Ano a ano, a B3, Bolsa de Valores do Brasil, tem acelerado o lançamento de índices de mercado para atender às novas demandas dos investidores.
Diante do crescimento e da modernização do mercado de capitais, a B3 vem buscando oferecer produtos mais alinhados e que contribuam com a diversificação das carteiras.
Não à toa, 2024 foi o ano com mais lançamentos de índices da história da Bolsa brasileira. Foram sete índices lançados no período para atender a demanda por estratégias de investimento cada vez mais segmentadas, como é o caso do IBEE e do IBEP, com foco em empresas estatais e privadas.
Atualmente, existem mais de 70 índices calculados e administrados pela B3, distribuídos em renda variável e renda fixa, que servem como um “termômetro” do mercado financeiro.
O que é e para que serve um índice de mercado?
O índice de mercado é um indicador que tem como objetivo refletir o desempenho de uma determinada cesta de ativos (ações, títulos de renda fixa, contratos futuros de commodities etc.).
Cada índice possui critérios específicos que impactam a composição – tanto o processo de seleção dos ativos quanto o peso que cada um deles receberá na carteira.
Os índices são revisados de tempos em tempos para se manterem atualizados. Na B3, as atualizações – ou rebalanceamentos – costumam acontecer a cada quatro meses.
Acompanhar índices de mercado faz parte da rotina de muitos investidores e analistas, pois são referência para a recalibração de expectativas, recomendações e estratégias de investimento. Além de ser um bom instrumento para monitorar a performance de ativos e setores específicos, ou até mercados mais amplos, o índice pode sinalizar (e até antecipar) tendências.
Agora que você sabe a importância de acompanhar índices de mercado, vamos listar alguns disponíveis pela B3:
Índices amplos
São índices com abrangência nacional, próprios para quem deseja analisar o desempenho da Bolsa brasileira como um todo.
Fazem parte da composição desses índices as empresas brasileiras mais consolidadas do mercado, como Vale (VALE3), Petrobras (PETR4) e os bancos tradicionais – Itaú (ITUB4), Banco do Brasil (BBAS3), Bradesco (BBDC4) e Santander Brasil (SANB11). Por isso, são considerados indicadores-chave para entender como anda o funcionamento do mercado de ações nacional.
Nessa categoria, destacam-se o Ibovespa, o Índice Brasil 100 (IBrX 100) e o Índice Brasil 50 (IBrX 50).
- Ibovespa: principal índice de ações da Bolsa, mede o desempenho dos papéis de empresas com grande volume de negociação. Ele é calculado por uma média de performance das ações e units (junção de um ou mais ativos da empresa) mais negociadas nos últimos meses no mercado brasileiro.
- IBrX 100: com critérios semelhantes ao Ibovespa, o índice traz o desempenho médio dos 100 ativos mais negociados e representativos da Bolsa.
- IBrX 50: também considera os mesmos critérios praticados no Ibovespa e no IBrx 100. A principal diferente é o tamanho da carteira, pois o IBrX 50 mede o desempenho dos 50 papéis com maior negociação e representatividade do mercado brasileiro.
Índices de segmentos e setoriais
Em linha com as últimas demandas do mercado por produtos cada vez mais customizados e alinhados aos diferentes perfis de investidores, a B3 criou índices separados por segmentos e setores da Bolsa.
Desse grupo, você já deve ter ouvido falar, ainda que brevemente, de alguns indicadores, como o IDIV, referência para teses voltadas a dividendos, o IFIX, de fundos imobiliários, e o SMLL, que reúne mais de 100 empresas de menor capitalização.
Índices de segmentos
- IDIV: assim como o Ibovespa representa uma média de desempenho das principais ações da Bolsa, esse índice, com mais de 50 ativos na carteira, é o indicador de desempenho médio das cotações dos ativos que se destacam em distribuição de dividendos e outras formas de pagamento, como o juro sobre o capital próprio (JCP).
