Relembrando os destaques do ano e os principais relatórios que você não pode perder
O ano de 2025 foi marcado por volatilidade macroeconômica e geopolítica global, trazendo efeitos também para o tema ESG. No Brasil, vimos avanços regulatórios significativos na agenda, ao mesmo tempo em que o interesse dos investidores e das empresas por temas específicos na pauta se manteve alto. Nesse sentido, observamos mudanças estruturais em direção à transição energética e aos investimentos ESG que vêm cada vez mais criando oportunidades que exigem atenção e alocação estratégica de capital, com foco em tópicos como mercado de carbono, transição energética, minerais críticos, biocombustíveis, entre outros. Com o fim do ano se aproximando, trazemos uma retrospectiva da agenda ESG em 2025 e uma visão sobre o que esperar para 2026. Para cada mês, você encontrará: (i) um acontecimento relevante; (ii) nossa análise; e (iii) um relatório da XP sobre o tema.
Janeiro
Fórum Econômico Mundial começa nesta segunda com as atenções voltadas para Trump
Fonte: Valor Econômico, 20/01/2025
Acontecimento: A 55ª Reunião Anual do Fórum Econômico Mundial foi realizada em Davos, Suíça, de 20 a 24 de janeiro. O evento reuniu cerca de 3.000 participantes de todo o mundo, incluindo chefes de Estado, funcionários do governo, organizações multilaterais e importantes líderes do setor privado, reunidos para discutir questões urgentes que afetam os mercados globais. De modo geral, a presença (virtual) de Donald Trump, apenas três dias após sua posse como o 47º presidente dos EUA, acabou atraindo grande parte da atenção. Em discurso, Trump ameaçou impor tarifas a concorrentes estrangeiros, reiterou seu apoio ao setor de óleo e gás e reforçou sua intenção de acabar com os incentivos aos veículos elétricos.
Nossa visão: Desde que venceu as eleições, Trump tem gradualmente preparado as bases para o seu segundo mandato, de forma que tal posicionamento no Fórum não tenha sido recebido como grande surpresa. Prometendo reduzir a burocracia federal e os encargos regulatórios em todos os setores, vários nomeados para o Gabinete reafirmaram seu compromisso com a desregulamentação ambiental, alinhando-se à agenda mais ampla de Trump. Mesmo sem uma política climática contundente – e diante da crescente politização da pauta -, ameaças como essa não devem impedir que o setor privado avance em estratégias climáticas, impulsionado por dois fatores principais: (i) os EUA possuem um setor privado independente e robusto, capaz de avançar mesmo sem apoio do governo; e (ii) as oportunidades econômicas oriundas da transição energética são importantes demais para serem ignoradas, oferecendo às empresas a chance de obter vantagens competitivas em uma economia global cada vez mais interconectada.
Clique aqui para acessar o relatório | ‘Quem estará por trás das políticas climáticas no governo Trump?’
Fevereiro
Anbima coloca ESG ‘na régua’ e anuncia regras para títulos de renda fixa sustentáveis
Fonte: Seu Dinheiro, 24/02/2025
Acontecimento: A Anbima divulgou novas regras e procedimentos sobre emissões de títulos ESG. Agora, essas emissões terão que seguir critérios mais rígidos para a estruturação de ofertas de títulos de renda fixa considerados sustentáveis, que passarão a valer em março. Os critérios levam em conta o tipo de título sustentável e se os recursos obtidos na oferta serão usados para financiar objetivos atrelados às metas de sustentabilidade, um projeto específico nessa área ou ambos. Além disso, os documentos referentes à oferta devem seguir um padrão, incluindo informações como a descrição dos projetos que serão financiados pelo título.
Nossa visão: Embora as emissões de títulos ESG ainda representem uma parcela relativamente pequena do mercado global (14%), elas estão aumentando de forma significativa ao longo dos últimos anos. No Brasil, a tendência é semelhante: as emissões de títulos ESG atingiram R$89,6 bi em 2024 (+4,5% A/A). À medida que os emissores procuram, cada vez mais, alinhar as suas ofertas de dívida com objetivos de sustentabilidade, temos visto uma procura crescente por instrumentos de renda fixa ESG. Um dos desafios, contudo, reside na falta de uma definição sobre o que constitui uma dívida “sustentável”, aliada à ausência de métricas padronizadas para divulgar os impactos da sustentabilidade. Isso posto, as novas regras e padrões anunciados pela Anbima devem contribuir para maior transparência na emissão, fortalecendo a confiança do investidor, o que vemos com bons olhos.
