IBOVESPA -0,7% | 116.878 Pontos
CÂMBIO 0,1% | 4,06/USD
O que pode impactar o mercado hoje
Bolsas europeias e asiáticas operam em alta nesta manhã, enquanto futuros nos EUA também sobem, com os investidores deixando de lado seus receios sobre o aumento das tensões no Oriente Médio.
Os mercados foram brevemente agitados antes da abertura da Europa, quando uma agência de notícias iraniana disse que o país está avaliando 13 cenários possíveis de retaliação contra o assassinato do líder militar Qassem Soleimani pelos EUA. O petróleo caiu pela primeira vez em quatro dias para US$68,4/barril e o ouro também suavizou sua alta.
Segundo nosso Estrategista Global, Alberto Bernal, o principal risco seria um eventual fechamento do Estreito de Ormuz, o que poderia impactar significativamente o mercado de petróleo. Discute-se que o mais provável, entretanto, seriam ataques contra instalações americanas no Oriente Médio, em particular no Iraque.
Por ora, é difícil mensurar a probabilidade de um cenário mais extremo ocorrer (apesar de não ser impossível), enquanto o imbróglio geopolítico ainda não altera o cenário econômico global. Portanto, os investidores precificam apenas os eventos atuais, possíveis de quantificação, mas aguardam com atenção os próximos desdobramentos deste evento. Veja mais detalhes clicando aqui.
A primeira semana completa de negociação em 2020 se iniciou em um clima otimista, apesar dos desafios. Ontem mesmo, o sentimento de risco que foi estimulado pela escalada das tensões no Oriente Médio diminuiu à medida que investidores se concentraram novamente nas negociações comerciais entre EUA-China e dados econômicos melhores. O Ibovespa, por outro lado, ainda fechou em queda de 0,7% para 116.878 pontos.
Na Zona do Euro, as vendas no varejo, divulgadas hoje, subiram 1% em novembro ante outubro e superaram a expectativa de mercado, de 0,6%. Na comparação anual, as vendas do setor varejista do bloco cresceram 2,2% em novembro, enquanto o índice de preços ao consumidor subiu 1,3% em dezembro. Ambos os indicadores ajudaram a reforçar a mensagem de que a região tem se recuperado de maneira gradual.
Por fim, os preços de celulose de fibra curta na China tiveram alta esta semana (+US$1,4/t), para US$458,3/t. Apesar da visibilidade baixa no curto prazo, os preços parecem estar próximos de um piso, reforçados pela continuidade do movimento de desestocagem da Suzano. Seguimos com uma visão positiva para o balanço de oferta/demanda da celulose no médio/longo prazo. Esperamos uma reação positiva das ações de Suzano e Klabin no pregão de hoje.
Tópicos do dia
Brasil

- Ministro de Minas e Energia diz que o governo estuda medidas de compensação para a alta do petróleo
- Possível fim do subsídio da energia solar segue em destaque
Empresas

- Papel & Celulose: Alta no preço da celulose de fibra curta nesta semana
- Cemig (CMIG4): Banco é contratado para vender sua participação na Taesa
- Azul (AZUL4): Dados operacionais sólidos em dezembro
- Frigoríficos (JBSS3, MRFG3, BRFS3): China deve liberar 20.000 toneladas de carne de porco congelada das reservas estatais em 9 de janeiro
- CCR (CCRO3): CGE/PR suspende temporariamente direito da RodoNorte de participar de novas licitações
- Caixa Seguridade: Anúncio de nova companhia junto à Tokio Marine
- Bancos: Banco Votorantim deve iniciar seu processo de IPO
Renda Fixa

- Rating atribuído à proposta de emissão da Rede D’Or Finance
Veja todos os detalhes
Brasil
Ministro de Minas e Energia diz que o governo estuda medidas de compensação para a alta do petróleo
- De acordo com a mídia local, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, disse que o governo analisa uma série de medidas que possam ser usadas em momentos de crises que resultem em alta do petróleo;
- Sobre as eventuais medidas que possam ser adotadas, o ministro disse que elas dependem não apenas do Ministério de Minas e Energia, mas também de outras pastas, da Agência Nacional do Petróleo (ANP) e do próprio Congresso;
- Albuquerque não adiantou, no entanto, quais instrumentos seriam esses e de que forma eles poderiam ser aplicados.
