XP Expert

Economia e política americana, México, commodities e AMD | 🌎 Top 5 temas globais da semana

1. Economia Americana: Fed é o protagonista em semana de Jackson Hole 2. Política Americana: Novo fato novo 3. México: Reforma do judiciário aumenta incerteza 4. Commodities: Semana de volatilidade 5. AMD: Davi e Golias, terceiro round

Compartilhar:

  • Compartilhar no Facebook
  • Compartilhar no X
  • Compartilhar no Whatsapp
  • Compartilhar no LinkedIn
  • Compartilhar via E-mail
Onde Investir em 2025 banner
https://youtu.be/mihFTrYXkOk?t=492

1. Economia Americana: Fed é o protagonista em semana de Jackson Hole - Taxas das treasuries caem após sinalização clara de corte de juros em setembro
2. Política Americana: Novo fato novo - Kamala Harris e Donald Trump empatam nos sites de apostas em semana de convenção do Partido Democrata
3. México: Reforma do judiciário aumenta incerteza - Bolsa cai e moeda se deprecia após governo anunciar prioridade do projeto
4. Commodities: Semana de volatilidade - Estoques chineses, inflação de alimentos na Índia e nova alta do cacau são principais culpados
5. AMD: Davi e Golias, terceiro round - AMD anuncia aquisição da ZT Systems em clara sinalização que pretende avançar no segmento dos datacenters para inteligência artificial

1. Economia Americana: Fed é o protagonista em semana de Jackson Hole

A semana foi de importantes divulgações e eventos, que deram pistas sobre os futuros passos da política monetária americana e provocaram fechamento da curva de juros. A Treasury de 2 anos encerrou a semana em 3,92% (contra 4,06% no fechamento da semana anterior) e a de 10 anos em 3,81% (contra 3,88%).

Dados de atividade econômica e revisão de dados emprego foram divulgados ao longo da semana, trazendo novas perspectivas sobre a saúde da economia. O Bureau of Labor Statistics (BLS) revisou negativamente os números de criação de emprego anuais até março, com uma redução de 818 mil postos de trabalho em relação ao divulgado anteriormente, a maior desde a crise financeira global de 2008. Entre indicadores de atividade econômica, o índice de gerentes de compras composto (PMI Composite) de agosto veio em linha com as expectativas, mas evidenciou a disparidade entre os desempenhos do setor de serviços e da indústria. Vendas de casas existentes cresceram em julho após meses de queda, levemente melhor que o esperado.

Para além dos dados, o destaque dessa semana foi o próprio Federal Reserve. Na ata do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) de julho, foram destacados os riscos elevados para o mercado de trabalho, e também foi revelado que a maioria dos participantes considera apropriado um corte na taxa de juros na próxima reunião, em setembro. O impacto imediato da ata foi limitado, à medida que o mercado aguardava o discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, no simpósio de Jackson Hole.

O simpósio de Jackson Hole, promovido pelo Federal Reserve de Kansas City, é um evento anual bastante aguardado pelos mercados, que esperam ouvir considerações dos principais banqueiros centrais do mundo sobre os rumos da política monetária. Em seu discurso, Powell sinalizou que o Fed está se aproximando de um momento de flexibilização da política monetária, mas evitou fazer compromissos explícitos. Powell reiterou que a autoridade monetária depende da evolução dos dados econômicos para a tomada de futuras decisões e destacou a confiança crescente de que a inflação está em uma trajetória sustentável de volta à meta de 2%.

Com isso, o mercado segue com apostas divididas entre cortes de 25 e 50 pontos-base nas próximas reuniões do Fed, esperando 4 cortes de 25 bps até o final do ano. A fala de Powell em Jackson Hole reforçou a expectativa de que o Fed esteja pronto para cortar as taxas em setembro. Até lá, são aguardados alguns importantes indicadores, como a inflação medida pelo deflator do índice de consumo pessoal (PCE) referente a julho, os dados de emprego de agosto e a inflação ao consumidor (CPI) de agosto.

2. Política Americana: Novo fato novo

Ao longo da semana realizou-se, em Chicago, a convenção do partido democrata, que marcou a oficialização da atual vice-presidente, Kamala Harris, como candidata do partido à presidência no pleito do dia 5 de novembro.

