IBOVESPA -0,08% | 104.531 Pontos
CÂMBIO +0,8% | 4,11/USD
O que pode impactar o mercado hoje
Ontem o Ibovespa fechou estável em 104,5 mil pontos, após volatilidade frente à decisão do Banco Central americano (Fed) de reduzir as taxas de juros em 0,25% e seu comunicado em seguida. A decisão foi em linha com as expectativas e, com isso, a nova meta de juros no país está entre 1,75% e 2%.
Por outro lado, o discurso do presidente do Fed abriu menos espaço para cortes adicionais adiante, contra as expectativas do mercado, o que foi uma consequência do forte ambiente de desacordo que vimos entre os membros do conselho.
Segundo nosso Estrategista Global, Alberto Bernal, se a guerra comercial for resolvida (o que é o nosso cenário base), esperamos apenas mais um corte de 0,25% (provavelmente em dezembro de 2019) e não sofreremos alterações de taxas no próximo ano. Por outro lado, se a guerra comercial perdurar, esperamos taxas de 0,75% até o final de 2020.
No Brasil, o Banco Central anunciou ontem sua decisão unânime de cortar a taxa Selic em 0,50%, em linha com o esperado. No comunicado emitido logo após a reunião, o BC sinalizou que o balanço de riscos para a inflação segue benigno e deixou clara a mensagem de que mais cortes serão necessários.
Por isso, esperamos que o BC reduza outros 0,50% tanto na próxima reunião (30 de outubro) quanto na reunião de dezembro, trazendo a Selic para 4.5% ainda em 2019 (vs. 5% que projetávamos anteriormente) e permanecendo neste nível até o final de 2020. Clique aqui para acessar a nossa análise completa do comunicado.
Como o mercado ainda não incorpora os cortes de juros que prevemos e, além disso, os preços anteveem um ciclo de alta de juros começando no primeiro trimestre do ano que vem, isso faz com que a curva de juros fique bem inclinada. Dessa forma, faz sentido para aqueles que podem abrir mão da liquidez, ter em carteira papéis pré-fixados com prazo entre 2 e 3 anos – Entenda como investir nesse cenário.
Ainda no Brasil, a Câmara e o Senado criam comissão para unificar propostas sobre a reforma tributária. Essa foi a solução encontrada para amenizar o conflito que havia entre as duas Casas pelo protagonismo na matéria e é positivo, podendo contribuir para o avanço da reforma. O problema é que não existe previsão regimental para que uma PEC seja discutida em conjunto por deputados e senadores. No momento buscam-se alternativas.
Nas bolsas internacionais, futuros dos EUA negociam em leve queda nesta manhã, em meio a sessão positiva na Europa e mista na Ásia durante a noite. Os investidores seguem no aguardo das conversas comerciais entre EUA e China, que acontecerão hoje e amanhã em Washington, antes das reuniões com autoridades de primeiro escalão em meados de outubro.
Ontem, as cotações do petróleo fecharam novamente em baixa (-1,5%), atingindo US$ 63,60/barril. A queda foi devido aos recentes anúncios do governo saudita para acalmar os mercados e dados de estoque dos EUA acima do esperado. O governo saudita informou que já consegue atingir o nível de fornecimento anterior ao ataque, recorrendo às reservas, até que as instalações sejam reparadas. A previsão para uma produção normalizada está prevista para o fim de setembro. Nessa manhã de quinta-feira os preços recuperam parte da queda e operam em alta de +2,14% a US$ 64,9/barril.
