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Braskem tem ratings rebaixados pela Fitch; Observação ‘Negativa’

Confira os rebaixamentos de ratings pela Fitch para a Braskem.

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No dia 12 de agosto de 2025, a agência de classificação de riscos Fitch rebaixou os ratings da Braskem S.A. (“Braskem” ou “Companhia”) para ‘BB-‘ em escala global, ante ‘BB’, e para ‘AA(bra)’ em escala local, ante ‘AAA(bra)’. Além disso, as notas foram colocados em ‘Observação Negativa’, indicando a expectativa da agência por maior pressão sobre a liquidez da Companhia.

Visão da Fitch

A liquidez da Braskem, antes considerada robusta, está mais pressionada, na visão da agência, o que resultou em uma revisão das projeções da Fitch para patamares mais conservadores acerca do resultado da Companhia, especialmente em relação à alavancagem e o consumo de caixa.

O setor petroquímico enfrenta uma crise prolongada, com compressão de margens devido e mudanças estruturais na dinâmica de oferta e demanda, ocasionando na recuperação mais lenta que o recuperado para os spreads da indústria.

Em meio a esse cenário, a Fitch projeta fluxo de caixa livre (FCF) negativo para a Braskem até pelo menos 2027, sem considerar ainda os desembolsos relacionados ao evento geológico de Alagoas. O EBITDA deve ser insuficiente para cobrir os investimentos de manutenção e as necessidades de capital de giro, o que compromete a flexibilidade financeira da Companhia. A redução do colchão de liquidez – de US$ 2,4 bilhões em 2022 para US$ 1,7 bilhão em junho de 2025 – e os vencimentos relevantes de dívida a partir de 2028, podem elevar o risco de refinanciamento no médio prazo. Com isso, a projeção de dívida líquida/EBITDA para 2025 e 2026 (excluindo Braskem Idesa) está em dois dígitos baixos, acima dos limites para a categoria de rating ‘BB’, vigente até então.

A Fitch também ressalta que a incerteza sobre uma possível mudança no controle acionário traz maior complexidade à Companhia, ponderando que, caso uma oferta vinculante avance, a Petrobras pode não conseguir bloquear decisões do novo controlador, apesar de buscar maior influência por meio da revisão do acordo de acionistas. Esse cenário de instabilidade societária, somado à piora financeira , contribuiu para a colocação dos ratings em ‘Observação Negativa’.

Cenários da Fitch Ratings

Um rebaixamento no rating poderia ser considerado se houver:

  • Dívida líquida/EBITDA acima de 5,5x, em média ao longo do ciclo (excluindo Braskem Idesa);
  • FCF negativo sustentado, resultando em endividamento adicional;
  • Cobertura de juros pelo EBITDA abaixo de 1,0x de forma recorrente;
  • Novas reclamações contingentes materiais relacionadas ao evento geológico de Alagoas;
  • Apoio financeiro relevante à Braskem Idesa;
  • Qualquer evento que aumente preocupações sobre reestruturação da dívida.

Uma elevação no rating poderia ser considerado se houver:

  • Fluxo de caixa livre (FCF) neutro ou positivo ao longo do ciclo, excluindo desembolsos relacionados ao evento de Alagoas;
  • Recuperação sustentável dos spreads petroquímicos e margens operacionais;
  • Redução da dependência de nafta como matéria-prima, com avanço no PE verde;
  • Fortalecimento da liquidez e melhora na capacidade de refinanciamento.

Análise XP Research 2T25

(Por XP Equity Research)

O EBITDA recorrente de R$ 427 milhões apresentou uma queda acentuada T/T (-68%) e A/A (-74%). O prejuízo líquido de R$ 267 milhões reverteu o lucro líquido do trimestre anterior. Em nossa opinião, a possível aprovação do projeto de lei PRESIQ seria uma importante tábua de salvação para a Braskem e para o setor, conforme discutimos em Há luz à frente? – Urgência do PRESIQ aprovada no Congresso

O EBITDA do Brasil foi de R$ 865 milhões, dos EUA/Europa de R$ -48 milhões e do México R$ -47 milhões. Mas o EBITDA corporativo de R$ -382 milhões e, especialmente, as eliminações/reclassificações de R$ -235 milhões, afetaram o resultado consolidado.

Em nossa opinião, o principal culpado pode ser um efeito temporal não monetário. Os preços das resinas e das matérias-primas caíram acentuadamente após 2 de abril (“Liberation Day”), porém o COGS carrega um custo unitário mais alto explicado pela baixo giro de estoque do setor.

O lado positivo é que, embora as perdas de estoque representem um efeito negativo no resultado, elas não são necessariamente tão ruins do ponto de vista do fluxo de caixa, dado o efeito positivo da redução das necessidades de capital de giro. Além disso, se essa hipótese se confirmar, o terceiro trimestre deve apresentar uma recuperação significativa em relação aos baixos níveis do segundo trimestre de 2025.

dívida líquida da Braskem aumentou 20% A/A, para R$ 37 bilhões no final do 2T25. A alavancagem em reais aumentou 1,4x no trimestre, para 7,9x DL/EBITDA (de 6,4x no 2T24), explicada principalmente pela queda no EBITDA UDM no período.

A Braskem queimou caixa no nível operacional, com o capex (R$ 489 milhões) sozinho sendo maior que o EBITDA. Incluindo pagamentos de juros (R$ 766 milhões) e pagamentos de Alagoas (R$ 400 milhões), o consumo total de caixa no trimestre foi de R$ 1,45 bilhão (cerca de US$ 256 milhões).

Os spreads petroquímicos foram mistos no 2T25, mas, no geral, contribuíram negativamente para os resultados da Braskem. No Brasil, os spreads das resinas permaneceram estáveis, apesar da queda de 4% e 5% no PE-nafta e PVC Par dos EUA, respectivamente, enquanto o PP-nafta aumentou (+17% no trimestre). O spread principal dos produtos químicos-nafta subiu 5% no trimestre. O spread médio dos EUA e da Europa permaneceu estável, enquanto o spread PE-etano do México caiu 12% no trimestre.

No Brasil, a taxa média de utilização permaneceu estável em 74% no 2T25, em preparação para a parada programada para manutenção no Rio de Janeiro no 3T25. A taxa de utilização do PE verde caiu 16 p.p. em relação ao trimestre anterior. A taxa de utilização nos EUA e na Europa permaneceu estável em relação ao trimestre anterior, em 74%, com o crescimento da produção nos EUA motivado pela formação de estoques em antecipação à temporada de furacões e pela menor produção na Europa, devido à baixa disponibilidade de matéria-prima. No México, a taxa média de utilização caiu 35 p.p. em relação ao trimestre anterior, devido: (i) à primeira parada programada para manutenção da fábrica da Braskem-Idesa e (ii) ao menor fornecimento de etano da PEMEX devido a interrupções operacionais.

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Fontes

Fitch Ratings

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