O Balanço Patrimonial é um demonstrativo contábil que reúne todas as informações patrimoniais e financeiras de uma empresa ao final de um determinado período.
Esse demonstrativo atua como importante ferramenta para analisar e comparar períodos, descobrindo se houve uma real evolução da situação patrimonial da companhia entre um momento e outro.
Nesse sentido, o Balanço Patrimonial serve de guia para orientar o gestor a melhorar a performance da instituição. Ao mesmo tempo, mantém o investidor informado sobre a saúde financeira da organização.
Para saber mais sobre o que é balanço patrimonial, sua elaboração e um passo a passo para analisá-lo, é só continuar a leitura. Confira!
O que é Balanço Patrimonial?
O Balanço Patrimonial (BP) é o relatório contábil que relaciona toda situação financeira de uma empresa em um dado momento. Ele funciona como uma espécie de fotografia que retrata bens, direitos e obrigações de uma empresa, ou seja, seus ativos, passivos e patrimônio líquido.
Portanto, o Balanço Patrimonial fornece o valor contábil dos bens registrados no imobilizado (carros, terrenos etc.) e informa a valorização ou desvalorização desses ativos ao longo do tempo e o seu saldo residual.
Geralmente esse relatório representa o resultado de um intervalo de um ano, no entanto, é possível também elaborar balanços patrimoniais mensais, trimestrais e semestrais.
A partir da análise do Balanço Patrimonial, o gestor ou analista consegue visualizar de onde os recursos financeiros estão vindo e para onde estão sendo direcionados.
Desse modo, ele consegue elaborar melhores estratégias de investimentos, como detectar se a empresa está em um bom momento para inovar, investir ou pisar no freio e cortar gastos.
A estrutura do Balanço Patrimonial é preenchida por meio de 3 contas divididas em duas colunas.
A coluna do lado direito é representada pela conta do passivo e do patrimônio líquido, já no lado esquerdo fica a conta do ativo, conforme imagem abaixo. O ativo é sempre equivalente à soma do ativo e do patrimônio líquido.
O Balanço Patrimonial oferece ao investidor uma série de informações relacionadas ao posicionamento financeiro da companhia.
Entre os dados que você pode encontrar estão:
- O saldo em caixa ou equivalentes de caixa;
- Estoques
- O quanto de dívida a empresa tem;
- Despesas antecipadas;
- Quanto tem a receber dos clientes.
Com isso, fica mais claro compreender o caminho dos recursos financeiros e assim tomar decisões de investimentos mais assertivas.
Vale destacar ainda que, para um estudo mais aprofundado, o investidor pode analisar conjuntamente outros demonstrativos contábeis como o Demonstrativo do Resultado do Exercício (DRE) e a Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC).
Além disso, o Balanço Patrimonial também é muito importante para as decisões relacionadas ao planejamento estratégico da empresa.
A partir dos registros apresentados, o relatório ajuda os gestores a reduzir custos, gerenciar melhor os riscos, parcelar dívidas, diminuir a carga tributária, entre outros. Então, fundamentado em números, os gestores conseguem projetar melhor o cenário futuro da organização.
Balanço Patrimonial e DRE?
Ok, você já entendeu o que é balanço patrimonial, mas qual a diferença desse relatório para o CRE?
O DRE (Demonstrativo do resultado do exercício) assim como o Balanço Patrimonial é um relatório contábil que toda empresa deve elaborar.
Esses dois relatórios são de análise complementar e contribuem para uma boa gestão patrimonial com base em um registro ordenado e padronizado de dados.
Mas vale destacar que enquanto o Balanço Patrimonial apresenta uma relação entre ativo, passivo e patrimônio líquido, o DRE mostra o retrato do resultado financeiro do exercício, por meio do registro das receitas e despesas do negócio.
Sendo assim, na prática, o objetivo do DRE é informar se a empresa teve lucro ou prejuízo durante um determinado período. Diferentemente do balanço patrimonial, que é um documento com informações estáticas, DRE demonstra todo um período, comparando-se a um “filme”.
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Como elaborar um Balanço Patrimonial?
Em primeiro lugar, antes de elaborar o relatório de Balanço Patrimonial, é preciso ter em mãos o relatório contábil da companhia. Trata-se de um documento composto por todas as movimentações financeiras da empresa para um dado período.
Ativos e passivos
Como visto anteriormente, o Balanço Patrimonial é constituído por três contas:
1 – Ativos (Bens e direitos):
Ativo circulante: Aqueles bens e direitos que devem ser transformados em dinheiro dentro do prazo de 12 meses como contas a receber, estoque, aplicações.
Ativo não circulante: representam bens e direitos que serão transformados em recursos em um prazo superior a 12 meses, por exemplo, investimentos e imobiliários.
2 – Passivos (obrigações);
- Passivo circulante: Representam pagamentos que devem ser feitos até o prazo de 12 meses como impostos e empréstimos.
- Passivo não circulante: São obrigações da empresa com vencimento superior a 12 meses, tais como empréstimos de longo prazo
3 – Patrimônio líquido
É o conjunto de bens, direitos e obrigações da empresa. Na prática, ele representa a sua riqueza em um determinado momento da organização.
