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Mercado de carbono regulado é aprovado na Câmara | Café com ESG, 22/12

BRF realiza empréstimos verdes de US$ 150 milhões; Câmara dos Deputados aprova PL da regulamentação do mercado de carbono

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Bom dia! Neste relatório diário publicado todas as manhãs pelo time ESG do Research da XP, buscamos trazer as últimas notícias para que você comece o dia bem informado e fique por dentro do tema ESG – do termo em inglês Environmental, Social and Governance ou, em português, ASG – Ambiental, Social e Governança.

Quais tópicos abordamos ao longo do conteúdo? (i) Notícias no Brasil e no mundo acerca do tema ESG; (ii) Performance histórica dos principais índices ESG em diferentes países; (iii) Comparativo da performance do Ibovespa vs. ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial, da B3); e (iv) Lista com os últimos relatórios publicados pelo Research ESG da XP.

Principais tópicos do dia

• O mercado encerrou o pregão de quinta-feira em território positivo, com o IBOV e o ISE registrando alta de 1,05% e 0,74%, respectivamente.

• Do lado das empresas, (i) a BRF contraiu seu primeiro ‘empréstimo verde’ no valor de US$150 milhões, atrelando o crédito à metas de sustentabilidade (redução as emissões do escopo 1 e 2 e aumento do consumo de energia limpa) – a companhia deverá usar os recursos para expandir seus negócios no Oriente Médio e Norte da África; e (ii) a Anbima e a CVM ampliaram o escopo do acordo de cooperação técnica que mantêm desde agosto de 2020 para englobar ações voltadas à finanças sustentáveis e inovação – segundo João Pedro Nascimento, presidente da CVM, o futuro é verde e digital, com as duas entidades na direção certa para fomentar esse mercado.

• Na política, o destaque fica para a aprovação feita ontem pela Câmara dos Deputados do projeto de lei que regulamenta o mercado de carbono, contando com 299 votos a favor vs. 103 contra – a sessão foi encerrada após o plenário rejeitar uma emenda que incluía o agronegócio no projeto.

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Brasil

Empresas

BRF do Brasil contrai ‘empréstimo verde’ de US$ 150 milhões para uso no Oriente Médio

“Processador brasileiro de frango e porco BRF SA anunciou o anexo de metas de sustentabilidade a uma facilidade de crédito de US$ 150 milhões do First Abu Dhabi Bank aprovada em março, de acordo com as divulgações da empresa na quinta-feira. A empresa disse que este é seu primeiro empréstimo verde para uso no Oriente Médio e Norte da África, pois a linha de crédito ajudará a BRF a expandir seus negócios na região. Sustentabilidade ou empréstimos verdes são facilidades de crédito estruturadas para apoiar atividades comerciais sustentáveis do ponto de vista social e ambiental. “Na BRF, definimos os critérios para reduzir as emissões do escopo 1 e 2 e para aumentar o consumo de energia limpa como um indicador de desempenho vinculado ao empréstimo”, disse Bruno Massera, diretor financeiro de mercados internacionais da BRF, em um comunicado. “Estes são objetivos relevantes para a BRF e estão alinhados com o desafio de colocar em prática a luta contra as mudanças climáticas discutida durante a COP28.” Em 2021, a BRF anunciou um compromisso com a Iniciativa Alvo Baseada na Ciência (SBTI) e tem trabalhado desde então para reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE) em toda a sua cadeia de suprimentos, de acordo com o comunicado. Em 2022, a BRF alcançou “uma redução de 26% nas emissões absolutas de gases de efeito estufa, conforme definido nos escopos 1 e 2”, disse o comunicado.”

Fonte: Reuters, 21/12/2023

Bradesco faz operação de fiança ESG com Eve para desenvolvimento do ‘carro voador’

“O Bradesco concluiu com a Eve Mobilidade Aérea Urbana, do grupo Embraer, a primeira operação fiança que segue um conjunto de diretrizes para estruturação de operações de empréstimos destinados a fins sustentáveis. A Eve está desenvolvendo soluções para o ecossistema de mobilidade aérea urbana global, incluindo uma aeronave elétrica de decolagem e pouso vertical (eVTOL, na sigla em inglês). O valor total afiançado é de até R$ 490 milhões e será destinado exclusivamente para o desenvolvimento do eVTOL, conhecido também como “carro voador”. O recurso foi disponibilizado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Para o Diretor de Desenvolvimento Produtivo, Inovação e Comércio Exterior do BNDES, José Luis Gordon, “trata-se de um projeto de inovação disruptiva, com alta intensidade tecnológica, que busca endereçar problemas relevantes para o mundo inteiro”. “O apoio do BNDES, por meio do Fundo Clima, está em linha com as diretrizes de inovação e descarbonização da nova política industrial”, acrescenta. Até o momento, foram emitidas duas fianças totalizando R$ 127 milhões. Novas fianças serão emitidas gradativamente pelo Bradesco, conforme desembolso do BNDES à Eve. “Acreditamos que a fiança ESG servirá de referência para outras empresas que desejam adotar práticas mais responsáveis e sustentáveis em seus negócios, uma tendência cada vez maior no mercado de crédito”, afirma Bruno Boetger, diretor executivo do Bradesco.”

