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Mais dinheiro é melhor?

Digamos que um empresário chega em uma cidade bem pequena e anuncia uma grande oportunidade para gerar riqueza ali: ele quer construir uma fábrica. Todos ficam animados, uma fábrica vai gerar empregos e a economia da região vai prosperar, certo? Todos terão mais dinheiro e, portanto, mais qualidade de vida! Porém, as pessoas descobrem que […]

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Digamos que um empresário chega em uma cidade bem pequena e anuncia uma grande oportunidade para gerar riqueza ali: ele quer construir uma fábrica. Todos ficam animados, uma fábrica vai gerar empregos e a economia da região vai prosperar, certo? Todos terão mais dinheiro e, portanto, mais qualidade de vida!

Porém, as pessoas descobrem que a fábrica vai fabricar armas. E vai vender armas para exércitos em países africanos que vivem em guerra. Essa fábrica vai usar e abusar de todo o solo, água e recursos naturais da sua região. Vai desmatar todo o parque que tem na entrada da cidade. Além disso tudo, a fábrica vai pagar muito mal para seus funcionários.

Perguntas: você ia querer essa fábrica na sua cidade? Ela adicionaria dinheiro para a cidade, mas então mais dinheiro não é melhor? Qual o impacto da geração de riqueza? Onde está o tangível e o intangível?

Um estudo britânico estimou que, a cada libra esterlina que é ganha por executivos de propaganda, cerca de 7 libras são destruídas na forma de estresse, excesso de consumo, poluição e dívida! Gerou riqueza, mas será que o impacto dessa riqueza é positivo?

"Acho que qualidade de vida não pode ser colocada em uma planilha de Excel. O PIB foi criado em uma outra época e as exigências do século 21 adicionam muito valor para essa nova conta."

Agora, imagine o impacto que um gari tem na cidade. Esse mesmo estudo mostra que a cada libra esterlina paga a um gari, cerca de 12 libras são geradas em termos de saúde e sustentabilidade.

É essencial buscarmos onde estão os custos e os benefícios ocultos. Nessa mensuração atual de “riqueza”, já não é tão óbvio, por exemplo, o próprio conceito de “desenvolvimento”.

Na nossa régua atual, desenvolvimento e riqueza andam juntos. Em teoria, um país rico é considerado desenvolvido. E um país com muitos problemas, é considerado desenvolvido?

Os pesquisadores Wilson e Picket formataram um “índice de problemas sociais”, que inclui indicadores como a expectativa de vida, alfabetização, mortalidade infantil, taxa de homicídios, população carcerária, gravidez na adolescência, depressão, confiança social, obesidade, abuso de drogas e álcool, mobilidade x imobilidade social.

Esses estudiosos analisaram o índice de problemas sociais de diversos países desenvolvidos, e qual foi o resultado? De longe, o país que lidera o número de problemas sociais é também o que tem maior renda per capita, os EUA.

A Grécia, que tem metade da renda per capita, tem também quase metade dos problemas sociais dos EUA. Metade da violência, da obesidade, do abuso de drogas e álcool, entre outros.

Mais dinheiro, então, não torna um país melhor? O que afinal significa essa medida de riqueza, o Produto Interno Bruto (PIB)?

Ah sim, você vai responder como aprendeu na aula de Geografia: “PIB é a soma dos bens serviços produzidos em um país, com a correção das flutuações sazonais, da inflação e do poder de compra”. Mas parece que o PIB não mede tudo.

Um ar mais puro na sua cidade aumenta o PIB? E a economia que ninguém está vendo? Quando a Itália passou a incluir o mercado paralelo na contagem do PIB, em 1987, ela simplesmente viu sua economia “crescer” em 20% de um dia para o outro.

E o trabalho não-remunerado de voluntários, o quanto adiciona ao PIB? O trabalho que se tem ao cuidar dos filhos, ao cozinhar todos os dias, adiciona? Estimativas no Reino Unido mostram que, se adicionassem todo o trabalho não-remunerado, o PIB por ali aumentaria em 74%. A Dinamarca fez um estudo sobre amamentação e descobriu que, nos EUA, o leite materno potencialmente adiciona 100 bilhões de dólares no PIB, todos os anos!

O PIB não diferencia positividades de negatividades, não sabe a origem do dinheiro. Ele não apenas desconsidera as mazelas como acaba se beneficiando delas. Uma pessoa doente gasta com remédios e médicos, certo? Ficar doente adiciona dinheiro ao PIB.

O país mais rico do mundo também lidera os problemas sociais porque o PIB se beneficia de problemas mentais, poluição e crime.

O próprio PIB tem se tornado cada vez mais difícil de medir. Nos anos 50, quando a ONU publicou o primeiro guia de cálculo do PIB, o livreto tinha 40 páginas. Hoje, se tornou um calhamaço de mais de 700 páginas. Você ouve falar o tempo todo de PIB, mas na verdade são pouquíssimas as pessoas que entendem exatamente como se determina o Produto Interno Bruto. São muitas escolhas subjetivas que precisam ser feitas nesse cálculo. Não é uma ciência exata, medir o PIB é como tentar medir uma ideia.

Mas ficamos obcecados em medir e ter resultados exatos para coisas que são, simplesmente, inexatas. E nessa obsessão por produtividade e eficiência ficamos cegos sobre o que realmente importa. Onde estão os custos ocultos e os benefícios ocultos?

Educação ou saúde, por exemplo, são custos? Valor e produtividade podem ser expressos em números exatos? Se você tem uma grande audiência, significa que você está produzindo conteúdo de qualidade?

Acho que qualidade devida não pode ser colocada em uma planilha de Excel. O PIB foi criado em uma outra época e as exigências do século 21 adicionam muito valor para essa nova conta.

A qualidade do ar, do clima, da natureza, do seu tempo com a família, do impacto positivo do seu trabalho, da sua saúde mental, do seu lazer e da sua paz são os indicadores ocultos que precisamos incluir o quanto antes na conta.

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