20ª carteira do ISE da B3 entra em vigor: O que você precisa saber

82 nomes (acima dos 76 na carteira anterior), com 9 inclusões e 3 exclusões

A 20ª edição do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE B3) entrou em vigor na semana passada e agora conta com 82 empresas, em comparação com as 76 da edição anterior. Dessas, 73 nomes foram mantidos da carteira do ano passado, enquanto 9 empresas foram incluídas (3 Tentos, Equatorial, Hidrovias do Brasil, OceanPact, Odontoprev, Portobello, Quero-Quero, Sabesp e Wilson Sons) e 3 foram excluídas (Dasa, Grendene e Suzano). Em nossa visão, o ISE continua sendo uma referência importante para identificar nomes bem posicionados na agenda ESG no Brasil, sendo uma ferramenta útil de seleção e um ponto de partida para a análise. Contudo, notamos que ele serve mais como um guia do que como uma certificação definitiva de padrões, não substituindo uma análise ESG minuciosa e material.

Sobre a metodologia. De acordo com a metodologia publicada pela B3 (link), a inclusão no Índice ISE B3 é baseada em uma avaliação feita por meio de um detalhado questionário ESG. A metodologia emprega uma abordagem multicritérios para avaliar as práticas de sustentabilidade das empresas. Os principais requisitos para elegibilidade incluem: (i) atingir ou exceder a pontuação composta mínima anual do ISE B3; (ii) obter uma pontuação qualitativa de pelo menos 70 pontos percentuais; (iii) manter uma pontuação RepRisk Index¹ de 50 ou inferior, sinalizando menor risco de reputação; e (iv) pontuar acima de 0,01 ponto em cada tópico do questionário, garantindo um padrão mínimo de maturidade ESG em todas as dimensões.

Destaques da 20ª edição. A carteira está em vigor de 5 de maio de 2025 até abril de 2026, sendo revisada trimestralmente, com o primeiro rebalanceamento programado para setembro de 2025. Analisando o índice deste ano, com valor de mercado de R$801,89tn, notamos que: (i) a carteira agora inclui 82 empresas, contra 76 na carteira do ano passado (link); (ii) 9 novos nomes: 3tentos, Equatorial, Hidrovias do Brasil, OceanPact, Odontoprev, Portobello, Quero-Quero, Sabesp e Wilson Sons; (iii) 3 empresas que faziam parte da 19ª edição não fazem parte da 20ª: Dasa, Grendene e Suzano; (iv) os 3 principais setores² mais representados pelos membros são industrial (16), consumo discricionário (15) e energia (14); e (v) as empresas com maior pontuação foram Tim (90,03), Neoenergia (88,84), Lojas Renner (88,38), Engie Brasil (88,04) e Ambipar (87,56).

Uma observação sobre performance. Desde sua criação em 2006 até o final de 2024, o ISE B3 registrou um desempenho positivo de +187%, em comparação com +259% do Índice IBOV no mesmo período. De modo geral, o desempenho ficou notavelmente aquém nos últimos anos, com fortes quedas em 2022 e 2024, pesando sobre os retornos de longo prazo.

Nossa visão em poucas palavras. Continuamos vendo o ISE B3 como uma importante referência para as empresas que adotam boas práticas ESG no mercado brasileiro, servindo como ponto de referência para identificar lideranças localmente. Dessa forma, o índice trabalha em prol dos investidores em suas tomadas de decisão, ao mesmo tempo em que incentiva as empresas a adotarem práticas de sustentabilidade mais sólidas e transparentes. Nesse contexto, o aumento do número de constituintes pode refletir uma participação mais ampla e um crescente envolvimento com temas de sustentabilidade em todos os setores. Ainda assim, embora o ISE seja uma ferramenta útil de seleção e um ponto de partida para a análise, ele serve mais como um guia do que como uma certificação definitiva de padrões, não substituindo uma análise minuciosa e material ESG.

¹especializada na identificação e avaliação de riscos de natureza ESG e de conduta empresarial; ²de acordo com a classificação setorial da Bloomberg.

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