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Economia em destaque: Seu resumo semanal do cenário econômico internacional e doméstico

Ata do Copom e Relatório Trimestral de Inflação foram os grandes destaques da semana.

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Cenário Internacional

No cenário internacional, a semana começou com a confirmação de Joe Biden como presidente dos EUA pelo colégio eleitoral norte-americano. O líder da maioria republicana no Senado, Mitch McConnell, uma das figuras mais influentes do partido, parabenizou Biden pela vitória, após semanas de apoio a tentativas de Trump de procurar caminhos legais para alterar o resultado eleitoral. Com o resultado, o foco se volta ao Senado, onda a disputa por controle da Casa permanece em aberto e deve ser definida por duas eleições para senador no estado de Geórgia.

Na seara de indicadores, dados de atividade referentes a novembro reforçaram o cenário de recuperação desigual entre setores, agora também com o varejo mostrando reflexos da nova rodada de medidas de isolamento implementadas para conter o avanço do coronavírus no país. Enquanto a produção industrial cresceu 0,4% em novembro, em linha com o esperado pelo mercado, as vendas no varejo para o mês vieram abaixo do esperado, contraindo 1,1% no mês frente a outubro. Apesar de também refletirem descontos nos meses anteriores, já se pode observar o impacto das novas medidas de isolamento implementadas em diferentes regiões do país, como na cidade de Nova Iorque, com categorias como lojas de roupas e departamento sofrendo mais.

Na mesma linha, os pedidos de seguro desemprego nessa semana vieram novamente acima da expectativa do mercado, com alta de 23 mil na semana encerrada em 12 de dezembro, a 855 mil.  Ambos resultados reforçam mais uma vez a pressão sobre um novo pacote fiscal nos EUA. Discussões no Congresso do país avançam na direção de um pacote de pouco mais de US$ 700 bilhões, que poderia incluir a reintrodução dos USD 600 em pagamentos para indivíduos, USD 300 por semana em pagamentos de seguro-desemprego suplementar e ajuda para pequenas empresas, mas omite ajuda a governos estaduais e locais e proteção de responsabilidade de processos judiciais. Também pode incluir cerca de USD 17 bilhões para companhias aéreas. Acreditamos que há reais chances de aprovação ainda nesse ano.

Ainda nos EUA, a semana também foi marcada pela decisão de política monetária nos EUA. Como esperado, o FED manteve as taxas de juros inalteradas entre 0% e 0,25% ao ano, indicando que só haverá mudanças na taxa de juros após substancial período com a inflação acima da meta de 2%, assim como a taxa de desemprego em patamar neutro. A autoridade monetária também destacou que manterá o programa de compra de ativos por um longo período, uma vez que vê ainda riscos substanciais na retomada da economia pós pandemia e o crédito deve seguir exercendo papel essencial na recuperação, mesmo diante de uma perspectiva positiva sobre o avanço das vacinas no país.

Enquanto isso, na China, os dados de novembro reforçaram o cenário de crescimento econômico robusto. A produção industrial registrou alta de 7% no mês (a/a), em linha com o esperado, com a produção de veículos seguindo em crescimento ao ritmo de dois dígitos. O desemprego reflete tanto a forte recuperação da demanda interna, quanto as exportações – especialmente para países desenvolvidos (em linha com o observado nos dados de balanço de pagamentos). Já as vendas no varejo cresceram 5,0% no período, com destaque para os bens não essenciais como joias e cosméticos. No ano, as vendas são 4,8% inferiores ao observado no mesmo período de 2019. Para o ano que vem, a sustentação do crescimento deverá seguir pautada no crescimento tanto do investimento público quanto privado.

Já na Europa, a atividade começa a dar sinais de melhora, mesmo com novas medidas de isolamento em vigência – a exemplo da Alemanha, que determinou lockdown durante as festividades de fim de ano. Depois da desaceleração da atividade econômica europeia em meio à segunda onda de covid-19 e das medidas de restrição, o PMI composto preliminar da Zona do Euro já começa a sinalizar alguma recuperação. O índice aumentou de 45,3 em novembro para 49,8 em dezembro, ainda levemente abaixo da marca que separa contração de expansão (50 pontos), mas acima das expectativas, de 45,7. A média do PMI composto é de 48,4 neste trimestre, bem acima da média do segundo trimestre (31,3), o que sugere que os efeitos econômicos da segunda onda da Covid-19 são bem menos severos. A alta dos indicadores ocorreu tanto na França, como na Alemanha. Destaque para a forte recuperação do setor de setor de serviços francês.

