ESG em 2024: Da euforia à consolidação

Quais as tendências ESG que devem guiar as escolhas dos investidores no próximo ano?

A agenda ESG está gradualmente passando de um período inicial de maior euforia e crescimento para um estágio de maturidade, consolidando-se como um aspecto essencial para a tomada de decisão dos investidores em meio à múltiplas oportunidades. Considerando que a agenda ESG é dificilmente medida numa base trimestral, dependendo assim de uma perspectiva mais de longo prazo, algumas tendências surgem com mais força do que outras, exigindo a atenção dos investidores e das empresas. Diante deste contexto, este relatório tem como objetivo elencar cinco tendências que potencialmente irão moldar o mercado de investimentos sustentáveis no ano que vem.

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#1. Maiores esforços para atingimento de emissões líquidas zero. À medida que os riscos relacionados ao clima se tornam mais elevados, a demanda dos investidores por uma estratégia efetiva de mitigação também aumenta, levando as empresas a intensificarem suas ações de combate aos efeitos das mudanças climáticas. A grande dúvida que fica para 2024 é com qual rapidez os objetivos serão compridos.

#2. Finanças sustentáveis ganhando força. Apesar do cenário global macroeconômico mais desafiador pressionando a dinâmica do mercado de dívida, os títulos rotulados ESG demonstraram resiliência, evidenciado principalmente pela proporção das emissões verdes no relativo do mercado de dívida geral, que permaneceu inalterada aos longos dos últimos anos em 15% globalmente. Para 2024, esperamos que uma possível flexibilização da política monetária global a partir do 3T24, além do desenvolvimento de políticas, impacte o mercado de dívidas ESG.

 #3. Mudanças no papel dos Conselhos para atender ao mercado. Com a pressão dos investidores por maior transparência, o papel dos membros de Conselhos vem evoluindo – se no passado eles eram majoritariamente CEOs, vemos o cenário mudando, com uma maior diversificação na composição, somado a um papel mais ativo na tomada de decisão. Neste contexto, esperamos que a atribuição dos membros ganhe robustez em 2024, impulsionando o papel e influência na gestão.

#4. Foco crescente na gestão da cadeia de fornecedores. Na perspectiva ESG, ‘nenhum homem é uma ilha’, com as empresas dependendo de sua rede de fornecedores para seu bom funcionamento. Embora os riscos relacionados ao ecossistema anteriormente despertassem maior interesse dos investidores apenas quando algum problema surgia, vemos este contexto mudando, passando de um interesse ocasional e sob demanda para um acompanhamento sistemático.

#5. Melhores práticas corporativas na divulgação de dados ESG. À medida que o mercado de investimento ESG amadurece, a agenda regulatória se desenvolve, com os agentes reguladores olhando de perto para práticas de padronização e obrigatoriedade da divulgação de dados ESG. Desse modo, temos visto uma clara melhoria no nível de divulgação por parte das empresas ao longo dos últimos anos, movimento que deve se intensificar em 2024 frente ao avanço da regulamentação.