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Fiagro: O agronegócio no Brasil e as oportunidades para investir

Maria Fernanda Violatti, analista de fundos listados da XP, conversa com Leonardo Sologuren, presidente do CESB

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Nesta terça, 5, Maria Fernanda Violatti, analista de fundos listados da XP, conversou sobre Fiagros com Leonardo Sologuren, presidente do CESB (Comitê Estratégico Soja Brasil), consultor em agronegócio e empreendedor na área de tecnologia para o agro.

Os dois falaram sobre o potencial de crescimento do agronegócio brasileiro e as oportunidades nos Fiagros. O que esse produto traz de benefícios para a indústria e para os investidores? Além disso, quais os principais riscos a serem monitorados no processo de crédito?

Assista abaixo:

Importância e financiamento do Agronegócio

Leonardo falou da importância do agronegócio, que representa 28% do PIB do Brasil e que envolve diversas cadeias. O Brasil costuma ser mal-visto em relação à questões ambientais, de acordo com o engenheiro, mas, em dados oficiais, do ponto de vista agrícola é ocupado menos de 8% do território brasileiro.

 “O Brasil tem uma vocação agrícola espetacular”, afirma Sologuren. Apesar disso, ele destaca que é importante conhecer muito bem os riscos e pontos fortes de cada tipo de cadeia para realizar a precificação e o financiamento. “É como se eu tivesse uma fábrica a céu acerto”, destaca dando ênfase à questão do risco geográfico.

O crescimento do agro passou por uma modificação da lógica em 1994, quando majoritariamente era financiado pelo Tesouro Nacional. A criação de ferramentas para a ampliação do financiamento passou por muitas etapas até chegarmos ao FIAGRO.

Um ponto a ser considerado é que o financiamento no setor agrícola envolve também a sazonalidade e é composto, entre outros, pelo custeio e investimento. Isso significa que é necessário haver operações financeiras que garantam o custeio em momento anterior ao plantio, com foco em pagamento na colheita, e que promovam investimentos, que são robustos.

FIAGRO: A Faria Lima dentro do Agro

Entre os produtos disponíveis O CRA não tem fundo garantidor de crédito, ao contrário do LCA, que costuma ter como garantidor um banco. Contudo, os esforços atuais buscam ultrapassar o investimento institucional e focar no investidor pessoa física. Nesse movimento, o Fiagro começa a democratizar o financiamento agrícola. Na visão de Leonardo: “A gente está trazendo a Faria Lima para dentro do Agro e trazendo o Varejo pra dentro do Agro”.

Em relação ao Fiagro nascer com indexador, Leonardo esclarece que o CRA, que está embutido dentro Fiagro, é um título de renda fixa. Por isso, é natural que haja um indexador, em especial no momento de juros atrativo que o Fiagro foi lançado. O engenheiro entende que o momento faz com que o indexador preferido seja o CDI e não inflação, por exemplo, e que assim deve permanecer por algum tempo.

Para o investidor, ele destaca que é importante buscar conhecimento sobre a pulverização da carteira, os riscos inerentes ao agronegócio (considerando pragas, clima, sazonalidade, etc), credibilidade do emissor, entre outros pontos. Sobre os fundos atuais, Sologuren entende que tem havido uma boa leitura na estruturação: “quando você pulveriza cultura e geografia, dificilmente você vai ter uma perda completa”, afirma.

Ele se mostra otimista em relação a indústria dos Fiagros, que ainda está muito no início, e que tem muito espaço para crescimento, considerando as oportunidades existentes para financiamento. Além disso, acrescenta que há muitos também setores do agro a serem explorados, como fundos relacionados a economia verde, por exemplo. “Eu acho que ainda vai nascer muito tipo de Fiagro”, conclui.

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