O evento foi marcado pelos discursos de grandes personalidades do partido democrata, como o atual presidente (e vitorioso das primárias do partido) Joe Biden e sua esposa Jill, Bill e Hillary Clinton, Barack e Michelle Obama; senadores como Elizabeth Warren e Bernie Sanders (em teoria, independente);  governadores como Josh Shapiro (da Pensilvânia, estado crucial para a campanha), Gretchen Whitmer, artistas como Kerry Washington, Steve Wonder e Lil Jon (turn down for what?!) além, obviamente do candidato a vice e atual governador de Minessota, Tim Walz, e a própria Kamala Harris, que aceitou formalmente sua nomeação no último dia do evento.

Kamala fez a sua primeira aparição relevante desde que foi indicada para substituir Joe Biden no tíquete presidencial. Além da multidão presente, o mundo inteiro pode acompanhar sua mensagem. A vice-presidente Harris enfatizou sua ascendência (mãe indiana, pai jamaicano) e sua infância difícil. Além disso, relembrou sua sua carreira como procuradora na Califórnia e a luta contra os grandes bancos, universidades que visam o lucro e carteis de drogas. Por fim, enfatizou o discurso de união sem, é claro, atacar o ex-presidente Trump e afirmar que ele apresenta uma “ameaça à democracia”.

Havia uma expectativa de que a convenção impulsionasse ainda mais as chances do partido democrata, que já tinha se tornado o favorito nos sites de apostas após a troca de candidato, porém similar ao “fato novo” que o partido criou logo após o atentado a Trump, um “novo fato novo” acabou ofuscando a convenção: a suspensão da candidatura de Robert Francis Kennedy Jr (RFK) e a retirada de seu nome dos estados nos quais a disputa está mais acirrada. Nesses estados, RFK pede a seus eleitores que apoiem Donald Trump. Diante da batalha de “fatos novos” desta semana, segundo os sites de apostas (pessoal com “skin in the game”) a corrida presidencial, que já alternou entre republicanos e democratas como favoritos está efetivamente EMPATADA. Vemos leve vantagem de Trump em relação a Kamala Harris quando analisamos as probabilidades nos Swing State, especialmente se convertermos um percentual maior das intenções de voto em RFK para o partido republicano.

3. México: Reforma do judiciário aumenta incerteza

O México tem enfrentado uma série de desafios que impactaram negativamente o desempenho da bolsa de valores do país. Em junho, o país elegeu Claudia Sheinbaum para suceder Andrés Manuel Lopez Obrador (também conhecido como AMLO) na presidência. A vitória da candidata do MORENA (mesmo partido de AMLO) já era esperada, entretanto, o que surpreendeu foi a magnitude da dominância da coalizão Sigamos Haciendo Historia (encabeçada pelo MORENA), na esfera legislativa.

A maioria alcançada pelo partido de AMLO viabiliza a aprovação de suas promessas de campanha de 2018, de realizar uma série de reformas constitucionais, incluindo a reforma judicial, que consiste em passar eleger juízes, incluindo ministros da Suprema Corte, por voto popular direto. Opositores da reforma temem que a mudança de regras torne o sistema judicial mais vulnerável à influência externa, de partidos políticos até grupos de crime organizado. A reforma está prevista para ser discutida pelo Comitê de Pontos Constitucionais, onde o governo tem maioria.

A reforma gerou protestos de trabalhadores do judiciário, que entraram em greve até que a proposta seja descartada. O embaixador americano Ken Salazar também criticou duramente a proposta, ao argumentar ela tem potencial de tornar o judiciário mexicano mais vulnerável à influência do crime organizado e ameaçar a relação comercial entre os EUA e o México. As críticas não foram bem recebidas por membros do governo mexicano e criaram tensões entre os dois países.

Além disso, a nomeação do novo presidente da Pemex, estatal mexicana de petróleo, também trouxe incertezas. Claudia Sheinbaum deve nomear Victor Rodriguez Padilla para o cargo, um acadêmico que é visto pelo mercado como uma figura controversa. A expectativa da nomeação contribuiu para adicionar volatilidade ao mercado.

