Bom dia! Neste relatório diário publicado todas as manhãs pelo time ESG do Research da XP, buscamos trazer as últimas notícias para que você comece o dia bem informado e fique por dentro do tema ESG - do termo em inglês Environmental, Social and Governance ou, em português, ASG - Ambiental, Social e Governança.
Quais tópicos abordamos ao longo do conteúdo? (i) Notícias no Brasil e no mundo acerca do tema ESG; (ii) Performance histórica dos principais índices ESG em diferentes países; (iii) Comparativo da performance do Ibovespa vs. ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial, da B3); e (iv) Lista com os últimos relatórios publicados pelo Research ESG da XP.
Principais tópicos do dia
• O mercado encerrou o pregão de quarta-feira em território negativo, com o IBOV e o ISE em queda de -1,59% e -2,27%, respectivamente.
• No Brasil, (i) a Acelen, empresa de refino que hoje administra a Refinaria de Mataripe (BA), que pertencia à Petrobras e foi comprada pelo fundo árabe Mubadala há dois anos, acaba de firmar seu primeiro contrato de parceria no valor de R$12 bilhões para a produção de macaúba - considerado até sete vezes mais potente do que o óleo da soja para a produção de combustíveis, macaúba é a grande aposta da companhia para a produção do chamado diesel “verde” e de biocombustível sustentável de aviação; e (ii) a aprovação do projeto de lei 2524/2022, que prevê o banimento de diversos tipos de plásticos de uso único no país, pela Comissão de Assuntos Sociais do Senado, gerou preocupação nas indústrias química e de transformação brasileiras - mantidos os termos atuais do PL, o setor de plástico alega que haverá redução de R$70,2 bilhões em faturamento, perda de 205 mil empregos e redução da massa salarial da ordem de R$ 6,7 bilhões.
• No internacional, a Financial Conduct Authority (FCA), órgão regulador financeiro do Reino Unido disse hoje que está buscando formas de reprimir o “greenwashing”, rejeitando fundos de investimento que tentam de rotular como ESG - segundo o FCA, alguns fundos estavam rotulando-se como ESG, mas, na realidade, eram apenas fundos passivos replicando índices tradicionais.
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Brasil
Empresas
Para reduzir uso do plástico, 3M vai pesquisar óleos e fibras em Manaus
"A 3M, fabricante dos blocos de papel Post-it, das esponjas de lavar louça Scotch Brite, de fitas adesivas e de milhares de outros itens, está abrindo um centro de pesquisa e desenvolvimento em Manaus (AM). Vai estudar materiais poliméricos da região, para substituir os sintéticos, e pesquisar insumos como óleos e fibras naturais. Outro foco é a reciclagem desses materiais e sua incorporação em formulações de produtos. A empresa já tem uma fábrica na região, onde produz fitas adesivas, materiais de segurança do trabalho e componentes para a indústria automotiva. Agora, investimentos serão feitos para melhorar a capacidade de reciclagem, reduzir o uso do plástico e estudar o uso de outros materiais reciclados no portfólio e em embalagens. “O Brasil é um lugar ideal para fazer um investimento como esse por sua vocação histórica e foco em sustentabilidade. Tem uma grande variedade de materiais renováveis e recicláveis disponíveis localmente”, diz Cordell Hardy, vice-presidente sênior de operações corporativas de pesquisa e desenvolvimento (P&D) da 3M.”
