Bom dia! Neste relatório diário publicado todas as manhãs pelo time ESG do Research da XP, buscamos trazer as últimas notícias para que você comece o dia bem informado e fique por dentro do tema ESG - do termo em inglês Environmental, Social and Governance ou, em português, ASG - Ambiental, Social e Governança.
Quais tópicos abordamos ao longo do conteúdo? (i) Notícias no Brasil e no mundo acerca do tema ESG; (ii) Performance histórica dos principais índices ESG em diferentes países; (iii) Comparativo da performance do Ibovespa vs. ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial, da B3); e (iv) Lista com os últimos relatórios publicados pelo Research ESG da XP.
Principais tópicos do dia
• O mercado fechou o pregão de quarta-feira, pré-feriado, em território neutro, com o IBOV e o ISE andando de lado (-0,08% e -0,09%, respectivamente).
• No Brasil, (i) segundo a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, a companhia vai começar a entregar combustível sustentável de aviação (SAF) coprocessado antes dos prazos para descarbonização do setor estipulados pelo Corsia - a estatal prevê entregar querosene de aviação coprocessado com 1,2% de óleo vegetal ao mercado, produzido na Refinaria de Duque de Caxias; e (ii) o Ministério da Fazenda deve entregar em julho o plano detalhado de regulamentação do mercado brasileiro de carbono, de acordo com anúncio feito pela Cristina Reis, subsecretária de desenvolvimento econômico sustentável - Reis também afirmou que o órgão regulador do mercado de carbono também será estabelecido no meio do ano.
• Ainda no país, a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), adiantou, nesta quarta, dados de uma nota técnica sobre a intensidade de carbono de energéticos do transporte rodoviário no Brasil, que devem servir de base para as metas do programa Mover - de acordo com a EPE, a intensidade média de carbono da matriz de transporte rodoviário brasileiro deve cair de 72 para 65,5 gramas de CO2 equivalente por megajoule entre 2022 e 2034, puxada pelo uso de biocombustíveis.
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Brasil
Empresas
Petrobras vai antecipar entrega de combustível sustentável de aviação
"A Petrobras vai começar a entregar combustível sustentável de aviação (SAF) coprocessado antes dos prazos para descarbonização do setor estipulados pelo Corsia, disse a presidente da companhia, Magda Chambriard. A estatal prevê entregar querosene de aviação coprocessado com 1,2% de óleo vegetal ao mercado, produzido na Refinaria de Duque de Caxias (Reduc). A executiva criticou os pleitos para adiar os prazos definidos pelo Corsia. “Postergar por quê? Nós temos, nos antecipamos, investimos e trabalhamos por isso”, disse a executiva em entrevista coletiva sobre o balanço de um ano de sua gestão à frente da empresa, nesta quarta-feira (18/6). “Agora que estamos preparados, vamos entregar”, acrescentou. O SAF coprocessado é uma das 11 rotas para a produção de combustível de aviação sustentável aptas para contribuir nas metas de descarbonização do transporte aéreo, estipuladas no Corsia. As metas obrigatórias de descarbonização na aviação entram em vigor a partir de 2027, quando as companhias aéreas vão precisar usar SAF ou comprar créditos de carbono para compensar emissões. De olho na demanda futura para a descarbonização dos combustíveis de aviação, a Petrobras também avalia a construção de uma unidade de alcohol-to-jet para a produção de combustível de aviação 100% renovável na Refinaria de Paulínia (Replan) a partir de 2029. Caso o investimento seja aprovado, a unidade seria a maior do mundo deste tipo, com capacidade para produzir 10 mil barris/dia."
Fonte: Eixos; 18/06/2025
Chuvas desalojam quase 3 mil pessoas e afetam 90 municípios no Rio Grande do Sul
"As fortes chuvas que atingem o Rio Grande do Sul desde o início da semana desalojaram 2.993 pessoas e causaram danos em 90 municípios, segundo o boletim divulgado no início da noite de hoje pelo governo do Estado. Outras 1.583 pessoas estão em abrigos. Duas mortes foram confirmadas e há uma pessoa desaparecida. Autoridades locais resgataram 531 pessoas e 66 animais. Até o momento, cinco municípios declararam situação de emergência e a prefeitura de Jaguari decretou estado de calamidade pública. Há dezenas de pontos de bloqueios total e parcial no Estado causados por alagamentos, erosão do solo ou quedas de pontes. A Defesa Civil alerta para chuvas nas regiões norte e nordeste do Estado, com risco moderado de alagamentos. As chuvas começaram a perder força nesta quinta-feira, mas as condições climáticas continuam instáveis, segundo boletim emitido na tarde de hoje pela Climatempo."