Fonte: Valor Econômico, 21/12/2023

Anbima e CVM ampliam acordo de cooperação para incluir inovação e sustentabilidade

“A Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) ampliaram o escopo do acordo de cooperação técnica que mantêm desde agosto de 2020. Além das iniciativas de educação, já em andamento, serão lideradas conjuntamente ações voltadas à sustentabilidade e inovação financeira. Alinhadas a tendências globais, as entidades têm o objetivo de fomentar as finanças sustentáveis no Brasil, estimulando a formação de poupança, o desenvolvimento de uma cultura de investimento e o bem-estar financeiro da população, segundo a Anbima. Estão previstas a produção e divulgação de conteúdos educacionais, estudos e pesquisas e promoção de eventos. Por meio de nota a imprensa, o presidente da Ambima, Carlos André, reitera o compromisso do compromisso com a CVM “Os temas que fazem parte do nosso acordo com a CVM são de enorme relevância e urgência para a sociedade. Unindo forças, inclusive com outras instituições do mercado financeiro alinhadas aos mesmos propósitos, poderemos avançar mais rapidamente nessas agendas”, diz. Para João Pedro Nascimento, presidente da CVM, o desenvolvimento do mercado de capitais ocorre quando os participantes entendem a importância de suas competências e atribuições, em meio às oportunidades e ao cenário. O aprofundamento da relação da autarquia com a autorregulação é um dos passos no sentido de estimular as finanças sustentáveis e a inovação. “Eu tenho sido vocal ao dizer que o futuro é verde e digital e a ampliação do convênio entre as duas instituições demonstra que estamos no caminho certo”, diz também em nota.”

Fonte: Valor Econômico, 21/12/2023

Maioria das empresas abraça ESG, mas sem compromissos net zero

“Pesquisa da PwC com empresas listadas no Ibovespa indica que 91% das empresas do Ibovespa divulgaram relatórios com resultados ambientais, sociais e de governança (ESG) em 2023, enquanto menos de 7% declaram já terem alcançado a neutralidade de carbono. Entre elas, 5% dizem respeito aos escopos 1 (operações) e 2 (consumo de energia). Outros 1% não especificam qual o escopo. Os resultados fazem parte da terceira edição do estudo ESG no Ibovespa, realizado em parceria com o Instituto de Auditoria Independente do Brasil (Ibracon). Foram analisadas 82 empresas, entre maio e agosto de 2023. O número de empresas que divulgam relatórios é o maior já registrado pela pesquisa. Em 2020, o percentual era de 86% e caiu para 82% em 2021. No entanto, as metas de redução de emissões não sofreram alterações significativas em comparação com o estudo anterior. Além disso, mais da metade dos relatórios analisados (56%) não apresentou um compromisso real para a conversão das empresas ao padrão carbono neutro. Entre aquelas que relataram algum compromisso, a meta zero líquido está marcada para 2050. Já os objetivos validados pela ciência cresceram significativamente: 30% das empresas que divulgaram metas de redução indicaram que elas foram validadas – na edição anterior eram 19%.”

Fonte: Agência epbr, 21/12/2023

Startups reforçam combate ao desperdício de alimentos

“Empresas brasileiras de base tecnológica dedicadas a reduzir o desperdício de alimentos intensificam suas ações para garantir que o excedente de comida chegue a quem está longe de ter uma mesa farta nas festas de fim de ano. As startups Comida Invisível, Connecting Food e Food To Save usam tecnologia para conectar empresas, restaurantes, varejistas, hotéis entre outros estabelecimentos que possuem alimentos excedentes e garantir a ceia de Natal e Ano Novo a consumidores e a organizações não-governamentais (ONGs) no país. Mais de 17% dos alimentos produzidos no mundo são descartados no varejo e pelos consumidores, mostra o Índice de Desperdício de Alimentos 2021, do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Unep, na sigla em inglês). Segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO, na sigla em inglês), 14% dos alimentos produzidos no mundo, o equivalente a US$ 400 bilhões por ano, se perdem após a colheita, antes de chegarem às lojas. Alimentos perdidos e desperdiçados poderiam alimentar 1,26 bilhão de pessoas que passam fome todos os anos, estima a FAO. Na Connecting Food, que conecta doações de alimentos que seriam descartados por empresas, mas ainda são bons para consumo por organizações sociais, o foco é garantir que as doações sejam recebidas por ONGs que seguem abertas no período de festas.”