Fonte: Valor Econômico, 19/10/2023
Acelen dá início a projeto para uso da macaúba como fonte de energia
"A Acelen, empresa de refino que hoje administra a Refinaria de Mataripe (BA) — a unidade, que pertencia à Petrobras, foi comprada pelo fundo árabe Mubadala há dois anos — acaba de firmar seu primeiro contrato de parceria para a produção de macaúba. O acordo, fechado com a MulticanaPlus, empresa especializada em sistemas e automatização de produção de mudas, marca o início de um projeto de dez anos que receberá R$ 12 bilhões em investimentos. O óleo da palmeira da macaúba, que é até sete vezes mais potente do que o da soja para a produção de combustíveis, é a grande aposta da companhia para a produção do chamado diesel “verde” (HVO, na sigla em inglês) e de biocombustível sustentável de aviação (SAF, na sigla em inglês).Sob o acordo, a MulticanaPlus tem a missão de desenvolver protocolos de multiplicação da macaúba em escala comercial para permitir à Acelen plantar, em dez anos, 200 mil hectares de macaúba e dendê, uma área equivalente a 280 mil campos de futebol. A companhia vai desembolsar R$ 10 milhões para dar o pontapé inicial no projeto. Na primeira etapa, a equipe da Acelen vai identificar os exemplares de macaúba mais produtivos para levá-los para testes genéticos. A reprodução não será por semente, mas via clonagem, por meio de um protocolo chamado de embriogênese somática, em que se colhe somente um pedaço da planta (com isso, não é necessário podar a palmeira-matriz). Esse pedaço vai para análise e, posteriormente, para a reprodução genética.”
Fonte: Globo Rural, 18/10/2023
IA, Governança e o futuro das companhias
"Tenho me envolvido com Inteligência Artificial (IA) há mais de 10 anos e, com o tempo, me tornei um apaixonado pelo assunto, principalmente pelo impacto positivo que acredito que essa tecnologia pode gerar para empresas, governos e sociedade de uma forma geral. Nos últimos meses, desde o anúncio público do(s) investimento(s) que fizemos na OpenAI e da democratização de IA Generativa através do uso de ChatGPT, o assunto tomou uma proporção jamais vista antes. Tenho falado muito para Conselhos de Administração e Executivos de Negócio que tentam entender onde e como usar a tecnologia e como direcionar a organização. Como gosto de uma boa história, normalmente durante a conversa me refiro ao filme “2001 uma Odisseia no Espaço”. Muitos devem se lembrar desse filme produzido em 1968, pelo visionário Stanley Kubrick, que antecipou grande parte do que estamos vivenciando hoje (quem não viu vale a pena assistir). Tento mostrar que obviamente o assunto é antigo, mas agora, finalmente, “virou realidade” e que, além disso, não é um tema somente para os técnicos ou para a área de TI e sim para todos.”
Fonte: Valor Econômico, 19/10/2023
A nota que a mulher brasileira dá à sua vida financeira: 1,4
"As mulheres brasileiras são as principais provedoras das famílias e estão esgotadas. E ao contrário do que se poderia imaginar, não é pela quantidade de trabalho, dentro e fora de casa, mas pela falta de dinheiro. Este diagnóstico emerge de uma pesquisa inédita feita pela ONG Think Olga, focada na equidade de gênero. Nela, as mulheres pesquisadas listaram sua situação financeira, a remuneração baixa e as dívidas como as principais causas de insatisfação em suas vidas. “Durante a pandemia, já falávamos sobre a sobrecarga das mulheres, porque a rede de apoio desapareceu e começamos a falar de economia do cuidado, achando que a pandemia ia acabar e todas estariam felizes e aliviadas,” disse a diretora de impacto da Think Olga, Maíra Liguori, que se declarou surpresa com os resultados. “Terminou a pandemia e as mulheres seguem esgotadas mentalmente. Então a gente decidiu olhar para o que está adoecendo as mulheres. A nossa aposta era ainda a sobrecarga do cuidado. Mas o que pesa de verdade é a questão financeira, e foi um fator que apareceu em uma proporção muito maior do que a gente imaginava.” Em uma das etapas da pesquisa, as entrevistadas deveriam dar uma nota de 0 a 10 sobre diferentes questões de suas vidas. A situação financeira levou uma retumbante nota 1,4.”