Clique aqui para acessar o relatório | ‘Quando o mercado de renda fixa encontra a sustentabilidade’
Março
Leilão de baterias ocorrerá no segundo semestre, diz MME
Fonte: Valor Econômico, 11/03/2025
Acontecimento: Em março, Thiago Barral, Secretário Nacional de Transição e Planejamento Energético do Ministério de Minas e Energia, previa que o primeiro leilão de armazenamento de energia do Brasil ocorresse no segundo semestre de 2025. O Ministério informou, na época, que estava na fase final de refinamento das propostas apresentadas por empresas e associações do setor. Entre os detalhes preliminares do leilão estão: (i) capacidade mínima por unidade de 30 MW; e (ii) duração do contrato de 10 anos.
Nossa visão: Os sistemas de armazenamento de energia (BESS, na sigla em inglês) desempenham um papel fundamental na transição energética global, enfrentando os desafios impostos pela crescente participação de fontes de energia renováveis intermitentes (principalmente solar e eólica). Ao armazenar eficientemente a energia durante os períodos de alta geração e liberá-la durante os períodos de pico de demanda ou de baixa geração, o BESS melhora a utilização da energia, a confiabilidade e a estabilidade da rede. Dessa forma, vemos a realização do primeiro leilão no Brasil como um passo importante, que deve ajudar a destravar investimentos, abrindo oportunidades para projetos em grande escala no país. Como a demanda global por armazenamento de energia continua crescendo, os investidores estão reconhecendo cada vez mais a tecnologia de baterias como uma oportunidade de investimento de longo prazo e uma solução essencial para a transição energética.
Clique aqui para acessar o relatório | ‘Bens de Capital, Elétricas e ESG: Armazenando Potencial’
Abril
Combustível sustentável de avião avança no Brasil, mas regulamentação é barreira
Fonte: Valor Econômico, 16/04/2025
Acontecimento: O combustível sustentável de aviação (SAF, na sigla em inglês) é uma das principais apostas do setor aéreo global para atingir sua meta de emissão zero de carbono até 2050. No Brasil, sua adoção começou a avançar, com o país sendo visto como chave no fornecimento do combustível renovável, que pode ser produzido de diversas formas no mercado brasileiro. Em termos de regulamentação, as metas previstas na Lei do Combustível do Futuro implicam que as companhias aéreas em voos domésticos reduzam suas emissões em 1% em 2027 com o uso de SAF. O percentual aumentará gradualmente, chegando a 10% em 2037. No entanto, para que haja mais progresso, empresas alertam para brechas regulatórias que precisam ser fechadas para garantir investimentos, além do desafio do alto custo do SAF.
Nossa visão: Embora reconhecido como essencial para a descarbonização da aviação, em reunião com a ABIOVE foi reforçado que o SAF ainda está distante de ser escalável, apesar dos avanços do setor privado. Na visão da entidade, como o combustível representa cerca de 40% das despesas operacionais das companhias aéreas, o custo do SAF (3-4x maior do que o do combustível convencional) é uma barreira significativa para sua adoção. À título de referência, uma mistura de 10% de SAF poderia aumentar os custos de combustível em 35%, segundo estimativas das companhias aéreas, assumindo que os preços do SAF permaneçam inalterados até lá. Esse impacto, por consequência, resultaria em preços mais altos das passagens para os consumidores.
Clique aqui para acessar o relatório | ‘Biocombustíveis: explorando oportunidades para o Brasil’
Maio
Fonte: Seu Dinheiro, 09/05/2025
Acontecimento: No dia 5 de maio, entrou em vigor a 20ª edição do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE B3), que agora conta com 82 empresas, acima dos 76 nomes da carteira anterior. Enquanto 73 nomes foram mantidos, 9 constituintes foram incluídos (3tentos, Equatorial, Hidrovias do Brasil, OceanPact, Odontoprev, Portobello, Quero-Quero, Sabesp e Wilson Sons) e 3 foram removidos (Dasa, Grendene e Suzano). Segundo a classificação setorial da Bloomberg, os três setores mais representados são: industrial (16), consumo discricionário (15) e energia (14); e as empresas com maior pontuação foram: Tim (90,03), Neoenergia (88,84), Lojas Renner (88,38) e Engie Brasil (88,04).
