Tópicos do dia
Brasil
- Política Brasil: Partidos do centro chegaram em acordo para votar a MP 870
Empresas
- CSN (CSNA3): Negociação de contrato de minério com chinesas Citic e Minmetals
- Setor Aéreo: MP do Capital Estrangeiro aprovada na Câmara e seguirá para o Senado hoje; Avianca se manifesta sobre proposta da Azul
- BRF (BRFS3): Potencial venda de participação minoritária de ativos no Oriente Médio
- JPM: Investidores aprovam pacote de remuneração paga a James Dimon
Resumo
Disputa comercial EUA-China e respiro do Ibovespa
Mercados globais operam de lado nesta manhã de quarta-feira, com a percepção de risco ainda elevada, em meio a novas preocupações sobre a disputa comercial entre EUA e China.
Após alívio com a diminuição temporária das restrições comerciais impostas pelos EUA à chinesa Huawei, relatos de que a Casa Branca considera sanções adicionais à outras empresas de tecnologia chinesas gerou preocupação.
No Brasil, ontem o Ibovespa continuou o movimento positivo do início da semana e fechou em alta de 2,76%, após forte realização nos dias anteriores e impulsionado por avanços do Congresso com a aprovação de medidas provisórias.
Rodrigo Maia rompeu publicamente com o líder do governo na Câmara, Major Vitor Hugo, mas para evitar desgaste durante protestos deste domingo (26), os partidos de centro chegaram a acordo para votar a MP 870, da reorganização administrativa. Devem tirar o COAF de Moro, mas decidiram não recriar os ministérios da Integração e das Cidades. Ontem a Câmara votou MP que libera capital estrangeiro em empresas aéreas.
Sob aconselhamento da ala moderada do governo, em especial os militares, o presidente Jair Bolsonaro decidiu não participar dos protestos e pediu que os ministros façam o mesmo. A decisão contrariou a ala mais ideológica do governo. Além disso, o PSL também decidiu que a legenda não apoiará institucionalmente as manifestações de apoio ao governo.
Do lado das empresas, ontem as ações dos frigoríficos tiveram forte queda, seguindo realização, preocupação sobre o real impacto da queda do rebanho de porcos na China com a peste suína africana e preço de grãos. Mantemos visão positiva para as empresas, seguindo expectativa de resultados sustentados pelo aumento do preço das proteínas.
Do lado positivo, as ações da CSN subiram 8% após notícia de potencial contrato para venda antecipada de minério de ferro. Mantemos Compra.
Por fim, no setor de saneamento, a Medida Provisória 868 (que institui o novo Marco Regulatório do Saneamento Básico) está emperrada na Câmara dos Deputados em virtude de voto contrário da oposição, resistência de governadores e prazo apertado para votação na Câmara e Senado antes do prazo de validade de 3 de junho.
Conteúdo na íntegra
Brasil
Política Brasil: Partidos do centro chegaram em acordo para votar a MP 870
- Rodrigo Maia rompe publicamente com o líder do governo na Câmara, Major Vitor Hugo, mas para evitar desgaste durante protestos deste domingo (26), os partidos de centro chegaram a acordo para votar a MP 870, da reorganização administrativa. Devem tirar o COAF de Moro, mas decidiram não recriar os ministérios da Integração e das Cidades. Ontem a Câmara votou MP que libera capital estrangeiro em empresas aéreas;
- Sob aconselhamento da ala moderada do governo, em especial os militares, o presidente Jair Bolsonaro decidiu não participar dos protestos e pediu que os ministros façam o mesmo. A decisão foi contra o que queria a ala ideológica;
- Reforma tributária proposta pelo legislativo deve ser aprovada hoje na CCJ da Câmara, o primeiro passo na tramitação da PEC. Se aprovado, o texto, que não teve contribuição do Planalto, seguirá para a comissão especial a ser criada para debate de mérito.
Empresas
CSN (CSNA3): Negociação de contrato de minério com chinesas Citic e Minmetals
- De acordo com o Valor Econômico, a CSN está em negociação com duas empresas chinesas, Citic e China Minmetals, para a venda antecipada do fluxo futuro de minério de ferro;
- Operação conhecida como “streaming”, esse contrato de venda antecipada pode levantar US$500mi nessa primeira etapa, sendo parte do plano da CSN de levantar US$1bi ao todo;
- O contrato faz parte do plano de desalavancagem da empresa, que tem como meta terminar 2019 em 3x Dívida líquida/EBITDA, vs. 4x no 1T19. Além dessa operação, a CSN negocia (1) contrato adicional de streaming com a Glencore (US$250mi), além do já concluído em fevereiro (US$500mi) e (2) venda de ativos na Alemanha (SWT), que está em estágio avançado de negociação;
- Com a notícia, as ações da CSN fecharam com alta de 8% ontem. Mantemos Compra, com preço-alvo de R$18,50/ação.