Fonte: Brazil Journal, 18/10/2023
Projeto de lei que bane plásticos descartáveis no Brasil coloca indústria em alerta
"A aprovação do projeto de lei 2524/2022, que prevê o banimento de diversos tipos de plásticos de uso único no país, pela Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado, gerou preocupação nas indústrias química e de transformação brasileiras. Representadas por Abiquim e Abiplast, essas indústrias pedem que haja diálogo sobre o assunto, “para que nenhum integrante da sociedade sofra com o banimento abrupto e desarquitetado dos plásticos de uso único”. Mantidos os termos atuais do PL, o setor de plástico alega que haverá redução de R$ 70,2 bilhões em faturamento, perda de 205 mil empregos e redução da massa salarial da ordem de R$ 6,7 bilhões. O setor de coleta e separação de resíduos também seria atingido, com o fechamento de mais de 270 mil empregos. Diante disso, Abiquim e Abiplast defendem a necessidade de reformulação do PL, que agora segue para a Comissão do Meio Ambiente, que se manifestará de forma terminativa sobre a proposta. Durante audiência pública da Comissão de Assuntos Sociais (CAS), no dia 11, a Abiquim entregou à senadora Damares Alves, que presidia a sessão, uma sugestão de revisão ao PL, com proposta alternativa que inclui a distribuição gratuita de produtos de uso único, a fim de estimular a redução do consumo.”
Fonte: Valor Econômico, 18/10/2023
Política
Após pressão, governo Lula vai antecipar R$ 100 milhões em emendas para Amazonas
"O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB), anunciou nessa quarta-feira (18) que o governo federal vai antecipar o pagamento de R$ 100 milhões em emendas parlamentares para o Amazonas. Isso porque o Estado sofre há algumas semanas com uma estiagem que tem provocado a seca de rios. O anúncio foi feito depois que o Palácio do Planalto passou a ser pressionado, nos bastidores, pelos congressistas que queriam ajudar a mitigar a crise na região por meio de recursos diretos. Na prática, as emendas permitem que os parlamentares coloquem suas "digitais políticas" em ações e obras emergenciais no Estado. A reclamação da bancada do Amazonas é que a articulação política do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não tem dando vazão às emendas destinadas pelo Congresso. Os R$ 100 milhões em emendas farão parte de um pacote de ações maior, que irá totalizar mais de R$ 600 milhões em recursos para a região.”
Fonte: Valor Econômico, 19/10/2023
Justiça brasileira anula suspensão de mina canadense de potássio na Amazônia
"Um tribunal federal de apelações anulou uma liminar suspendendo a licença da empresa canadense Brazil Potash Corp para construir a maior mina de fertilizantes da América Latina na floresta amazônica. O Tribunal Regional Federal 1 decidiu na terça-feira que a agência ambiental do estado da Amazônia IPAAM tem autoridade para emitir a licença porque não há território indígena oficialmente reconhecido na área da mina planejada de US$ 2,5 bilhões. A juíza federal Jaiza Fraxe em Manaus no mês passado reiterou sua decisão de 2016 de suspender o projeto até que os Mura, um povo indígena local, fossem consultados. Ela também determinou que uma licença deve vir da agência ambiental federal IBAMA e não da agência estadual IPAAM. O tribunal de apelações decidiu que não há evidências de que a área onde a mina é planejada esteja localizada em terras indígenas, de acordo com a decisão vista pela Reuters. "Se a área do depósito mineral em questão fosse coberta por terras indígenas demarcadas, não haveria dúvida sobre a competência federal para licenciamento; ou mesmo se fosse terra indígena em processo de demarcação. Mas esse não é o caso", disse. O Brasil Potash na quarta-feira se recusou a comentar sobre a decisão, que foi baseada em um apelo da agência ambiental estadual IPAAM. Os Mura, que contam com cerca de 15.000 pessoas, estão divididos sobre se devem concordar com a mina.”
