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Economia em Destaque: Redução de ICMS avança no Congresso

Seu resumo semanal de economia no Brasil e no mundo

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Resumo

No cenário internacional, os destaques nos EUA foram a inflação medida pelo PCE ainda elevada e resultado pior que o esperado no PIB do 1º trimestre. A Zona do Euro se aproxima cada vez mais do início do ciclo de alta de juros, e a China vai na contramão do mundo sinalizando estímulos à sua economia, que dá sinais de desaceleração.

No Brasil, o principal tema da semana foi a aprovação na câmara de projeto que limita o ICMS sobre combustíveis, energia elétrica, transporte coletivo e comunicação. Entre os dados econômicos, o principal foi a prévia da inflação de maio, que continua acelerada.

Atualizações Covid-19 no Brasil

No Brasil, tanto a média móvel de sete dias de novos casos subiu para 18,3 mil, enquanto a média de óbitos caiu para 106. Ao todo, 84,3% da população brasileira já está vacinada com ao menos a primeira dose de imunizante contra a doença; 78,3% já tomou dose única ou duas doses e 44,7% já teve o reforço da vacinação.

Cenário internacional

Pressões inflacionárias nos Estados Unidos ainda elevadas

Nesta semana, foi divulgado o deflator das despesas de consumo pessoal (PCE deflator, em inglês), a medida de inflação a preferida do Federal Reserve (Fed, banco central americano), referente ao mês de abril, acumulando alta de 6,3% em 12 meses (contra 6,6% em março). A meta de inflação dos Estados Unidos é de 2% a.a..

Com a continuidade das pressões inflacionárias, novos aumentos de 0,5 ponto percentual na taxa básica de juros, como o que o Fed implementou no início deste mês, são prováveis. Juros em alta tendem a levar a desaceleração, ou mesmo uma recessão, da economia mais adiante. Além disso, tornam menos atraentes ativos de risco, como a própria bolsa americana e mercados emergentes (como o Brasil).

Contração do PIB dos EUA no primeiro trimestre

O PIB dos Estados Unidos contraiu a uma taxa anualizada de 1,5% no 1º trimestre de 2022 ante o 4º trimestre de 2021, de acordo com a segunda estimativa oficial divulgada pelo Bureau of Economic Analysis (BEA) nesta semana, confirmando o pior desempenho do indicador desde o 2º trimestre de 2020 (deflagração da pandemia). O resultado veio pior que a primeira estimativa e que o esperado pelo consenso de mercado.

Apesar do resultado negativo, o PIB dos Estados Unidos deve retornar ao território positivo no 2º trimestre, com base na reversão de alguns fatores que atuaram de forma bastante adversa no início do ano (por exemplo, o tombo dos investimentos em estoques privados).

Olhando mais adiante, a economia americana deverá entrar em rota de desaceleração. Em meio à persistência da pressão inflacionária e ao aperto mais intenso da política monetária local, os riscos de recessão estão no radar, especialmente para 2023.

BCE é o próximo na fila para começar a subir juros

A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, declarou em Davos que a Zona do Euro atingiu um “ponto de virada” na política monetária, sinalizando que um aumento na taxa de juros pode ocorrer em breve. Lagarde, no entanto, destacou que o BCE não se apressará em retirar o estímulo monetário, já que “a inflação é definitivamente alimentada pelo lado da oferta da economia”.

A inflação da Zona do Euro já atingiu 7,4% em 12 meses, recorde desde a criação do Euro. O aumento de preços é impulsionado pelo aumento dos custos de combustível e alimentos, que se devem aos gargalos das cadeias de produção pós-Covid e à guerra na Ucrânia.

Governo chinês preocupado com desaceleração

Após os dados piores de atividade na China na semana passada,  mais dados suportaram a expectativa de que a economia do país irá crescer menos em 2022. Os lucros das empresas industriais da China recuaram 8,5% entre abril de 2022 e o mesmo mês do ano passado, pior resultado desde março de 2020. A elevação acentuada dos custos com matérias-primas e interrupções nas cadeias de suprimentos – intensificadas pelas medidas de lockdown para combate à pandemia – vêm prejudicando bastante a atividade fabril, pressionando as margens corporativas.

O primeiro-ministro, Li Keqiang, alertou para as consequências de uma desaceleração adicional do crescimento econômico, sinal de que o governo continuará dando estímulos econômicos, após o corte maior do que o esperado na semana passada das taxas de juros.

Enquanto isso, no Brasil…

Aprovação de teto de ICMS para combustíveis, energia elétrica, transportes e comunicação

Nesta semana, foi aprovado na Câmara o PLP nº18/2022. O projeto de lei altera a classificação de combustíveis, gás natural, energia elétrica, transporte público coletivo e telecomunicações (juntas, as quatro categorias representam em média 38% da arrecadação dos estados) para bens e serviços essenciais, limitando assim a alíquota de cobrança do ICMS. Estimamos que o impacto fiscal da medida chegue a 103 bilhões de reais de perda de receita dos governos estaduais por seis meses de 2022 (contra os 60 bilhões estimados inicialmente, após mudanças no projeto). A União irá compensar perdas acima de 5% para os estados via abatimento de dívida, exceto para aqueles que estejam no Regime de Recuperação Fiscal (Rio de Janeiro, Goiás e Rio Grande do Sul), que serão integralmente compensados.

Em relação à inflação, estimamos que o impacto seja até 1,73pp no IPCA (contra 1,38pp estimados anteriormente), considerando a inclusão do GLP na classificação de bens essenciais, a mudança da base de cálculo do ICMS de energia elétrica e a mudança da alíquota máxima a depender da unidade da federação (entre 17% e 20%).

Prévia da inflação de maio vem acima do esperado

No Brasil, o IPCA-15 de maio subiu 0,59% (consenso: 0,45%; XP: 0,46%). Nos últimos 12 meses, o IPCA-15 acumula alta de 12,2%. O resultado mais alto deveu-se principalmente a ‘cuidados pessoais’ e ‘vestuário’. Acreditamos que o aumento esteja relacionado ao Dia das Mães, e possa retornar parcialmente no mês seguinte.

Esperamos que o IPCA encerre o ano em 9,2%. Confira mais detalhes sobre a prévia da inflação de maio aqui e sobre o nosso cenário para inflação aqui.

Câmbio no Brasil volta a se apreciar

Nesta semana, o câmbio voltou a se apreciar, fechando a semana em 4,73, entrando no intervalo no qual acreditamos que ele deva permanecer ao longo do ano, entre 4,50 e 5,00 reais por dólar. Esperamos que o câmbio encerre 2022 em 5,00 reais por dólar, passando por volatilidade maior no período eleitoral.

O que esperar para semana que vem?

No cenário internacional, os destaques serão o payroll, ou criação de vagas de emprego dos EUA de maio, além de dados de inflação ao consumidor e ao produtor (CPI e PPI) e dados de atividade na Zona do Euro em abril.

No Brasil, o destaque será a divulgação do PIB do primeiro trimestre. Além disso, teremos o IGP-M de maio, os resultados fiscais (resultado do setor público consolidado, dívida bruta e líquida do governo geral) de abril e dados de emprego (Caged e Pnad) de abril.

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