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Americanas: Lista de Credores e Acompanhamento da Recuperação Judicial

No dia 25 de janeiro, a Americanas entregou a sua relação de credores à Justiça do Rio de Janeiro. Na lista, declara uma dívida total de R$ 41,2 bilhões a 7.967 nomes.

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O relatório será atualizado à medida em que novas e relevantes informações venham a público.

No dia 25 de janeiro, a Americanas entregou a sua relação de débitos e credores à 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, órgão que aceitou o pedido de recuperação judicial da empresa na última quinta-feira (19). Na lista, a Americanas declara uma dívida total de R$ 41,2 bilhões a 7.967 nomes.

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Lista de Credores

Alguns destaques da lista de credores (dados são preliminares com base em divulgação pela companhia e podem ainda ser contestados):

  • O Deutsche Bank aparece como grande credor, com um passivo total de R$ 5,2 bilhões (ou US$ 1 bilhão, na moeda original da dívida). No entanto, em matéria divulgada no Estadão, o banco afirma não ter exposição direta à Americanas.
    • O Deutsche atua como agente fiduciário de dois bonds da companhia – não se configurando como credor (que são os investidores que compraram os papeis no exterior).
  • O Bradesco figura dentre os maiores credores, com R$ 4,5 bilhões.
  • A dívida com detentores dos bonds soma R$ 6,7 bilhões. Com debenturistas, totaliza cerca de R$ 5 bilhões.
  • Entre os fornecedores, destaque para a Samsung, fabricante de eletrônicos, smartphones e microcomputadores, com dívida de R$ 1,2 bilhão.
  • Um dos credores da Americanas é a Ambev, que pertence acionistas de referência da varejista, Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira.
    • A dívida com a fabricante de bebidas é de R$ 4,1 milhões.
  • Autodenominada como “a maior varejista de ovos de Páscoa do mundo”, fabricantes de chocolates também compõem o grupo de credores.

A partir de agora, credores podem se manifestar a fim de contestar os valores apresentados pela companhia, que, segundo eles, podem não convergir com os valores registrados internamente. Nesta linha, no dia 25 de janeiro, o BV (Banco Votorantim) já publicou uma nota contestando o valor apresentado pela Americanas. O Deutsche Bank também fez declarações, negando ser credor da companhia.

Outros credores incluem (segundo lista divulgada pela companhia e que pode ainda ser contestada):

  • Bancos
    • Deutsche Bank: R$ 5,2 bilhões
      • Conforme colocado acima, o banco já se manifestou desmentindo a informação.
    • Bradesco: R$ 4,5 bilhões
    • Santander (Brasil): R$ 3,6 bilhões
    • BTG Pactual: R$ 3,5 bilhões
    • Votorantim: R$ 3,2 bilhões
    • Itaú Unibanco: R$ 2,7 bilhões
    • Safra: R$ 2,5 bilhões
    • Banco do Brasil: R$ 1,3 bilhão
    • Caixa Econômica Federal: R$ 501 milhões

Leia relatório – Bancos: Qual o impacto estimado do caso Americanas?

  • Empresas de tecnologia
    • Apple: R$ 98 milhões
    • Google: R$ 94 milhões
    • Facebook: R$ 11 milhões
  • Fabricantes de chocolates
    • Nestlé: R$ 259 milhões
    • Mondelez: R$ 97 milhões
    • Hershey’s: R$ 16,7 milhões
    • Neugebauer: R$ 15 milhões
  • Fabricantes de eletros
    • Samsung: R$ 1,2 bilhão
    • Semp: R$ 70 milhões
    • LG: R$ 52,8 milhões
    • Dell: R$ 36,8 milhões.
    • Lenovo: R$ 31 milhões

Últimos Acontecimentos

06/02: A Americanas segue com as negociações em busca por mais recursos, no entanto, até o momento, as expectativas para captação de R$ 1 bilhão via “Financiamento DIP”, anunciado na semana anterior, além de outro R$ 1 bilhão com bancos estrangeiros, não se concretizaram, aumentando a pressão para uma capitalização dos acionistas de referência. No mesmo dia, foi noticiado que o trio de sócios da empresa assumiu as conversas junto aos bancos, representados por Sicupira, que deverá conduzir as negociações individualmente com as instituições.

01/fev: O Grupo informou que avalia formular um pedido de aprovação de financiamento extraconcursal. A operação será na modalidade “debtor-in-possession” o chamado “Financiamento DIP”, no valor mínimo de R$ 1 bilhão. Esse modelo de financiamento ocorre apenas nas recuperações judiciais e pode ser feito junto a fundos de investimento e outros investidores. O trio de sócios da empresa – Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira – pode entrar subscrevendo o capital mínimo necessário.

31/01: A Americanas informou à Justiça a contratação dos advogados Cristiano Zanin Martins e Valeska Teixeira Zanin Martins, que atuaram na defesa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nos processos da Lava-Jato, para atuar no litígio contra o banco BTG Pactual que se desenrola no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Ao mesmo tempo, os credores da Americanas começaram a se organizar para ter mais força na negociação no processo de recuperação judicial da varejista. A corretora Seaport Global Securities, por meio de seu braço especializado em reestruturação Pericles, se uniu ao escritório brasileiro Felsberg Advogados com o objetivo de propor a bondholders e debenturistas uma proposta de estratégia em que tais grupos tenham poder de voto.

Próximos Passos

Acompanhe aqui o passo a passo da Recuperação Judicial da Americanas, como as datas de Assembleias e decisões.

A Americanas não se pronunciou até o momento acerca dos questionamentos dos credores dos valores informados no Quadro Geral de Credores, notadamente o BV e o Deutsche Bank.

Além disso, a Companhia tem o prazo de 60 dias para elaborar e publicar o seu Plano de Recuperação Judicial, que deverá ser avaliado e votado em Assembleia Geral de Credores.

Em paralelo, conforme notícia veiculada na mídia, diante de restrições de acesso a linhas de crédito, a Americanas estuda alternativas de novas fontes de financiamento. Dentre as possibilidades, foram citadas fundos de crédito para antecipação de recebíveis, DIP Financing (“devedor em posse”), que tem prioridade de recebimento fora da RJ, e bridge financing (“empréstimo-ponte”), que são financiamentos de curto prazo, com taxas mais elevadas.

Fontes

Valor Econômico

O Globo

CNN

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