- SMLL: busca ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos presentes em um portfólio composto pelas empresas de menor capitalização – ou seja, com valor de mercado considerado baixo –, conhecidas como small caps. De maneira geral, tais ativos apresentam menor liquidez e um volume menor de negócios por dia.
- IFIX: esse índice tem foco em avaliar a dinâmica do mercado de fundos imobiliários, que consistem em grupos de investidores que combinam os seus recursos para aplicar no mercado imobiliário. Trata-se de uma alternativa de investimento para quem deseja se inserir em um dos grandes setores da economia brasileira, mas não por meio de aquisição direta de imóveis.
- BDRX: para quem prioriza a diversificação da carteira, esse indicador pode ser uma boa opção para monitorar, pois mede o desempenho médio dos BDRs, que são recibos negociados na B3 com lastro em ações listadas no exterior. É um indicador do comportamento das maiores empresas do mundo negociadas em Bolsas internacionais, especialmente dos EUA.
- IBEE e IBEP: lançados no fim de 2024, o Ibovespa B3 Estatais e o Ibovespa B3 Empresas Privadas retratam o desempenho dos ativos de empresas públicas e privadas, respectivamente, presentes na composição do Ibovespa. Por serem derivados do IBOV, esses indicadores seguem a mesma metodologia de exclusão e ponderação do índice de referência.
Índices setoriais
Entrando ainda mais nas especificidades da economia brasileira, a B3 conta com uma série de indicadores setoriais.
A partir de diferentes cestas de ativos, é possível acompanhar desde a evolução das ações do varejo até a performance do setor financeiro brasileiro, por exemplo.
Elencamos os índices disponíveis na B3 e seus respectivos setores de referência:
- IAGRO: engloba ações de companhias listadas na B3 classificadas como “Agronegócio”;
- IFNC: engloba cotações de ativos de maior negociabilidade e representatividade dos setores de intermediários financeiros, serviços financeiros diversos, previdência e seguros;
- ICON: considera as principais ações dos setores de consumo cíclico, consumo não cíclico e saúde.
- IEE: abrange ações do setor de energia elétrica;
- IMAT: indica a performance do setor de materiais básicos (mineração e siderurgia, papel e celulose e indústria química);
- INDX: ligado a ativos de setores da atividade industrial compreendidos por materiais básicos, bens industriais, consumo cíclico, consumo não cíclico, tecnologia da informação e saúde;
- IMOB: aponta o desempenho de ações com ligação à atividade imobiliária via exploração de imóveis e construção civil.
- UTIL: considera as ações mais negociadas e representativas do setor de utilidade pública (energia elétrica, água e saneamento e gás).
Além dos índices citados acima, a B3 possui alguns indicadores de segmentos voltados ao mercado futuro, em que são negociados contratos de compra e venda de produtos que só serão liquidados no futuro.
Índices de sustentabilidade
Com o avanço de discussões cada vez mais pautadas em iniciativas orientadas a estímulos socioambientais e de governança sustentável no mercado, surgiu entre os investidores a necessidade de mapear empresas mais proativas com esses temas. Na B3, existem atualmente quatro índices voltados às práticas sustentáveis, sendo ISE o mais conhecido.
Composto por aproximadamente 80 ativos, o ISE, ou Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3, elege ações e units exclusivamente de companhias listadas na B3 e reconhecidas pelo comprometimento com a sustentabilidade empresarial – ou seja, adotam as melhores práticas voltadas ao ESG (sigla para Environmental, Social, and Governance”, que em português significa Ambiental, Social e Governança).
Outro indicador relativamente mais novo que o ISE e que ganhou relevância no mercado é o Idiversa, com foco em critérios de diversidade baseados no Score de Diversidade da B3, que calcula quão próxima à diversidade da população brasileira a companhia está.
Nesse caso, são considerados critérios de gênero (analisando o gênero feminino) e raça (tanto negros quanto indígenas), com base nos dados disponíveis no Formulário de Referência (FRE) das empresas.