Nossa visão: Continuamos vendo o ISE B3 como uma importante referência para as empresas que adotam boas práticas ESG no mercado brasileiro, servindo como ponto de referência para identificar nomes bem posicionados na agenda. Dessa forma, o índice trabalha em prol dos investidores em suas tomadas de decisão, ao mesmo tempo em que incentiva as empresas a adotarem práticas de sustentabilidade mais sólidas e transparentes. Nesse contexto, o aumento do número de constituintes pode refletir uma participação mais ampla e um crescente envolvimento com temas de sustentabilidade em todos os setores. Ainda assim, embora o ISE seja uma ferramenta útil de seleção e um ponto de partida para a análise, ele serve mais como um guia do que como uma certificação definitiva de altos padrões, não substituindo uma análise minuciosa e material ESG.
Clique aqui para acessar o relatório | ’20ª carteira do ISE da B3 entra em vigor: O que você precisa saber’
Junho
Banco Mundial vai acabar com a proibição de projetos de energia nuclear
Fonte: Reuters, 11/06/2025
Acontecimento: O Banco Mundial aprovou, em junho, o fim da proibição de 12 anos ao financiamento de projetos de energia nuclear em países em desenvolvimento – uma mudança de política relevante em meio à crescente demanda global por energia e aos esforços de descarbonização. Pelo novo marco, os recursos destravados devem ser destinados prioritariamente a: (i) extensão da vida útil dos reatores existentes; (ii) modernização da infraestrutura elétrica; e (iii) desenvolvimento de pequenos reatores modulares (SMRs, sigla em inglês), uma tecnologia de nova geração considerada mais escalável e econômica em comparação às usinas nucleares convencionais de grande porte.
Nossa visão: Vemos tal medida destravando o potencial da energia nuclear, que tem sido cada vez mais reintegrada à matriz global, principalmente frente à: (i) segurança energética, devido ao fornecimento estável de energia como fonte de base; (ii) metas de descarbonização, dadas as baixas emissões de carbono associadas; e (iii) a crescente demanda por energia, impulsionada pelo avanço dos data centers. Além disso, essa decisão auxilia em um dos principais gargalos do setor: o acesso a financiamento de longo prazo e baixo custo. Devido aos longos prazos de construção e à recorrência de estouros orçamentários, projetos nucleares dependem fortemente de capital estatal para sua viabilização. De todo modo, apesar da expansão significativa de capacidade nuclear global esperada para os próximos anos, os desafios estruturais persistem, e um renascimento completo do setor ainda está longe de ser garantido.
Clique aqui para acessar o relatório | ‘(Re)abastecendo os reatores: A energia nuclear está de volta ao radar?’
Julho
Fazenda fica com xerife do mercado de carbono
Fonte: Capital Reset, 24/07/2025
Acontecimento: Em julho, sete meses após a sanção da Lei 15.402, que institui o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões (SBCE), Cristiana Reis, subsecretária de Desenvolvimento Econômico Sustentável, anunciou que a estrutura provisória do mercado de carbono regulado brasileiro será uma secretaria vinculada ao Ministério da Fazenda, com lançamento previsto para agosto. Esse órgão seria responsável pela condução da regulamentação do SBCE até a criação de uma instância definitiva.
Nossa visão: Globalmente, temos visto uma evolução nos mercados regulados de carbono, com dados do Banco Mundial indicando que existem 38 Sistemas de Comércio de Emissões (ETSs) ativos atualmente. Nesse contexto, os mercados de carbono estão entrando em uma fase mais madura, com ênfase crescente na qualidade do crédito, impulsionando a diferenciação de preços no mercado voluntário. No que tange ao Brasil, o país desempenha um papel fundamental na oferta global, particularmente em soluções baseadas na natureza, respondendo por 10% das emissões globais em 2024. Sob tal cenário, o avanço do SBCE atua de forma fundamental para alavancar essa oportunidade. Em nossa visão, embora o anúncio da estrutura provisória represente um avanço relevante, o longo intervalo entre a aprovação da lei e a criação do mesmo sinaliza o caráter gradual e complexo da implementação, bem como a complexidade regulatória envolvida na criação da autoridade responsável por regular o mercado de carbono no Brasil, o que vale a pena monitorar adiante.
Clique aqui para acessar o relatório | ‘Meio do caminho, muitos caminhos: Oportunidades e desafios na agenda ESG’
Agosto
Petrobras inicia licitação de plantas de BioQAV e HVO, com obras previstas para fim de 2026
Fonte: Eixos, 20/08/2025
Acontecimento: Em agosto, a Petrobras iniciou o processo de contratação para sua primeira instalação industrial dedicada à produção de Bioquerosene de Aviação (BioQav) e diesel renovável (HVO). A planta ficará instalada na Refinaria Presidente Bernardes, em Cubatão (SP), e deverá processar cerca de 950 mil toneladas de óleos vegetais e gordura animal por ano, com capacidade de produção de até 16 mil barris por dia de ambos os biocombustíveis. A assinatura do contrato está prevista para o segundo semestre de 2026, com o início da construção logo em seguida.