Tópicos do dia
Brasil
- Banco Central corta juro em 0,50%; Esperamos que a taxa Selic passe para 4,50% ainda em 2019
- Política Brasil: Câmara e Senado criam comissão para unificar propostas sobre a reforma tributária
Internacional
- Fed decide cortar a taxa de juros em 25bp, mas a mensagem abriu menos espaço para cortes adiante
- No Reino Unido, vendas no varejo caem menos do que o esperado; Banco Central da Inglaterra decidiu manter a taxa de juros em 0,75%
Empresas
- B2W e Lojas Americanas: Parceria da Ame Digital com a Linx
- Usiminas (USIM5): Investimento de R$219mi em alto-forno 2
COE
- Apple: Steve Dowling, chefe da divisão de comunicação, deixará o grupo
- Facebook: Zuckerberg vai a Washington em busca de mudanças na regulamentação
- Naspers: Potencial listagem na Euronext de parte de seus ativos em internet Prosus
Veja todos os detalhes
Brasil
Banco Central corta juro em 0,50%; esperamos que a taxa Selic passe para 4,50% ainda em 2019
- O Banco Central do Brasil anunciou ontem sua decisão unânime de cortar a taxa básica de juros da economia em 50bp, em linha com o nosso call e com as expectativas de mercado coletadas pela Bloomberg. Assim, a taxa Selic passa a ser de 5,50% ao ano, seu menor nível histórico;
- No comunicado emitido logo após a reunião, o BC sinalizou que o balanço de riscos para a inflação está mais benigno agora do que estava na última reunião do Copom e passou a mensagem de que mais cortes serão necessários;
- Por isso, com base no comunicado e no cenário de referência apresentado, esperamos que o Banco Central reduza outros 50 pb tanto na próxima reunião (30 de outubro) quanto na reunião de dezembro, trazendo a Selic para 4,5% em 2019 e permanecendo neste nível até o final de 2020. Clique aqui para acessar a nossa análise completa do comunicado. Além disso, acesse aqui para entender como investir nesse novo cenário.
Política Brasil: Câmara e Senado criam comissão para unificar propostas sobre a reforma tributária
- Câmara e Senado criam comissão para unificar propostas sobre a reforma tributária. Foi a solução encontrada para amenizar o conflito que havia entre as duas Casas pelo protagonismo na matéria. É algo positivo e que pode contribuir para o avanço da reforma. O problema é que não existe previsão regimental para que uma PEC seja discutida em conjunto por deputados e senadores. No momento buscam-se alternativas;
- Depois da demissão do Secretário da Receita por defender a CPMF, Paulo Guedes busca alternativas para desonerar a folha de pagamentos;
- Decisão do TSE coloca em risco 7 deputados do PSL. A corte cassou 6 vereadores no Piauí por existência de candidaturas laranjas para o cumprimento das cotas para mulheres, o que pode ser replicado para casos semelhantes. A cassação, no entanto, será analisada sempre uma a uma. Se confirmadas as suspeitas de candidaturas laranjas no PSL, o partido do presidente pode perder 6 deputados em MG e 1 em PE.
Internacional
Fed decide cortar a taxa de juros em 25bp, mas a mensagem abriu menos espaço para cortes adiante
- O Banco Central dos Estados Unidos (Fed) anunciou ontem sua decisão unânime de cortar a taxa de juros m 0,25 ponto percentual, para o intervalo entre 1,75% e 2%. A taxa de juros paga sobre depósitos compulsórios e o excesso de reservas (IOER) também foi reduzida, para 1,80%. No comunicado divulgado logo após a decisão, o Fed afirmou que a decisão de cortar juros foi apoiada por medidas baseadas em pesquisas de expectativas de inflação de longo prazo, que pouco mudaram, junto à perspectiva econômica global;
- Além disso, o Fed também reduziu em 30 bp a taxa fixada para as suas operações de recompra reversa de títulos no overnight, de 2,00% para 1,70%. A medida faz parte das decisões adotadas pelo conselho de diretores do banco central americano para implementar a sua política monetária;
- A decisão foi menos dovish do que o esperado e levou o mercado a precificar menos cortes a frente, o que é uma consequência do forte ambiente de desacordo que vimos entre os membros do conselho. Na nossa opinião, se a guerra comercial for resolvida (o que é o nosso cenário base), veremos apenas mais um corte de 25 bp (provavelmente em dezembro de 2019) e não sofreremos alterações de taxas no próximo ano. Por outro lado, se a guerra comercial perdurar, veremos taxas de 0,75% até o final de 2020.
No Reino Unido, vendas no varejo caem menos do que o esperado; Banco Central da Inglaterra decidiu manter a taxa de juros em 0,75%
- As vendas no varejo do Reino Unido caíram 0,2% entre julho e agosto de 2019 e surpreenderam positivamente as expectativas de mercado (-0.3%);
- Na comparação anual, o setor varejista britânico ampliou as vendas em 2,7% em agosto, enquanto a projeção era de acréscimo menor, de 2,6%;
- Além disso, o Banco Central da Inglaterra (BoE) decidiu manter a taxa básica de juros do país em 0,75% ao ano. Em comunicado, o BoE afirmou que poderá responder “em qualquer direção” a um eventual Brexit, reiterando a mensagem de que: i) o PIB caiu 0,2% no 2T19 e as expectativas são de que cresça 0,2% no 3T19; ii) quanto mais durar a incerteza do Brexit, maior a probabilidade de que crescimento e inflação desacelerem e iii) com um Brexit tranquilo, aumentos limitados e graduais da taxa de juros seriam apropriados.
