IBOVESPA -0,4% | 105.016 Pontos
CÂMBIO 0,3% | 4,17/USD
O que pode impactar o mercado hoje
Ontem, o Ibovespa fechou em leve queda de -0,39%. Nesta manhã, mercados da Ásia fecharam em forte queda em vista da divulgação de dados do PIB da China abaixo das expectativas do mercado, enquanto mercados europeus e futuros dos EUA operam em estabilidade.
Nesta madrugada, a China divulgou que seu Produto Interno Bruto (PIB) teve uma expansão anual de 6% no terceiro trimestre, abaixo das expectativas do mercado de 6,1%. A economia chinesa cresceu no menor ritmo em quase três décadas, e abaixo dos níveis de 6,2% do segundo trimestre, ilustrando os impactos das tensões comerciais com os EUA.
Já os investimentos em ativos fixos em áreas não-rurais tiveram ganho de 5,4% entre janeiro e setembro ante os nove primeiros meses de 2019. O dado veio em linha com as expectativas de mercado, mas também indicou ligeira desaceleração dos investimentos, que foram de 5,5% na comparação anual de janeiro a agosto. Do lado das commodities, o petróleo tipo Brent, após abrir em queda com dados fracos na China, opera agora em leve alta de +0,4%, em US$60,15/barril.
Na agenda doméstica, destacamos a crise escancarada no PSL. Chegamos ao 11º dia em que o conflito interno do partido do presidente da República se tornou público. Agora, cada vez com mais detalhes, já que pessoas com acesso aos bastidores decidiram gravar as discussões internas e vazar para a imprensa. O último é um do líder da bancada, Delegado Waldir, ofendeu o presidente Bolsonaro, e afirmou que vai implodi-lo. Outros parlamentares também reclamam do governo – o mais enfático é o presidente da CCJ, Felipe Francischini, que ainda fala em evitar uma fusão do PSL com o DEM.
O governo passou a colecionar ex-aliados. Ontem (17), a deputada Joice Hasselmann perdeu o cargo de líder do governo no Congresso. Em seguida, ela deu declarações à imprensa de que a troca era uma “carta de alforria”. A cúpula do PSL também retaliou. Sem cerimônia alguma, retirou os diretórios de SP e do RJ de Eduardo e Flávio Bolsonaro, respectivamente. A situação é cada vez pior para a relação dos dois lados e em relação a tudo o que se torna público – o que mais chama a atenção nessa briga.
Finalmente, o noticiário local mostra que o foco do governo em 2019 será terminar a votação da reforma da Previdência no Senado e concluir a avaliação do Orçamento de 2020. Com isso, o restante da agenda de grandes projetos do governo, incluindo a reforma tributária, seria postergada para o próximo ano. As expectativas são de que a reforma tributária ganhe impulso apenas no começo de 2020 com a criação de uma comissão mista da Câmara e do Senado e de que, mesmo assim, o ministro da Economia, Paulo Guedes, envie a reforma de forma fatiada, focando inicialmente apenas na fusão do PIS e Cofins.
Finalmente, no campo de empresas, a Petrobras publicou o seu relatório de produção e vendas referente ao terceiro trimestre de 2019 (ou 3T19). Temos uma avaliação positiva dos números divulgados, embora eles tenham vindo em linha com as estimativas que embasaram nossa prévia de resultados do 3T19.
Destacamos o aumento de produção do pré-sal, fruto da conexão de 6 novas unidades de produção desde 2018, além da maior taxa de utilização do parque de refino. Reiteramos nossa recomendação de compra nas ações da Petrobras.
Tópicos do dia
Brasil

- Política Brasil: Crise escancarada no PSL
- Reforma Tributária deve ser adiada para 2020
- Paulo Guedes deve enviar quatro propostas de reforma na semana que vem
- Mercado de trabalho formal brasileiro apresenta expansão em setembro
Internacional

- Indicadores econômicos da China ainda apontam para uma economia fragilizada
Empresas

- Petrobras (PETR4): Fortes dados de produção no 3T19, em linha com nossas expectativas
- Sanepar (SAPR11): TCE pauta processo de reajuste tarifário de 2019 em 23 de outubro
- Unidas (LCAM3): Desdobramento com razão de 3:1; Preço-alvo de R$20,0/ação
Renda Fixa

