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Expresso Alimentos & Bebidas #22

Confira os destaques do setor de Alimentos e Bebidas nesta semana.

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Confira os destaques do setor de Alimentos & Bebidas nesta semana

Quais tópicos costumamos abordar? Preços das principais proteínas (boi, suíno e frango vivos, bem como suas respectivas carcaças); exportações brasileiras semanais de commodities selecionadas; preços de milho e soja, além de açúcar e etanol; dados do mercado norte-americano de proteínas; dados de fluxo e performance das ações na semana.

Por que esses dados são importantes? Porque eles podem impactar os preços de ações como ABEV3, BRFS3, MEAL3 e MRFG3. No momento, estamos restritos em JBSS3 e BEEF3 por determinação da nossa área de Compliance. Ou seja, não podemos realizar comentários sobre essas duas empresas por enquanto.

Gostaria de receber (em breve) nossos relatórios por email de Agro, Alimentos & Bebidas? Clique aqui.
Quaisquer críticas, dúvidas ou sugestões são bem vindas: basta deixar um comentário no final do post.


Performance das Ações


Proteínas nos EUA

Produção de carne bovina cai 7% na comparação com 2019

De acordo com a Reuters, fazendeiros no Texas estariam tendo dificuldade para manter seus animais vivos devido ao frio incomum que atingiu o estado nas últimas semanas. Algumas vacas já teriam sucumbido em função da temperatura, a qual também teria prejudicado galinhas, frangos e plantações como um todo. Ainda assim, por enquanto parece que se tratam de episódios pontuais com impacto limitado.

Fonte: Kansas Living Magazine

A dificuldade para cuidar do gado em meio ao frio  incomum é o mais recente desafio enfrentado pelo fazendeiros norte-americanos, que desde o ano passado vem lidando com o Covid-19. Vale lembrar que, durante o segundo trimestre, ápice da pandemia nos EUA, as operações em diversos plantas frigoríficas foram interrompidas ou ao menos desaceleradas, gerando excesso de gado no campo e falta de carne nos supermercados.

Os pecuaristas nos EUA já estavam arcando com custos mais altos, uma vez que os preços do milho e da soja dispararam ao longo do ano passado. Agora, a baixa temperatura também teria se tornado um problema: o frio não apenas diminui as áreas de pastagem mas também congela os tanques de água que o gado bebe, potencialmente aumentando os custos de produção.

Quanto aos frigoríficos, acreditamos que é muito cedo para dizer se tais eventos terão impactos negativos (ou positivos) para grandes empresas como a Marfrig.

Ainda assim, efeitos potenciais poderiam incluir antecipação e/ou redução do abate de animais, seguidos por uma diminuição na disponibilidade de carne. Vale lembrar que as margens dos frigoríficos nos EUA já estariam em patamares historicamente elevados; com os efeitos do frio, tais margens poderiam perdurar por mais tempo do que era esperado.


Produção de Carnes no Brasil no 4o trimestre de 2020

Produção de carne bovina cai 7% na comparação com 2019

Na nossa visão, a escassez de gado pronto para abate teria sido a principal razão para os preços mais altos da arroba no final de 2020. Pensando nos impactos para as empresas, no caso dos frigoríficos com exposição internacional, a demanda de exportação da China permaneceu forte e o câmbio ajudou a manter o Brasil competitivo, parcialmente mitigando a alta de custos.

Por outro lado, no caso dos frigoríficos expostos somente ao mercado doméstico, suas margens teriam sido consideravelmente comprimidas; adicionalmente, notícias de redução no abate e de plantas pulando alguns dias de operação tornaram-se mais frequentes.

Segundo o IBGE, a produção de carne bovina no 4T20 foi a menor dentre todos os quartos trimestres dos últimos 4 anos (-5% na comparação trimestral e -7% na comparação anual). Isso teria ocorrido em parte devido ao aumento do preço do gado, mas também porque as chuvas começaram mais tarde e a disponibilidade de gado teria permanecido baixa, apesar do início da temporada de pasto.

Apesar da alta de grãos, produção de frango aumenta no 4T20

Apesar da crescente pressão de custos ocasionada pela alta dos preços dos grãos (milho e farelo de soja, principalmente), os avicultores conseguiram aumentar a produção de frangos em 2020, potencialmente ganhando participação de mercado no consumo interno em detrimento das demais proteínas.