Outro fator que contribuiu para a performance negativa dos mercados na semana foi a desaceleração do crescimento econômico. Dados do INEGI (instituto de estatística do país) revelaram que o PIB do México cresceu apenas 0,2% no segundo trimestre, em linha com as expectativas do mercado, mas reforçando uma tendência de desaceleração observada desde o final do ano passado. Do lado positivo, a inflação desacelerou mais do que o esperado, o que abriu caminho para um novo corte na taxa de juros pelo Banco Central do México.

Com o aumento da incerteza no país, o ETF que reflete o desempenho das ações do México em dólar (EWW) teve a pior performance na semana quando comparado a outros países e regiões, caindo -3,1% na semana, impulsionado pela desvalorização do peso mexicano (MXNUSD: -2,5%) e pela queda da bolsa mexicana (Mexbol: -1,1%).

4. Commodities globais: Semana de volatilidade

Nesta semana, dados econômicos, expectativas ligadas à política monetária e notícias do lado da oferta provocaram volatilidade nos mercados de commodities.

Fonte: Bloomberg, XP Research

O minério de ferro seguiu pressionado, especialmente por conta da demanda chinesa enfraquecida. Os estoques chineses da commodity permaneceram próximos a nível recorde, à medida que a produção de aço no país desacelera, impactada pelos níveis mais baixos de rentabilidade das usinas e queda na demanda aparente chinesa de aço. O minério apresenta queda significativa em 2024, perdendo cerca de um terço de seu valor em no ano e com possibilidade de novas quedas ante cenário macroeconômico desfavorável.

O time de Mineração e Siderurgia lançou um novo relatório de análise das tendências globais nos mercados de minério de ferro e aço, confira aqui

O ETF representativo do petróleo (USO) teve queda de 1% na semana, com dúvidas sobre a força da demanda global e a enfraquecimento esperado para 2025. Algumas das principais notícias ligadas à commodity na semana foram sobre o destino das exportações russas. A importação de petróleo russo pela China, até então maior compradora de petróleo do país sancionado, caiu 7,4% em julho na comparação anual, enquanto as compras da Índia avançaram, levando o país a assumir posto de principal destino do petróleo russo.

A inflação ao consumidor na Índia chegou a cair para 3,5% A/A, abaixo da meta o banco central, de 4%. Entretanto, o grupo de alimentação, que corresponde a cerca de metade do índice, segue persistentemente elevado, mas começa a se normalizar após final da temporada das monções e após medidas de controle de preços adotadas pelo governo, como restrição à exportação de arroz. O aumento de importação de petróleo russo pelo país também pode ser uma possível resposta do governo ao problema da inflação.

As commodities agrícolas tiveram alta na semana, com o índice geral pressionado por alta de mais de 10% nos futuros de cacau, que seguem sob pressão, enquanto milho e soja caem na semana após indicativos de colheitas fortes. Os estoques de commodities comercializáveis permanecem criticamente baixos, à medida que a China mantém uma quantidade significativa das reservas globais.

5. AMD: Davi e Golias, terceiro round

A Intel, durante algumas décadas, foi a principal empresa do mercado de CPUs. O termo “Intel Inside” foi sinônimo de qualidade e confiabilidade, justificando preços mais altos por seus produtos, ao mesmo tempo que dominava os mercados de computadores pessoais e datacenters. Porém, focando em inovação e se propondo a oferecer um melhor custo-benefício aos clientes, a AMD conseguiu quebrar esse quase-monopólio da Intel e, com sua linha Ryzen, já chega a, 33% de alguns mercados, como o de processadores x86.

Nos últimos anos, a AMD não lutou apenas essa batalha. No mercado de placas gráficas, a AMD conseguiu, com o lançamento da linha Radeon usando a mesma estratégia de oferecer um bom custo-benefício, conquistar espaço num mercado dominado pela Nvidia com suas placas GeForce.

E, nesta semana, a AMD decidiu lançar mais uma ofensiva num mercado também dominado pela Nvidia: o de datacenters voltados para Inteligência Artificial! A AMD já tem presença neste universo mas vê a Nvidia crescer e ampliar seu diferencial competitivo com chips mais eficientes e soluções integradas com softwares.

Foi como parte desse desejo de abocanhar uma fatia maior desse mercado de centenas de bilhões de dólares que a AMD anunciou a aquisição da ZT Systems, uma empresa focada em soluções de data centers em larga escala. A ZT tem como seus principais clientes as grandes provedoras de computação na nuvem do mundo (Amazon, Microsoft e Alphabet), além de outras empresas que mantém seu próprio sistema de processamento, como a Meta.

