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Sinais da economia americana, petróleo, iPhones na China e Amazon grande demais | 🌎 Top 5 temas globais da semana

1. Livro Bege aponta para normalização da economia americana 2. Mercado de trabalho dá sinais misto 3. Petróleo em alta 4. Governo chinês proíbe funcionários de usarem iPhone 5. Amazon grande demais?

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1. Livro Bege aponta para normalização da economia americana

Nessa semana, o Federal Reserve divulgou a edição mais recente do Livro Bege, que reúne comentários sobre a economia de todos os distritos do banco central americano. A publicação destaca indícios de uma inflação em queda e da recuperação contínua das cadeias de suprimentos. Em várias regiões, foi observada uma redução nos custos de materiais, o que permitiu que algumas empresas reduzissem seus preços. Além disso, houve uma melhora na disponibilidade de mão de obra, o que ajudou a desacelerar o aumento nos custos trabalhistas.

Apesar desses sinais positivos, há uma categoria em que a inflação não está diminuindo: o setor de seguros. Várias regiões relataram aumentos substanciais nos custos de seguros, o que tem sido uma preocupação para a acessibilidade da habitação e os planos de investimento das empresas. Além disso, foram observadas pressões de preços em outros setores, como serviços públicos, veículos usados, embalagens e materiais de construção.

Um dos trechos extraídos do Livro Bege diz que "a maioria dos contatos notou melhorias contínuas na cadeia de suprimentos, com uma volta ao normal para muitos. Apesar do aumento, o sentimento enfraqueceu. [...] As grandes empresas com extensas ligações à economia em geral também registaram uma atividade estável e nenhum sinal de recessão." O enfraquecimento do sentimento está fortemente ligado ao comportamento do mercado de trabalho e das treasuries (que exploraremos no tópico #2).

Em julho, comitê de política monetária do Fed elevou a taxa dos Fed Funds pela 11ª vez desde março de 2022, para o patamar atual de 5,25-5,50%. A próxima reunião para a determinação da taxa básica de juros ocorrerá em 19 e 20 de setembro. Atualmente, o mercado espera que os dirigentes do Fed mantenham as taxas estáveis, para garantir que os dados de inflação continuem mostrando desaceleração.

2. Mercado de trabalho dá sinais mistos

O mercado segue acompanhando de perto indicadores de mercado de trabalho que deem pistas sobre os possíveis próximos passos do Federal Reserve. Na semana passada, os mercados reagiram positivamente a dados que indicavam o enfraquecimento do mercado de trabalho (como comentamos no Top 5 Temas Globais), com a expectativa de que a economia americana já estivesse em rota de ajuste, o que poderia antecipar o relaxamento da política monetária por parte do banco central americano.

Entretanto, novos dados de emprego nos EUA divulgados nesta semana frustraram os ânimos. Novos pedidos semanais de seguro-desemprego caíram para 216 mil, número consideravelmente mais baixo que a expectativa (233 mil) e que não parece consistente com indicadores recentes de demissões.

Para além do saldo de emprego, o mercado se atenta também para outros fatores, como salários, que tendem a reagir antes de ocorrerem as demissões de fato, e nesse sentido, há sinais positivos. O crescimento dos salários médios tem desacelerado, indicando possível queda do poder de barganha dos trabalhadores, o que é positivo na tarefa de um banco central de promover ajuste na economia.

Após as disrupções causadas pela pandemia no mercado de trabalho, também tem sido observado um crescimento moderado da força de trabalho, que tinha caído significativamente após a pandemia, outro possível sinal de que a massa de renda tem caído.

Com os desenvolvimentos recentes, as taxas de 10 anos dos EUA voltaram a abrir e subiram de 4,18% para 4,30% no pico da semana e recuaram para 4,26% no fechamento de sexta-feira, uma alta semanal de 8 bps. O S&P 500 caiu cerca de 1,5% e, dessa vez, ao contrário da semana passada, o bom (dados mais fortes da economia) foi ruim (elevou as taxas de juros e derrubou as bolsas).

3. Petróleo em alta

Nesta semana, o preço do petróleo (Brent) teve alta de 2,24%, subindo de US$ 88,55 por barril para US$ 90,53. Os preços já vinham subindo na semana passada com a expectativa de anúncio de cortes de produção pela OPEP+, e avançou ainda mais nessa semana após anúncio de extensão do período de cortes unilaterais de produção pela Rússia e Arábia Saudita até dezembro de 2023.

A extensão do período de corte de produção reflete o atual poder de mercado da OPEP+, exacerbado por conta das disrupções na cadeia produtiva, como a pandemia e a guerra na Ucrânia, assim como oferta de petróleo pouco elástica na concorrência, por conta da dinâmica do xisto nos EUA.

Em abril desse ano, alguns membros da OPEP+ anunciaram corte de produção de 1,7 milhões de barris de petróleo por dia. Existe a expectativa de reversão desses cortes em algum momento até o início de 2024, e caso não ocorra, há expectativa de que o preço do barril de petróleo possa avançar ainda mais. Uma escalada do preço do barril de petróleo é um risco relevante para a inflação, que deve permanecer ancorada próxima às metas para que os bancos centrais possam iniciar o processo de normalização da política monetária. O preço de combustíveis também carrega uma importância política, que deve aumentar em relevância ao longo do próximo ano, que é de eleições nos EUA.