Possível fim do subsídio da energia solar segue em destaque
- O debate sobre o fim do subsídio da energia solar segue em destaque no noticiário local. A pressão do governo para extinguir o subsídio sobre essa modalidade de energia fez com que a ANEEL suspendesse as análises da norma que previa o fim desse subsídio aos usuários;
- O principal argumento do time técnico do ministério da economia é de que o subsídio concedido aos usuários de energia solar é repassado para a conta de luz do restante da população. A ideia da equipe econômica é a de fomentar a discussão com o executivo e líderes do Congresso e explicar seu caráter regressivo;
- Aproximadamente 200 mil usuários dessa modalidade de energia recebem cerca de R$ 1 bilhão de subsídio, de acordo com levantamento informal de técnicos da Aneel. A expectativa é que essa despesa suba para mais de R$ 2 bilhões nos próximos anos, de acordo com estimativas oficiais do governo.
Empresas
Papel & Celulose: Alta no preço da celulose de fibra curta nesta semana
- Os preços da celulose de fibra curta na China fecharam em alta esta semana, +US$1,4/t, atingindo US$458,3/t. Na nossa visão, apesar da visibilidade de curto prazo permanecer baixa, acreditamos que o preço esteja próximo de um piso e o movimento de desestocagem da Suzano parece positivo. Mantemos nossa visão positiva no médio/longo prazo;
- Esperamos uma reação positiva para Suzano (Compra; preço-alvo de R$45/ação) e Klabin (Neutro; preço-alvo de R$20,5/ação).
Cemig (CMIG4): Banco é contratado para vender sua participação na Taesa
- Segundo o Valor Econômico, a Cemig contratou o Bank of America para a venda de sua fatia na Transmissora Aliança de Energia Elétrica (Taesa). A Cemig tem 21,68% da Taesa – na atual cotação, essa participação vale R$ 2,3 bilhões. A forma da transação ainda não foi definida e pode ser feita por venda direta para outros players ou saída por oferta de ações;
- A Cemig também tem a intenção de vender sua participação na distribuidora Light (22,6%) e sua fatia na Aliança Energia, sociedade que tem com a Vale. Também avalia sua estratégia de desinvestimento na distribuidora de gás Gasmig, que pode ser feita por meio de listagem em bolsa. Ainda no portfólio da Cemig, o governo estadual planeja desinvestimento nas participações detidas nas hidrelétricas Belo Monte e Santo Antônio. Romeu Zema, governador de Minas Gerais, tem a intenção final de privatizar a própria Cemig, porém, diferentemente das subsidiárias precisa de aprovação da Assembleia Legislativa;
- Vemos a iniciativa como potencialmente positiva para a Cemig, embora a eficácia seja reduzida caso o governo de Minas Gerais não obtenha autorização do processo de privatização do Congresso. Dessa forma, mantemos recomendação Neutra na Cemig por ceticismo quanto à privatização, com preço-alvo de R$16/ação.
Azul (AZUL4): Dados operacionais sólidos em dezembro
- A Azul reportou mais um mês positivo em termos operacionais, com um aumento de 27% a/a na demanda consolidada e de 26% a/a na oferta, resultando em um aumento de 0,5 p.p. na taxa de ocupação. Em relação ao trimestre fechado, a oferta consolidada cresceu 30% a/a, enquanto a demanda cresceu 31% a/a, números em geral acima das nossas expectativas;
- O crescimento no mês foi impulsionado tanto pelo mercado doméstico como pelo internacional, embora o doméstico seja mais representativo (~77% da demanda reportada pela Azul no trimestre). A oferta doméstica em dezembro cresceu 24% a/a, ou +2% em relação ao trimestre anterior, enquanto a demanda cresceu 26% a/a, resultando em um aumento saudável de 1 p.p. na taxa de ocupação no mês. Quanto ao mercado internacional, a oferta cresceu 33% a/a, enquanto a demanda cresceu 31% (queda de 1,2 p.p. na taxa de ocupação);
- Atualmente temos recomendação de compra para as ações da Azul, suportada por (i) tendências construtivas na esfera macroeconômica, (ii) racionalidade no mercado e (iii) perspectivas de crescimento superiores.
