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O que pode impactar o mercado hoje
Na manhã de hoje, mercados asiáticos operam em queda, enquanto bolsas europeias e futuros dos EUA operam sem direção clara.
As atenções do mercado hoje estão voltadas às decisões de política monetária dos bancos centrais americano (Fed) e brasileiro (BCB). Nos EUA, a decisão do Fed deve ser anunciada às 15h (horário de Brasília). A expectativa de mercado é de que o banco central americano corte as taxas de juros em 0,25 pontos percentuais, de forma não unânime, levando a taxa de juros de referência para o intervalo de 1,50%-1,75%. O presidente do Fed, Jerome Powell, dará entrevista coletiva logo em seguida, na qual poderá dar mais explicações sobre o tamanho do ciclo de cortes e sobre como a discordância entre seus membros poderá impactar isso.
No Brasil, o Banco Central anunciará sua decisão de juros por volta das 18h. A expectativa da XP e a expectativa de mercado é de que o comitê decida por mais um corte de 0,50%, levando a Selic para 5,0%. O documento emitido logo após a reunião deverá fazer considerações sobre a evolução da atividade econômica e inflação, avanço de reformas e economia internacional, dando maiores indícios sobre o tamanho do ciclo de cortes.
Neste tema de juros baixos por mais tempo, publicamos um conteúdo especial para explicar quais setores e empresas da Bolsa tendem a se beneficiar desse cenário. Por ordem de grandeza, os setores da nossa cobertura mais beneficiados são locação de veículos, shoppings, elétrico e varejo. Por outro lado, vemos impacto reduzido para os setores de mineração e siderurgia, papel e celulose e alimentos e bebidas.
Na agenda doméstica, o destaque vai para a pauta de reformas pós-previdência. Notamos que o governo pode mandar para o Congresso nesta quinta-feira sua proposta para a reforma administrativa, enquanto busca negociar os demais projetos simultaneamente. Informações apontam que governo já teria decidido não incluir o Fundeb (educação) e fundos de fomento de Norte, Nordeste e Centro-Oeste na proposta de desvinculação de recursos. Também devem ficar de fora dos projetos a serem apresentados as mudanças no abono salarial. São desidratações significativas antes sequer do início da tramitação no Congresso.
Finalmente, na agenda de empresas, a Magazine Luiza reportou sólidos resultados referentes ao 3T19, com EBITDA e Lucro Líquido 6% e 23% acima das nossas expectativas, respectivamente. Portanto, esperamos uma reação positiva em relação aos números. O grande destaque foi, mais uma vez, a operação online da companhia, que apresentou um crescimento orgânico de 54% A/A (excluindo Netshoes).
A Multiplan também reportou resultados sólidos no 3T19, acima das nossas expectativas e também das expectativas do mercado, com destaque para o crescimento de 5% nas Vendas Mesmas Lojas (SSS) e de ~11% nos Aluguéis Mesmas Lojas (SSR). O lucro líquido veio mais de 5% acima das estimativas.
Do lado negativo, a Cielo reportou outro trimestre fraco, com o lucro líquido caindo 52% ano contra ano para R$ 358 milhões. Apesar de a empresa afirmar que os lucros no curto prazo não são prioridade, e sim ganho de participação de mercado, o lucro líquido veio 20% abaixo das estimativas do mercado. Esperamos que as ações reajam negativamente ao resultado.
Tópicos do dia
Agenda de resultados hoje
Lojas Americanas (LAME4): Após o fechamento
Gerdau (GGBR4): Antes da abertura
Metalúrgica Gerdau (GOAU4): Antes da abertura
Banco Santander (SANB11): Antes da abertura
B2W (BTOW3): Após o fechamento
Grupo Pão de Açúcar (PCAR4): Após o fechamento
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Brasil
- Política Brasil: Jair Bolsonaro se envolveu em mais uma polêmica
- Brasil: Banco Central deve cortar 0,5%, levando a taxa Selic para 5%
- Equipe econômica anunciará hoje pacote de medidas para ajudar a conter a expansão do gasto público
- Caixa Econômica Federal pode manter monopólio na gestão do FGTS
Empresas
- Juros Baixos: Quais Empresas e Setores se Beneficiam deste Cenário?