Fonte: Valor Econômico; 18/06/2025
Política
EPE estima queda de 10% nas emissões dos transportes até 2034 puxada por biocombustíveis
"A Empresa de Pesquisa Energética (EPE), adiantou, nesta quarta (18/6), dados de uma nota técnica sobre a intensidade de carbono de energéticos do transporte rodoviário no Brasil, que devem servir de base para as metas do programa Mover (Mobilidade Verde), conduzido pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). De acordo com a EPE, a intensidade média de carbono da matriz de transporte rodoviário brasileiro deve cair de 72 para 65,5 gramas de CO2 equivalente por megajoule (gCO2eq/MJ) entre 2022 e 2034 — uma redução de quase 10%. Os dados foram apresentados em webinar do Ministério de Minas e Energia (MME), “Integração dos programas RenovaBio e Mover: descarbonização do setor de transporte rodoviário”. O estudo considera os impactos de diferentes fontes energéticas em todo o seu ciclo de vida, do “poço à roda”, incluindo gasolina, etanol, diesel, biodiesel, gás natural veicular (GNV), biometano e eletricidade. “O estudo da EPE avalia a intensidade de carbono das principais fontes energéticas utilizadas no transporte rodoviário brasileiro, considerando todo o ciclo de vida dos combustíveis – da produção ao uso final”, explicou Marina Ribeiro, analista da empresa. A projeção é que veículos leves reduzam sua intensidade de carbono de 64,7 para 57,4 gCO2eq/MJ até 2034. Já nos veículos pesados, a queda estimada é de 81 para 74,7 gCO2eq/MJ. A diretora de Estudos do Petróleo, Gás e Biocombustíveis da EPE, Heloisa Borges, ressaltou que o documento tem um papel estratégico na orientação das políticas públicas."
Fonte: Eixos; 18/06/2025
Justiça nega pedido de distribuidora para suspensão de metas do RenovaBio
"A Justiça Federal negou pedido da Monte Cabral Distribuidora para anular as metas individuais compulsórias do Programa Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio). A decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região reverte liminar obtida na primeira instância, que suspendeu a exigência da compra dos créditos de descarbonização. A Advocacia Geral da União (AGU) recorreu da decisão de primeiro grau, alegando que a obrigatoriedade de cumprimento das metas de descarbonização a partir dos biocombustíveis, como compensação às emissões de combustíveis fósseis, foi aprovada pelo Congresso Nacional, cabendo à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) fiscalizar o programa. Enfatizou que a liminar concedida colocava em risco a implantação da política pública do RenovaBio. Disse, ainda, que prejudicaria a sociedade no acesso a um meio ambiente mais limpo e o cumprimento dos compromissos globais para mitigação dos gases causadores do efeito estufa (GEE). O relator do processo, Itagiba Catta Preta, classificou como “descabido” afastar o modelo imposto legalmente e aprovado no Congresso Nacional. Para o juiz, o programa foi “definido com base em estudos e pesquisa de mercado, além de ser aplicado, na prática, pela agência reguladora com o conhecimento técnico para a fiscalização”. O procurador federal Fabricio Andrade, que atuou no caso, ressaltou que o RenovaBio é essencial para o cumprimento de compromissos ambientais do Brasil e metas do Acordo de Paris."
