Tópicos do dia
Brasil

- Política Brasil: Reforma dá seu primeiro passo na Câmara
Internacional

- EUA e China: Sentimentos mistos sobre acordo de guerra comercial
- Dados na China ainda mostram fraqueza, mas sinais de estabilização
- Parlamento britânico decidirá hoje sobre extensão do Brexit
Empresas

- Petrobras (PETR4): Venda da TAG entra na fase final, companhia receberá novas propostas
- AES Tietê (TIET11): Aquisição de Alto Sertão volta ao radar, com possível follow-on
- BRF (BRFS3): Reestruturação do Food Service e previsão de crescimento de ‘dois dígitos’
COE News

- Paralização no Facebook, Instagram e WhatsApp
Resumo
Ibovespa bate 99 mil pontos
O Ibovespa quebrou os 99 mil pontos pela primeira vez na história ao longo do dia de ontem, com avanços no andamento da reforma da previdência e menor percepção de risco global.
Na China, os dados de construção e investimento em ativo fixo desapontaram, e a taxa de desemprego aumentou, o que levaram as bolsas na Ásia a cair (+-1%). Do lado positivo, os mesmos dados trouxeram alguns sinais de estabilização, e a expectativa é que as medidas de estímulo já em curso do governo Chinês levem a uma aceleração do crescimento nos próximos meses.
Em relação às negociações comerciais entre os EUA e a China, o encontro entre os presidentes Trump e Xi Jinping para finalizar o acordo deve ser realizado somente no final de abril, e fontes indicam que uma série de questões estruturais, como o tratamento da propriedade intelectual, ainda não estão resolvidas.
No Brasil, a reforma da Previdência deu seu primeiro passo na Câmara com a eleição de Felipe Francischini (PSL-PR) como presidente da Comissão de Constituição e Justiça, colegiado em que começa a tramitação da PEC.
Segundo o Valor, o texto já tem votos para ser aprovado na comissão. O início das atividades da CCJ só acontece, de fato, na semana que vem, depois do envio do projeto de lei que trata dos militares. O trabalho do governo será para concluir a votação ainda em março.
A produção industrial de janeiro no Brasil surpreendeu para baixo ontem, caindo -0,8% mês contra mês, contra expectativa de -0,1%. Como a Zeina, nossa economista-chefe, tem ressaltado, o crescimento deve acelerar, mas em compasso mais gradual do que o mercado espera, enquanto que juros podem ficar baixos por mais tempo.
Estimamos um crescimento do PIB de 2% para 2019, com risco de que seja um pouco mais baixo. O consenso já caiu de 2,5% um mês atrás para 2,28% na última pesquisa Focus do Banco Central. Em relação à Selic, a expectativa do mercado é de manutenção em 6,5% até o final do ano, subindo para 8% em 2020.
Do lado das empresas, em relação à Petrobras, notícias apontam que a venda de 90% da TAG entrou na fase final, e outros consórcios devem competir com a Engie pelo ativo. Vemos uma maior competição pelo ativo como positiva para a Petrobras, podendo elevar o ganho potencial de R$1,5-R$1,7/ação implícito no lance da Engie na primeira fase.
Por fim, segundo o Valor, a AES Tietê retomou as discussões com a Cemig para adquirir o complexo Alto Sertão III da Renova Energia, e pode anunciar uma oferta primária de ações (follow-on) para financiar a transação. Apesar do risco técnico, os veiculados até o momento sobre a transação implicam em retornos muito atrativos para a empresa, com aumento de 21% do lucro, e por isso reiteramos a recomendação de compra.