Empresas
B2W e Lojas Americanas: Parceria da Ame Digital com a Linx
- A B2W e as Lojas Americanas anunciaram que fecharam uma parceria com a Linx que possibilita a conexão da Ame Digital com mais de 65 mil lojistas;
- O anúncio é positivo e representa um importante passo para a estratégia de crescimento da Ame Digital, uma vez que expande o uso dessa plataforma de pagamentos para outros varejistas;
- Nossa recomendação para B2W é de Compra, enquanto para Lojas Americanas temos Neutro.
Usiminas (USIM5): Investimento de R$219mi em alto-forno 2
- Segundo o Valor Econômico, a Usiminas definiu um investimento de R$219mi a serem gastos neste ano e em 2020 nas obras de manutenção do alto-forno 2 e melhoria operacional da usina de Ipatinga, em Minas Gerais. Com a reforma, que havia sido realizada pela última vez em 1999, espera-se extensão da vida útil do equipamento em 20 anos, além de aumento da capacidade produtiva já em 2020;
- Os investimentos em manutenção na usina de Ipatinga preparam a Usiminas para a parada do alto-forno 3 (7kt/dia de ferro-gusa), que deve ocorrer em 2021 e é esperada para durar 100 dias, com investimento previsto em R$1,3bi;
- Vale relembrar que a Usiminas revisou na divulgação dos resultados do 2T, em julho, suas projeções de CAPEX para esse ano, de R$1bi para R$800mi, frente aos atrasos em projetos devido à demora na obtenção de licenças ambientais. Com isso, parte dos investimentos previstos para 2019 ficará para o ano que vem. Mantemos recomendação Neutra para as ações da Usiminas.
COE
Apple: Steve Dowling, chefe da divisão de comunicação, deixará o grupo
- O presidente Tim Cook informou nesta quarta-feira que o atual diretor-chefe de comunicação deixará o grupo, em meio ao plano de acelerar a diversificação das fontes de receitas do grupo;
- Steve Dowling ingressou na Apple em 2003 e liderou a divisão de comunicação desde 2014, representando uma peça-chave no crescimento da gigante produtora de iPhones;
- Segundo Cook, o chefe do departamento de marketing, Phil Schiller, supervisionará interinamente a equipe de comunicação.
Facebook: Zuckerberg vai a Washington em busca de mudanças na regulamentação
- O atual CEO da gigante de mídia viajará para Washington, nesta quinta-feira, para defender sua visão sobre a regulamentação vigente, que atualmente apresenta um conjunto de regras e leis mais punitivas às empresas;
- Após uma série de divulgações sobre as práticas comerciais do Facebook, os legisladores têm considerado uma potencial regulamentação ainda mais rigorosa sob as plataformas online, com foco em áreas como privacidade do usuário e criação de conteúdo. Uma das ideias desta potencial regulamentação está relacionada aos novos limites quanto à imunidade legal que atualmente as plataformas desfrutam por danos causados aos seus usuários;
- Em suma, Zuckerberg segue em busca de apresentar aos legisladores americanos uma visão diferente, que inclui maior autorregulação por parte das empresas.
Naspers: Potencial listagem na Euronext de parte de seus ativos em internet Prosus
- Após a listagem dos ativos de internet na bolsa de Amsterdã sob a bandeira da Prosus, o atual presidente do grupo, Bob Van Dijk, anunciou que pretende dobrar o valor de mercado da nova operação em um período de três anos;
- Com US$ 18bi em receitas nos últimos doze meses, a Prosus opera em quatro segmentos principais: plataforma de vendas online (e-commerce), entrega de alimentos, meios de pagamentos e mídias sociais;
- A decisão de fazer uma listagem na Euronext, ao invés de na Nasdaq, se deu devido à estrutura da operação, pois a Prosus não poderia integrar o S&P 500, o que afastaria o interesse de parte dos investidores. Além disso, parte do conselho decidiu por manter uma estrutura de gestão enxuta, sem a necessidade de duplicar funções devido à obrigatoriedade de contratar um novo grupo de diretores-executivos nos EUA.
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