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Construtoras: O que esperar da temporada de resultados do 2T24

Cury, Direcional, Cyrela e Moura Dubeux devem ser os destaques da temporada

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Esperamos uma série de resultados positivos para as construtoras no 2T24. O segmento de baixa renda deve continuar apresentando desempenho superior, seguindo o forte desempenho de vendas líquidas observado nas prévias operacionais. CURY3 e DIRR3 devem se destacar com uma expansão robusta do lucro líquido (+32% e +27% A/A, respectivamente), enquanto PLPL3 deve apresentar sólidas melhorias T/T e TEND3 pode se beneficiar de uma rentabilidade mais saudável na Alea. No segmento de média/alta renda, os destaques devem ser MDNE3 e CYRE3, que devem manter uma margem bruta forte, levando a uma expansão robusta do lucro líquido (+48% e +23% A/A, respectivamente), enquanto EZTC3 e EVEN3 podem apresentar um forte crescimento de receita, embora ainda vejamos níveis de rentabilidade brandos, levando a ganhos moderados de lucro líquido. Reiteramos nossa preferência por nomes de baixa renda, com CURY3 como nossa principal escolha.

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No segmento de baixa renda

As prévias operacionais mostraram um forte aumento nas vendas líquidas (+40%¹ A/A em nossa cobertura), apoiado por (i) um orçamento robusto no programa habitacional MCMV e (ii) lançamentos mais fortes no trimestre (+41% A/A em nossa cobertura¹). Acreditamos que isso, juntamente com um aumento relevante na produção, poderia impulsionar um sólido crescimento da receita nesta temporada, embora ainda vejamos uma rentabilidade mista. CURY3 e DIRR3 devem estar em destaque, com um crescimento sólido de receita e uma continuação de forte rentabilidade que pode levar a uma expansão relevante do lucro líquido (+32% e +27% A/A, respectivamente). Para PLPL3, esperamos uma recuperação T/T, com a forte produção impulsionando um crescimento robusto da receita (34% A/A), embora a margem bruta ainda deva ser impactada pelo Pode Entrar. Finalmente, esperamos que a Tenda apresente ganhos positivos de margem bruta ajustada (+3,1 p.p. T/T), impulsionados pela Alea, embora ainda vejamos um lucro líquido pressionado.

No segmento de média/alta renda

As prévias operacionais mostraram um leve lançamento no 2T24, exceto para MDNE3 e TRIS3, que foram impactados por um atraso na aprovação de projetos em São Paulo. No entanto, o momento positivo da demanda foi mantido (como mencionamos em nossa última atualização de cobertura), com as vendas líquidas do segmento crescendo 11% A/A em média². Acreditamos que isso poderia impulsionar o crescimento positivo da receita A/A, embora esperemos um cenário de rentabilidade mista. MDNE3 e CYRE3 devem estar em destaque, pois esperamos lucros líquidos robustos no trimestre (+48% e +23% A/A, respectivamente), impulsionados por níveis sólidos de margem bruta. Acreditamos também que a EZTC3 e a EVEN3 podem ser surpresas neste trimestre, devido aos ganhos potencialmente fortes de receita, embora ainda vejamos níveis de rentabilidade brandos que levam a um ligeiro crescimento do lucro líquido.

Notas: (1) Considerando os dados da %Co; (2) Excluindo a Melnick, devido aos efeitos climáticos no RS, e a JHSF

Nossas expectativas para o 2º Trimestre de 2024

Cury (R$ 30,00/ação)

Esperamos um crescimento de receita para um sólido nível de R$972 milhões (+34% A/A e +16% T/T), impulsionado por robustas vendas líquidas (+44% A/A e +23% T/T) e forte evolução de obra (+20% A/A). Em relação à rentabilidade, esperamos uma margem bruta ajustada robusta de 38,4% (+0,5 p.p. A/A e +0,4 p.p. T/T), suportada por fortes margens de novos projetos (margem REF de 42,1% no 1T24). Além disso, esperamos que o EBITDA ajustado atinja R$208 milhões (+34% A/A e +10% T/T), levando a uma margem EBITDA ajustada mais branda de 21,4% (estável A/A e -1,1 p.p. T/T) devido a (i) maiores desembolsos relacionados a lançamentos e (ii) maiores despesas G&A para suportar o crescimento da empresa. Finalmente, prevemos um sólido lucro líquido de R$ 160 milhões (+32% A/A e +13% T/T).

Figura 1: Estimativas dos resultados para a Cury
Fonte: Companhia, XP Research

Direcional (R$ 26,00/ação)

Antecipamos uma receita líquida robusta de R$812 milhões (+34% A/A e +21% T/T), com base em um forte desempenho de vendas líquidas (+72% A/A e +25% T/T). Em termos de rentabilidade, esperamos que a margem bruta ajustada aumente sequencialmente em 30 pontos-base para 37,6%, à medida que os projetos do programa Pode Entrar se tornem menos relevantes no P&L. Enquanto isso, prevemos que a margem EBITDA ajustada diminua para 25,0% (-1,9 p.p. A/A e -2,5 p.p. T/T), impactada por um menor resultado de equivalência patrimonial. Em suma, esperamos um sólido lucro líquido de R$133 milhões (+27% A/A), embora os menores resultados financeiros possam impactar a comparação do lucro líquido T/T.