Conteúdo na íntegra
Brasil
Política Brasil: Reforma dá seu primeiro passo na Câmara
- A reforma da Previdência deu seu primeiro passo na Câmara com a eleição de Felipe Francischini (PSL-PR) como presidente da Comissão de Constituição e Justiça, colegiado em que começa a tramitação da PEC. Segundo levantamento do jornal Valor, o texto já tem votos para ser aprovado na comissão;
- O início das atividades da CCJ só acontece, de fato, na semana que vem, depois do envio do projeto de lei que trata dos militares. O trabalho do governo será para concluir a votação ainda em março;
- Jair Bolsonaro promoveu ontem outro café da manhã com jornalistas – desta vez, incluindo representantes de grandes veículos. Entre vários assuntos, reafirmou que a reforma da Previdência deve ser aprovada por Câmara e Senado ainda no primeiro semestre, mencionou esforço de articulação e reconheceu que “alguma coisa vai ser mexida” no texto, mas fez o alerta de que, se a desidratação for excessiva, o cenário negativo para a economia permanece.
Internacional
EUA e China: Sentimentos mistos sobre acordo de guerra comercial
- De acordo com a Bloomberg, três pessoas familiarizadas com o assunto disseram que apesar das alegações de progresso nas negociações comerciais, uma reunião entre o presidente Donald Trump e o presidente Xi Jinping para assinar um acordo com o objetivo de encerrar a guerra comercial não ocorrerá este mês e é mais provável que aconteça em abril;
- O representante de Comércio dos EUA, Robert Lighthizer, apontou esta semana aos poucos sinais de avanço nos assuntos mais difíceis, ainda não resolvidos nas negociações, incluindo o tratamento da propriedade intelectual. As autoridades chinesas estão receosas com a possiblidade de um acordo unilateral e com o risco de Trump desistir de um acordo, mesmo que Xi viaje para os EUA;
- O próprio Trump mudou o tom nos últimos dias, voltando de uma abordagem mais urgente para conseguir um acordo assinado em março. Ele reconheceu preocupações em Pequim sobre a possibilidade de ele abandonar um acordo comercial, oferecendo-se para uma cúpula com Xi até que um acordo final seja alcançado. “Poderíamos fazer isso de qualquer forma”, disse Trump a repórteres na quarta-feira na Casa Branca. “Podemos concluir o negócio e entrar e assinar ou podemos negociar alguns dos pontos finais. Eu preferiria isso. Mas isso não importa muito”.
Dados na China ainda mostram fraqueza, mas sinais de estabilização
- Dados na China de construção e investimento em ativo fixo desapontaram, e a taxa de desemprego aumentou de 4,9% em Dezembro 2018 para 5,3% em Fevereiro;
- Apesar do crescimento no investimento em construção, potencialmente pelo acúmulo de fortes vendas de terras no 2S18, vendas de imóveis, terrenos e construção foram fracas em Jan-Fev. O investimento em ativo fixo desacelerou para 5,9% em Jan-Fev, vs 11,6% no 4T18, seguindo crescimento mais fraco das exportações;
- Do lado positivo, os mesmos dados trouxeram alguns sinais de estabilização como o investimento em transporte crescendo 7,5% em Jan-Fev após queda em Dezembro e +5,6% no 4T18. Além disso, as vendas no varejo cresceram 7,1% em Jan-Fev, vs 6% no 4T18. A expectativa é que as medidas de estímulo já em curso do governo Chinês levem a uma aceleração do crescimento nos próximos meses.
Parlamento britânico decidirá hoje sobre extensão do Brexit
- Ontem, o Parlamento britânico rejeitou o acordo Theresa May para o Brexit pela segunda vez. A mesma casa votará hoje sobre a possibilidade de atrasar o Brexit para além de 29 de março;
- Se o atraso for aprovado, May negociará a extensão com os líderes da UE, que deverão aceitá-lo. No entanto, o período de extensão deve ser limitado a três meses e a primeira-ministra terá que dar detalhes sobre seus planos para novo prazo;
- Apesar da provável possibilidade de May ganhar algum tempo para ratificar seu acordo Brexit e tentar persuadir os membros mais pró-Brexit do Parlamento a reverter sua oposição, as incertezas que cercam o resultado do impasse ainda são muito significativas.
Empresas
Petrobras (PETR4): Venda da TAG entra na fase final, companhia receberá novas propostas
- A venda pela Petrobras de 90% da Transportadora Associada de Gás (TAG) entrou em sua fase final, na qual a empresa abrirá os termos do contrato negociado com a Engie na primeira fase e investidores que já haviam feito propostas no passado poderão refazer seus lances, obedecendo à sistemática do Tribunal de Contas da União;
