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Tarifas de Donald Trump devem impactar a indústria de renováveis, dizem especialistas do setor | Café com ESG, 08/04

Banco do Brasil deve trocar membros do Conselho; Tarifas de Trump ameaçam preços e interrompem cadeias de suprimentos de renováveis

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Bom dia! Neste relatório diário publicado todas as manhãs pelo time ESG do Research da XP, buscamos trazer as últimas notícias para que você comece o dia bem informado e fique por dentro do tema ESG - do termo em inglês Environmental, Social and Governance ou, em português, ASG - Ambiental, Social e Governança.

Quais tópicos abordamos ao longo do conteúdo? (i) Notícias no Brasil e no mundo acerca do tema ESG; (ii) Performance histórica dos principais índices ESG em diferentes países; (iii) Comparativo da performance do Ibovespa vs. ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial, da B3); e (iv) Lista com os últimos relatórios publicados pelo Research ESG da XP.

Principais tópicos do dia

• O mercado encerrou o pregão de segunda-feira em território negativo, com o IBOV e o ISE caindo 1,3% e 1,1%, respectivamente.

• De olho em governança corporativa, o Banco do Brasil convocou assembleia geral ordinária e extraordinária para 30 de abril para eleger novos membros do conselho de administração - de forma geral, espera-se a troca de cinco dos oito membros, inclusive do secretário executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, presidente do colegiado, que deve ser substituído pela procuradora-geral da Fazenda Nacional, Anelize Almeida.

• No internacional, (i) as novas tarifas impostas por Donald Trump devem impactar significativamente a indústria de energia renovável, ameaçando aumentar os preços e interromper as cadeias de suprimentos - segundo executivos do setor, as taxas de 10% a 49% sobre componentes elétricos, armazenamento de bateria e outros equipamentos da China, sudeste da Ásia e Europa representam um golpe duplo para uma indústria que já está se recuperando de um menor apetite por investimentos em energia limpa com a entrada de Trump no poder; e (ii) a Comissão Europeia está considerando contabilizar os créditos de carbono internacionais em sua próxima meta climática, uma medida que poderia enfraquecer os esforços de redução de CO2 exigidos das indústrias nacionais - a proposta está entre as opções discutidas pelo comissário climático da UE, Wopke Hoekstra, com os países membros e legisladores do bloco.

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Brasil

Empresas

Usinas de biogás na Paraíba vão fornecer energia para geração distribuída

"Duas usinas de biogás vão transformar resíduos sólidos urbanos de aterros sanitários em energia elétrica em Campina Grande e Guarabira (PB) para comercialização no modelo de geração distribuída (GD). O projeto é uma parceria entre a Asja, empresa de desenvolvimento de projetos de energias renováveis; a Migratio Bioenergia, de análise de viabilidade de projetos de produção de biogás, biometano e hidrogênio verde; a Ecosolo, de gestão de resíduos sólidos; e a CMU Energia, que comercializará a energia gerada. As empresas investiram R$ 40 milhões e afirmam ter contratos com mais de 600 clientes para fornecimento da energia. A usina de Guarabira entrará em operação neste mês. Não há previsão de início de funcionamento para a de Campina Grande. Cada uma terá potência instalada de 2,5 megawatts (MW) e potencial de geração de 42 GWh/ano, o suficiente para atender até 20 mil casas. Elas processarão, juntas, 1,2 toneladas de resíduos por dia. “Já operamos usinas de biogás em outros estados, e esta será a primeira na Paraíba a fornecer energia elétrica para as casas dos paraibanos. Esse avanço representa mais um passo importante para ampliar a matriz energética do estado, tornando-a mais renovável e mais acessível”, afirmou o diretor da Asja Brasil, Rickard Schafer. De acordo com as empresas, com a entrada em operação das usinas, será evitada uma emissão anual equivalente a 160 mil toneladas de gás carbônico. O projeto prevê, ainda, a comercialização de créditos de carbono, com a meta de emissão de 91 mil títulos por ano em Campina Grande e 69 mil créditos em Guarabira. "