Importante destacar que o Balanço Patrimonial funciona como uma espécie de “balança”. Isso significa que o total da conta da direita será sempre igual ao total das contas da esquerda.
Ou seja, a ideia é que haja um equilíbrio entre os dois lados conforme a equação abaixo:
Ativo = Passivo + Patrimônio Líquido |
Para ilustrar, supondo que uma empresa tenha R$850 mil em ativos e R$700 mil em passivos, o valor do Patrimônio Líquido deve ser de R$150 mil.
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Passo a passo: montagem do Balanço Patrimonial
Com base nas informações expostas até aqui, entenda como funciona a montagem do Balanço Patrimonial com o seguinte passo a passo:
- 1º passo: Reúna todos os ativos e passivos da companhia, classificando-os por natureza na hora do lançamento no balanço;
- 2º passo: Concilie os saldos contábeis e compare-os com outros documentos como extratos bancários e livros diários, conforme a origem de cada registro;
- 3º passo: Reavalie e reclassifique as contas patrimoniais para que realmente demonstrem o momento atual da organização;
- 4º passo: Aplique as fórmulas necessárias para identificar se o negócio teve prejuízo ou lucro ao final do período analisado;
- 5º passo: Classifique as contas patrimoniais, sendo que os resultados positivos devem ser incluídos como lucros e os negativos como prejuízos acumulados.
Quando é feito o Balanço Patrimonial
As sociedades anônimas são obrigadas por lei a divulgarem seu o Balanço Patrimonial.
Então, caso deixem de fazer a devida escrituração podem se deparar com uma série de dificuldades como:
- Impossibilidade de usar as informações do balanço para defesa de processos tributários;
- Dificuldade na elaboração do levantamento de posses dos sócios para o caso de uma possível saída da organização;
- Impossibilidade de analisar o desempenho da empresa e distribuir lucros isentos acima da presunção;
- Impedimento de apresentar pedido de recuperação judicial da empresa, já que, nesse caso, o documento é imprescindível;
- Impossibilidade de participar de licitações públicas.
Já no que tange aos microempreendedores individuais (MEI) e demais empresas optantes pelo Simples Nacional, não há a obrigatoriedade de apresentar o balanço contábil.
Possíveis análises no Balanço Patrimonial
Como vimos, o Balanço Patrimonial é um relatório substancial para realizar uma boa gestão de uma empresa. No entanto, para que ele possa contribuir de maneira eficiente para as estratégias da organização, a análise por parte do gestor precisa ser certeira e eficiente.
Para ficar mais claro, peguemos por exemplo a comparação entre os ativos mantidos com capital próprio e aqueles mantidos com capital de terceiros.
Ao confrontar essas duas contas o gestor consegue verificar se os recursos obtidos para manter a instituição possui custos menores do que os seus lucros.
Com isso, ele pode apurar se a captação de recursos de terceiros, como empréstimos, gera rendimento maior para a empresa, ou se o melhor é se manter com meios próprios.
Além disso, uma série de outras análises podem ser extraídas de um Balanço Patrimonial, como:
- Empréstimos;
- Controle de estoque;
- Dívidas com fornecedores.
A partir daí o gestor pode usar essas informações para analisar a sustentabilidade financeira do negócio ao mesmo tempo em que controla a gestão patrimonial do negócio.
Outro aspecto importante do Balanço Patrimonial diz respeito aos diversos indicadores que podem ser extraídos a partir dele.
Assim, os 3 principais indicadores utilizados são:
1 – Indicadores de renda
Os indicadores de renda relacionam lucros da empresa, ativo total e patrimônio líquido. São importantes sobretudo para bancos, investidores e credores. Os principais são:
- Giro de Ativos: vendas / ativo total
- Retorno sobre os Ativos: lucro líquido / ativo total
- Retorno sobre Patrimônio Líquido: lucro líquido / patrimônio líquido
2 – Indicadores de liquidez
Os indicadores de liquidez fornecem informações sobre a velocidade da capacidade de pagamento de uma empresa frente às suas obrigações financeiras. Os principais indicadores de liquidez são:
- Liquidez imediata: disponível / passivos circulantes
- Liquidez corrente: ativo circulante / passivo circulante
- Liquidez seca: (ativos circulantes – estoques) / passivos circulantes
- Liquidez geral: (ativos circulantes + realizável em longo prazo) / (passivo circulantes + exigível em longo prazo)
3 – Indicadores de dívidas
Os indicadores de dívida são utilizados para apurar o montante de endividamento da companhia.
Para esse fim, podem ser usados os seguintes:
- Grau de endividamento: passivo / patrimônio líquido;
- Endividamento: passivo total / ativo total.
Para continuar sua leitura sobre demonstrativos financeiros, separamos outros artigos que vão enriquecer ainda mais o seu aprendizado. Confira:
- Patrimônio Líquido: Saiba calcular esse indicador para analisar empresas
- Guia da análise fundamentalista: o que é e como funciona
- O que é EBITDA? Entenda esse indicador
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