- Segundo fontes, o valor proposto no lance da Engie teria ficado entre US$8bi e US$9bi, implicando em um ganho entre R$1,5 e R$1,7 por ação. A partir de agora, outros participantes do certame podem apresentar contrapropostas, como os consórcios EIG Global Partners-Mubadala e Itausa-Macquarie, segundo a Bloomberg;
- Vemos uma competição pelos ativos de transporte de gás natural da Petrobras como positiva, apenas melhorando o perfil de risco-retorno das ações, e reiteramos a recomendação de compra.
AES Tietê (TIET11): Aquisição de Alto Sertão volta ao radar, com possível follow-on
- Segundo o Valor, a AES Tietê retomou as discussões com a Cemig para adquirir o complexo Alto Sertão III da Renova Energia, e pode anunciar uma oferta primária de ações (follow-on) para financiar a transação. Espera-se visibilidade sobre a aquisição até sexta-feira, e o aumento de capital poderia ser entre R$1,5 bilhão e R$2 bilhões;
- Fontes apontam que a primeira proposta da TIET apresentada em dezembro seria de R$1,6 bilhão, condição na qual a empresa obteria taxas de retorno reais entre 12,8% e 13,8%, o que consideramos muito atrativo, com ganhos entre R$0,4 e R$0,6/unidade;
- Apesar de uma oferta de ações poder impactar negativamente a performance da TIET11, vemos isso apenas como um risco técnico e temporário, que não prejudica os fundamentos da companhia. Se a transação fosse concluída, estimamos um aumento de 17% do EBITDA e de 21% do lucro da companhia. Assim sendo, reiteramos a nossa recomendação de compra com preço-alvo de R$15/unidade.
BRF (BRFS3): reestruturação do Food Service e previsão de crescimento de ‘dois dígitos’
- Em entrevista ao Valor Econômico, Gerson Mantovani, responsável pela reestruturação da área de Food Service da BRF, que consiste em produtos vendidos para prestadores de serviços de alimentação como restaurantes, hotéis e padarias, afirmou que a empresa reestruturou a operação, o que permitirá um crescimento de dois dígitos nos próximos anos;
- Segundo ele, esse crescimento será baseado em aumento de distribuição, com vendedores e caminhões específicos para ampliar o número de clientes. Além disso, a BRF também lançará novos produtos para o Food Service, já em 2019;
- Em geral, produtos voltados para o Food Service oferecem maior rentabilidade, o que tende a ajudar a companhia na meta de recuperação de sua margem de lucro. Além disso, se a BRF cumprir o objetivo de crescer dois dígitos já em 2019, o faturamento da área pode atingir R$ 2,5 bilhões.
CSN pode ser obrigada a vender fatia da Usiminas até Abril
- Segundo o Estadão, a CSN pode ser obrigada a vender sua fatia da Usiminas até Abril, data limite estabelecida pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) em 2014;
- De acordo com a notícia, um pedido de prorrogação foi feito pela CSN em março do ano passado, quando a empresa pediu pelo menos mais seis meses para se desfazer dos papéis, o que estenderia o prazo até outubro deste ano. O Cade está dividido e deve se pronunciar nas próximas semanas – parte é contrária à prorrogação, enquanto outros defendem um novo prazo mais curto que os seis meses pedidos pela CSN;
- Em sua última divulgação de resultados, a CSN reiterou que espera captar R$ 3 bilhões com a venda de ativos neste ano, o que inclui ações preferenciais na Usiminas. A notícia pode pesar na performance das ações da Usiminas. Lembrando que a CSN detém 20% das ações preferenciais da empresa e 15% das ações ordinárias.
COE News
Paralização no Facebook, Instagram e WhatsApp
- As plataformas do Facebook, Instagram e WhatsApp ficaram inacessíveis para milhões de usuários ao longo desta quarta e quinta-feira. A própria gigante de mídias sociais informou que esta foi uma das maiores interrupções nos últimos anos, com aproximadamente 11 horas de paralização e foco nas américas;
- A paralisação pode forçar a empresa a reembolsar parte dos anunciantes, em meio a outros problemas de imagem como o suposto vazamento de dados de seus usuários;
- Após críticas de “influencers” no Twitter, dirigentes do Facebook anunciaram que não identificaram uma causa em específico, mas que não há relação com ataques cibernéticos.

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