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5 anos em 5 minutos – Maio 2020

O objetivo deste novo relatório mensal é passar nossa visão de longo prazo em 5 minutos ou menos, detalhando os retornos esperados para os perfis de risco e classes de ativos.

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Retornos esperados para os portfólios nos próximos 5 anos

Desde 30 de abril, quando soltamos nossa última edição mensal deste relatório, os mercados mantiveram-se otimistas com o fim das quarentenas e desaceleração do ritmo de infecções por coronavírus. O Ibovespa está em alta de 9% e o S&P 500 perto de 4,5%.

A bolsa brasileira foi marcada em especial por um alívio das tensões políticas, em especial devido ao vídeo da reunião ministerial, divulgado pelo STF, não conter nenhuma prova “definitiva” na visão de analistas de mercado. Para mais detalhes, veja a live do time de política da XP comentando o vídeo.

Não percebemos nenhuma alteração material de probabilidades atribuídas a nossos cenários neutro, pessimista e otimista. Passamos a divulgar na caixa a seguir o que chamamos de Cenário Base, que é nada mais do que a média ponderada dos 3 cenários para os retornos das carteiras recomendadas.

Neste relatório vamos falar mais profundamente das implicações da revisão do cenário econômico pelo time de Economia, em especial a revisão da trajetória da Taxa Selic e das perspectivas de longo prazo do câmbio.

Taxa de câmbio

O Real tem se desvalorizado rapidamente nos últimos meses, tanto contra o Dólar quando vs. a cesta de moedas de seus parceiros comerciais. Um dos fatores importantes desse processo é que tal desvalorização não se reflete na inflação, o que chamamos de desvalorização real. Isso significa que nossa economia está ficando mais competitiva. O gráfico abaixo mostra que já estamos bem longe da média histórica, e ajuda a colocar em perspectiva os patamares de câmbio que usamos nos nossos cenários, lembrando que temos em mente o nível aproximado daqui a 5 anos.

É possível perceber que a moeda brasileira tende a não permanecer em patamares tão estressados como o atual por períodos prolongados. Acreditamos que essa premissa se mantém enquanto o Brasil tiver capacidade de honrar seus compromissos financeiros. Entendemos que um cenário mais perigoso é plausível, mas ainda está a alguns anos de distância, e depende muito das escolhas de quem for eleito em 2022.

Taxa Selic

A revisão da trajetória de juros feita pelo time de economia provocou uma grande revisão da nossa expectativa de Selic ou CDI acumulados nos próximos anos, com o CDI no cenário base caindo mais de 1% ao ano, de algo mais próximo de 5% ao ano para pouco acima de 4,0% ao ano. Isso comprimiu os retornos esperados para os portfólios em magnitude semelhante.

É interessante, por outro lado, ver que o retorno real praticamente não se alterou, dado que as expectativas de inflação, medidas pelo IPCA publicado pelo IBGE, também foram revisadas para baixo.

Prêmios de crédito

Os prêmios de crédito começaram a se recuperar em meados de abril, com os fundos e papéis obtendo melhores desempenhos ao londo do mês de maio.

O spread de crédito para a classe de Pós-Fixados com base no índice IDA-DI, divulgado pela ANBIMA e na taxa disponível para papéis bancários na plataforma da XP está hoje em torno de 1.6% ao ano, 0.5% ao ano menor do que no relatório passado.

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Desta maneira, utilizamos o IDA IPCA Infraestrutura para estimar o prêmio de crédito para a classe de inflação, hoje cerca 1,7% ao ano acima da NTN-B de mesmo duration, um fechamento de 0,4 pontos percentuais desde nossa última revisão.

Como os ativos são isentos, esse prêmio de crédito sobe para mais de 3% ao ano quando a comparação é feita líquida de IR.

Sugerimos o XP Debêntures Incentivadas FIRF para aplicar nos prêmios de IPCA

Cenário neutro

Entendemos que ainda há um ambiente pró-reformas no Brasil, que tende a fazer com que as engrenagens da economia deslizem com mais facilidade, trazendo crescimento e mais eficiência.

No entanto, estamos longe de um ambiente político harmônico: o executivo federal e o congresso têm um diálogo truncado e existe muita resistência à agenda de reformas por grupos organizados e influentes.

A bolsa brasileira é a classe com maior retorno potencial em 5 anos, mas recomendamos muita cautela na hora de construir sua posição devido aos acontecimentos recentes. Leia mais aqui.

Cenário pessimista

Ainda que esse não seja nossa visão, não podemos ignorar que, dadas as instabilidades políticas, existe a chance de que piore a relação entre o Executivo e o Congresso. Isso faria com que as Reformas empacassem, com o país falhando em desbloquear um novo ciclo de crescimento.

O baixo crescimento pode abrir os ouvidos da população para políticos populistas, que queiram desfazer reformas como a do Teto de Gastos e talvez até mesmo a Reforma da Previdência.

A Renda Variável Global é nossa principal defesa em um cenário adverso:

Cenário otimista

Mesmo com a articulação truncada, podemos ser surpreendidos pelo alinhamento do Congresso em entregar as reformas, e as privatizações. O crescimento da economia nos próximos anos seria mais forte do que conseguimos agora antecipar, ao mesmo tempo em que a taxa de juros neutra seria mais baixa.

Nesse cenário os lucros das empresas cresceriam mais, e com taxas de juros mais baixas, haveria maiores ganhos nos papéis de renda fixa.

Fundos multimercados podem se adaptar rápido mudanças no cenário

Principais temas globais

Nossa visão de como os grandes temas globais afetam o Brasil está detalhada no quadro a seguir.

Em meio à pandemia do coronavírus o mundo entrou em recessão, e a incerteza aumentou de maneira expressiva.

Porém, entendemos que os temas globais visando o longo prazo continuam os mesmos: crescimento baixo, taxas de juros ainda mais comprimidas e aversão a risco mantendo Dólar e outros ativos considerados seguros em patamares valorizados.

Metodologia

O quadro a seguir resume os dados e premissas utilizados para calcular os retornos por classe de ativo.

Notas

Inflação: Para estimar o retorno da classe inflação para o portfólio, utilizamos como referência uma carteira composta por 50% IMA-B e 50% IMA-B5. Para definir o prêmio de crédito, utilizamos o IDA IPCA Infraestrutura. O prêmio de crédito é aplicado em 50% da classe de inflação, fazendo o gross-up dos retornos para refletir a isenção de IR.

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