Figura 2: Estimativas dos resultados para a Direcional
Fonte: Companhia, XP Research

MRV (R$ 17,00/ação)

Esperamos um trimestre misto para a MRV. Do lado positivo, esperamos que a receita cresça 17% A/A para R$ 2,13 bilhões, impulsionada por uma combinação de sólidas vendas líquidas de suas operações principais de R$ 2,54 bilhões (+14% A/A e +19% T/T) e um nível de produção acelerado (+17% A/A e +10% T/T). Também esperamos que a margem EBITDA ajustada se expanda para 11,2% (+1,7 p.p. T/T), beneficiando-se da (i) diluição das despesas G&A e (ii) menores outras despesas operacionais devido às vendas de Luggo no trimestre. Por outro lado, esperamos que a rentabilidade permaneça sob pressão, com uma margem bruta ajustada de 29,5% (+3,6 p.p. A/A e estável T/T), embora uma ligeira recuperação sequencial deva ser ofuscada por efeitos positivos não recorrentes da RET 1 no 1T. Em suma, esperamos um lucro líquido ainda fraco de R$18 milhões, implicando em uma margem líquida de 0,9%.

Figura 3: Estimativas dos resultados para a MRV
Fonte: Companhia, XP Research

Plano&Plano (R$ 18,00/ação)

Antecipamos um forte crescimento da receita líquida no 2T24, atingindo R$650 milhões (+34% A/A e +30% T/T), impulsionado por (i) sólidas vendas líquidas no trimestre (+36% A/A), (ii) um aumento nos níveis de produção T/T, e (iii) um menor nível de provisões para distratos vs. 1T24. Além disso, esperamos menores níveis de margem bruta A/A em 32,9% (-3,0 p.p. A/A e -0,4 p.p. T/T), ainda impactados pelos efeitos das unidades vendidas através do programa habitacional Pode Entrar. Em suma, esperamos uma expansão robusta do lucro líquido para R$82 milhões (+19% A/A e +98% T/T), em grande parte impulsionado por uma receita potencialmente forte.

Figura 4: Estimativas dos resultados para a Plano&Plano
Fonte: Companhia, XP Research

Tenda (R$ 17,00/ação)

Esperamos resultados ligeiramente positivos da Tenda. Do lado positivo, prevemos uma sólida receita de R$ 812 milhões (+14% A/A e +9% T/T), impulsionado pelo forte desempenho das vendas líquidas (+34% A/A e +6% T/T) e giro de estoque positivo (vendas de estoque representando 65% do total de vendas líquidas). Além disso, esperamos uma expansão robusta da margem bruta ajustada de 3,1 p.p. T/T, impulsionada por (i) ganhos de eficiência das operações da Alea, e (ii) um aumento gradual da margem bruta do segmento Tenda. Além disso, prevemos que a margem EBITDA ajustada cresça ligeiramente T/T (+0,3 p.p.), apesar das comparações difíceis devido a uma alta reversão de provisão de ~R$ 23 milhões no 1T. Por outro lado, antecipamos que os níveis brandos de margem levarão a um lucro líquido ainda pressionado de R$23 milhões (+7% T/T).

Figura 5: Estimativas dos resultados para a Tenda
Fonte: Companhia, XP Research

Cyrela (R$ 30,00/ação)

Esperamos um leve crescimento da receita líquida para R$ 1,72 bilhão (+5% A/A e +9% T/T), suportado por vendas líquidas resilientes (-6% A/A e +9% T/T), apesar dos menores lançamentos no trimestre (-59% A/A e -13% T/T). Com relação à lucratividade, esperamos uma expansão da margem bruta ajustada para 34,8% (+0,7 p.p. A/A e +1,7 p.p. T/T), dado um melhor mix de projetos no trimestre. Além disso, esperamos que a margem EBITDA ajustada aumente em +5,4 p.p. A/A e +3,0 p.p. T/T, atingindo 27,8%, também favorecida por (i) menores despesas SG&A, (ii) forte equivalência patrimonial devido ao sólido desempenho das JVs, e (iii) vendas de ações da Cury. Finalmente, antecipamos um lucro líquido robusto de R$344 milhões (+23% A/A e +29% T/T).

Figura 6: Estimativas dos resultados para a Cyrela
Fonte: Companhia, XP Research

Even (R$ 8,00/ação)

Esperamos resultados mistos da Even. Do lado positivo, esperamos uma receita líquida robusta de R$899 milhões (+74% A/A e +122% T/T). Em nossa visão, isso deve ser impulsionado pela consolidação da 1ª fase do projeto Faena, que tem um percentual inicial robusto de conclusão e deve levar a um sólido reconhecimento de receita. Por outro lado, prevemos um declínio significativo T/T na margem bruta ajustada para 25,7% (-4,8 p.p). Como resultado, esperamos uma margem EBITDA ajustada mais branda de 16,1% (-0,7 p.p. T/T), parcialmente compensada por despesas SG&A mais baixas. Em suma, prevemos um lucro líquido de R$61 milhões (+33% A/A e +15% T/T), também afetado por participações minoritárias significativamente maiores.