Fonte: Valor Econômico, 22/12/2023

Política

Estruturas de financiamento da transição climática

“O Fórum Econômico Mundial, em seu último relatório de ranking de transição energética global, apontou que o Brasil progrediu na criação de um ambiente regulatório que permita a atração de investimentos e a construção de infraestruturas para viabilizar a transição. Foi indicado como positivo o lançamento dos leilões de energia renovável, ainda em 2004, que ajudou a incentivar o desenvolvimento de usinas eólicas e solares no país e a tornar essas fontes competitivas em relação a tecnologias tradicionais de geração. Outros exemplos foram o estabelecimento do sistema de compensação de créditos de energia, que viabilizou o crescimento da geração distribuída, e o RenovaBio, programa de incentivo para a produção de biocombustíveis. Em contrapartida, o relatório observou que mais esforços são necessários para garantir políticas ambientais estáveis e, assim, acelerar o processo de descarbonização. A falta de investimento em infraestrutura da rede elétrica para a geração renovável, a dependência das hidrelétricas na matriz energética, o marco regulatório em evolução e a carência de financiamento se apresentam como as principais fraquezas e merecem especial atenção. Do lado positivo, vale ressaltar que o Brasil tem a oportunidade de se posicionar como um líder global em exportação de energias renováveis. Para um mercado global que está sofrendo para cumprir suas metas de descarbonização, o Brasil pode aproveitar esta oportunidade para desenvolver pioneiramente diversas novas tecnologias, a exemplo do que ocorreu com os biocombustíveis.”

Fonte: Valor Econômico, 22/12/2023

Câmara aprova projeto que regulamenta mercado de carbono; agronegócio fica de fora

“A Câmara dos Deputados aprovou nesta quinta-feira o projeto de lei que regulamenta o mercado de carbono, mecanismo que pretende diminuir as emissões de gases com efeito estufa pelas empresas. O texto-base foi aprovado por 299 votos a 103 e a sessão foi encerrada após o plenário rejeitar uma emenda que incluía o agronegócio no projeto. A proposta foi aprovada pelo Senado em outubro, mas a Câmara fez uma manobra regimental para dar a palavra final sobre o texto que irá a sanção presidencial: rejeitou o projeto da senadora Leila Barros (PDT-DF) e aprovou um outro, de autoria do ex-deputado Jaime Martins (PSD-MG). Assim, as modificações feitas pelos senadores terão que retornar à Câmara para que os deputados decidam se concordam com elas ou não. Isso, porém, atrasará mais a tramitação. Se tivesse sido aprovado o projeto dos senadores, bastaria apenas que eles decidissem sobre as emendas da Câmara para que o texto fosse à sanção. Agora, faltarão mais etapas para a tramitação acabar. Assim como ocorreu no texto do Senado, a produção agropecuária não será enquadrada no mercado obrigatório e não terá que compensar os gases emitidos em excesso. Há consenso de que aualmente não existe metodologia eficiente para medir as emissões dessas atividades, mas o Ministério da Fazenda defendia retirar a vedação para permitir a inclusão no futuro. Prevaleceu, porém, o desejo da bancada ruralista de uma proibição expressa no texto. O Psol propôs emenda para sua inclusão, mas foi rejeitada por 301 votos a 81.”

Fonte: Valor Econômico, 21/12/2023

Índices ESG e suas performances

(1) O Índice ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3) tem como objetivo ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de empresas com reconhecido comprometimento com o desenvolvimento sustentável, práticas e alinhamento estratégico com a sustentabilidade empresarial.
(2) O Índice S&P/B3 Brasil ESG mede a performance de títulos que cumprem critérios de sustentabilidade e é ponderado pelas pontuações ESG da S&P DJI. Ele exclui ações com base na sua participação em certas atividades comerciais, no seu desempenho em comparação com o Pacto Global da ONU e também cias sem pontuação ESG da S&P DJI.
(3) O ICO2 tem como propósito ser um instrumento indutor das discussões sobre mudança do clima no Brasil. A adesão das companhias ao ICO2 demonstra o comprometimento com a transparência de suas emissões e antecipa a visão de como estão se preparando para uma economia de baixo carbono.
(4) O objetivo do IGCT é ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de emissão de empresas integrantes do IGC que atendam aos critérios adicionais descritos nesta metodologia.
(5) A série de índices FTSE4Good foi projetada para medir o desempenho de empresas que demonstram fortes práticas ambientais, sociais e de governança (ESG).
(6)
O Índice MSCI ACWI, que representa o desempenho de todo o conjunto de ações de grande e médio porte do mundo, em 23 mercados desenvolvidos e 26 emergentes.


Nossos últimos relatórios

Análise ESG Empresas (Radar ESG)

Moura Dubeux (MDNE3): De tijolo em tijolo construindo uma agenda promissora(link)

Unipar (UNIP3) e Braskem (BRKM5): Entendendo os desafios (e oportunidades) do setor petroquímico no Brasil(link)

Smart Fit (SMFT3): O segredo para progredir é dar o primeiro passo(link)

Outros relatórios de destaque

Cosan (CSAN3): Principais destaques ESG do Investor Day(link)

Carteira ESG XP: Sem alterações no nosso portfólio para setembro (link)

ESG na Expert XP 2023: As três principais mensagens que marcaram o tema no evento(link)

Relatórios Semanais (Brunch com ESG)

Atenções voltados para a agenda de Lula em Nova York e os desdobramentos da Semana do Clima (link)

1° título verde soberano do Brasil avança; ORVR3 emite SLB no valor de R$130M; Bancos públicos de desenvolvimento se encontram (link)

Expert XP 2023 coloca transição energética em pauta; Marco legal de captura de carbono avança; Investidores pressionam BlackRock (link)


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