- Magazine Luiza (MGLU3): Mais um trimestre sólido; Positivo
- Multiplan (MULT3): Bons resultados no 3T19, acima das expectativas; Positivo
- Cielo (CIEL3): Trocando rentabilidade por market share; 3T19 desaponta
- Copel (CPLE6): Novo Programa de Demissão Incentivada anunciado, Positivo
- Saneamento: Texto complementar prevê prorrogação dos contratos de programa
Renda Fixa
- Volta de tributação especial ao MCMV é aprovada no Senado
Veja todos os detalhes
Brasil
Política Brasil: Jair Bolsonaro se envolveu em mais uma polêmica
- Reportagem do Jornal Nacional trouxe informação de que no dia do crime um dos suspeitos de envolvimento no assassinato da vereadora Marielle Franco teria entrado no condomínio onde moram o principal suspeito de cometer o crime, o ex-PM Ronnie Lessa, e o presidente Jair Bolsonaro. Depoimentos e o registro de visitas indicariam que o suspeito teria ido ao apartamento do presidente. Entretanto, a própria reportagem assume que o presidente estava em Brasília e teria registrado presença com sua digital no plenário quase simultaneamente à entrada da pessoa no condomínio. O presidente fez uma transmissão ao vivo no meio da madrugada na Arábia Saudita, onde está em viagem oficial, para negar qualquer envolvimento e atacar a mídia e o governador do Rio de Janeiro, pelo suposto vazamento de apuração que corre em segredo de justiça;
- Governo pode mandar para o Congresso nesta quinta-feira sua proposta para a reforma administrativa. Simultaneamente busca negociar os demais projetos. Já teriam decidido não incluir o Fundeb (educação) e fundos de fomento de Norte, Nordeste e Centro-Oeste na proposta de desvinculação de recursos. Deve ficar de fora dos projetos a serem apresentados as mudanças no abono salarial. São desidratações significativas antes sequer do início da tramitação no Congresso;
- A Comissão da Câmara aprovou ontem a reforma da previdência dos militares, que segue direto para o Senado.
Brasil: Banco Central deve cortar 0,5%, levando a taxa Selic para 5%
- O Banco Central anunciará sua decisão de juros por volta das 18h. Tanto a expectativa da XP quanto a expectativa de mercado é de que o comitê decida por mais um corte de 0,50%, levando a Selic para 5,0%;
- O documento emitido logo após a reunião deverá fazer considerações sobre a evolução da atividade econômica e inflação, avanço de reformas e economia internacional;
- Acreditamos que o Banco Central deverá levar a Selic para 4,5% em Dezembro e aguardamos que o comunicado divulgado no pós-reunião forneça maiores indícios sobre o tamanho do ciclo de cortes.
Equipe econômica anunciará hoje pacote de medidas para ajudar a conter a expansão do gasto público
- De acordo com a mídia local, o pacote de medidas que será anunciado hoje pela equipe econômica terá cinco principais pilares para ajudar a conter a expansão do gasto público;
- Primeiro, medidas adicionais de ajuda aos Estados e municípios. Segundo, a PEC da Emergência Fiscal, que vai definir sob que circunstâncias serão disparados os “gatilhos” que permitirão cortes automáticos nos gastos obrigatórios. Terceiro, a PEC do pacto federativo, que vai distribuir os recursos do pré-sal entre a União, Estados e municípios. Quarto, a segunda PEC do pacto federativo, que tratará da desvinculação, desindexação e desobrigação e deverá acabar com a vinculação de cerca de 280 fundos setoriais. E, por fim, a PEC da reforma administrativa, que deverá acabar com a estabilidade, redefinir os salários de ingresso no setor público para os novos servidores e acabar com a progressão automática através de um decreto que altere o regulamento, sem que o governo precise alterar a Constituição;
- Quanto à PEC do Pacto Federativo, o governo deve insistir em modificar a legislação relativa ao abono salarial. Hoje o programa do abono salarial garante o valor de um salário mínimo (R$ 998) por ano para trabalhadores de carteira assinada com salário inferior a dois salários. A mudança em estudo não instituiria gatilhos automáticos para suspensão do abono, mas deixaria a discussão aberta no Congresso a cada exercício. Em anos de restrição fiscal, o governo poderia se ver livre deste gasto com o aval dos parlamentares. O pacote será anunciado hoje nas presenças do ministro da Economia, Paulo Guedes, e dos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP).
