Tópicos do dia
Brasil

- Política Brasil: Bolsonaro conversará com Moro hoje sobre vazamento de mensagem
- PIS/Pasep podem ser utilizados para complementar o orçamento
Internacional

- Guerra comercial: China apoiará emissões de títulos de governos locais e México acompanha fluxo migratório
Empresas

- Papel & Celulose: Preços de fibra curta na China apresentam nova queda de US$19,2/t, para US$598,5/t, conforme esperado
- B3 (B3SA3): Números sólidos em maio; Derivativos o principal destaque
- Setor Aéreo: Justiça de SP adia decisão sobre leilão para a próxima semana
Resumo
Tensões EUA & China, Moro e a reforma da previdência
Mercados globais continuam em alta nesta terça-feira, seguindo maior apetite a risco depois que os Estados Unidos suspenderam a imposição de tarifas ao México e expectativas de corte na taxa de juros pelo Banco Central Americano.
Entretanto, a tensão comercial entre EUA e China continua elevada e sem sinais claros de um desfecho. Ontem, Trump disse que pode impor mais tarifas sobre as importações chinesas se não conseguir avançar nas negociações com o presidente Xi Jingping na cúpula do G20 no Japão no final de junho.
No Brasil, o foco está voltado às potenciais repercussões do vazamento de mensagens do ministro da Justiça, Sérgio Moro. O presidente ainda não se posicionou e no Congresso, a oposição procura apoio para abrir uma CPI.
Por enquanto, os projetos da área econômica seguem tramitando, mas na ótica do mercado, o risco é que o ruído atrapalhe no avanço da agenda econômica e a reforma da previdência, o que traria volatilidade.
Em relação à previdência, os governadores se reunirão hoje e devem propor manutenção dos estados na reforma da previdência, podendo buscar uma solução intermediária, diante da resistência dos parlamentares.
A previsão é que o relator na comissão especial apresente sua versão da reforma nesta quinta-feira (13), que ainda poderia passar por processo de negociação na própria comissão especial antes de ser votada. Uma vez aprovada na comissão especial, a reforma segue para votação no plenário da câmara, podendo ainda sofrer alterações antes da votação em si.
Do lado das empresas, o preço de celulose fibra curta continua em queda na China e hoje caiu US$19/t para US$598,5/t. Como falamos em nosso relatório, embora pareça que estamos perto de um piso, a visibilidade permanece baixa e o risco de um declínio adicional não é insignificante, o que deve manter as ações pressionadas no curto prazo.
Apesar disso, acreditamos que as ações já refletem um ambiente negativo e que uma forte queda de celulose já é esperada pelo mercado, portanto mantemos nossa recomendação de Compra na Suzano e Neutra na Klabin.
Por último, a B3 reportou ontem fortes dados operacionais para o mês de maio, com destaque para o segmento de Derivativos. A companhia segue no caminho para entregar um ótimo 2T19 e um excelente 1S19, porém vemos as ações já refletindo esses resultados no múltiplo atual de 22,8x P/L 2019, mantemos recomendação Neutra.