Fonte: Eixos; 07/04/2025

BB vai trocar cinco membros do conselho de administração, inclusive o presidente

"O Banco do Brasil convocou assembleia geral ordinária e extraordinária para 30 de abril. Nela serão eleitos membros do conselho de administração, com a troca de cinco dos oito membros, inclusive do presidente do colegiado. O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, deixará a presidência do conselho, e deve ser substituído pela procuradora-geral da Fazenda Nacional, Anelize Almeida, e vice-presidente do colegiado do banco estatal. O conselho do BB é formado por oito membros, sendo quatro indicados pelo governo, dois pelos acionistas minoritários, um pela presidente do banco e um representante dos funcionários. Paulo Bijos, ex-secretário de Orçamento Federal e consultor legislativo da Câmara dos Deputados, também deixará o conselho, sendo que, em seu lugar, deve assumir Clayton Luiz Montes, que é o atual secretário do Orçamento. Também estão de saída os dois representantes dos minoritários, Marcelo Gasparino da Silva e Robert Juenemann. Em seus lugares entrarão Fernando Florêncio Campos e Valmir Pedro Rossi. Outra troca acontecerá com o representante dos funcionários no conselho, com a saída de Kelly Quirino e a chegada Selma Siqueira. Já a presidente do BB, Tarciana Medeiros, continua ocupando um assento no colegiado."

Fonte: Valor Econômico; 07/04/2025

Internacional

Empresas

Protocolo global de emissões não reconhece benefícios da economia circular, diz relatório

"Um estudo elaborado pela Fundação Ellen MacArthur questiona a capacidade do GHG Protocol — principal metodologia usada por empresas para contabilizar suas emissões de gases de efeito estufa (GEE) — de refletir com precisão os benefícios climáticos de práticas circulares, como a reutilização, reparo e prolongamento da vida útil de produtos. Em entrevista à agência eixos, o analista sênior de pesquisas da Fundação Ellen MacArthur João Merico afirma que, desde 2019, a instituição demonstra que cerca de metade das emissões de GEE pode ser abatida por meio da economia circular, e a outra metade via transição energética. E que a motivação para o estudo Melhorando a contabilização das emissões climáticas para acelerar a transição para a economia circular, veio justamente da frustração de empresas que, apesar de adotarem práticas de economia circular, não viam suas reduções de emissões reconhecidas em inventários de carbono. “As organizações estavam colocando esforços em economia circular e a contribuição da economia circular para abater as emissões simplesmente não estava aparecendo”, conta Merico. Hoje, o Protocolo GHG inclui uma definição de reciclagem e uma metodologia para contabilizar suas emissões associadas, no entanto, a orientação não define a economia circular, nem oferece definições de abordagens circulares além da reciclagem que mantêm produtos e materiais em uso e regeneram a natureza."

Fonte: Eixos; 07/04/2025

Energia renovável forneceu um recorde de 32% da eletricidade global em 2024, segundo a Ember

"A geração de energia renovável forneceu um recorde de 32% da eletricidade global no ano passado, segundo um relatório do think tank de energia Ember, divulgado na terça-feira. Esse crescimento ocorreu em um contexto em que a demanda geral de eletricidade aumentou 4%, impulsionada por ondas de calor e pela expansão de centros de dados. Os temores de segurança energética, exacerbados por uma guerra comercial provocada pelas tarifas abrangentes do presidente dos EUA, Donald Trump, podem aumentar ainda mais a demanda por energia renovável este ano, afirmou à Reuters o analista de eletricidade e dados da Ember, Euan Graham. As tarifas resultaram em quedas nos mercados de energia e de ações, alimentando preocupações sobre uma possível recessão global. Graham observou que, embora seja muito cedo para afirmar se as consequências das tarifas afetarão a demanda de eletricidade em 2024, a energia renovável pode se beneficiar dessa situação. “Os países estão pensando em sua segurança e em sua segurança energética mais do que nunca, e isso significa que a energia renovável de origem nacional, como a eólica e a solar, se torna cada vez mais atraente”, disse ele. O crescimento da geração de energia renovável — incluindo eólica, hidrelétrica e solar — no mix global de eletricidade em 2024 superou o recorde de 30% do ano anterior, conforme mostrado na Global Electricity Review da Ember."