Caixa Econômica Federal pode manter monopólio na gestão do FGTS
- Depois de forte pressão da Caixa Econômica Federal, o relator da medida provisória 889, que autoriza os saques das contas do FGTS, deputado Hugo Motta, disse que poderá recuar e manter o monopólio da instituição financeira como gestora exclusiva dos recursos do Fundo dos trabalhadores;
- O parlamentar, no entanto, condiciona a mudança a uma contraproposta do banco de reduzir drasticamente a taxa de administração, atualmente em 1% dos ativos do FGTS. A instituição propôs 0,8%, mas o percentual foi considerado ainda elevado pelo parlamentar;
- Na falta de acordo, a apresentação do relatório na comissão mista do Congresso, que estava prevista para ontem, foi adiada para hoje.
Empresas
Juros Baixos: Quais Empresas e Setores se Beneficiam deste Cenário?
- Uma pergunta que temos recebido de forma recorrente é como o tema de juros baixos por mais tempo impacta os investimentos na Bolsa. Por isso, para explicar quais setores e empresas tendem a se beneficiar desse cenário, preparamos um conteúdo especial;
- No geral, o principal impacto é a redução no custo de dívida das companhias. E, para mensurar esse efeito, é preciso analisar: (1) a parcela da dívida cujo custo é atrelado à Selic; e (2) o patamar de endividamento, que pode ser medido pelo indicador “Dívida Líquida em relação ao EBITDA”;
- Por ordem de grandeza, os setores da nossa cobertura mais beneficiados são locação de veículos, shoppings, elétrico e varejo. Por outro lado, vemos impacto reduzido para os setores de mineração e siderurgia, papel e celulose e alimentos e bebidas. Para saber mais detalhes, acesse o relatório completo clicando aqui.
Magazine Luiza (MGLU3): Mais um trimestre sólido; Positivo
- Magazine Luiza reportou sólidos resultados referentes ao terceiro trimestre de 2019 (3T19), com EBITDA e Lucro Líquido 6% e 23% acima das nossas expectativas, respectivamente. A receita líquida de R$ 4,8 bilhões cresceu +32% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, suportado por um sólido crescimento de vendas nas lojas físicas de +9,4% A/A no conceito mesmas lojas e um crescimento orgânico de vendas de +54% A/A para a operação de e-commerce (excluindo Netshoes);
- O EBITDA ajustado de R$ 301 milhões (excluindo efeitos não recorrentes) veio 6% acima das nossas expectativas, crescendo 7% A/A, parcialmente suportado pelo fato de a Netshoes ter finalizado o trimestre próximo ao equilíbrio de margem EBITDA, enquanto a nossa expectativa era de um resultado negativo em R$ 13 milhões. Com isso, a margem contraiu 1,5 ponto percentual alcançando 6,2%, principalmente em função dos investimentos que a empresa tem feito em aquisição de clientes e fortalecimento da multicanalidade. Finalmente, o lucro líquido de R$ 136 milhões veio 23% acima das nossas expectativas, também devido a menor despesa financeira líquida no trimestre;
- Nós esperamos uma reação positiva em relação aos resultados. Além do lucro reportado ter nos surpreendido positivamente, nós vemos o anúncio como mais uma prova da força da plataforma multicanal da empresa, que está bem posicionada para continuar entregando crescimento acelerado. Entretanto, nós vemos um potencial de valorização das ações relativamente limitado nos níveis atuais, com o papel negociando a um múltiplo de 1,8x em relação às vendas totais (GMV) em comparação com 1,1x para B2W. Portanto, mantemos a nossa recomendação Neutra para as ações da Magazine Luiza. Para acessar nosso comentário completo sobre os resultados do trimestre, basta acessar esse link.
Multiplan (MULT3): Bons resultados no 3T19, acima das expectativas; Positivo
- A Multiplan reportou resultados sólidos no 2T19, acima das nossas expectativas e também das expectativas do mercado;
- Em geral, nossa percepção é que os números reforçam a dominância e a alta qualidade do portfólio da companhia, mantendo uma performance satisfatória mesmo sem grande tração por parte dos indicadores macroeconômicos até o momento;
- Apesar disso, acreditamos que os níveis atuais de múltiplos já reflitam esses fatores, e dessa forma mantemos nossa recomendação Neutra para os papéis. Para acessar nosso comentário completo sobre os resultados do trimestre, basta acessar esse link.
