PETR4 e BNDES lançam iniciativa de carbono; China de olho em tecnologia que conecta veículos elétricos à rede | Brunch com ESG

Como avaliamos os principais acontecimentos da semana

Pensando em melhor auxiliar os investidores, o Brunch com ESG é um relatório publicado pelo time ESG do Research da XP que busca destacar os principais tópicos da agenda na semana. Considerando que informação é a melhor ferramenta para auxiliar os investidores na tomada de decisão, nosso objetivo é mantê-los atualizados com os acontecimentos mais relevantes no Brasil e no exterior da semana que passou, incluindo: (i) nossa visão sobre as principais notícias ESG; (ii) o desempenho dos principais índices ESG em diferentes países; e (iii) comparação da performance do Ibovespa vs. ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial).

#1. Petrobras e BNDES anunciam programa de financiamento para projetos de crédito de carbono de restauração florestal

Na mídia. Petrobras e BNDES lançam parceria para fomentar restauração de floresta na amazônia – Folha de São Paulo, 31 de março (link)

Nossa visão. Na segunda-feira (31/03), a Petrobras e o BNDES anunciaram o lançamento do ProFloresta+, um programa de licitações destinado a financiar projetos de crédito de carbono voltados para a restauração florestal na Amazônia. De acordo com as diretrizes do programa, os participantes vencedores serão elegíveis para receber um financiamento especial a juros baixos do BNDES, com taxas anuais fixadas em 1%. Esse financiamento será utilizado para apoiar a implementação de projetos de restauração, que devem abranger cerca de 50.000 hectares e gerar um total de 15 milhões de créditos, com a primeira licitação prevista para julho. Por meio de contratos de longo prazo, a Petrobras vai se comprometer a comprar todos os créditos de carbono gerados a um preço pré-estabelecido. Na nossa visão, essa iniciativa ajuda a superar algumas das principais barreiras que impedem o crescimento do mercado de restauração florestal, como o risco de crédito e a imprevisibilidade da demanda por créditos de carbono. Ao fornecer financiamento e garantir demanda, o ProFloresta+ atua como um catalisador para a consolidação desse mercado emergente. Além disso, a Petrobras se beneficia estrategicamente do programa, uma vez que a licitação não apenas ajuda a estabelecer um preço de referência para os créditos, mas também garante a oferta antes da implementação do Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões. Por fim, vale mencionar que essa iniciativa está alinhada com o Plano Estratégico 2023-27 da empresa, que inclui planos para um investimento total de até US$ 120 milhões em créditos de carbono até 2027, o que vemos como positivo.

#2. China lança projeto piloto para conectar veículos elétricos à rede elétrica

Na mídia.China vai lançar projetos que conectam carros à rede para equilibrar fornecimento de energia – Reuters, 2 de abril (link)

Nossa visão. Nesta semana, a China anunciou o lançamento de um projeto piloto em nove cidades do país, incluindo grandes centros urbanos como Pequim e Xangai, para explorar o potencial do uso de veículos elétricos (VEs) como unidades de armazenamento de energia para a rede elétrica, uma tecnologia conhecida como “veículo para rede” (V2G, na sigla em inglês). A iniciativa foi desenvolvida para ajudar a equilibrar o fornecimento de energia, especialmente durante os períodos de pico de demanda. De acordo com funcionários do governo, os principais objetivos do projeto são: (i) melhorar a integração dos VEs com a rede elétrica, abordando as preocupações de que a rápida adoção desses veículos poderia sobrecarregar a infraestrutura de geração e transmissão de energia do país; e (ii) transferir a responsabilidade pela implementação desses pilotos para as empresas de rede elétrica. De uma perspectiva mais ampla, o uso de VEs como baterias móveis tem o potencial de ser uma solução crucial para os desafios apresentados pelo aumento global da capacidade de energia renovável. Isso inclui a mitigação dos riscos associados à superprodução durante os períodos de pico, quando a geração de energia excede a demanda. No entanto, embora os benefícios sejam significativos, é importante ressaltar que as atuais baterias de VEs são projetadas principalmente para mobilidade e não para ciclos contínuos de carga e descarga. Isso pode levar à degradação acelerada das baterias, um aspecto que vale e ser monitorado adiante.

Índices ESG e suas performances

(1) O Índice ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3) tem como objetivo ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de empresas com reconhecido comprometimento com o desenvolvimento sustentável, práticas e alinhamento estratégico com a sustentabilidade empresarial.
(2) O Índice S&P/B3 Brasil ESG mede a performance de títulos que cumprem critérios de sustentabilidade e é ponderado pelas pontuações ESG da S&P DJI. Ele exclui ações com base na sua participação em certas atividades comerciais, no seu desempenho em comparação com o Pacto Global da ONU e também cias sem pontuação ESG da S&P DJI.
(3) O ICO2 tem como propósito ser um instrumento indutor das discussões sobre mudança do clima no Brasil. A adesão das companhias ao ICO2 demonstra o comprometimento com a transparência de suas emissões e antecipa a visão de como estão se preparando para uma economia de baixo carbono.
(4) O objetivo do IGCT é ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de emissão de empresas integrantes do IGC que atendam aos critérios adicionais descritos nesta metodologia.
(5) A série de índices FTSE4Good foi projetada para medir o desempenho de empresas que demonstram fortes práticas ambientais, sociais e de governança (ESG).
(6) O Índice MSCI ACWI, que representa o desempenho de todo o conjunto de ações de grande e médio porte do mundo, em 23 mercados desenvolvidos e 26 emergentes.

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