A aquisição da ZT pela AMD é um importante marco na evolução da Inteligência Artificial pois representa uma verticalização da indústria. A AMD, sem dúvida, irá incorporar seus chips ao portfólio da ZT e, se a história nos serve de exemplo, a AMD deverá buscar oferecer aos seus clientes uma solução que represente uma alternativa de melhor custo-benefício. Eles estão acostumados a enfrentar Golias.

AMD faz parte da carteira Top Ações Globais XP

XPInc CTA

Se você ainda não tem conta na XP Investimentos, abra a sua!

XP Expert

Avaliação

O quão foi útil este conteúdo pra você?


Newsletter
Newsletter

Gostaria de receber nossos conteúdos por e-mail?

Cadastre-se e receba grátis nossos relatórios e recomendações de investimentos

Disclaimer:

Este relatório foi preparado pela XP Investimentos CCTVM S.A. (“XP Investimentos”) e não deve ser considerado um relatório de análise para os fins do artigo 1º da Instrução CVM nº 598/2018. Este relatório tem como objetivo único fornecer informações macroeconômicas e análises políticas, e não constitui e nem deve ser interpretado como sendo uma oferta de compra/venda ou como uma solicitação de uma oferta de compra/venda de qualquer instrumento financeiro, ou de participação em uma determinada estratégia de negócios em qualquer jurisdição. As informações contidas neste relatório foram consideradas razoáveis na data em que ele foi divulgado e foram obtidas de fontes públicas consideradas confiáveis. A XP Investimentos não dá nenhuma segurança ou garantia, seja de forma expressa ou implícita, sobre a integridade, confiabilidade ou exatidão dessas informações. Este relatório também não tem a intenção de ser uma relação completa ou resumida dos mercados ou desdobramentos nele abordados. As opiniões, estimativas e projeções expressas neste relatório refletem a opinião atual do responsável pelo conteúdo deste relatório na data de sua divulgação e estão, portanto, sujeitas a alterações sem aviso prévio. A XP Investimentos não tem obrigação de atualizar, modificar ou alterar este relatório e de informar o leitor. O responsável pela elaboração deste relatório certifica que as opiniões expressas nele refletem, de forma precisa, única e exclusiva, suas visões e opiniões pessoais, e foram produzidas de forma independente e autônoma, inclusive em relação a XP Investimentos. Este relatório é destinado à circulação exclusiva para a rede de relacionamento da XP Investimentos, incluindo agentes autônomos da XP e clientes da XP, podendo também ser divulgado no site da XP. Fica proibida a sua reprodução ou redistribuição para qualquer pessoa, no todo ou em parte, qualquer que seja o propósito, sem o prévio consentimento expresso da XP Investimentos. A XP Investimentos não se responsabiliza por decisões de investimentos que venham a ser tomadas com base nas informações divulgadas e se exime de qualquer responsabilidade por quaisquer prejuízos, diretos ou indiretos, que venham a decorrer da utilização deste material ou seu conteúdo. A Ouvidoria da XP Investimentos tem a missão de servir de canal de contato sempre que os clientes que não se sentirem satisfeitos com as soluções dadas pela empresa aos seus problemas. O contato pode ser realizado por meio do telefone: 0800 722 3710. Para maiores informações sobre produtos, tabelas de custos operacionais e política de cobrança, favor acessar o nosso site: www.xpi.com.br.

A XP Investimentos CCTVM S/A, inscrita sob o CNPJ: 02.332.886/0001-04, é uma instituição financeira autorizada a funcionar pelo Banco Central do Brasil.Toda comunicação através de rede mundial de computadores está sujeita a interrupções ou atrasos, podendo impedir ou prejudicar o envio de ordens ou a recepção de informações atualizadas. A XP Investimentos exime-se de responsabilidade por danos sofridos por seus clientes, por força de falha de serviços disponibilizados por terceiros. A XP Investimentos CCTVM S/A é instituição autorizada a funcionar pelo Banco Central do Brasil.


Este site usa cookies e dados pessoais de acordo com a nossa Política de Cookies (gerencie suas preferências de cookies) e a nossa Política de Privacidade.