A alta nos preços da carne bovina e suína também teria aumentado a competitividade dos preços das aves, o que é particularmente significativo em um momento de recuperação econômica turbulenta como o atual.

Novamente segundo o IBGE, a produção de frango aumentou 3% no trimestre e 5% no ano. Daqui pra frente, a principal questão deve ser se a maior parte dos produtores terá de diminuir (ou não) sua produção na tentativa de elevar preços, uma vez que seus custos seguem subindo no início de 2021.

Produção de carne suína teria diminuído pela primeira vez desde 2018

Embora os dados do IBGE ainda sejam preliminares, a produção de carne suína teria diminuído pela primeira vez desde o quarto trimestre de 2018 (4T18), quando a febre suína africana começou a se tornar um problema na China. Como o consumo de carne suína continua baixo no Brasil, esse impulso das exportações ao longo de 2019/20 teria sido responsável pelo aumento investimentos no setor, o que não deve mudar no curto prazo, na nossa visão.

Ainda segundo o IBGE, a produção de suínos caiu 8% no trimestre versus o anterior, mas permaneceram acima do 4T19 (+2%). Entendemos que preços mais altos de grãos podem afetar as margens no curto prazo, mas a transferência de preços ainda é possível enquanto a inflação de alimentos seguir alta na China.


Açúcar & Etanol

  • etanol fechou a segunda semana de fevereiro em R$ 2,25/litro: +8% vs. janeiro e +6% vs. 2020.
  • Já o açúcar fechou o pregão de quarta em US$ 16,96 cents por libra (peso): +4% vs. janeiro e +11% vs. 2020.

Milho & Soja

  • O milho fechou quarta-feira em R$ 84/saca: -2% vs. janeiro mas ainda +60% vs. 2020. Em Chicago, o milho fechou em US$ 5,53/bushel (5% vs. janeiro e +44% vs. 2020), ou seja, aproximadamente R$ 71/saca, sem considerar premiações de porto.
  • Já a soja começou a semana em R$ 164/saca: -4% vs. janeiro mas ainda +85% vs. 2020. Em Chicago, o preço de fechamento de quarta foi US$ 13,84/bushel (estável vs. janeiro e +55% vs. 2020), ou seja, cerca de R$ 165/saca, sem considerar premiações de porto.

Exportações de Proteínas do Brasil

Conforme dados preliminares da SECEX para as exportações brasileiras:

Na primeira quinzena de fevereiro, foram exportadas 45 mil toneladas de carne bovina (-27% versus fevereiro/2020, considerando a média diária) a um preço médio de US$ 4.552 por tonelada (+1% versus janeiro/2021 e 3% acima de fevereiro/2020).

Em reais, por outro lado, o preço aumentou 27% A/A e 2% M/M, atingindo R$ 24.538 por tonelada – vale lembrar que o real sofreu uma desvalorização de 24% na comparação anual, saindo de R$ 4,35 em fevereiro/2020 para os R$ 5,39 atuais.

Adicionalmente, foram exportadas no período 34 mil toneladas de carne suína (+5% versus fevereiro/2020) a um preço médio de US$ 2.363 por tonelada (-1% M/M e -4% A/A) ou R$ 12.735 por tonelada (estável M/M e +19% A/A).

Por fim, foram exportadas no período 170 mil toneladas de carne de aves (-7% versus fevereiro/2020) a um preço médio de US$ 1.460 por tonelada (-7% A/A mas +2% M/M) ou R$ 7.870 por tonelada (+4% M/M e +16% A/A).


Proteínas no Brasil

  • boi gordo fechou a semana passada em R$ 303/@, um crescimento de 7% versus janeiro e de 53% versus 2020.
  • Já a carcaça bovina fechou em R$ 19,50/kg, +3% versus janeiro e +36% versus 2020 (traseiro: +40% versus 2020).
  • suíno vivo (referência: SP) fechou em R$ 7,54/kg, registrando queda de 4% versus janeiro mas +42% versus 2020.
  • A carcaça suína (mercado doméstico) fechou em R$ 9,43/kg, -10% versus janeiro mas ainda +27% versus 2020.
  • Por fim, o frango congelado (carcaça) fechou a semana em R$ 6,23/kg, +6% versus janeiro e +30% versus 2020.

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