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PIB avança 0,1% no terceiro trimestre de 2023; crescimento no ano se aproxima de 3%

O PIB do Brasil cresceu 0,1% no terceiro trimestre de 2023. A alta reflete uma economia que segue aquecida, mas vai perdendo força gradualmente diante do fim da supersafra agrícola, da acomodação do mercado de trabalho e dos juros ainda altos que mantêm o crédito caro. Entenda o resultado, o que esperar adiante e como o PIB pode impactar seus investimentos.

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De acordo com os dados divulgados pelo IBGE (nosso principal instituto de pesquisa nacional), o PIB brasileiro cresceu 0,1% no terceiro trimestre de 2023. 

Isso significa que a soma de tudo o que produzimos de bens e serviços na economia brasileira variou positivamente (bem perto da estabilidade) no período entre julho e setembro de 2023, quando comparado ao resultado registrado entre abril e junho. Já se compararmos com o terceiro trimestre do ano passado, o PIB registrou alta de 2,0%.

Lembrando que a economia brasileira já se recuperou da forte contração causada pela pandemia da Covid-19, apesar de ainda sentirmos efeitos indiretos em diferentes setores da economia e da sociedade. De fato, o PIB do Brasil se encontra 7,2% acima do patamar registrado no pré-pandemia (no quarto trimestre de 2019).

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Por que o PIB cresceu no terceiro trimestre?

O resultado do trimestre veio um pouco acima das expectativas da maior parte dos analistas de mercado, com a surpresa sendo explicada principalmente por um setor de serviços mais aquecido do que o esperado, além de revisões metodológicas na contabilização do PIB.

Olhando para o lado da oferta (ou seja, da produção), enquanto os setores industrial e de serviços registraram crescimento no período, o setor agropecuário contraiu entre o segundo e o terceiro trimestres do ano.

A queda da agricultura e pecuária é explicada pela forte expansão do setor na primeira metade do ano – que eleva a base de comparação, culminando em variação negativa no período. Em bom português: o setor agropecuário segue muito bem, mas a superprodução registrada na primeira metade do ano (especialmente na produção de soja e outros grãos, diante de uma supersafra) subiu a barra comparativa. Para se ter uma ideia, o setor cresceu 13% entre janeiro e junho desse ano.

Já no setor industrial, as commodities seguiram trazendo impactos positivos no terceiro trimestre do ano – com a indústria extrativa mineral respondendo pela maior parte do crescimento de 0,6% registrado pela produção total do setor no período. Os Serviços Industriais de Utilidade Pública – que incluem eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos - também foram destaque positivo, com o melhor resultado desde o segundo trimestre de 2022.

Por outro lado, a indústria de transformação, que costuma ser normalmente referência quando falamos de produção industrial, cresceu apenas 0,1%; enquanto a construção civil foi o destaque negativo, com queda de 3,8%.

Por último, mas não menos importante, o setor de serviços também registrou alta de 0,6% no período. Serviços imobiliários e financeiros foram destaques positivos, além dos serviços prestados às famílias – que incluem restaurantes e cabelereiros. Já os serviços de transporte, que vinham surfando a onda da supersafra da primeira metade do ano, acabaram registrando queda, em linha com o fim do boom no setor.

É importante lembrar que o setor de serviços é o principal responsável pela composição do nosso PIB, respondendo por 70% da nossa produção por meio de serviços que vão desde transporte até borracheiros, cinemas, bares, eventos e bancos - sendo também o setor que mais emprega no país. Assim, a performance do setor tem bastante impacto sobre a economia do país como um todo.

Enquanto isso, do lado da demanda - ou seja, aqueles que puxam o PIB demandando por todos esses bens e serviços produzidos - o consumo das famílias foi mais uma vez o destaque, crescendo 1,1% no terceiro trimestre. O mercado de trabalho ainda aquecido, a queda da inflação e o efeito ainda presente de maiores benefícios fiscais implementados ao longo do ano ajudaram a alimentar a aquisição de bens e serviços por parte das famílias.

Outro destaque foram as exportações, que cresceram 3,0% no terceiro trimestre. A alta foi impulsionada principalmente pela quantidade exportada, dado que os preços de muitas commodities perderam força no período. Além disso, as importações registraram queda no período. Logo, a contribuição do setor externo foi bastante positiva para o crescimento do PIB total.

O que esperar adiante?

Como vimos, quem “carregou” nossa economia na primeira metade do ano foram os setores ligados à produção agrícola e mineral. Já na segunda metade de 2023, o terceiro trimestre trouxe algumas surpresas positivas, como um setor de serviços ainda sólido.

Dito isso, já é clara a desaceleração da economia nos últimos meses, com performance fraca na atividade manufatureira (como automobilística e de máquinas e equipamentos), no comércio e até em algumas categorias de serviços.

Esse ritmo de enfraquecimento deve seguir nos próximos meses, refletindo tanto o fim do impulso da supersafra (que beneficiou não somente o agro, mas também atividades relacionadas, como o transporte de cargas) quanto o aperto na economia causado pelos juros ainda altos.

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Vale destacar que, embora o Banco Central tenha começado um processo de redução da taxa Selic há alguns meses, os efeitos de mudanças nos juros básicos demoram para ser sentidos na economia. Além disso, entendemos que a Selic deve seguir em território contracionista ao menos até o fim do ano que vem – ou seja, em patamar em que desaquece a economia, com o objetivo de controlar a alta de preços.

Finalmente, a desaceleração da economia global também deve seguir pesando para a perda de fôlego desse lado do Atlântico. 

Assim, projetamos que o PIB do Brasil crescerá 1,5% no ano que vem. Para 2023 (uma vez que o PIB do ano fechado será divulgado apenas em março de 2024), entendemos que o país deve registrar crescimento próximo a 3,0%, diante do cenário que descrevemos em detalhes acima.

Como o PIB impacta o dia a dia e os investimentos?

Trazendo para o dia a dia do brasileiro, o resultado do PIB reflete mais o passado do que o presente, uma vez que traz números referentes ao trimestre anterior ao que estamos vivendo.

Assim, para o investidor, o resultado do PIB não deve ser visto como motivo para grandes mudanças na estratégia de investimentos.

Não porque os movimentos da economia medidos pelo PIB não afetem ações de empresas listadas na bolsa ou no mercado de renda fixa e outros ativos financeiros, como o dólar e fundos imobiliários.

Pelo contrário! Os rumos da economia no Brasil e no mundo são o cenário e a verdadeira base sobre a qual se sustenta o mercado financeiro e nossos investimentos. Assim, o indicador não deixa de ser um bom termômetro, ajudando também no planejamento social e financeiro olhando para frente.

Mas, na ausência de grandes surpresas, o resultado do PIB costuma confirmar expectativas sobre o estado da economia – levando, no máximo, a ajustes pontuais de projeções econômicas.

Assim, as principais recomendações de investimento devem seguir as mesmas: manter uma reserva de emergência para eventuais imprevistos pessoais; atentar-se aos objetivos e horizontes de investimento (quando você acredita que precisará do seu dinheiro investido?); e nunca esquecer da diversificação dos investimentos entre ativos e geografias – o bom e velho “não colocar todos os ovos na mesma cesta”. 

Olhando para o cenário atual, entendemos haver espaço para que investidores adicionem certo risco a suas carteiras, com parcelas em investimentos como ações domésticas, Fundos Imobiliários, e fundos internacionais – esse último, especialmente em renda fixa.

Porém, ainda sem expor a riscos excessivos nos investimentos ou fora deles (como endividar-se no cartão de crédito, por exemplo), lembrando que o cenário segue incerto no Brasil e no mundo.

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