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B3 (B3SA3): Resultados sólidos em meio à frágil atividade do mercado de capitais | Revisão 3T24

Confira nossa análise sobre os resultados do 3T24 da B3

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A B3 apresentou sólidos resultados no 3T24, com receitas totais atingindo R$2,7 bilhões (+10% T/T e 11% acima da XPe), impulsionadas pelo crescimento em todos os segmentos de negócios, destacando a diversificação e a resiliência do modelo de negócios da B3. O negócio de derivativos registrou um crescimento robusto, com o volume médio diário (ADV) de derivativos listados totalizando 7,1 milhões de contratos, um aumento de 21,3% A/A. Isso resultou na maior receita trimestral da história do segmento, de R$ 683 milhões, 16,3% acima do 3T23, com o recém-lançado Bitcoin Futures (abril de 2024) contribuindo com R$ 18,9 milhões em receita. Embora as ameaças competitivas persistam, os esforços feitos nos últimos anos, especialmente no gerenciamento de custos e na diversificação dos fluxos de receita, produziram resultados positivos. O ritmo de recuperação do volume continuará a ser um fator-chave para determinar a velocidade de melhoria dos resultados. Portanto, mantemos nossa recomendação neutra e o preço-alvo de R$ 14,00 por ação.

Os dados operacionais da B3 já haviam sido publicados em meados de outubro e, conforme mencionamos na ocasião, os volumes foram ligeiramente inferiores aos previstos.

O volume médio diário negociado (ADTV) em ações à vista totalizou R$23,3 bilhões no 3T24, uma queda de 2,5% e 2,1% T/T e A/A, respectivamente. Esse valor ficou 4% abaixo de nossas estimativas. Para Taxas de Juros, Câmbio e Commodities, no entanto, houve uma queda de 12,8%, mas um aumento de 21,3% T/T e A/A, respectivamente. No mercado de balcão, as emissões e os volumes em circulação continuaram a crescer de forma constante. Como resultado, as receitas totais totalizaram R$ 2.711,4 milhões, -0,6% T/T, mas +8,9% A/A. Excluindo os efeitos do Programa Desenrola (encerrado em maio) e a reversão de provisões, o crescimento T/T teria sido de 1,9%.

O terceiro trimestre apresentou um crescimento generalizado. O segmento listado (59,0% do total) aumentou 7,4% A/A, principalmente devido a um crescimento de 16,3% em “Taxa de juros, câmbio e commodities”. Além disso, o segmento OTC (16,0% do total) aumentou 15,0% em relação ao 3T23. Infraestrutura para Financiamento (4,9% do total) e Tecnologia, Dados e Serviços (20,2% do total) aumentaram 12,4% e 10,4%, respectivamente. O menor crescimento veio de “Cash Equities e Equity Instruments” (33,8% do total), que cresceu 1,6% A/A. Todos esses fatores combinados levaram a uma receita líquida de R$2.435,9 milhões, um aumento de 8,3% em relação ao 3T23, mas 0,9% menor sequencialmente.

As despesas operacionais da B3 aumentaram sequencialmente (+14,0%), mas caíram 7,9% A/A, totalizando R$ 831,1 milhões. Essa queda significativa em relação ao mesmo período do ano anterior deveu-se, em grande parte, ao término da amortização dos principais intangíveis reconhecidos na combinação com a Cetip no 1T24. Fora isso, as despesas operacionais teriam crescido 13,8% em relação ao ano anterior. O crescimento dessa linha reflete: i) reajuste salarial anual (acordo coletivo); ii) processamento de dados devido à intensificação do uso de tecnologia em nuvem; iii) despesas vinculadas à receita, influenciadas pelo maior valor do incentivo do Tesouro Direto e dos incentivos do Bitcoin Futures; iv) serviços de terceiros, explicados principalmente por maiores despesas com consultoria estratégica no 3T24; e v) maiores provisões relacionadas a processos trabalhistas e cíveis, parcialmente compensadas por menores despesas com provisões relacionadas a disputas judiciais.

Isso levou a um EBITDA recorrente de R$ 1,71 bilhão (+5,5% A / A, -3,6% T/T, e -3,4% vs. XPe). Como destaque negativo, a margem EBITDA foi de 70,0% (-250bps vs. XPe, -325bps T/T e -226bps A/A).

O resultado financeiro foi de R$ 73,6 milhões no 3T24 (+88% em relação ao ano anterior). O resultado positivo foi consequência da redução da taxa média do CDI, que contribuiu para a redução das despesas financeiras, e do menor spread médio do custo da dívida.

O lucro líquido recorrente totalizou R$ 1,2 bilhão (+5,8% A/A, estável T/T, e 3% menor vs XPe). Adicionalmente, as distribuições aos acionistas totalizaram R$ 1,3 bilhão no trimestre, sendo R$ 735,8 milhões em recompra de ações e R$ 516 milhões em juros sobre capital próprio (JCP) e dividendos.

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