IBOVESPA -1,66% | 94.377 Pontos
CÂMBIO -3,61% | 5,35/USD
O que pode impactar o mercado hoje
O Ibovespa fechou em queda de 1,66% ontem, seguindo o movimento das Bolsas internacionais, que tiveram quedas de 2-3% devido a preocupações em relação ao aumento de casos de Coronavírus nos EUA. O Dólar comercial teve forte alta, subindo 3,75% e fechando em 5,34. A curva DI futuro terminou o dia em alta, puxada pela aversão a risco nos mercados e a alta do dólar. Nos vencimentos mais longos, pudemos observar efeito mais forte, o que refletiu também as preocupações fiscais com o país.DI jan/21 abriu 2 bps para 2,05%; DI jan/23 foi a 4,19% contra 4,11% no dia anterior e; DI jan/25 fechou o dia em 5,93% contra 5,81% no último fechamento.
Nesta manhã, mercados internacionais se estabilizam depois da queda acentuada de ontem. Índices na Europa operam com alta de +0,19% e com queda de -0,27% para os índices futuros nos EUA.
Do lado econômico, dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Covid (Pnad Covid) mostram que o distanciamento social provocado pela pandemia do novo coronavírus deixou 9,7 milhões de trabalhadores sem remuneração em maio de 2020, o que corresponde a 51,3% das 19 milhões de pessoas que estavam afastadas de seus trabalhos e a 11,7% da população ocupada do país (84,4 milhões no mês). De acordo com a pesquisa, 15,7 milhões de pessoas estavam afastadas do trabalho devido às medidas de distanciamento social.
A agenda de indicadores e eventos do dia traz como destaques a divulgação do Relatório Trimestral de Inflação (RTI) e do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15). O presidente do BC, Roberto Campos, e o diretor de Política Econômica, Fabio Kanczuk, darão entrevista coletiva para falar sobre o RTI. No fim do dia, o Conselho Monetário Nacional (CMN) se reúne para possivelmente deliberar a respeito da meta de inflação de 2023. No exterior, o Banco Central Europeu (BCE) divulgará a ata da mais recente reunião de política monetária e os Estados Unidos divulgarão a terceira leitura do PIB do primeiro trimestre de 2020.
O Senado aprovou o Novo Marco do Saneamento (Projeto de Lei 4162/2019) por 65 votos a favor e 13 contra. Nenhuma alteração foi feita no mérito do texto e, como resultado, o projeto agora seguirá para a sanção presidencial. O Presidente da República tem 15 dias para apresentar possíveis vetos à lei. Apesar de ser um marco histórico para o setor, temos uma avaliação negativa do acordo realizado para vetar um artigo da lei referente à dispensa de anuência de municípios em caso de processos de privatização.
Na opinião dos nossos analistas, a remoção deste mecanismo do Novo Marco elevará de maneira significativa a complexidade de potenciais processos de privatização da Sabesp (Neutro, com 374 municípios) e Copasa (Venda com 641 municípios). Soma-se a isso o fato de que vários contratos de programa e leis municipais associadas contém dispositivos afirmando a nulidade dos convênios entre empresas e municípios em caso de privatização, conforme afirmamos em relatório recente sobre potenciais desafios em processos de privatização de empresas de saneamento. Na nossa visão, o veto ao artigo que dispensa a anuência dos municípios coloca este risco ainda mais em evidência. Temos recomendação de Compra nas ações da Sanepar, Neutra para Sabesp e Venda para as ações da Copasa.
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Internacional
Empresas
- Novo Marco do Saneamento é aprovado, mas atenção aos vetos
- Engie Brasil (EGIE3): Análise dos resultados do 1T20
- Porto Seguro (PSSA3): Anúncio de JCP
- Klabin (KLBN11): Venda da unidade de papel para embalagens. Neutro
- Cemig (CMIG4): Aumento de tarifas da Cemig-D pode ser compensado por abatimento fiscal
- Sanepar (SAPR11): Cobrança de faturas de clientes da Tarifa Social é adiada por 90 dias
Veja todos os detalhes
Empresas
Novo Marco do Saneamento é aprovado, mas atenção aos vetos
- O Senado aprovou o Novo Marco do Saneamento (Projeto de Lei 4162/2019) por 65 votos a favor e 13 contra. Nenhuma alteração foi feita no mérito do texto e, como resultado, o projeto agora seguirá para a sanção presidencial. O Presidente da República tem 15 dias para apresentar possíveis vetos à lei;
- Consideramos a aprovação do Novo Marco do Saneamento como um momento histórico para o setor, pois deverá permitir um ciclo de investimentos de centenas de bilhões de reais em saneamento e possibilitar que o Brasil possa avançar em métricas de cobertura de água e esgoto;
- Dito isto, temos uma avaliação negativa a um acordo realizado para vetar o Artigo 14, parágrafo 1. Na nossa opinião, a remoção deste mecanismo do Novo Marco impactará negativamente potenciais processos futuros de privatização de empresas estatais de saneamento. Este ponto é de grande importância para Sabesp (Neutro) e Copasa (Venda). Confira mais detalhes no nosso relatório completo.
