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A semana na Renda Fixa (06/02 a 10/02)

O que aconteceu nesta semana na renda fixa? Acompanhe os principais movimentos da semana no mercado de renda fixa e o que esperar para a semana que se inicia.

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O que aconteceu nesta semana na renda fixa?
A cautela e a aversão a risco por parte dos investidores permanecem elevadas no mercado de juros. No entanto, nesta semana, houve o incremento de mais um ponto de atenção: o ruído entre o órgão monetário, Banco Central (BC), e o poder executivo.

Além do Brasil, o mercado americano também apresentou aversão ao risco. O rendimento da T-note de 2 anos subiu de 4,3% (fechamento da semana anterior) para 4,5%, enquanto o juro da T-note de 10 anos avançou de 3,53% para 3,74%, no mesmo período.

O que esperar para a próxima semana?
No Brasil, a semana terá a divulgação do IGP-10 de janeiro e o IBC-Br de dezembro. Do lado político, as sinalizações do governo acerca da mudança da meta de inflação para os próximos anos e autonomia do Banco Central devem ser destaque nos noticiários.

Para facilitar a navegação pelo conteúdo, utilize o índice à esquerda da página.

Cenário macroeconômico

Nesta semana, no âmbito doméstico, o Banco Central divulgou a ata da última reunião de política monetária. Entre os pontos destacados está a desancoragem das expectativas de inflação em horizontes mais longos (2025 e 2026), por conta de fatores como “política fiscal expansionista” e “possível mudança nas metas de inflação”.

No campo da inflação, o IPCA registrou alta de 0,53% em janeiro ante dezembro, abaixo da nossa projeção e do consenso de mercado. Além disso, o nosso time de economia publicou um relatório mensal (link) destacando a sinalização divergente entre aperto monetário e a expansão fiscal, que tende a tornar a tarefa do Banco Central ainda mais desafiadora.

Em território americano, o presidente do Federal Reserve deu palestra considerada dovish pelo mercado, em linha ao comunicado emitido na última decisão de política monetária. Na Europa, a produção industrial na Alemanha em queda maior que o esperado, caindo 3,1 m/m, em meio a pressão inflacionária.

Enquanto isso, na China, o Índice de Preços ao Consumidor (PPI, em inglês) caiu 0,8% a/a. Por outro lado, o índice de preços ao consumidor (CPI, em inglês) subiu 2,1% a/a, acima da alta de 1,8% a/a registrado em dezembro. Esse número foi puxado pela alta sazonal no consumo das famílias durante o Ano Novo Lunar. Com o fim da política de tolerância zero à Covid, o mercado espera que a inflação acumulada em 2023 seja de 3%, bem abaixo das estimativas para as economias ocidentais.

Leia o resumo completo de economia da semana

Juros e inflação

A cautela e a aversão a risco por parte dos investidores permanecem elevadas no mercado de juros. No entanto, nesta semana, houve o incremento de mais um ponto de atenção: o ruído entre o órgão monetário, Banco Central (BC), e o poder executivo.

Os vértices curtos encerraram a semana em queda, diante da divulgação do IPCA abaixo do consenso, e da possibilidade de uma mudança nas metas de inflação abrir espaço para corte de juros precoce. Já a ponta longa fechou em alta, em meio às críticas do governo ao BC, aos ruídos políticos em torno da possibilidade de interferências do governo na política monetária e ao ajuste dos investidores à perspectiva de uma inflação maior no futuro.

Assim, o aumento da cautela dos agentes diante do ambiente político pressionou a ponta longa da curva, que permaneceu acima do nível de 13%.

Além do Brasil, o mercado americano também apresentou aversão ao risco. O rendimento da T-note de 2 anos subiu de 4,3% (fechamento da semana anterior) para 4,5%, enquanto o juro da T-note de 10 anos avançou de 3,53% para 3,74%, no mesmo período.

A curva de juros pode ser compreendida como as expectativas dos rendimentos médios de títulos públicos prefixados sem cupom (ou seja, sem pagamentos semestrais), de hoje até uma determinada data futura, a partir dos contratos futuros de juros (ou DI). Enquanto isso, a Taxa Selic Esperada é a rentabilidade da taxa básica de juros esperada no final de cada período. Entenda mais aqui.

Títulos públicos

Mercado primário (leilões)

Para mais informações sobre o funcionamento de leilões de títulos públicos, clique aqui.

Leilão do dia 07/02 – NTN-B e LFT

Na terça-feira, o Tesouro Nacional (TN) ofertou 450 mil Notas do Tesouro Nacional – Série B (NTN-B). Além disso, ofertou 1 milhão de Letras Financeiras do Tesouro (LFT), reduzindo a oferta para ambas categorias, contudo, de forma mais expressiva para as NTN-Bs.

As NTN-Bs ofertadas foram parcialmente absorvidas em todos os vencimentos. Nos três vencimentos, as taxas ficaram acima de 6,3% a.a. e o volume financeiro foi de, aproximadamente, R$ 679 milhões.

O TN obteve performance semelhante com as LFTs. No vencimentos, o volume financeiro somado foi cerca de R$ 4,3 bilhões.