Figura 7: Estimativas dos resultados para a Even
Fonte: Companhia, XP Research

EZTec (R$ 18,00/ação)

Esperamos que a EZTEC registre resultados ligeiramente positivos. Antecipamos um crescimento robusto da receita líquida, atingindo R$412 milhões (+70% A/A e +72% T/T), em grande parte motivado por vendas robustas de unidades concluídas no 2T24 (+139% A/A), o que poderia impulsionar o reconhecimento de receita dado seu alto percentual de conclusão (POC). Por outro lado, esperamos uma margem bruta em níveis brandos de 32,5% (+0,1 p.p. A/A e -1,7 p.p. T/T), potencialmente afetada por maiores descontos nas vendas das unidades concluídas. Em suma, apesar da robusta expansão da receita, prevemos um leve crescimento de 6% no lucro líquido A/A, também impactado por maiores despesas comerciais decorrentes do Lindenberg Ibirapuera, embora vejamos uma sólida melhora T/T (+41%).

Figura 8: Estimativas dos resultados para a EZTec
Fonte: Companhia, XP Research

Lavvi (R$ 13,00/ação)

Esperamos um leve crescimento da receita líquida para R$303 milhões (+7% A/A e +6% T/T), ajudado por sólidas vendas líquidas no trimestre (+18% A/A e -34% T/T), embora não esperemos um reconhecimento significativo de receita inicial de projetos lançados no 2T24, dado seu menor percentual de conclusão. Com relação à rentabilidade, esperamos que a margem bruta ajustada atinja 33,0%, uma queda de 4,1 p.p. T/T, impactada por menores margens decorrentes do reconhecimento de uma venda conjunta de uma das torres do Alive Home Resort. Além disso, esperamos que a margem EBITDA ajustada atinja 25,3% (+1,6 p.p. A/A e -0,9 p.p. T/T), ajudada pela maior receita de equivalência patrimonial do projeto Eden. Em suma, prevemos um sólido lucro líquido de R$ 70 milhões (estável tanto A/A quanto T/T).

Figura 9: Estimativas dos resultados para a Lavvi
Fonte: Companhia, XP Research

Moura Dubeux (R$ 19,00/ação)

Esperamos uma receita líquida robusta de R$ 385 milhões (+23% A/A e +25% T/T), em grande parte impulsionada por taxas de comercialização de terrenos potencialmente sólidas no trimestre, provenientes do recém-lançado projeto Residencial Bahia. Também estimamos que a margem bruta atinja um nível sólido de 35,1% (+1,4 p.p. A/A e +2,5 p.p. T/T), também impulsionada pelas sólidas margens de condomínios. Em suma, estimamos um sólido crescimento do lucro líquido para R$ 67 milhões (+48% A/A e +59% T/T) e uma margem líquida de 17,5% (+3,0 p.p. A/A e +3,8 p.p. T/T).

Figura 10: Estimativas dos resultados para a Moura Dubeux
Fonte: Companhia, XP Research

Trisul (R$ 6,10/ação)

Esperamos resultados mistos para a Trisul. No lado positivo, antecipamos que a receita líquida aumente para R$303 milhões (+14% A/A e estável T/T), favorecida por um giro de estoque positivo de projetos com um alto percentual de conclusão, o que deve impulsionar o reconhecimento de receita. Do lado negativo, esperamos que a margem bruta ajustada permaneça em níveis moderados de 29,9% (+1,6 p.p. A/A e +0,3 p.p. T/T), impactada por maiores descontos nas vendas de estoque. Finalmente, esperamos que o lucro líquido ainda esteja sob pressão em R$30 milhões (+5% A/A e estável T/T), levando a margem líquida para 10,0% (-0,8 p.p. A/A e estável T/T).

Figura 11: Estimativas dos resultados para a Trisul
Fonte: Companhia, XP Research

JHSF (R$ 6,50/ação)

Esperamos que a receita líquida permaneça estável A/A em R$387 milhões. Em nossa opinião, isso deve ser impulsionado por: (i) vendas líquidas relativamente positivas no segmento imobiliário (-15% A/A e +25% T/T), apesar do impacto do embargo da Vila Boa Vista (-88% A/A), (ii) maiores vendas de terrenos, e (iii) receitas mais fortes de shopping centers. Também esperamos que o EBITDA ajustado atinja R$164 milhões (estável A/A e +33% T/T), implicando em uma margem EBITDA ajustada de 42,5% (+1,3 p.p. A/A e +0,5 p.p. T/T), apoiada por maiores margens dos segmentos de Aeroportos e Hospitalidade & Gastronomia. Finalmente, prevemos um lucro líquido ajustado de R$ 118 milhões (+18% A/A e +128% T/T), implicando em uma margem líquida ajustada de 30,5% (+5,1 p.p. A/A e +12,9 p.p. T/T).

Figura 12: Estimativas dos resultados para a JHSF
Fonte: Companhia, XP Research
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