Frigoríficos (JBSS3, MRFG3, BRFS3): China deve liberar 20.000 toneladas de carne de porco congelada das reservas estatais em 9 de janeiro
- De acordo com a Reuters, um aviso no site do Centro de Gerenciamento de Reservas de Mercadorias da China anunciou que a China liberaria 20.000 toneladas de carne de porco congelada de suas reservas estatais em 9 de janeiro;
- O aviso do lançamento ocorre às vésperas do feriado do Ano Novo Lunar, que ocorre ao final de janeiro, período de pico para o consumo de carne de porco na China; Pequim já liberou mais de 100.000 toneladas de carne de porco congelada das reservas estatais desde o mês passado para aumentar o estoque, após a Peste Suína Africana ter devastado o rebanho de porcos do país;
- Vale lembrar, no entanto, que o consumo doméstico de carne suína da China em 2019 está estimado em 49 milhões de toneladas, segundo dados da USDA, uma quantidade já -12% inferior aos 55,3 milhões de toneladas consumidos em 2018 – portanto, enquanto este anúncio demonstra o esforço do governo chinês, as 20.000 toneladas liberadas ainda são pouco significativas mas ajudam nesse período de demanda mais alta.
CCR (CCRO3): CGE/PR suspende temporariamente direito da RodoNorte de participar de novas licitações
- A CCR informou ontem que a Controladoria-Geral do Estado do Paraná (CGE/PR), em sua resolução n°67, determinou a suspensão temporária do direito de sua concessionária RodoNorte de participar de novas licitações promovidas pelo estado do Paraná;
- A resolução se restringe à RodoNorte. Ainda assim, a concessionária vai adotar as medidas judiciais cabíveis para reverter a decisão. Não esperamos impacto material para as ações.
Caixa Seguridade: Anúncio de nova companhia junto à Tokio Marine
- A Caixa Seguridade anunciou ontem em Fato Relevante, a celebração do contrato de associação de uma nova sociedade junto à Tokio Marine com foco nos ramos de seguros habitacional e residencial. O contrato permitirá a distribuição pela rede da Caixa Econômica Federal por 20 anos;
- Para a concessão do contrato de distribuição, a Tokio Marine subscreverá um montante equivalente a R$1,52 bilhão na nova companhia. Os valores de remuneração pré-definidos à Caixa compreendem comissão de distribuição de 36,4% e 20% para residencial e habitacional, respectivamente, além de uma taxa de performance atrelada ao desempenho anual em volume e lucratividade;
- Em termos de estrutura societária, a Caixa Seguridade contará com participação de 75% no capital total, sendo 49,99% das ações ordinárias e 100% das preferenciais, enquanto a Tokio Marine contará com 50,01% das ações ordinárias. Por ora, as empresas aguardam aprovações da Superintendência de Seguros Privados (SUSEP), Banco Central (BCB) e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) com prazo até 04 de janeiro de 2021 para fechamento da operação.
Bancos: Banco Votorantim deve iniciar seu processo de IPO
- De acordo com o Estadão, o Banco Votorantim (BV) está prestar a lançar sua oferta inicial. O banco deve arquivar o seu prospecto ainda essa semana;
- A oferta deve ser parcialmente secundária, uma vez que o Banco do Brasil deve continuar seus desinvestimentos. A participaçãod o Banco do Brasil no BV atualmente é de 49,99%;
- A oferta chega após o banco conseguir um lucro de R$ 1 bilhão nos nove primeiros meses do ano (vs. R$ 779 milhões nos nove primeiros meses de 2018).
Renda Fixa
Rating atribuído à proposta de emissão da Rede D’Or Finance
- A S&P Global Ratings atribuiu rating ‘BB-‘ (escala global) à proposta de emissão de notas senior unsecured da Rede D’Or Finance S.a.r.l. As notas são incondicional e irrevogavelmente garantidas pela Rede D’Or São Luiz S.A;
- O relatório não informa o prazo ou volume da emissão, apenas cita que tem prazo intermediário e que os recursos serão utilizados para realização de investimentos e prepagamentos de dívidas;
- O jornal Valor Econômico publicou que investidores esperam que a nova emissão seja de US$ 500 milhões (montante já emitido no mercado externo em 2018);
- A agência não espera que a nova emissão altere de forma significativa as estimativas de alavancagem para 2020, que devem ficar em torno de 3,0x dívida líquida/EBITDA;
- A empresa tem plano agressivo de investimentos para os próximos anos e vem levantando recursos no mercado de capitais para financiá-lo.

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