Fonte: Reuters, 18/10/2023
Internacional
Empresas
Fiscalizador do Reino Unido diz que alguns fundos tentam enganar com rótulo ESG
"O órgão de guarda financeiro da Grã-Bretanha disse na quinta-feira que estava tendo que "empurrar para trás" alguns fundos de investimento que tentam enganosamente rotular-se como focados no desempenho ambiental, social e de governança (ESG). Os reguladores de todo o mundo estão procurando reprimir a "greenwashing", ou reivindicações favoráveis ao clima exageradas por empresas e fundos para atrair investimentos. Há um grande número de pedidos de fundos que buscam se registrar como fundos focados em ESG ou se rotular novamente como focados em sustentabilidade à medida que um grande volume de dinheiro entra no setor de investimentos em rápido crescimento, disse Mhairi Jackson, líder de políticas em gerenciamento de ativos da Financial Conduct Authority (FCA). "Vemos alguns fundos passivos com nomes relacionados ao ESG que na verdade são apenas fundos passivos, eles estão apenas replicando índices normais que não têm um foco ESG, o que a considera completamente enganoso e algo que temos empurrado para trás", disse Jackson em uma conferência realizada pelo órgão da indústria de fundos luxemburguês Alfi. "Também vimos alguns fundos chegarem onde as participações propostas pelo fundo diferem muito dos objetivos e das declarações de que eles estão mantendo a nossa verdade", disse ela.”
Fonte: Reuters, 19/10/2023
Deutsche Bank estabelece metas de emissões para clientes de carvão, cimento e transporte marítimo
"O Deutsche Bank estabeleceu metas de redução de emissões para empréstimos a clientes nos setores de mineração de carvão, cimento e transporte marítimo e agora tem um plano líquido zero para 55% de suas emissões financiadas, disse seu diretor de sustentabilidade à Reuters. Um financiador fundamental para setores poluentes, o maior credor da Alemanha, como muitos de seus pares, está sob crescente pressão de formuladores de políticas e investidores para pressionar os clientes a reduzir as emissões que causam o clima. Seu livro de empréstimos corporativos era de 107 bilhões de euros (US$ 112,72 bilhões) no final de 2022. "Assim que tivermos caminhos, podemos começar a gerenciá-lo realmente", disse o Diretor de Sustentabilidade Jörg Eigendorf, quando o banco publicou seu plano de transição inicial. Um ano depois de criar um "fórum líquido zero" de executivos seniores para avaliar acordos de empréstimo de mais de 25 milhões de euros que levariam a grandes aumentos nas emissões, Eigendorf disse que o órgão havia revisado até agora 41 e chutado 25% para ser renegociado. As razões para inicialmente rejeitar uma transação podem incluir uma empresa com um plano líquido-zero fraco, por exemplo, não incluindo relatórios de emissões do Escopo 3, que são aquelas vinculadas à cadeia de valor de uma empresa.”
Fonte: Reuters, 19/10/2023
Índices ESG e suas performances


(1) O Índice ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3) tem como objetivo ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de empresas com reconhecido comprometimento com o desenvolvimento sustentável, práticas e alinhamento estratégico com a sustentabilidade empresarial.
(2) O Índice S&P/B3 Brasil ESG mede a performance de títulos que cumprem critérios de sustentabilidade e é ponderado pelas pontuações ESG da S&P DJI. Ele exclui ações com base na sua participação em certas atividades comerciais, no seu desempenho em comparação com o Pacto Global da ONU e também cias sem pontuação ESG da S&P DJI.
(3) O ICO2 tem como propósito ser um instrumento indutor das discussões sobre mudança do clima no Brasil. A adesão das companhias ao ICO2 demonstra o comprometimento com a transparência de suas emissões e antecipa a visão de como estão se preparando para uma economia de baixo carbono.
(4) O objetivo do IGCT é ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de emissão de empresas integrantes do IGC que atendam aos critérios adicionais descritos nesta metodologia.
(5) A série de índices FTSE4Good foi projetada para medir o desempenho de empresas que demonstram fortes práticas ambientais, sociais e de governança (ESG).
(6) O Índice MSCI ACWI, que representa o desempenho de todo o conjunto de ações de grande e médio porte do mundo, em 23 mercados desenvolvidos e 26 emergentes.
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