4. Governo chinês proíbe funcionários de usarem iPhone

A Apple está enfrentando um grande revés em um de seus maiores mercados. Notícias reportam que a China teria proibido o uso de iPhones e outros dispositivos de marcas estrangeiras por funcionários do governo central e está expandindo as restrições para governos locais e empresas estatais. A medida é vista como uma retaliação por ações semelhantes tomadas pelos EUA contra empresas de tecnologia chinesas, e um sinal da determinação de Pequim em reduzir sua dependência de tecnologias americanas. 

A proibição foi relatada pela primeira vez pelo The Wall Street Journal, que citou fontes anônimas familiarizadas com o assunto. De acordo com o relatório, os funcionários chineses foram notificados da proibição por seus superiores em grupos de bate-papo no trabalho ou reuniões nas últimas semanas. Não está claro quão amplamente as ordens estão sendo distribuídas, ou quais outros fabricantes de telefones são afetados. Estima-se que haja cerca de 35 milhões de funcionários diretos de agências públicas e mais de 50 milhões de empregados por empresas estatais. Somando-se a isso os funcionários do próprio Partido Comunista Chinês, pode-se chegar a um número de mais de 100 milhões de possíveis impactados pelas novas regulamentações. Porém, o real impacto é difícil de estimar pois não sabemos o quão abrangentes serão as novas regras e nem qual será a resposta do consumidor final, afinal a proibição é apenas para uso profissional, não pessoal. 

A proibição impacta não só a Apple, mas também as empresas estrangeiras que operam na China e as empresas chinesas listadas nas bolsas americanas, pois reascende as tensões geopolíticas e aumentam as “zonas de conflito” entre as duas superpotências econômicas (e militares) que já permeiam questões comerciais, de direitos humanos e de segurança nacional. A China já impôs restrições aos carros da Tesla por temores de segurança, e visou várias empresas americanas com investigações antitruste e boicotes de consumidores. Os EUA também têm imposto restrições às exportações de produtos de alta tecnologia para empresas chinesas. 

A China vem atuando cada vez mais em se tornar mais autossuficiente em tecnologias-chave, especialmente no setor de semicondutores, promovendo a fabricação doméstica de chips e incentivando as empresas estatais a mudar para dispositivos e softwares locais. Coincidentemente ou não, a Huawei, uma das principais gigantes da tecnologia da China, lançou nos últimos dias seu mais novo smartphone, o Mate 60 Pro, que possui um chip de 7 nanômetros produzido localmente pela SMIC e surpreendeu o mundo por possuir uma tecnologia que, após as sanções impostas pelos EUA, não se imaginava que estivesse em poder dos chineses. O timing do anúncio do Mate 60 Pro também foi marcado pela presença da Secretária do Comércio dos EUA, Gina Raimondo, em solo chinês e pela proximidade do anúncio do mais novo celular da Apple, o iPhone 15, que será lançado na terça-feira, dia 12. 

A proibição fez o preço das ações da Apple despencarem -3,6% na quarta-feira e -2,9% na quinta-feira antes de uma breve recuperação de +0,3% no último pregão da semana, já que a China representa quase um quinto de sua receita. A Apple investiu pesadamente no mercado chinês, tanto como fonte de fabricação quanto como destino para seus produtos e serviços. O CEO da Apple, Tim Cook, fez uma visita ao país oriental em março, e frequentemente elogia a inovação e o potencial da China. 

5. Amazon grande demais?

O órgão regulatório antitruste dos Estados Unidos (FTC) deve entrar com uma ação judicial contra a Amazon ainda este mês, após não ter chegado a acordo com a companhia. A ação pode resultar no desmembramento da empresa, que muitos consideram estar demasiadamente grande.

A Amazon tem sido alvo de críticas por supostamente favorecer seus próprios produtos em detrimento de vendedores externos em sua plataforma. A presidente da FTC, Lina Khan, já havia expressado preocupações anticompetitivas relacionadas à estrutura e práticas da Amazon em um artigo de 2017. Em junho, a FTC processou a empresa acusando-a de inscrever consumidores em seu serviço de assinatura Prime sem o consentimento deles e dificultar o cancelamento do plano.

Durante uma reunião recente entre a equipe jurídica da Amazon e funcionários da FTC, a empresa não ofereceu concessões específicas para evitar a ação judicial, e argumentou que mudanças em suas práticas comerciais poderiam resultar em preços mais altos e prazos de entrega mais longos para os clientes.

No geral, a ação judicial da FTC contra a Amazon é mais um desenvolvimento na investigação em andamento sobre práticas anticompetitivas das gigantes de tecnologia. A Amazon tem negado as acusações e afirmado que oferece preços mais baixos para os consumidores. O desfecho dessa ação judicial terá um impacto significativo no futuro da empresa e na regulação do setor de tecnologia nos Estados Unidos.

As ações da Amazon operaram em queda durante a maior parte da semana mas se recuperaram na sexta-feira, fechando a semana com leve alta de 0,16%.

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