Nossa visão: Apesar de seu tamanho pequeno em relação ao portfólio geral da Petrobras, consideramos a iniciativa estrategicamente relevante em duas frentes principais: (i) diversificação do portfólio, pois posiciona a Petrobras em soluções de combustíveis de baixo carbono em um momento de aceleração da demanda global por SAF e HVO; e (ii) alinhamento regulatório, pois antecipa a conformidade com a Lei do Combustível do Futuro, que estabelece metas obrigatórias de mistura para BioQAV e HVO, criando potencialmente um mercado doméstico estável para esses combustíveis. De modo geral, vemos este projeto como um passo para alinhar o segmento de refino da Petrobras com produtos de maior valor e com as tendências de transição energética de longo prazo. Além disso, não esperamos que ele tenha um impacto significativo na alocação de capital da empresa no curto prazo. A liderança da Petrobras reforçou seu comprometimento com a disciplina de capital e o controle de custos em meio a um ambiente de Brent mais baixo, conforme destacado durante nossas discussões com a companhia na XP CEO Conference.
Clique aqui para acessar o relatório ‘Cartão postal do Rio: Destaques do primeiro dia conferência’; e aqui para o conteúdo ‘Cartão postal do Rio: Destaques do segundo dia conferência.
Setembro
Corrida de governos para acessar minerais críticos pode fazer regulamentação avançar
Fonte: Valor Econômico, 14/09/2025
Acontecimento: À medida que o debate global sobre minerais críticos ganha força, as discussões em torno da modernização do arcabouço legal brasileiro para a exploração de recursos se intensificam. Nesse contexto, Marcio Pereira, sócio do escritório BMA Advogados, observou esta semana que nunca viu o setor de mineração tão mobilizado quanto agora em seus esforços para refinar o cenário regulatório. De modo geral, o contexto global – impulsionado principalmente pela pressão do governo dos EUA para garantir acesso a reservas minerais estratégicas – acelerou o consenso em torno da necessidade do Brasil de atualizar seu arcabouço legal para capitalizar a atual onda de investimentos no desenvolvimento do setor.
Nossa visão: Como Rinaldo Mancin, do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), destacou durante nossa reunião, regulamentações pouco claras continuam sendo um dos principais desafios que limitam o progresso dessa indústria. Isso posto, vemos de forma positiva o avanço das discussões em termos de mudanças regulatórias, uma vez que uma estrutura legal mais clara e maior previsibilidade são essenciais para construir a confiança dos investidores e posicionar o Brasil como um potencial importante fornecedor global de minerais críticos.
Clique aqui para acessar o relatório | ‘Moldando o próximo capítulo na mineração: Minerais críticos, regulação e comunidades’
Outubro
BHP e POSCO assinam acordo para avançar ferro de baixa emissão à base de hidrogênio
Fonte: Reuters, 30/10/2025
Acontecimento: A mineradora australiana BHP, maior do mundo, junto com a siderúrgica sul-coreana POSCO, assinou em outubro um acordo para avançar na produção de ferro com “quase zero emissões”, um passo importante na fabricação de aço verde, com o comissionamento previsto para o início de 2028. O projeto tem capacidade estimada para produção de 300 mil toneladas por ano. À título de referência, segundo a Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês), uma tonelada de aço produzida por meio de alto-forno – que representa a maior parte da produção mundial – gera cerca de 2,3 toneladas de dióxido de carbono, enquanto processos que utilizam minério de ferro sem sucata alcançam emissões de até 0,4 tonelada de carbono por tonelada de aço bruto. Isso posto, tal substituição permite uma redução expressiva das emissões, reforçando o potencial de tais tecnologias, principalmente considerando que o setor responde por 8% das emissões globais de carbono.
Nossa visão: De forma geral, vemos essa iniciativa alinhada aos esforços globais de descarbonização da cadeia de produção de aço. Nesse contexto, o Brasil mantém uma posição de destaque, principalmente frente às reservas de minério de ferro de alta qualidade. Conforme destacado durante o Brazil Climate Summit em Nova York, tal diferencial torna o país mais competitivo, o colocando estrategicamente posicionado para liderar a produção de aço com baixa emissão de carbono.
