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O mercado de trabalho brasileiro em agosto de 2019

Em agosto de 2019, o número de admissões ultrapassou o de demissões pela quinta vez consecutiva, mantendo o saldo de empregos positivo. A taxa de desemprego, por outro lado, passou de 11,8% em julho para 11,9% em agosto. Na nossa visão, ambos os indicadores reforçam a mensagem de que a economia brasileira continua em ritmo gradual de crescimento.

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Os principais indicadores do mercado de trabalho

Os principais indicadores utilizados para acompanhar a performance do mercado de trabalho brasileiro são o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) e a PNAD Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – Contínua).

O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) é um dispositivo legal utilizado pelo Programa de Seguro-Desemprego para conferir os dados referentes aos vínculos trabalhistas. De forma simplificada, ele mostra a evolução das admissões e demissões no mercado de trabalho formal brasileiro, ou seja, sob o regime CLT.

A PNAD Contínua, por sua vez, é uma pesquisa divulgada mensalmente pelo IBGE que visa acompanhar a evolução da força de trabalho brasileira (tanto formal quanto informal) e de outras informações necessárias para o estudo do desenvolvimento socioeconômico do Brasil. É através da PNAD Contínua que o IBGE calcula a taxa de desemprego do país.

Caged em agosto de 2019

O resultado de agosto de 2019 mostrou que, pela quinta vez consecutiva, o número de admissões ultrapassou o de demissões, mantendo o saldo de empregos positivo. O total de postos de trabalho gerados em agosto foi de 121.387 e ficou acima do que era esperado pelo mercado (98.881 vagas de acordo com as projeções do Broadcast). Esse foi o melhor resultado para o mês desde 2013, quando foram criadas 127.648 novas vagas.

Analisando o gráfico abaixo, podemos ver que o saldo total de empregos gerados tem recuperado boa parte da perda vista nos anos de crise, apesar de ainda indicar uma economia que cresce gradualmente. Quando desconsideramos as oscilações que naturalmente acontecem em determinadas épocas do ano (ou seja, na série dessazonalizada), o saldo de empregos gerados em agosto (56.554) já chegou a ultrapassar a média vista nos anos de crise (representada pela linha tracejada vermelha) e caminha para alcançar o patamar pré-crise (linha tracejada azul).

Em agosto de 2019, 7 dos 8 setores analisados pelo Caged mostraram saldo positivo de geração de empregos, sendo eles:  Extrativa Mineral, Indústria de Transformação, Construção Civil, Comércio, Serviços, Administração Pública e Agropecuária. O único setor analisado em que o número de demissões superou o número de admissões foi o de Serviços Industriais de Utilidade Pública.

Em síntese, o mercado formal de trabalho brasileiro ainda não recuperou seu patamar pré-crise, mesmo que os números recentes apresentem recuperação de boa parte das perdas que caracterizaram os últimos anos. Em agosto de 2019, o número de admissões ultrapassou o de demissões pela quinta vez consecutiva, mantendo o saldo de empregos positivo e corroborando o argumento de que a economia segue em ritmo gradual de recuperação.

PNAD Contínua em agosto de 2019

A taxa de desemprego brasileira passou de 11.8% em julho para 11.9% em agosto de 2019, levemente acima das nossas expectativas (11,6%).  

O aumento do indicador em agosto não altera o nosso entendimento de que a força de trabalho brasileira segue em um processo de recuperação gradual. Entretanto, a leitura ainda revela um nível de desemprego elevado no Brasil.

A massa de renda real habitual, que mede a evolução do poder de compra dos indivíduos, não performou tão bem em agosto quanto nos meses anteriores, mas continua apresentando crescimento anual de aproximadamente 1,5%.

A informalidade no mercado de trabalho brasileiro continua elevada. No gráfico abaixo, podemos ver que apenas a população ocupada no setor privado sem carteira de trabalho assinada e a população que trabalha por conta-própria apresentaram trajetória de crescimento significava nos últimos anos, enquanto a população ocupada no setor privado com carteira de trabalho assinada vem apresentando tendência de queda.

Na nossa visão, a taxa de desemprego brasileira voltará a apresentar leve trajetória de queda nos próximos meses, corroborando o argumento de que a economia brasileira continua em ritmo gradual de crescimento.

A nossa estimativa é que em setembro de 2019 a taxa de desemprego seja de 11,7%.

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