Econômica do futuro Ministério da Economia, Adolfo Saschida, deu entrevista ao Valor Econômico e explicou a redução das alíquotas do Sistema S como uma das principais soluções para dinamizar o emprego no país;
- Segundo Saschida, uma das grandes vantagens da redução é o fato de não onerar as contas públicas, ao mesmo tempo que reduz o custo trabalhista. A arrecadação anual do Sistema S é de aproximadamente R$19 bilhões;
- Sobre Previdência, mostrou otimismo de que a reforma será aprovada e que o país deverá crescer mais do que os 2,5% previstos hoje pelo mercado.
Reformas estruturais virão em fevereiro, após desburocratização
- Segundo o Valor Econômico, o governo eleito de Jair Bolsonaro focará em reformas estruturais a partir de fevereiro. Durante o mês de janeiro, as medidas anunciadas terão como objetivo reduzir a burocracia e facilitar o dia a dia das pessoas e empresas;
- As principais reformas, como a da Previdência e tributária, dependem da aprovação do Congresso que toma posse em fevereiro. Desta forma, para estes assuntos Bolsonaro aposta na construção de um novo eixo de governabilidade;
- A partir de fevereiro, o ritmo de ação do governo se intensificará. Deverão ser aceleradas as privatizações e a abertura da economia, entre outras medidas que pretendem, na visão da nova equipe, transformar o Brasil.
Política Brasil: Família Bolsonaro
- Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro, concedeu entrevista pouco esclarecedora ontem;
- Tentou blindar a família Bolsonaro e justificou as faltas aos depoimentos por questões de saúde;
- Sobre as movimentações atípicas, disse que compra e revende carros, mas que deixaria mais detalhes apenas ao MP.
Internacional
Mercado dos EUA se recupera e tem melhor pregão em quase 10 anos
- As ações dos EUA tiveram seu melhor pregão em quase 10 anos, com o Dow Jones e a S&P recuperando + 5%, impulsionados principalmente pelos setores de consumo discricionário, tecnologia e energia (veja a seção sobre petróleo);
- Segundo notícias, a recuperação foi em parte atribuída a declarações de Kevin Hasset, que chefia o Conselho de Conselheiros Econômicos, de que o presidente Trump não tem intenção de demitir o presidente do Fed Jay Powell apesar de suas discordâncias com o ritmo das altas de juros;
- Além disso, de acordo com o Financial Times, parte da recuperação também foi atribuída ao reequilíbrio de fim de ano de portfólios de fundos de pensão, com analistas de mercado e oficiais do governo estimando entre US$ 60 bilhões e US$ 100 bilhões em compra de ações dessas instituições.
Petróleo se recupera em + 7,9% com menor tensão no mercado
- Somando-se à recuperação geral do mercado nos EUA ontem, os preços do Brent se recuperaram em + 7,9%, com os investidores reavaliando suas preocupações com a desaceleração da economia global;
- Ainda assim, não houve notícias específicas que levaram a tal recuperação da commodity além de uma declaração do ministro do petróleo da Rússia, Alexander Novak, de que a Opep e seus aliados estariam prontos para administrar o mercado a qualquer momento;
- Novak espera que o mercado de petróleo esteja estável na primeira metade 2019, mas os maiores produtores podem se reunir antes de sua reunião agendada em abril para avaliar as condições do mercado.
China: Lucro Industrial registra primeira queda em quase três anos
- De acordo com a NBS, o lucro de grandes empresas industriais da China registrou em novembro queda de -1,8% na comparação com o mesmo mês do ano anterior. Foi o primeiro recuo em quase três anos, devido em grande parte a uma desaceleração nas vendas;
- A última vez que o setor industrial chinês havia apresentado queda nos lucros foi em dezembro de 2015, quando o declínio anual foi de -4,7%;
- O avanço do lucro industrial da China tem perdido força nos últimos meses, em linha com a desaceleração nos principais indicadores econômicos do país e em meio ao conflito comercial com os EUA;
- As bolsas chinesas recuaram com o anúncio, na contramão de outras Bolsas asiáticas que seguiram o rally das ações visto nos EUA.
Empresas
Gol (GOLL4): Aceleração do plano de renovação de frota
- A Gol anunciou ontem aceleração do plano de renovação da frota via operação de sale and leaseback de 13 jatos Boeing 737-800, que serão removidos da frota de forma programada durante 2019-21, e substituídos simultaneamente pela chegada de aeronaves 737 MAX-8 (nova geração). Não há mudança na capacidade planejada;
- A venda das aeronaves reduzirá a dívida liquida em ~R$1,1 bi de acordo com a Gol. Até o 3T18 a alavancagem estava em 4,9x dívida líquida ajustada/EBITDAR, sendo a dívida líquida ajustada da companhia de R$ 13,6 bi. A empresa espera terminar 2023 com mais de 40% da frota composta por jatos de nova geração;
- O anúncio é positivo, e a concretização da substituição dos jatos, tudo mais constante, deverá resultar em ganhos operacionais acima das nossas expectativas já para os próximos dois anos.
Unidas (LCAM3): Aquisição da NTC Serviços, segmento de gestão de frotas
- A Unidas anunciou ontem a compra da NTC Serviços, empresa mineira de gestão de frotas. A empresa possui uma frota de ~4,5k veículos (~4% da frota total), e foi avaliada em R$ 90,09 mi;
- Considerando o EBITDA reportado de ~R$ 52 milhões (acumulado de 12 meses até junho de 2018), o múltiplo (passado) foi de 1,7x EV/EBITDA, abaixo do múltiplo negociado pela companhia. A compra será feita via troca de ações, com um ratio de ~0,076 ações da Unidas por cada ação da NTC, e emissão de ~1,38 mi de ações;
- A operação segue a estratégia da companhia de expandir tanto via crescimento orgânico como inorgânico no caso do segmento de gestão de frotas, conforme anunciado na última Reunião Anual com Analistas. A consumação da operação depende do aval do Cade. Reiteramos recomendação de compra, com preço alvo de R$ 38,00 por ação.

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