Tópicos do dia
Brasil

- Política Brasil: Manifestações pró-governo geram tensão na base de apoio do presidente
Internacional

- Trump adia restrições à Huawei por 3 meses
Empresas

- Shoppings: Iniciamos Iguatemi com Compra e Multiplan com Neutro; Mantemos brMalls em Compra
- Vale (VALE3): Risco de colapso da barragem é de 15%
- Frigoríficos: Acordo entre EUA e Japão para compra de carne bovina impulsiona as ações da Marfrig e JBS
Resumo
Bolsonaro, a reforma e início de cobertura de shoppings
Futuros nos EUA em leve alta nesta manhã após sessão mista na Ásia, com incertezas em relação à disputa comercial ainda dominando os mercados e mostrando poucos sinais de melhora.
O mercado americano reagiu positivamente depois que Washington diminuiu temporariamente as restrições comerciais impostas na semana passada à Huawei, gigante chinesa de tecnologia, permitindo que a empresa compre produtos fabricados nos EUA para manter as redes existentes e forneça atualizações de software para os aparelhos até o dia 19 de agosto.
No Brasil, a adesão (ou não) de partidos e movimentos às manifestações pró-governo no dia 26 tem gerado tensão na base de apoio de Jair Bolsonaro. Aliados do presidente que se colocaram publicamente contra os atos viraram alvo dos demais apoiadores. A capacidade de mobilização popular do presidente virou agora um teste auto imposto.
O encontro entre Paulo Guedes e Samuel Moreira, relator da reforma da previdência, rendeu declarações positivas. O ministro da Economia se disse confiante no trabalho do relator, do Congresso e de que a economia gerada pela reforma ficará em torno de R$ 1 trilhão.
Do lado das empresas, iniciamos nossa cobertura de Iguatemi (IGTA3) com recomendação de Compra e preço-alvo de R$ 45,2/ação, com base em (i) valuation atrativo e (ii) nossa expectativa de recuperação sequencial dos indicadores operacionais. Quanto à Multiplan (MULT3), iniciamos com recomendação neutra e preço-alvo de R$ 26,2/ação.
Mantemos recomendação de compra para brMalls (BRML3) e revisamos o preço-alvo para R$ 14,4/ação após incorporarmos os últimos resultados. Acreditamos que o descolamento recente do setor tenha aberto uma oportunidade, e classificamos IGTA como nosso veículo preferido nesse contexto, seguido por BRML.
Por fim, o preço de celulose de fibra curta teve queda novamente essa semana, recuando US$4,1/t, para US$663,7/t, queda de US$24,8/t contra o mês anterior. A falta de força na retomada dos preços de celulose deve continuar pesando no desempenho das ações da Suzano e da Klabin hoje.