Leilão do dia 09/02 – LTN e NTN-F

No leilão de quinta-feira, houve oferta de 10 milhões de Letras do Tesouro Nacional (LTN), com vencimentos para os próximos três anos, e 2 milhões de Notas do Tesouro Nacional – Série F (NTN-F), divididas em duas séries de vencimentos em 2029 e 2033. Para ambos os títulos, houve aumento da oferta.

O TN obteve demanda para a totalidade das LTNs ofertadas. O volume financeiro totalizou R$ 7,3 bilhões, valor significativamente maior ao da semana anterior (744 milhões).

As NTN-Fs, por sua vez, também foram totalmente colocadas. Nos dois vencimentos, as taxas ficaram acima de 13% a.a. e o volume financeiro foi de R$ 1,7 bilhão.

Mercado Secundário

O IMA-B representa a evolução, a preços de mercado, da carteira de títulos públicos indexados ao IPCA (NTN-B). O IRF-M representa a evolução, a preços de mercado, da carteira de títulos públicos prefixados (LTN e NTN-F).

Ambos são calculados pela Anbima e podem sofrer variações devido à dinâmica de oferta e demanda de títulos no mercado, reflexo das movimentações no cenário econômico.

O preço dos títulos sobe quando a expectativa de juro futuro cai (e vice-versa) devido à relação inversa entre os dois. Esse mecanismo que mostra o efeito dos juros sobre preços é a marcação a mercado. Entenda mais aqui.

A cautela e a aversão a risco por parte dos investidores permanecem elevadas no mercado de juros. No entanto, nesta semana, houve o incremento de mais um ponto de atenção: o ruído entre o órgão monetário, Banco Central (BC), e o poder executivo - vide seção "Juros e Inflação" para mais detalhes. Nessa semana, parte dos títulos públicos federais apresentaram valorização. Além disso, as taxas de títulos mais longos de inflação ficaram acima do patamar de IPCA + 6,3% e os prefixados fecharam abaixo de 13%.

Acompanhe as taxas do títulos do Tesouro Direto disponíveis para compra e para resgate

Crédito Privado

Fluxo

Nesta seção, analisamos os dados da Anbima de negociações definitivas de crédito privado, realizando um filtro cujo spread (diferença) entre os preços máximo e mínimo negociados representam mais do que 0,01% do volume negociado no dia, com o intuito de descartar o que acreditamos serem as operações diretas dentro de instituições.

Na última semana, o fluxo médio diário de negociações em debêntures não incentivadas foi de R$ 1.351 milhões (ante R$ 677 milhões na semana anterior), R$ 285 milhões em debêntures incentivadas (vs. R$ 388 milhões), R$ 95 milhões em CRIs (vs. 433 milhões) e R$ 210 milhões em CRAs (vs. R$ 350 milhões).

Os papéis mais negociados por classe de ativos foram as debêntures da Cogna Educacional (SSED21), a debênture incentivada da Petro Rio (PEJA11), CRI do Porto Ponta do Félix e, por fim, CRA da Minerva.

Como não são disponibilizados a tempo da publicação do relatório, os dados desta sexta-feira não são considerados.

Ações de rating

Ratings são notas atribuídas por agências classificadoras de risco de crédito que podem impactar diretamente seus investimentos em Renda Fixa. Entenda mais aqui.

O que esperar - Semana de 13/02 a 17/02

Agenda econômica

Na semana que vem, a atenção estará voltada para os dados de inflação nos EUA (CPI e PPI) de janeiro, além dos dados referentes ao varejo e setor industrial. Além disso, será divulgada a prévia do PIB da Zona do Euro no último trimestre, além do boletim econômico do Banco Central Europeu e índice de preços ao atacado na Alemanha de janeiro.

No Brasil, a semana terá a divulgação do IGP-10 de janeiro e o IBC-Br de dezembro. Do lado político, as sinalizações do governo acerca da mudança da meta de inflação para os próximos anos e autonomia do Banco Central devem ser destaque nos noticiários.

Leilões do Tesouro Nacional

Vencimentos de debêntures da próxima semana

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Os instrumentos financeiros discutidos neste material podem não ser adequados para todos os investidores. Este material não leva em consideração os objetivos de investimento, situação financeira ou necessidades específicas de qualquer investidor. Os investidores devem obter orientação financeira independente, com base em suas características pessoais, antes de tomar uma decisão de investimento. A XP Investimentos não se responsabiliza por decisões de investimentos que venham a ser tomadas com base nas informações divulgadas e se exime de qualquer responsabilidade por quaisquer prejuízos, diretos ou indiretos, que venham a decorrer da utilização deste material ou seu conteúdo. Os desempenhos anteriores não são necessariamente indicativos de resultados futuros. Este relatório é destinado à circulação exclusiva para a rede de relacionamento da XP Investimentos, incluindo agentes autônomos da XP e clientes da XP, podendo também ser divulgado no site da XP. Fica proibida sua reprodução ou redistribuição para qualquer pessoa, no todo ou em parte, qualquer que seja o propósito, sem o prévio consentimento expresso da XP Investimentos. A Ouvidoria da XP Investimentos tem a missão de servir de canal de contato sempre que os clientes que não se sentirem satisfeitos com as soluções dadas pela empresa aos seus problemas. O contato pode ser realizado por meio do telefone: 0800 722 3710.

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