Fonte: Eixos; 18/06/2025
Fazenda deve entregar em julho plano sobre mercado de carbono
"O Ministério da Fazenda deve entregar em julho o plano detalhado de regulamentação do mercado brasileiro de carbono, conforme Cristina Reis, subsecretária de desenvolvimento econômico sustentável do Ministério da Fazenda. Nesta quarta-feira (18), em participação no segundo seminário do projeto “COP30 Amazônia”, uma iniciativa dos jornais Valor e “O Globo” e da rádio CBN, Reis afirmou que, além do texto publicado na ocasião da sanção da lei, em dezembro, o ministério agora vai ampliar as informações. "Nós temos um plano de implementação robusto que está prestes a ser publicado, que terá mais detalhes, além do que já foi informado, como o cronograma", disse. "O plano deve ajudar a constituir as expectativas para investimentos, por exemplo." Na visão de Reis, o desenvolvimento do mercado de carbono requer uma regulamentação do setor público e uma aderência do setor privado, para que tenha uma visão da lucratividade do método e que considere também a justiça climática. Ainda será estabelecido também o órgão regulador do mercado de carbono. Em dezembro, foi sancionada a lei que estabelece as regras para criação do mercado regulado de carbono (15.042/2024). O mercado regulado de carbono estabelece metas de gases de efeito estufa para atividades econômicas abrangidas pela lei. Segundo a Fazenda, empresas que não atingirem as metas de redução de emissões poderão comprar permissões de emissão, as chamadas cotas brasileiras de emissão, de outras empresas que estiverem abaixo do limite."
Fonte: Valor Econômico; 18/06/2025
COP30 lança agenda de ação global
"A quarta carta de André Corrêa do Lago, presidente da COP30, indica, de forma clara, o que já foi decidido pelo multilateralismo climático - que é hora de se discutir como o mundo fará a transição dos combustíveis fósseis de maneira justa, ordenada e equitativa, decisão adotada em Dubai, na COP28. A carta faz mais que isso: lança a agenda de ação climática de forma estruturada, organizada e simples, que possa dar base ao “mutirão global” de esforços que o Brasil pretende seja a tônica da conferência das Nações Unidas em novembro, em Belém. A inovação da agenda de ação lançada hoje pela presidência brasileira da COP30 é olhar para o Balanço Global do Acordo de Paris, (GST), acordado na COP28, em Dubai, como uma “NDC Global”. Explicando as siglas: o GST acompanha o progresso e as lacunas do esforço global na redução da emissão de gases-estufa, na adaptação e no financiamento. Estabeleceu uma centena de determinações. A sigla NDC refere-se aos compromissos climáticos nacionalmente determinados dos países. No caso, o Balanço Global seria uma “GDC” do mundo, ou Contribuição Globalmente Determinada. “Será a bússola orientadora global para ampliar nossa ambição multilateral”, diz o texto. A proposta brasileira de ação climática pretende ser “um celeiro de soluções”. Tem seis eixos temáticos: transição de energia, indústria e transporte; manejo de florestas, oceanos e biodiversidade; transformação da agricultura e dos sistemas alimentares; construindo resiliência para cidades, infraestrutura e água."
Fonte: Valor Econômico; 20/06/2025
Internacional
Empresas
"As emissões recordes de gases de efeito estufa devem esgotar o “orçamento de carbono” do planeta em três anos, ultrapassando outro marco preocupante que reduziria significativamente as chances de limitar o aquecimento a 1,5 °C, afirmaram cientistas. O orçamento de carbono representa a quantidade máxima de gases de efeito estufa que pode ser emitida para ainda manter 50% de probabilidade de limitar o aquecimento dentro da meta do Acordo de Paris de 2015, que é de 1,5 °C acima dos níveis pré-industriais. Essa meta parece cada vez mais distante, disse Joeri Rogelj, professor de ciência climática e política do Imperial College London e coautor de um estudo realizado por uma equipe de mais de 60 cientistas internacionais, publicado na revista Earth System Science Data. “Sob qualquer cenário, há uma alta probabilidade de atingirmos e até mesmo ultrapassarmos 1,5 °C, além de níveis ainda maiores de aquecimento”, afirmou Rogelj. “Atualmente, já estamos em um ponto crítico para níveis mais elevados de aquecimento.” O nível e a taxa de aquecimento global registrados em 2024 foram sem precedentes, concluiu o estudo, já que o ritmo das ações climáticas não acompanhou o aumento das emissões. O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) da ONU estimou em 2021 que o orçamento de carbono restante era de 500 bilhões de toneladas de CO₂. No entanto, o estudo revelou que essa margem caiu para 130 bilhões de toneladas neste ano. O Acordo de Paris estabeleceu um limite para o aumento da temperatura global bem abaixo de 2 °C e, idealmente, de 1,5 °C."