Engie Brasil (EGIE3): Análise dos resultados do 1T20
- A Engie Brasil divulgou um Lucro Líquido do 1T20 de R$512,0 milhões, ligeiramente abaixo da nossa estimativa de R$599,7 milhões e do consenso de mercado, em R$615,4 milhões. O EBITDA ajustado foi de R$1.225,5 milhões, abaixo da nossa estimativa de R$1.299,5 milhões;
- O resultado refletiu uma margem de contribuição menor do que a esperada (-5,8%), refletindo um menor resultado nas atividades de compra a venda de energia com a queda dos preços de energia no mercado de curto prazo (spot) e maiores custos com materiais e serviços do que o que esperávamos. Indo para a linha do Lucro Líquido, o menor lucro do que o esperado também refletiu uma maior despesa financeira líquida frente às nossas expectativas, o que foi parcialmente compensado por um maior resultado de participação minoritária na TAG (rede de gasodutos);
- Temos uma avaliação de neutra a ligeiramente negativa dos resultados do 1T20 da Engie, tendo em vista que o EBITDA registrado pela empresa no período ficou levemente abaixo das nossas expectativas. Mantemos nossa recomendação Neutra na Engie Brasil, com preço-alvo de R$ 40/ação. Não obstante a qualidade da gestão da empresa, vemos as ações como precificadas, principalmente levando em consideração a elevada exposição da companhia ao segmento de mercado livre de geração de energia (exposição de 53% em 2020-21), o qual pode apresentar riscos potenciais de revisões e renegociações no curto prazo como resultado dos impactos da pandemia da COVID-19 em seu portfólio de clientes.
Porto Seguro (PSSA3): Anúncio de JCP
- A empresa anunciou o pagamento no valor de R$ 192 milhões em JCP ontem (24);
- Se anualizado o valor total já distribuído em 2020, corresponderia a um dividend yield de 4,5%.
Klabin (KLBN11): Venda da unidade de papel para embalagens. Neutro
- A Klabin anunciou a venda da unidade de papel para embalagens localizada na cidade de Nova Campina – SP ao Grupo Klingele por R$196 milhões. Se trata de um dos ativos adquiridos da International Paper (IP) em março de 2020 e tem capacidade nominal de 162 mil toneladas de kraftliner por ano;
- A transação está sujeita à aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) da aquisição dos ativos da IP;
- A empresa reforçou a estratégia de foco em embalagens – papelão ondulado e papel reciclado – e a integração desses ativos ao portfólio da Klabin;
- Mantemos nossa recomendação de Compra para Klabin (preço-alvo de R$22/ação).
Cemig (CMIG4): Aumento de tarifas da Cemig-D pode ser compensado por abatimento fiscal
- Segundo o Broadcast, a ANEEL deve julgar hoje (25 de junho) em reunião extraordinária processo referente ao abatimento do reajuste tarifário da Cemig do montante de PIS/COFINS pago a mais por consumidores entre 2008 e 2011. A questão se refere ao questionamento feito pela Cemig (e várias outras empresas de distribuição de energia, como Equatorial e Light) sobre a inclusão do ICMS na base de cálculo do PIS/COFINS, o que teria configurado um caso de bitributação;
- A Cemig conseguiu vencer o processo ano passado, e parte dos valores pagos por consumidores neste período foi depositado pela Cemig em uma conta judicial. Em fato relevante de fevereiro de 2020, a Cemig informou que suas subsidiárias Cemig D e Cemig GT reverteram os valores depositados em conta judicial, tendo em vista que o processo já havia transitado em julgado. Ao todo, a Cemig recebeu depósitos judiciais no montante atualizado de R$1,38 bilhão, dos quais aproximadamente R$600 milhões têm efeito caixa, de acordo com a teleconferência de resultados da empresa no 4T19;
- Se a Cemig tiver que reverter a consumidores os valores referentes aos créditos de PIS/COFINS, será uma notícia negativa para a empresa e para outras empresas de distribuição que obtiveram sucesso em pleitos similares (como Equatorial e Light). Por um lado, a motivação da ANEEL faz sentido uma vez que o prejuízo pela bitributação no passado foi dos consumidores, totalmente repassado pelas distribuidoras de energia. Por outro lado, o repasse integral da compensação tributária em consumidores nas tarifas sem uma taxa de sucesso para as empresas por pleitearem e vencerem a questão na justiça retira incentivos das empresas para causas similares no futuro. De todo modo, o acontecimento se soma à nossa visão negativa para o setor de distribuição de energia como um todo. Esperamos reação negativa para as ações da Cemig, na qual temos recomendação Neutra com preço-alvo de R$11/ação.
Sanepar (SAPR11): Cobrança de faturas de clientes da Tarifa Social é adiada por 90 dias
- Ontem, via fato relevante, a Sanepar informou que em continuidade ao enfrentamento da pandemia do COVID-19, fica prorrogada a cobrança de contas de água e esgoto para os clientes cadastrados na Tarifa Social, pelo período de 90 dias, a partir de 23 de junho;
- Além disso, a companhia esclareceu que a forma de equacionamento do referido adiamento seguirá as regras comerciais da companhia, inclusive com a possibilidade de parcelamento pelos clientes. O valor mensal faturado na categoria Tarifa Social é da ordem de R$ 2,8 milhões ao mês;
- A notícia tem impacto muito reduzido para a Sanepar, dado que a categoria de Tarifa Social é pouco representativa nas receitas da companhia. Mantemos nossa recomendação de Compra nas ações da Sanepar com preço alvo de R$ 32,00/unit.
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