Conteúdo na íntegra
Brasil
Política Brasil: Manifestações pró-governo geram tensão na base de apoio do presidente
- Adesão (ou não) de partidos e movimentos às manifestações pró-governo no dia 26 tem gerado tensão na base de apoio de Jair Bolsonaro. Aliados do presidente que se colocaram publicamente contra os atos viraram alvo dos demais apoiadores. A capacidade de mobilização popular do presidente virou agora um teste auto imposto;
- O encontro entre Paulo Guedes e Samuel Moreira, relator da reforma da previdência, rendeu declarações positivas. O ministro da Economia se disse confiante no trabalho do relator, do Congresso e de que a economia gerada pela reforma ficará em torno de R$ 1 trilhão.
Internacional
Trump adia restrições à Huawei por 3 meses
- O governo Trump emitiu uma licença temporária que permitirá que as empresas dos EUA continuem fazendo negócios com a empresa chinesa de telecomunicações Huawei pelos próximos 3 meses. De acordo com o secretário de Comércio dos EUA, o adiamento visa dar tempo para que operadores reduzam sua dependência de equipamentos da empresa, e o governo avaliará se estenderá a permissão por mais tempo;
- A decisão é um alívio parcial no contexto de tensões comerciais entre EUA e China, após a decisão da semana passada de colocar a Huawei na lista negra de exportações, que exige de empresas americanas que transacionam com a Huawei uma licença especial do governo sob presunção de negação praticamente automática;
- O fundador da Huawei, Ren Zhengfei, afirmou que a licença “não significa muito”, já que a empresa já estava se preparando para restrições dos EUA, e alertou que os americanos estão subestimando a empresa.
Empresas
Shoppings: Iniciamos Iguatemi com Compra e Multiplan com Neutro; Mantemos brMalls em Compra
- Iniciamos nossa cobertura de Iguatemi (IGTA3) com recomendação de Compra e preço-alvo de R$ 45,2/ação, com base (i) no valuation atrativo e (ii) em nossa expectativa de recuperação sequencial dos indicadores operacionais. Quanto à Multiplan (MULT3), iniciaremos com recomendação neutra e preço-alvo de R$ 26,2/ação. Embora nossas perspectivas para a empresa também sejam construtivas, a base de comparação mais forte (em função de um portfólio mais premium) e o prêmio de valuation conferem potencial de valorização relativamente menor para os papéis em nossa visão. Por fim, mantemos recomendação de Compra para brMalls (BRML3) e revisamos o preço-alvo para R$ 14,4/ação após incorporarmos os últimos resultados;
- As ações de shoppings performaram cerca de 15 p.p. abaixo do Ibovespa desde o início do ano, mesmo com uma compressão de quase 0,3 p.p. na curva longa de juros. Isso foi em parte consequência da perspectiva de uma retomada econômica mais lenta que a inicialmente prevista, em conjunto com vendas ainda tímidas nos shoppings no 1T19. Acreditamos que esse descolamento recente tenha aberto uma oportunidade, e classificamos IGTA como nosso veículo preferido nesse contexto, seguido por BRML;
- Nossa visão positiva para o setor de shoppings no Brasil tem como base (i) a recuperação da atividade e das vendas do varejo, permitindo gradual redução nos descontos concedidos aos lojistas nos contratos de aluguel e crescimento do aluguel percentual (% das vendas das lojas), (ii) a penetração ainda baixa das vendas em shoppings como percentual das vendas do varejo, e (iii) a eficiente adaptação dos shoppings brasileiros à mudança estrutural nos hábitos dos consumidores, via ajuste no mix de lojistas e crescentes investimentos em tecnologia, aplicativos e plataformas. Na esfera macroeconômica, no entanto, destacamos que os sinais de recuperação ainda são incipientes, o que nos leva a acreditar que o processo pode demorar mais do que o previsto inicialmente. Para o relatório completo, basta clicar nesse link.
Vale (VALE3): Risco de colapso da barragem é de 15%
- Segundo o secretário estadual de Meio Ambiente, Germano Vieira, o rompimento do talude da barragem da Vale em Barão de Cocais (MG) é “inevitável” e caso se rompa, o risco de toda a barragem colapsar é de 15%;
- Em nota, a Vale ressaltou que não há elementos técnicos até o momento para se afirmar que o eventual escorregamento do talude norte da cava da mina Gongo Soco desencadeará gatilho para ruptura da barragem Sul Superior da mina, desativada desde 2016. Apesar disso, diversas medidas têm sido tomadas, visando reduzir os potenciais impactos no caso de uma ruptura;
- Reiteramos que apesar do risco humano ser baixo em caso de rompimento e de não haver impacto para produção, a situação gera incerteza quanto à segurança de barragens e quanto a negociações em relação aos litígios coletivos / ambientais, ainda em aberto com o MP. Mantemos recomendação de Compra, mas reconhecemos que a percepção de risco deve se manter elevada no curto prazo.
Frigoríficos: Acordo entre EUA e Japão para compra de carne bovina impulsiona as ações da Marfrig e JBS
- Conforme destacamos ontem, o anúncio do acordo firmado entre EUA e Japão, que permitirá a retomada das exportações americanas de carne bovina ao país asiático, impulsionou as ações da Marfrig e JBS;
- Apesar da Marfrig já ser a maior exportadora de carne resfriada para o Japão, com o país asiático representando 5% da receita total da empresa em 2018, a notícia é positiva e impulsionou as ações ontem, que subiram 6,37% (vs. JBS +1,87% ontem, acumulando alta de +103,4%);
- Além disso, na nossa visão, as ações da Marfrig negociam a desconto em 3,5x EV/EBITDA 2019, atrativo em nossa visão, o que corrobora a alta de ontem. Mantemos Compra.

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