Fonte: Financial Times; 18/06/2025
Política
Estados americanos enviam delegados à UE para obter orientação sobre políticas verdes
"Os estados americanos estão enviando delegações bipartidárias a Bruxelas para buscar orientação sobre políticas climáticas, especialmente esquemas de precificação de carbono, diante da crescente oposição do governo Trump às medidas ambientais. Legisladores de estados como Washington e Nova York se reuniram com autoridades climáticas da Comissão Europeia nas últimas semanas, e delegados da Califórnia visitarão Bruxelas esta semana, segundo autoridades da UE. Embora a maioria desses estados seja predominantemente democrata, os legisladores visitantes têm sido bipartidários, observou um alto funcionário da UE. Uma delegação do setor privado do Texas, estado republicano, também participou de discussões com a comissão sobre energia renovável e captura direta de carbono, afirmou outro representante da UE. “Há claramente um argumento comercial para a descarbonização que pode superar até mesmo a demagogia de Trump, mesmo no coração do território republicano”, disse o funcionário. Essa iniciativa representa uma área notável de colaboração entre certos eleitores dos EUA e a UE, em um momento em que as relações com o bloco estão tensas devido à agenda tarifária do presidente Donald Trump e sua postura em relação à guerra da Rússia contra a Ucrânia. A UE vê essa aproximação como parte fundamental de seus esforços para promover a precificação do carbono globalmente. O bloco introduziu o primeiro sistema internacional de comércio de emissões do mundo em 2005."
Fonte: Financial Times; 18/06/2025
Reino Unido emite orientações ambientais sobre novas perfurações de petróleo e gás no Mar do Norte
"Na quinta-feira, o Reino Unido publicou diretrizes ambientais muito aguardadas, que deverão impactar o futuro desenvolvimento de dois grandes campos de petróleo e gás no Mar do Norte por empresas como Shell e Equinor. As orientações definem como as emissões de gases de efeito estufa provenientes do uso do petróleo e gás, conhecidas como emissões a jusante ou Escopo 3, devem ser consideradas nas futuras decisões governamentais para aprovação da extração. “As novas diretrizes, publicadas hoje, garantirão que os efeitos totais da extração de combustíveis fósseis sobre o meio ambiente sejam reconhecidos nas decisões de aprovação”, afirmou o Departamento de Segurança Energética e Zero Líquido. O documento foi solicitado pelo governo após uma decisão histórica da Suprema Corte no ano passado, que determinou que as autoridades de planejamento deveriam ter levado em conta o impacto das emissões causadoras do aquecimento global ao aprovar um poço de petróleo próximo ao Aeroporto de Gatwick. “Essas novas diretrizes oferecem clareza sobre o caminho a seguir para a indústria de petróleo e gás do Mar do Norte, após a decisão da Suprema Corte no ano passado”, declarou o ministro do Departamento de Energia, Michael Shanks. “Este é um avanço para garantir que todas as implicações da extração de petróleo e gás sejam consideradas em projetos potenciais, permitindo uma transição gerenciada, próspera e ordenada para um futuro de energia limpa no Mar do Norte, em consonância com a ciência.”"
Fonte: Reuters; 19/06/2025
Índices ESG e suas performances


(1) O Índice ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3) tem como objetivo ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de empresas com reconhecido comprometimento com o desenvolvimento sustentável, práticas e alinhamento estratégico com a sustentabilidade empresarial.
(2) O Índice S&P/B3 Brasil ESG mede a performance de títulos que cumprem critérios de sustentabilidade e é ponderado pelas pontuações ESG da S&P DJI. Ele exclui ações com base na sua participação em certas atividades comerciais, no seu desempenho em comparação com o Pacto Global da ONU e também cias sem pontuação ESG da S&P DJI.
(3) O ICO2 tem como propósito ser um instrumento indutor das discussões sobre mudança do clima no Brasil. A adesão das companhias ao ICO2 demonstra o comprometimento com a transparência de suas emissões e antecipa a visão de como estão se preparando para uma economia de baixo carbono.
(4) O objetivo do IGCT é ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de emissão de empresas integrantes do IGC que atendam aos critérios adicionais descritos nesta metodologia.
(5) A série de índices FTSE4Good foi projetada para medir o desempenho de empresas que demonstram fortes práticas ambientais, sociais e de governança (ESG)..
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