Setor Aéreo: MP do Capital Estrangeiro aprovada na Câmara e seguirá para o Senado hoje; Avianca se manifesta sobre proposta da Azul
- O plenário da Câmara dos Deputados aprovou ontem à noite a MP que autoriza a participação de até 100% de capital estrangeiro em companhias aéreas brasileiras. O texto também inclui a proibição da cobrança por bagagens, que não estava embutido antes;
- A MP ainda precisa ser votada pelo Senado antes de virar lei, e perde sua validade hoje (22);
- Sobre o plano de recuperação, de acordo com o Valor, a Avianca Brasil afirmou à Justiça que a proposta da Azul para constituir e vender uma única UPI é inviável sem a existência de um plano de recuperação apreciado e aprovado pelos credores;
- Além disso, o tribunal de justiça de SP julgará dia 10 de junho a liminar obtida pela Swissport, que suspendeu o leilão das 7 UPIs (plano proposto pelo Elliott e aprovado pelos credores).
BRF (BRFS3): Potencial venda de participação minoritária de ativos no Oriente Médio
- Segundo o Valor Econômico, em busca de sócios para ingressar no mercado de carne de frango da Arábia Saudita, a BRF avalia vender uma participação minoritária (30-35%) de alguns de seus ativos no Oriente Médio, buscando associar-se com um parceiro. De acordo com a notícia, a empresa pode envolver os negócios de distribuição que possui na região e a fábrica de alimentos que detém em Abu Dhabi, podendo conseguir um valor até maior do que os R$1,3bi obtidos com a venda à Tyson Foods dos ativos na Tailândia e Europa;
- Atualmente, o país é o segundo maior importador do frango produzido no Brasil. Em 2018, as operações de frango halal (voltados ao mercado muçulmano) representaram 32% do EBITDA total da BRF. Como forma de reduzir as importações e estimular a produção local de aves, o Estado saudita aplicou diversas restrições contra a carne de frango importada do Brasil nos últimos anos. Nesse cenário, a BRF já admitiu que precisa de um parceiro no país para produzir frango e evitar a perda de um de seus principais mercados. O objetivo da Arábia Saudita é produzir localmente cerca de 60% da demanda por frango até 2030;
- Caso confirmado, vemos o anúncio como positivo, à medida que acelera o processo de redução do endividamento e abre caminho para a BRF se estabelecer no país como uma criadora e processadora de frango, e não apenas uma exportadora.
Saneamento: Votação da MP 868 enfrenta obstáculos na Câmara
- Segundo o Valor Econômico, a MP 868 (que instituí o novo Marco Regulatório do Saneamento Básico) está emperrada na Câmara dos Deputados em virtude de voto contrário da oposição, resistência de governadores e prazo apertado para votação na Câmara e Senado antes do prazo de validade de 3 de junho;
- Segundo a líder do governo no Congresso Joice Hasselmann (PSL-SP), caso não seja possível aprovar a MP antes de sua expiração, o governo submeterá um projeto de lei sobre o assunto, embora ainda não haja consenso se o mesmo tramitará em regime de urgência;
- A notícia menciona que foi marcada sessão na próxima segunda-feira (27) para votar a MP 868 e outras 8 medidas provisórias que perderão a validade. Partidos de centro defendem a votação da proposta ante a apresentação de um projeto de lei, cuja complexidade é maior. Entretanto, governadores e a equipe econômica ainda discordam sobre a extinção do contrato de programa entre empresas estaduais e municípios. Incertezas quanto à tramitação da MP 868 devem ter impacto sobre SBSP3 (Sabesp) e CSMG3 (Copasa), candidatas à privatização em caso de aprovação do novo marco legal.
COE News
JPM: Investidores aprovam pacote de remuneração paga a James Dimon
- Em reunião anual do banco dirigida nesta semana, investidores do JPM votaram para aprovar o pacote de remuneração que será paga ao presidente-executivo, James Dimon;
- Tais investidores, detentores de quase 72% das ações do grupo, votaram a favor da aprovação, de acordo com uma contagem preliminar de um pouco acima do limite de 70%;
- Dimon ganhou um total de US$ 31 milhões em 2018, acima dos US$ 29,5 milhões pagos em 2017. Embora o grupo de principais investidores não tenha se oposto ao valor pago à Dimon e outros grandes executivos, criticou o banco por não fornecer clareza suficiente sobre os critérios de remuneração a executivos.
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