Clique aqui para acessar o relatório | ‘O potencial climático do Brasil e seu papel-chave na descarbonização global’
Novembro
Sem ‘roadmap’ para fim dos combustíveis fósseis, adaptação é protagonista nos textos finais da COP30
Fonte: Valor Econômico, 22/11/2025
Acontecimento: A COP30 terminou no dia 22 de novembro, em Belém, com a aprovação de 29 textos negociados ao longo das duas semanas de conferência, mas sem incluir um roadmap para a transição global dos combustíveis fósseis ou para deter o desmatamento. Esses dois temas não estavam na agenda oficial, mas tornaram-se centrais durante a COP30, com apoio de cerca de 80 países. No entanto, não foram incorporados aos textos finais devido à forte resistência de grandes produtores de petróleo. Por outro lado, a pauta de adaptação ganhou destaque, especialmente pela consolidação de indicadores globais. O texto aprovado sobre adaptação define 59 indicadores do Objetivo Global de Adaptação (GGA) que orientarão como medir o avanço do planeta nessa agenda.
Nossa visão: De modo geral, vimos que a COP30 trouxe avanços significativos em áreas estratégicas – especialmente financiamento, adaptação e mecanismos de proteção florestal – embora tenha ficado aquém em outras, incluindo a eliminação gradual dos combustíveis fósseis e as negociações do Artigo 6. Um dos principais progressos foi a adoção dos indicadores para o GGA, estabelecendo pela primeira vez uma estrutura comum para acompanhar como (e com que rapidez) os países estão se preparando para eventos climáticos extremos, trazendo maior clareza e organização à agenda global de adaptação. Apesar desses avanços, algumas áreas ficaram abaixo do esperado, como a questão da transição para longe dos combustíveis fósseis que não incorporado no texto final. Em nossa visão, embora tal compromisso fosse um passo importante para atingir as metas globais de redução de emissões, um consenso amplo continua improvável, dada a dependência mundial dos combustíveis fósseis, tornando uma transição lenta e gradual mais viável.
Clique aqui para acessar o relatório ‘Destaques da COP30: O que você precisa saber’; aqui para o relatório ‘COP30 começa: Nossa visão sobre os primeiros dias da conferência’ e aqui para o relatório ‘Contagem regressiva para a COP30: O que esperar?‘
Dezembro
Rotatividade de CEOs atinge recorde histórico
Fonte: Valor Econômico, 10/12/2025
Acontecimento: Um estudo lançado em dezembro pela Russell Reynolds Associates, multinacional especializada na busca de altos executivos e consultoria em avaliação e desenvolvimento de lideranças, mostra como está a rotatividade dos CEOs globais. Os gestores que deixaram seus cargos permaneceram, em média, 7,2 anos nas posições – abaixo dos 8,4 anos observados em 2021 e 2023. Segundo Jacques Sarfatti, sócio-diretor da instituição, a alta rotatividade reflete um novo paradigma de governança, com conselhos mais ágeis, investidores mais exigentes e a necessidade de líderes capazes de enfrentar mercados complexos.
Nossa visão: Alinhado ao estudo, em nossa última rodada de reuniões com investidores institucionais, notamos uma atenção crescente do mercado no tema, com maior escrutínio sobre riscos e exigência de governança – impulsionada principalmente pelos recentes escândalos que afetaram diferentes empresas. De modo geral, esses desenvolvimentos solidificaram ainda mais o pilar “G” como um componente inegociável de qualquer tese de investimento, reforçando o impacto material que uma governança fraca pode ter sobre o valor da empresa. Nesse contexto, o mercado está cada vez mais buscando mecanismos para identificar indícios prévios de riscos de governança e antecipar possíveis problemas, além de incorporar lições aprendidas com incidentes anteriores em suas análises.
Clique aqui para acessar o relatório | ‘Explorando os temas que os investidores estão acompanhando de perto’
2026: O que esperar?
Corrida por data centers de alto desempenho está entre os temas centrais do ESG em 2026, diz XP
Fonte: Broadcast, 08/12/2025
Nossa visão: Embora os riscos de curto prazo – incluindo a volatilidade macro e geopolítica global – continuem dominando as discussões, as mudanças estruturais em direção à transição energética e os investimentos ESG estão criando oportunidades que exigem a atenção dos investidores e a alocação estratégica de capital. Para a agenda ESG, destacamos as principais tendências que devem moldar o cenário de investimentos no próximo ano: (i) corrida por data centers; (ii) necessidade de minerais críticos; (iii) papel das baterias; (iv) maior integridade nos mercados de carbono; e (v) avanço na transparência da divulgação ESG.
Clique aqui para acessar o relatório | ‘As tendências que os investidores não podem ignorar’
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