Cielo (CIEL3): Trocando rentabilidade por market share; 3T19 desaponta
- Cielo reportou outro trimestre fraco, com o lucro líquido caindo 52% ano contra ano para R$ 358 milhões. Apesar de a empresa afirmar que os lucros no curto prazo não são prioridade, e sim ganho de participação de mercado, o lucro líquido veio 20% abaixo das estimativas do mercado. Esperamos que as ações reajam negativamente aos resultados do terceiro trimestre;
- O cenário de competição está cada vez mais agressivo e acreditamos que essa seja a nova realidade do setor, com incumbentes e novos entrantes lançando campanhas hostis por participação de mercado. Na nossa visão, este nível de competição, combinado com a resposta da própria Cielo, são os grandes responsáveis pela perda de rentabilidade da cia;
- Por fim, acreditamos que mesmo se a Cielo continuar a aumentar sua participação de mercado, é improvável que os lucros voltem no curto ou médio prazo. Nossa visão vem do fato de que os principais alvos das campanhas, Stone e Pagseguro, seguem crescendo market share e lucro. Sendo assim, reiteramos nossa cautela em relação ao papel e enxergamos risco de queda nas nossas estimativas. Clique aqui para ver o relatório completo.
Copel (CPLE6): Novo Programa de Demissão Incentivada anunciado, Positivo
- Ontem a Copel anunciou, via comunicado após o fechamento do mercado, seu novo Programa de Demissão Incentivada (PDI). O programa estará aberto a adesões no período de 1º a 15 de novembro de 2019 e será destinado aos empregados que atendam aos requisitos de no mínimo 55 anos de idade e 25 anos de Copel. São estimados R$ 85 milhões de reais de indenizações;
- Segundo a Copel, atualmente 492 empregados se enquadram nos requisitos, e seu desligamento representaria uma potencial redução de R$ 142,1 milhões em custos anuais a partir de 2020;
- Vemos a notícia como positiva para a Copel, dado que a iniciativa vai de encontro com o compromisso da empresa de reduzir seus custos. A título de exemplo, as eficiências estimadas representariam uma adição de 3,8% à nossa estimativa de EBITDA em 2020. Mantemos recomendação de compra, com preço alvo de R$ 68/ação.
Saneamento: Texto complementar prevê prorrogação dos contratos de programa
- Ontem o relator do novo marco do saneamento, deputado Geninho Zuliani (DEM-SP), apresentou um texto complementar a sua proposta que prevê o prazo de um ano para que as companhias estaduais de saneamento possam prorrogar os contratos de programa vigentes após a publicação da nova legislação, desde que eles cumpram as metas de universalização até 2033. O texto deve ser votado hoje (30) pela comissão especial;
- Geninho afirma que a prorrogação foi pensada para que as empresas de saneamento tenham seus ativos valorizados em caso de alienação. A prorrogação dos contratos vigentes para até 30 anos valoriza as empresas estaduais, incentivando os governadores a abri-las para o mercado;
- O primeiro texto do relator não previa a prorrogação dos contratos de programa vigentes, apenas uma renovação por cinco anos daqueles que tiverem altos graus de universalização. O texto aprovado pelo Senado apesar de também prever a renovação, previa que a empresa poderia renovar o contrato apenas ao fim do seu prazo;
- Vemos a mudança do texto como positiva. O motivo é que a prorrogação dos contratos vigentes aumenta a atratividade das empresas estaduais, desde que os contratos sejam mantidos no caso de alienação ( previsto no texto). Além disso, por se tratar de uma mudança devido a sugestões de deputados e entidades sobre o relatório apresentado no início do mês, acreditamos que possa funcionar como uma força política para aprovação do texto. Nesse contexto, Sabesp e Copasa são as ações mais impactadas na nossa cobertura.
Renda Fixa
Volta de tributação especial ao MCMV é aprovada no Senado
- De acordo com o Valor Econômico, o Senado aprovou a volta do regime especial de tributação (RET) para a incorporação de imóveis residenciais no programa Minha Casa Minha Vida (MCMV). A proposta passará agora pela sanção do presidente Jair Bolsonaro;
- Espera-se que a proposta seja aprovada pelo governo para os contratos já assinados até 2018, porém não deverá se estender para projetos novos;
- A aprovação confirma o que já era esperado, como comentamos aqui. Vemos a decisão como positiva, uma vez que não prejudica a segurança jurídica do programa, ao não mudar as regras durante andamento de projetos.
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