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Economia em destaque: decisões de política monetária e o debate fiscal dominam a semana

O que passou, e o que esperar para a economia na semana

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A semana que passou

No cenário internacional, a semana começou com expectativas positivas para o desenvolvimento de uma vacina ainda esse ano. Após a retomada dos testes da vacina desenvolvida por Oxford e AstraZeneca, que está sendo testada também no Brasil, o laboratório Pfizer anunciou que deve ter uma vacina disponível ao público ainda esse ano! No momento, há diversas vacinas sendo testadas, estando 9 delas já na fase 3 de testes – a última fase antes que ela esteja disponível para a população.

A tal “corrida pela vacina” se torna especialmente relevante agora, em que estamos também vendo um fortalecimento da segunda onda de contágio pelo covid-19 na região da Europa. Apesar de os números de mortes estarem mais baixos do que os registrados durante a “a primeira onda de contaminação”, há uma preocupação de que novas medidas de isolamento prejudiquem a recuperação econômica em curso na região – que já vem mostrando alguns sinais de enfraquecimento em países como a Espanha.

Mas o grande destaque da semana ficou para a decisão de política monetária do FED, o banco Central norte-americano, que decidiu manter a taxa de juros básica dos EUA (os Fed Funds) inalterada na faixa entre zero e 0,25% ao ano. Apesar de já totalmente esperado pelo mercado, o mercado aguardava um maior detalhamento da política monetária depois da mudança de estratégia da autoridade monetária – que anunciou a estratégia de “avarage inflation targeting”, no final do mês passado.

No comunicado divulgado logo após a decisão e política monetária, a instituição informou que pretende deixar a taxa básica de juros inalterada até que sejam alcançados os objetivos de máximo emprego e inflação a 2% no longo prazo. Ou seja, a política monetária norte-americana deve continuar em território estimulativo, mesmo se a inflação subir acima da meta de 2%, uma vez que será considerando o atingimento da meta na média, e no longo prazo. Por outro lado, o FED não anunciou um aumento substancial de estímulos monetários, o que acaba colocando mais pressão sobre um novo pacote de estímulos fiscais, diante do receio sobre a sustentabilidade da retomada econômica no país uma vez que o efeito dos estímulos implementados se dissiparem. Por ora, o pacote segue em discussão no Congresso.

Além do FED, tivemos decisões também de taxa de juros em outros países, incluindo o Japão e o Reino Unido. No país asiático, a autoridade monetária manteve a taxa de juros constante, mas informou que não hesitará em tomar medidas adicionais para prover mais liquidez ao mercado, se necessário. Já no Reino Unido, que ainda enfrenta o processo de “divórcio” da União Europeia (com a qual precisa acordar um acordo de comércio para vigorar depois da saída), chegou quase ao território dos juros negativos – indo para 0,1% ao ano, e aumentando o programa de compra de títulos – também com o mesmo objetivo de prover liquidez aos mercados.

Já no cenário doméstico, destaque para a divulgação do índice de atividade medido mensalmente pelo Banco Central. O IBC-Br mostrou que a economia retraiu 4,9% em julho, comparado com julho do ano passado. Quando comparado com o mês anterior (junho), o indicador apresentou uma expansão de 2,15%, confirmando que o pior da crise ficou para trás. O resultado veio em linha com a performance que já tínhamos conhecido dos grandes setores da economia, com indústria e comércio varejista retomando de maneira mais vigorosa (especialmente comércio), e o setor de serviços se mostrando o mais fragilizado pela pandemia.

Ainda no Brasil, o Comitê de Política Monetária do Banco Central do Brasil (Copom) decidiu, por unanimidade, manter a taxa básica de juro da economia (SELIC) em 2,00% ao ano. A decisão veio em linha com o esperado pela XP Investimentos e pelo mercado. Apesar de reconhecermos que, caso a perspectiva de sustentabilidade das contas públicas se deteriore significativamente, o Copom pode optar por elevar a SELIC mais cedo do que o contemplado em nosso cenário, nós entendemos que, ao afirmar que “a conjuntura econômica continua a prescrever estímulo monetário extraordinariamente elevado”, mas com pouco espaço para cortes adicionais da SELIC por questões prudenciais, o BC reforçou a nossa expectativa de que a Selic seja mantida nos atuais 2,00% ao ano até o segundo semestre de 2021, quando a Selic deverá subir gradualmente até atingir o patamar de 3,00% ao final do ano.

Finalmente, as discussões sobre o cenário fiscal seguem em voga. Após o adiamento da entrega do relatório inicial da PEC do Pacto Federativo diante da falta de acordo sobre as fontes de financiamento do Renda Brasil, as atenções se voltam novamente à busca de financiamento para o novo programa social, que certamente seguirão no noticiário na semana que se inicia. Enquanto isso, a PEC do Pacto Federativo, que pretende viabilizar gatilhos para a redução de gastos primários no contexto da regra do teto de gastos, deve ser apresentada (sem o Renda Brasil) em breve no Congresso.

O que esperar para a próxima semana

A divulgação do IPCA-15 referente a setembro, a ata do último COPOM e o relatório trimestral de inflação serão os principais destaques domésticos da próxima semana. No cenário internacional, serão divulgados os PMIs referentes a setembro e o PPI das principais economias. 

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