Fonte: Reuters; 07/04/2025

China pressiona produtores ocidentais de materiais para baterias de carros elétricos

"A indústria que fabrica materiais para baterias de carros elétricos — vitais para a transição energética — está pronta para consolidação, já que a competição acirrada da China ameaça os rivais ocidentais, alertou um dos maiores produtores da Europa. Bart Sap, chefe da multinacional belga Umicore, que fabrica materiais usados ​​em cátodos, disse que estava procurando acordos e parcerias que reforçassem o negócio de baterias em dificuldades do grupo. “Estamos olhando para todos os ângulos para recuperar valor neste negócio porque destruímos valor nos últimos anos”, disse Sap ao Financial Times. “A indústria está pronta para consolidação… estamos explorando ativamente parcerias” no espaço de materiais de bateria, ele acrescentou. “Vimos que há interesse [em negócios] na indústria em geral.”As ações da Umicore caíram mais de 50 por cento no ano passado e, no mês passado, a empresa cortou suas despesas de capital com materiais de cátodo de bateria em 50 por cento como parte de uma redefinição de estratégia. Ela também foi forçada a atrasar os planos para uma planta de reciclagem de baterias na Europa e uma planta de materiais de bateria no Canadá. Isso ocorreu após um prejuízo de € 1,6 bilhão em seus negócios de materiais de bateria no ano passado. A empresa foi duramente atingida por uma desaceleração no mercado de carros elétricos e pelo rápido crescimento de materiais de cátodo chineses, uma parte essencial e cara de uma bateria de EV. Assim como a Umicore, o domínio da China colocou pressão sobre grupos ocidentais como a alemã BASF, que tem que lidar com material chinês de baixo preço, disseram analistas."

Fonte: Financial Times; 08/04/2025

Política

EPA dos EUA aprova o primeiro poço de injeção de CO2 do Texas

"A Agência de Proteção Ambiental dos EUA (EPA) emitiu na segunda-feira a primeira licença do Texas que permite a perfuração para injetar e armazenar dióxido de carbono para a empresa petrolífera Occidental. A Oxy Low Carbon Ventures, uma divisão da empresa, recebeu a licença Classe VI para perfurar três poços de CO2 no condado de Ector, na Bacia do Permiano, em sua joint venture de captura direta de ar, Stratos, com a gestora de ativos BlackRock, para injetar 8,5 milhões de toneladas métricas de CO2. “O EPA está empenhada em aprovar as licenças o mais rápido possível e garantir que elas atendam aos requisitos para proteger as fontes de água potável”, afirmou o administrador regional da EPA, Scott Mason. O sequestro de carbono tem sido uma parte fundamental da administração do ex-presidente Joe Biden, que buscou reduzir as emissões que causam o aquecimento global. A Lei de Redução da Inflação de 2022, de Biden, incluiu bilhões de dólares em subsídios para projetos de captura e armazenamento de carbono (CCS). No entanto, o futuro desses créditos tributários é incerto, já que os republicanos estão buscando reduzir os créditos tributários para conseguir cortes acentuados de gastos no processo de reconciliação orçamentária. O governo Trump também está avaliando um corte no apoio federal a dois grandes projetos de captura direta de ar (DAC), incluindo outro projeto da Occidental no Texas. Em seu anúncio, a EPA sob a administração Trump não mencionou a redução de emissões, mas afirmou que a tecnologia “proporcionará empregos bem remunerados e pode ser implementada de forma ambientalmente responsável”."

Fonte: Reuters; 07/04/2025

Índia formalizará incentivos para reciclagem de minerais essenciais este ano, dizem fontes

"A Índia planeja lançar incentivos para a reciclagem de 24 minerais críticos este ano, incluindo lítio e cobalto, disseram duas fontes cientes do assunto, como parte dos esforços para garantir os minerais necessários para a transição para energia verde. A Índia identificou os 24 minerais como estratégicos e críticos para seus esforços para atingir as metas de energia limpa e avançar em direção a emissões líquidas zero de gases de efeito estufa até 2070. O país já reservou 15 bilhões de rúpias para a reciclagem desses minerais, como parte de um desembolso de 163 bilhões de rúpias para desenvolver o setor de minerais essenciais."