Índices de renda fixa
A renda fixa possui grande representatividade na carteira do investidor brasileiro. Por isso, na B3, existem alguns índices voltados especificamente para essa classe, incluindo vários indicadores com foco em debêntures, cuja indústria aproveitou um forte crescimento na demanda ao longo dos últimos anos.
Em junho de 2025, a B3 divulgou dois índices amplos de debêntures, meses após o lançamento do Índice de Debêntures Ultra Qualidade DI B3, ou IDEB Ultra DI B3, em linha com os esforços em ampliar o leque de produtos ao mercado.
Atualmente, oito índices classificados dentro da categoria de renda fixa estão disponíveis pela B3. São eles:
- Índice Taxa de Debêntures AAA DI B3 (IDEB Taxa AAA DI B3)
- Índice Taxa de Debêntures Incentivadas AAA IPCA B3 (IDEB Taxa AAA IPCA B3)
- Índice Taxa de Debêntures Incentivadas Ultra Qualidade IPCA B3 (IDEB Taxa Ultra IPCA B3)
- Índice Taxa de Debêntures Ultra Qualidade DI B3 (IDEB Taxa Ultra DI B3)
- Índice de Debêntures AAA DI B3 (IDEB AAA DI B3)
- Índice de Debêntures Incentivadas AAA IPCA B3 (IDEB AAA IPCA B3)
- Índice de Debêntures Incentivadas Ultra Qualidade IPCA B3 (IDEB Ultra IPCA B3)
- Índice de Debêntures Ultra Qualidade DI B3 (IDEB Ultra DI B3)
Você conferiu nesse artigo os principais índices disponibilizados pela B3. No site oficial da empresa, é possível conferir a lista completa e detalhes de cada metodologia.
Existem ainda outros índices desenvolvidos por instituições além da B3. Na renda fixa, um bem monitorado pelo mercado é o IMA-B 5, desenvolvido pela Anbima e composto por títulos públicos indexados à inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) com vencimento de até cinco anos.
No exterior, o S&P 500 e o Nasdaq 100 são referências globais, pois reúnem as maiores empresas do mundo. O S&P 500 é o índice que mede o desempenho das 500 maiores empresas listadas na Nyse e na Nasdaq, principais Bolsas de Valores dos Estados Unidos, enquanto o Nasdaq 100 engloba as 100 maiores instituições não financeiras na Nasdaq. Dentro da carteira, estão agrupadas as principais big techs, conhecidas como “Magnificent 7”: Alphabet, Amazon, Apple, Meta, Microsoft, Nvidia e Tesla.
Como investir em índices?
Os índices não têm negociações na Bolsa, e por isso não há como investir diretamente neles. No entanto, o mercado tem se desenvolvido e oferece hoje alternativas para quem deseja replicar alguma carteira, mas não necessariamente comprando ação por ação.
Nesse sentido, os ETFs surgem como uma das principais opções entre os investidores. Os ETFs, também conhecidos como “fundos de índice”, possuem cotas negociadas em Bolsa e refletem de maneira fiel o desempenho dos principais indicadores do mercado. Falamos mais sobre esse veículo de investimento em um material disponível nesse link.
Carteiras recomendadas XP: superando os benchmarks
Como falamos acima, os índices de mercado também são, em muitos casos, referência para investidores poderem se guiar na hora de avaliar o desempenho de um ativo ou portfólio.
Não é incomum, portanto, ver um índice de mercado como o Ibovespa servir de benchmark (ou seja, ser referência em diversas carteiras recomendadas por casas de análise e instituições financeiras.
Na XP, disponibilizamos todo mês recomendações para ações, dividendos, fundos imobiliários, ativos globais e renda fixa. Também atualizamos carteiras recomendadas elaboradas de acordo com cada perfil de investidor – conservador, moderado e sofisticado.
A partir da análise de um conjunto de fatores e perspectivas macroeconômicos e individuais dos ativos, reunimos mensalmente as principais recomendações com o objetivo de oferecer retornos acima do desempenho do benchmark, o índice de referência. Acesse as nossas carteiras aqui.

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