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🌎 Mundo em 60s: O fim do Bitcoin?

Entenda os principais riscos para a criptomoeda. Veja os destaques da semana.

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Bolsas: O S&P 500 (+0,9% na semana) segue batendo recordes históricos enquanto investidores permanecem confortáveis com a tese de inflação transitória reforçada pelo Federal Reserve, permitindo que empresas de crescimento e longa duração (Nasdaq 100 +1,5%) prosperem num cenário de acomodação nas expectativas de juros de 10 anos nos EUA. Apesar do dado de geração de emprego (NFP) vir acima do esperado (+850mil vs. +720 mil do consenso e +805 mil de nosso Estrategista Global Alberto Bernal), o mercado não reagiu negativamente por conta das preocupações quanto a antecipação da retirada de estímulos do Fed e permaneceu em linha com a sazonalidade histórica do mês de julho, que entrega retornos, em média, positivos durante suas duas primeiras semanas.

Setores: Destaque positivo para os setores mais expostos a crescimento, como tecnologia, comunicação e consumo discricionário. Petrolíferas devolveram parte dos ganhos (+46% no ano) por conta de preocupações quanto a reunião da OPEC+ dos países produtores de petróleo. No entanto, a falta de acordo entre os líderes sugere que a expectativa do mercado de aumento de produção em 400 mil barris/dia em agosto pode não ocorrer, trazendo ainda mais pressão altista para o já elevado preço da commodity, que ultrapassa os US$ 75,50/barril.


O fim do Bitcoin?

Nos últimos meses, uma onda de notícias negativas para o mercado de criptoativos tem gerado indigestão para as carteiras de seus investidores, principalmente para aqueles com posições exageradas para seu perfil de risco e/ou alavancadas. O preço do Bitcoin em dólar acumulou uma alta de 20% nesse ano, mas caiu -41% nesse segundo trimestre que se encerrou agora, e chegou a cair mais de 50% desde a alta em abril.

Mas o que aconteceu com o Bitcoin? Neste relatório, levantaremos os principais riscos ao mercado de criptomoedas, principalmente para o Bitcoin, e analisaremos o passado para entender como o atual movimento se encaixa nas ondas especulativas deste mercado.

1. A recente queda não foi atípica e ainda é menor do que episódios passados

Ao observarmos o preço histórico do Bitcoin vs. o dólar americano, percebemos que a correção atual dos preços (-50%) de ~US$ 65 mil para ~US$ 33 mil pode parecer grande. No entanto, ainda é muito inferior às correções que ocorreram nos períodos i) de 2011 a 2012 (-80%), ii) de 2013 a 2016 (-80%), iii) de 2017 a 2019 (-74%). Se assumirmos que a cripto replique o comportamento médio visto em correções passadas, o preço da moeda ainda teria espaço para despencar para os US$ 14 mil.

2. Autoridades governamentais continuam pressionando por regulações mais agressivas

► Na China – país responsável por mais de 50% da produção global de Bitcoin – o governo ordenou que mineradores da província de Sichuan encerrassem suas atividades de mineração de criptoativos, bem como decretou que geradoras e distribuidoras de eletricidade cortassem a energia para os pontos de mineração de Bitcoin. De acordo com a Universidade de Cambridge, Sichuan é a 2ª maior província produtora de criptos do país.

Xi Jinping, Líder do Partido Comunista Chinês

Além disso, o Banco Central da China reafirmou que instituições financeiras e de pagamentos, como o Alipay, não providenciassem a seus clientes quaisquer serviços relacionados a criptomoedas. A proibição de criptocorretoras no país já existe desde 2017, mas os eventos recentes reforçam que a posição do Partido Comunista mantém-se inalterada.

► No Reino Unido, autoridades proibiram quaisquer operações da criptocorretora Binance no país, obrigando-os a postar este aviso em seu website britânico, bem como impedindo-os de fazer qualquer tipo de publicidade acerca de seus serviços no país.

► Na Europa, o BCE, Banco Central Europeu, reforçou preocupações com a extrema volatilidade, riscos ambientais e uso para fins ilícitos. Na França, ministério das finanças ordenou que todas as corretoras que desejam operar no país deverão disponibilizar uma lista com todos os nomes de investidores que possuem a moeda na carteira por “questões de segurança”.

3. A extrema volatilidade aumenta os riscos da carteira do investidor e faz céticos duvidarem de seu potencial de utilização como meio de pagamento

Nassim Taleb, um dos traders mais respeitados do mercado financeiro é um dos grandes críticos da criptomoeda e defende que, apesar de ser um “belo sistema criptográfico, não há razão alguma para ter ligação com ativos econômicos“. Sobre seu uso como moeda de troca, critica: “Algo que se move 5% num dia ou 20% em um mês, para cima ou para baixo, não pode ser uma moeda. É algo diferente“.

Como reforçamos em nosso relatório Criptomoedas, diversificadores voláteis, a volatilidade anualizada do Bitcoin é mais de 2x superior à de ativos de considerados de alto risco, como o Ibovespa. Este alto risco reduz a atratividade da cripto na carteira do cliente, pela possibilidade de ocasionar perdas expressivas, bem como dificulta o seu uso como meio de pagamento, uma vez que espera-se estabilidade por parte do usuário no valor de uma moeda.

4. Preocupações ambientais quanto ao alto consumo energético preocupam investidores num mundo que considera, cada vez mais, os fatores ESG em seus aportes

Em nosso relatório recente Bitcoin e ESG: Entenda os dois lados da moeda, discutimos o impacto da mineração de Bitcoin no meio ambiente após Elon Musk anunciar, em nome da Tesla, que a empresa não aceitaria mais a cripto para compra de carros elétricos devido às preocupações ambientais que envolvem sua mineração.

No cenário atual, parte dos investidores tem se mostrado cada vez mais crítica sobre a forma como o Bitcoin é “extraído”, principalmente devido à grande quantidade de energia consumida através de combustíveis fósseis. Em nossa visão, o maior problema do Bitcoin talvez não seja seu consumo massivo de energia, mas a motivação dos mineradores ao buscarem as fontes mais baratas de energia que, por sua vez, tendem a ser as mais poluentes. Estima-se que a maioria das instalações de mineração na rede do Bitcoin estão localizadas em regiões que dependem fortemente da energia à base de carvão, gerando grandes desafios quando o tema é o combate às mudanças climáticas.

Entendemos que mineração não é o principal desafio frente aos obstáculos a serem enfrentados no combate às mudanças climáticas. Mas ela é um deles. Fato é que não existe uma bala de prata quando o tema é a redução das emissões de CO2.

5. Considerando todos os riscos citados, acreditamos que investidores com alto apetite por risco podem considerar possuir entre 1% e 5% de criptomoedas em seu portfólio

Em nosso relatório Bitcoin, criptos e tulipas, exploramos as principais características do Bitcoin que podem justificar o investimento no ativo. Dentre elas, consideramos: 1) a possibilidade de utilização como meio de pagamento, 2) a escassez, 3) criptografia e privacidade, e 4) a participação institucional.

Quer saber como investir em criptomoedas? Temos fundos como o Hashdex 40 Nasdaq Crypto, o Hashdex Bitcoin Full e o Hashdex Criptoativos Voyager disponíveis para investidores qualificados. Para o público geral, temos o Hashdex 20 Nasdaq Crypto. Além destes, oferecemos o ETF HASH11 no homebroker.


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