Conteúdo na íntegra
Brasil
Política Brasil: Bolsonaro conversará com Moro hoje sobre vazamento de mensagen
- Secretário de comunicação foi o responsável por dar a posição do governo sobre os vazamentos de mensagens do ministro da Justiça, Sérgio Moro. “Nós confiamos irrestritamente no ministro Moro”, afirmou. O porta-voz, general Otávio Rêgo Barros, disse que Bolsonaro conversará hoje com Moro antes de se posicionar. No Congresso, oposição procura apoio para convocar o ministro e abrir CPI. Por enquanto, os projetos da área econômica seguem tramitando, mas não é possível descartar problemas caso se confirme a expectativa de novas rodadas de divulgação de material obtido pelos hackers;
- Hoje governadores se reunirão e devem propor manutenção dos estados na reforma da previdência. Diante da resistência dos parlamentares, pode ser buscada uma solução intermediária na qual os executivos estaduais sejam obrigados de alguma maneira a ratificar o texto. A previsão é que o relator na comissão especial, Samuel Moreira (PSDB-SP), apresente sua versão da reforma nesta quinta-feira (13). Estaria em discussão a suavização da regra de transição para servidores e trabalhadores do setor privado ao custo de R$ 95 bilhões em 10 anos.
PIS/Pasep podem ser utilizados para complementar o orçamento
- Para aliviar o orçamento, o governo quer utilizar os recursos que não forem sacados do PIS/Pasep pelos trabalhadores. Essa injeção de recursos representaria um alívio nas contas do governo e evitaria a necessidade de um novo bloqueio de despesas, que hoje é estimado em R$ 32 bilhões;
- O fundo PIS/Pasep é hoje utilizado como fonte de recursos e empréstimos concedidos pelo BNDES, pelo Banco do Brasil e pela Caixa. Existem cerca de R$ 20 bilhões depositados, com baixa probabilidade de serem sacados, visto que desde 1988 o fundo não conta com arrecadação para contas individuais;
- A ideia central é que o governo edite uma medida provisória e dê um prazo adicional para que os trabalhadores resgatem os recursos. Após o prazo concedido, o montante que restasse seria injetado como receita extraordinária do governo, contribuindo para o resultado fiscal.
Internacional
Guerra comercial: China apoiará emissões de títulos de governos locais e México acompanha fluxo migratório
- Em comunicado conjunto divulgado nesta terça-feira com o Ministério de Finanças e agências de planejamento econômico, o governo Chinês prometeu apoiar emissões especiais de títulos de governos locais destinados ao financiamento de grandes projetos em infraestrutura;
- Fundos levantados por meio de emissões especiais poderão ser utilizados como capital inicial destes projetos. Além disso, veículos de financiamento de governos locais poderão negociar empréstimos com instituições financeiras;
- Segundo a Bloomberg, em 45 dias o México avaliará se houve redução no fluxo de imigrantes na fronteira com os Estados Unidos, como parte do acordo para evitar o aumento tarifário. Caso os esforços não surtam os efeitos esperados, o governo mexicano avalia a possibilidade de uma iniciativa mais regional envolvendo nações da América Central, o que exigiria aprovação no Congresso.
Empresas
Papel & Celulose: Preços de fibra curta na China apresentam nova queda de US$19,2/t, para US$598,5/t, conforme esperado
- Os preços de celulose tiveram nova queda essa semana, recuando US$19,2/t, para US$598,5/t. Como falamos em nosso relatório, embora pareça que estamos perto de um piso, a visibilidade permanece baixa e o risco de um declínio adicional não é insignificante, o que deve manter as ações pressionadas no curto prazo;
- Após a forte queda dos últimos meses, vemos as ações já refletindo preços da celulose em US$525/t, enquanto a nossa pesquisa com investidores institucionais, XP Pulp Tracker, mostra que 84% dos investidores já esperam uma queda para US$550/t ou menos;
- Ou seja, acreditamos que as ações já refletem um ambiente negativo e que uma forte queda de celulose já é esperada pelo mercado, portanto mantemos nossa recomendação de Compra na Suzano (preço-alvo de R$40/ação), e Neutra na Klabin (preço-alvo de R$19/ação). Clique aqui para acessar nosso relatório completo.
B3 (B3SA3): Números sólidos em maio; Derivativos o principal destaque
- A B3 divulgou ontem seus dados operacionais para maio. Os volumes negociados em derivativos e ações, bem como os ativos custodiados no segmento de renda fixa, aumentaram no mês;
- Em ações, o volume diário de R$15,0 bilhões foi 2% maior na comparação mensal e + 5,9% A/A, mas também 5,9% abaixo da média de 2019, o que ainda é bastante forte. Nos derivativos, os resultados foram mais impressionantes, com volumes crescendo 20% M/M e 1% A/A, principalmente devido aos contratos de taxas de juros. Em relação a Renda Fixa, o volume custodiado cresceu 12,7% em relação ao mesmo período do ano passado;
- A B3 está a caminho de entregar outro trimestre sólido no 2T19 e um excelente semestre no 1S19. Negociando a 22,8x P/L, 2019, entretanto, vemos a maior parte da dinâmica favorável precificada, apesar de gostarmos das ações como para o longo prazo. Esperamos que os volumes em ações e derivativos mudem estruturalmente quando as reformas no Brasil forem entregues e mais investidores se sintam confortáveis em investir capital de longo prazo no Brasil. Mantemos nossa recomendação Neutra e Preço-Alvo de R$37,00.
Setor Aéreo: Justiça de SP adia decisão sobre leilão para a próxima semana
- O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo adiou ontem o julgamento sobre o leilão da Avianca Brasil, devido à ausência de um dos desembargadores. De acordo com o Valor, a nova data será dia 17;
- Estava agendada para ontem a decisão sobre a ação movida pela Swissport de suspender o leilão dos ativos da Avianca Brasil, conforme havia sido aprovado pela Assembleia de Credores. A decisão envolveria liberar o leilão de ativos, manter a suspensão e pedir que os credores definam com um novo formato de pagamento das dívidas, ou decretar a falência da companhia de acordo com o Valor;
- Para acessar nosso último relatório sobre o setor, bem como as sensibilidades envolvendo diferentes cenários de variáveis macroeconômicas e de oferta para as empresas listadas, basta acessar esse link.
Frigoríficos: Exportações brasileiras de carne suína têm forte aumento em maio; Dados confirmam os efeitos da peste suína na China
- Segundo dados da ABPA, as exportações brasileiras de carne suína (in natura e processados), assim como as de carne de frango, apresentaram forte crescimento em maio, totalizando 67,2 mil toneladas, crescimento de +41% A/A (+16,3% de janeiro-maio). As receitas com os embarques ficaram em US$143,8mi, aumento de +54,6% A/A (+11,9% de janeiro-maio);
- A China, frente à peste suína africana, foi o destino de 31,9% do volume exportado, aumento de 51% em relação ao mesmo mês do ano passado, sendo a maior participação já registrada. Segundo Francisco Turra, presidente da ABPA, “a questão sanitária vivida pela produção chinesa dá sinais mais fortes no ritmo de importações”;
- Assim como mencionado anteriormente, vemos a proliferação da peste suína africana na China já surtindo efeitos na dinâmica das proteínas, com os frigoríficos brasileiros sendo claros beneficiários. Preocupações com o desequilíbrio da oferta/demanda global já impulsionaram as ações, mas, na nossa visão, há mais por vir. Reiteramos recomendação de Compra na JBS, que segue como nosso nome preferido dentre os frigoríficos, seguido pela Marfrig. Mantemos neutro em BRF.

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