Fonte: Reuters; 08/04/2025

UE considera créditos de carbono internacionais para cumprir nova meta climática, dizem fontes

"A Comissão Europeia está considerando contabilizar os créditos de carbono internacionais em sua próxima meta climática, uma medida que poderia enfraquecer os esforços de redução de CO2 exigidos das indústrias nacionais, segundo fontes familiarizadas com o assunto, que falaram à Reuters. A proposta está entre as opções discutidas pelo comissário climático da UE, Wopke Hoekstra, com os países membros e legisladores do bloco. Alguns deles se opõem à meta climática da UE para 2040, que visa reduzir as emissões em 90%, uma proposta que a Comissão havia planejado apresentar inicialmente. A Comissão perdeu o prazo para publicar a meta no mês passado e enfrenta resistência política à sua agenda verde, já que as mudanças climáticas competem com outras prioridades, incluindo a defesa. Além disso, alguns governos e legisladores argumentam que as regras ambientais da UE estão prejudicando as indústrias nacionais, que sofrem com tarifas dos EUA e importações baratas. Cinco fontes familiarizadas com as discussões afirmaram que a Comissão está avaliando opções, incluindo a definição de uma meta de corte de emissões para 2040 inferior a 90% para as indústrias domésticas, permitindo que os países comprem créditos de carbono internacionais para compensar o restante. Isso significaria que os países da UE poderiam adquirir créditos de projetos que reduzem as emissões de CO2 no exterior — por exemplo, por meio da restauração florestal no Brasil — e contabilizar essas reduções para a meta da UE. As opções que a Comissão está explorando foram relatadas anteriormente pelo Politico."

Fonte: Reuters; 07/04/2025

A blitz tarifária de Donald Trump gera turbulência no setor de energia verde

"As novas tarifas de Donald Trump estão definidas para atacar a indústria de energia renovável, ameaçando aumentar os preços, interromper as cadeias de suprimentos e minar as ambições dos EUA de liderar a revolução da inteligência artificial, disseram executivos de tecnologia limpa. As taxas de 10% a 49% sobre componentes elétricos, armazenamento de bateria e outros equipamentos da China, sudeste da Ásia e Europa representam um golpe duplo para uma indústria que já está se recuperando da adoção de Trump da indústria de combustíveis fósseis e do apetite limitado por energia limpa. Os executivos alertaram que os custos adicionais das tarifas, por sua vez, levariam a contas de energia mais altas. Os preços da eletricidade aumentaram duas vezes mais rápido que a inflação no ano passado, de acordo com o Bank of America, com várias concessionárias solicitando aumentos de preços de dois dígitos aos reguladores para cobrir os custos crescentes de mão de obra, materiais e atualizações da rede. "Isso pode ser um potencial descarrilamento quando realmente temos que inaugurar esta nova era de domínio energético para colocar os EUA no epicentro dos data centers e da tecnologia de IA", disse Sandhya Ganapathy, presidente-executiva da EDP Renewables North America, uma das maiores desenvolvedoras de armazenamento eólico, solar e de bateria nos EUA. "É perturbador de uma perspectiva empresarial e cria disrupção", acrescentou ela. Julien Dumoulin-Smith, analista do Jefferies, um banco de investimento, disse que as tarifas criaram "muita turbulência" em um momento em que as empresas já estavam incertas sobre se Trump cortaria os incentivos lucrativos para energia verde fornecidos pelo ex-presidente dos EUA Joe Biden."

Fonte: Financial Times; 07/04/2025

Índices ESG e suas performances

(1) O Índice ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3) tem como objetivo ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de empresas com reconhecido comprometimento com o desenvolvimento sustentável, práticas e alinhamento estratégico com a sustentabilidade empresarial.
(2) O Índice S&P/B3 Brasil ESG mede a performance de títulos que cumprem critérios de sustentabilidade e é ponderado pelas pontuações ESG da S&P DJI. Ele exclui ações com base na sua participação em certas atividades comerciais, no seu desempenho em comparação com o Pacto Global da ONU e também cias sem pontuação ESG da S&P DJI.
(3) O ICO2 tem como propósito ser um instrumento indutor das discussões sobre mudança do clima no Brasil. A adesão das companhias ao ICO2 demonstra o comprometimento com a transparência de suas emissões e antecipa a visão de como estão se preparando para uma economia de baixo carbono.
(4) O objetivo do IGCT é ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de emissão de empresas integrantes do IGC que atendam aos critérios adicionais descritos nesta metodologia.
(5) A série de índices FTSE4Good foi projetada para medir o desempenho de empresas que demonstram fortes práticas ambientais, sociais e de governança (ESG).
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