Por outro lado, as incertezas em relação à negociação da saída do Reino Unido do bloco comercial Europeu (em efeito, a materialização final do Brexit) seguem sendo motivo de preocupação na região.

Enquanto isso, no Brasil

No Brasil, o índice de atividade econômica calculado pelo Banco Central (IBC-Br) desacelerou 2,6% a/a e acelerou 0,9% m/m em outubro, abaixo tanto das nossas expectativas (-2,0% a/a e +1,1% m/m) quanto do consenso de mercado (-2,0% a/a e +1,1% m/m). Mesmo com os avanços recentes, o indicador ainda não superou o patamar pré-pandemia - o resultado de outubro se situou 2,4% abaixo do nível observado em fevereiro. Olhando para frente, o setor de serviços continua o principal ponto de incerteza, já que depende tanto do ritmo de recuperação da pandemia, quanto da confiança dos consumidores e do mercado de trabalho.

Já a primeira leitura dos índices de confiança de dezembro medidos pela FGV mostrou queda em todas as categorias, com exceção da indústria. Os resultados refletem a preocupação de consumidores e empresários sobre o fim dos estímulos fiscais e creditícios conforme o ano se aproxima do fim, além do cenário de avanço da segunda onda da covid-19 no Brasil e no mundo.

Em política monetária, destaque para a divulgação da Ata do Comitê de Política Monetária e do Relatório Trimestral de inflação (RTI) pelo Banco Central. Os documentos reforçaram o comunicado da semana passada, de  que o fim do forward guidance está próximo, mas que a decisão não implicará uma alta da Selic no mesmo período. Entendemos que o RTI traz elementos para concluir que o balanço de riscos para a inflação é favorável no curto prazo, tanto pelo lado da ociosidade da economia quanto pelas perspectivas da inflação.  A comunicação reforça o cenário de Selic estável no curto prazo. Projetamos alta gradual apenas no segundo semestre de 2021.

A semana também teve divulgação de dados do setor externo, com transações correntes registrando superávit de US$ 202 milhões em novembro, abaixo das expectativas do próprio Banco Central (em US$ 1,0 bi).  O número pode ser visto como um possível início de reversão do quadro superavitário dessa conta. Do lado da Conta Financeira, os Investimentos Diretos no País somaram US$ 1,5 bi, enquanto o Banco Central previa ingressos líquidos de US$ 1 bi. No entanto, o número se mantém abaixo dos patamares históricos. O destaque positivo foi a retomada de Investimentos em Carteira, movimento verificado consistentemente desde junho. Investimentos em Ações e em Fundos de Investimentos somaram US$ 5,4 bi, em novembro, e em Renda Fixa no Mercado Local, U$ 1,4 bi.

No cenário político-econômico, o Congresso aprovou o projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2021, tranquilizando o governo no curto prazo ao afastar o risco de shutdown orçamentário a partir de janeiro. A LDO passou a prever um déficit primário de R$ 247 bilhões, incluindo R$ 20 bilhões em crédito extraordinário para financiar a campanha de vacinação contra a covid-19 – sem impacto no teto de gastos. Chamou atenção que o debate político sobre a peça legislativa foi marcado por discussões políticas “comuns” como emendas parlamentares, sem discussões sobre um ano que pode ainda exigir medidas para conter os efeitos da pandemia.

Finalmente, o Congresso também aprovou a lei de renegociação de dívidas com estados e municípios. Deputados e senadores aprovaram nessa semana o projeto de lei que trata da recuperação fiscal dos estados, deixando de fora do texto os gatilhos para redução de despesas da União que haviam sido defendidos pelo Ministério da Economia. O projeto prevê a renegociação de dívidas dos Estados com a União, cujo alívio estimado pelo Ministério da Economia é de R$ 217 bilhões aos governos estaduais, e ampliou para até nove anos a permanência dos Estados mais endividados no programa de socorro. Já do lado do orçamento federal, a flexibilização de penalidades para estados que já haviam renegociado a dívida em 2016, mas descumpriram a regra do teto de gastos, devem custar R$ 43,9 bilhões à União.

O que esperar?

A semana que vem será "mais curta" devido ao Natal celebrado no dia 25 de dezembro. No Brasil, os principais destaques da agenda econômica serão o IPCA-15 de dezembro e a nota de crédito do Banco Central referente a novembro. No cenário internacional, os destaques serão a ata da decisão de política monetária da Colômbia e do Chile e os indicadores de confiança das principais economias.

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