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Reunião da XP com o Tesouro Nacional: O que a emissão do 1° título soberano verde nos diz?

Ao longo deste relatório, abordamos os principais destaques da reunião com o Tesouro Nacional sobre a primeira emissão do título soberano sustentável brasileiro

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“O primeiro de muitos que virão”: Será este o início de uma trajetória nacional de financiamento verde?

Com o recente lançamento da 1ª emissão do título soberano sustentável do Brasil, o time de Research ESG da XP, junto com as equipes de Política e Economia, aproveitaram a oportunidade para realizar uma reunião com lideranças do Tesouro Nacional brasileiro visando um maior detalhamento dessa agenda. As principais conclusões foram: (i) liderança, diversificação e referência para o setor privado como as principais forças motoras por trás da emissão; (ii) notável interesse e alta demanda por parte dos investidores; (iii) transparência como uma característica chave; e (iv) tendências a serem mapeadas olhando para frente. De modo geral, saímos da reunião com uma visão positiva do compromisso do Tesouro Nacional em acessar o mercado de finanças sustentáveis, com a 1° emissão abrindo caminho para um futuro promissor. 


Liderança, diversificação e referência para o setor privado. Reconhecendo a necessidade latente de entrar nesse mercado, lideranças do Tesouro apontaram três motivações principais por trás da emissão do bônus verde soberano: (i) colocar o Brasil no mapa do mercado das finanças sustentáveis, acessando uma base maior de investidores, ao mesmo tempo em que mobiliza fundos para a agenda ESG do governo; (ii) reiterar o papel fundamental da dívida externa na extensão dos prazos, diversificando índices e bases de investidores; e (iii) servir de referência para o setor privado – conforme mencionamos na nossa nota de feedback com os principais destaques da reunião com a S&P Global (acesse aqui).

Um interesse notável e uma demanda considerável. Depois de aguardar uma janela estratégica de mercado, o Brasil captou US$2 bilhões, com a demanda pelos títulos excedendo o volume emitido (em 3x). Os títulos apresentaram um rendimento de 6,5%, 181,9 pontos base acima do título do Tesouro dos EUA (utilizado como referência ou benchmark), comparável ao obtido por países enquadrados com o chamado grau de investimento. Por fim, eles notaram que a alocação final dos títulos revelou uma grande parcela de investidores de longo prazo e estrangeiros (75% advindos da Europa e da América do Norte).

Transparência como uma característica crucial. A fim de aumentar a transparência e definir a conformidade dos projetos, porta-vozes do Tesouro compartilharam que o governo prepara relatórios de alocação de recursos e de impacto (com publicação prevista para 6 meses após a emissão), com o objetivo de prestar contas sobre a alocação de recursos, englobando o montante destinado tanto para projetos ambientais quanto sociais. O Tesouro também ressaltou o papel chave a ser desempenhado por um comitê multissetorial, frente ao envolvimento de diversos atores públicos e mobilização de múltiplas agências governamentais na emissão. Essa estrutura não apenas confere credibilidade, mas também garante uma governança eficaz, aumentando a atratividade da iniciativa para investidores estrangeiros.

Tendências para ficar de olho. De acordo com o Tesouro, quatro principais temas surgem como tendências olhando para frente: (i) a intenção de continuar acessando o mercado com regularidade, além de estabelecer uma abordagem perene para as finanças sustentáveis, com a primeira emissão abrindo caminho para um futuro promissor; (ii) a conclusão da proposta de taxonomia sustentável, prevista para ser publicada em 2024, reconhecendo o papel do mercado financeiro na definição de políticas; (iii) o mercado regulado de carbono, com o projeto de lei em trâmite atualmente no Congresso Nacional; e (iv) o compromisso com a responsabilidade fiscal, reforçando que, apesar do estabelecimento de metas ambiciosas, a responsabilidade na gestão fiscal permeia todas as iniciativas do governo – em relação ao imbróglio envolvendo os precatórios, o Tesouro garantiu que o governo honrará com os pagamentos aprovados até meados de dezembro para evitar um efeito de “bola de neve” no longo prazo.

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