- Fitch eleva rating da TCP para ‘brAA(bra)’
Veja todos os detalhes
Brasil
Política Brasil: Crise escancarada no PSL
- Crise escancarada no PSL. Chegamos ao 11º dia em que o conflito interno do partido do presidente da República se tornou público. Agora, cada vez com mais detalhes, já que pessoas com acesso aos bastidores decidiram gravar as discussões internas e vazar para a imprensa. O último é um do líder da bancada, Delegado Waldir, chamando Bolsonaro de “vagabundo” e dizendo que vai implodi-lo. Outros parlamentares também reclamam do governo –o mais enfático é o presidente da CCJ, Felipe Francischini, que ainda fala em evitar uma fusão do PSL com o DEM;
- O governo passou a colecionar ex-aliados. Ontem (17), a deputada *Joice Hasselmann perdeu o cargo de líder do governo no Congresso. Em seguida, ela deu declarações à imprensa de que a troca era uma “carta de alforria”. A cúpula do PSL também retaliou. Sem cerimônia alguma, retirou os diretórios de SP e do RJ de Eduardo e Flávio Bolsonaro, respectivamente. A situação é cada vez pior para a relação dos dois lados e em relação a tudo o que se torna público –o que mais chama a atenção nessa briga.
Reforma Tributária deve ser adiada para 2020
- De acordo com o Estadão, o foco do governo em 2019 será terminar a votação da reforma da Previdência no Senado e concluir a avaliação do Orçamento de 2020. Com isso, o restante da agenda de grandes projetos do governo, incluindo a reforma tributária, ficará para o ano que vem;
- Ao adiantar grande parte da agenda para o próximo ano, o governo pretende focar sua ação no Congresso Nacional para aprovar um pacote de redução de cerca de R$ 30 bilhões de despesas. O desenho de uma PEC Emergencial está sendo fechado para garantir o cumprimento do teto nos próximos dois anos;
- Na avaliação do governo, o ambiente de base para a tramitação da Reforma Tributária estará formado apenas depois que o Senado aprovar a reforma da Previdência. As expectativas são de que a reforma tributária ganhe impulso no começo de 2020 com a criação de uma comissão mista da Câmara e do Senado. O ministro da Economia, Paulo Guedes, deve enviar a reforma tributária fatiada, focando primeiramente na fusão do PIS e Cofins.
Paulo Guedes deve enviar quatro propostas de reforma na semana que vem
- De acordo com o Globo, o ministro Paulo Guedes acertou com os presidentes da Câmara e do Senado o envio de quatro propostas de reforma na semana que vem. Rodrigo Maia garantiu que as turbulências no PSL não atrapalharão o andamento da agenda;
- Entre as quatro propostas, estão as reformas administrativa e tributária, revisão do pacto federativo com estados e municípios e uma proposta para reduzir as despesas obrigatórias e aliviar o Orçamento. A expectativa é de que os textos sejam encaminhados já na próxima quarta-feira, logo após a Previdência ser votada em segundo turno no Senado;
- Ainda não está claro qual será a ordem de prioridade dada a cada uma dessas agendas. Rodrigo Maia disse que as medidas terão que ser debatidas em conjunto, enquanto Guedes, por sua vez, afirmou que caberá ao parlamento alinhar quais são as prioridades. Entretanto, o novo líder do governo no Congresso, o senador Eduardo Gomes, disse que, após a conclusão da reforma da Previdência, o restante da agenda de grandes projetos do governo, incluindo a reforma tributária, deverá ficar para o ano que vem.
Mercado de trabalho formal brasileiro apresenta expansão em setembro
- O resultado do Caged de setembro de 2019 mostrou que, pela sexta vez consecutiva, o número de admissões ultrapassou o de demissões, mantendo o saldo geral de empregos positivo. O total de postos de trabalho gerados em setembro (157.213) ficou acima do que era esperado pelo mercado (129.902) e atingiu o maior patamar para o mês desde 2013, quando foram criadas 211.068 novas vagas;
- Em setembro de 2019, 7 dos 8 setores analisados pelo Caged mostraram saldo positivo de geração de empregos, sendo eles: Extrativa Mineral, Indústria de Transformação, Construção Civil, Comércio, Serviços, Administração Pública e Agropecuária. O único setor analisado em que o número de demissões superou o número de admissões foi o de Serviços Industriais de Utilidade Pública. As duas maiores surpresas positivas foram a Construção Civil e a Agropecuária, que na série dessazonalizada criaram 8.646 e 10.984 novas vagas, respectivamente;
- Em síntese, o mercado formal de trabalho brasileiro ainda não recuperou seu patamar pré-crise, mesmo que os números recentes apresentem recuperação de boa parte das perdas que caracterizaram os últimos anos. Em setembro de 2019, o número de admissões ultrapassou o de demissões pela sexta vez consecutiva, mantendo o saldo de empregos positivo e corroborando o argumento de que a economia segue em ritmo gradual de recuperação.
Internacional
Indicadores econômicos da China ainda apontam para uma economia fragilizada
- A China divulgou nessa madrugada dados do PIB do terceiro trimestre. O avanço de 6,0% ante o mesmo período do ano passado ficou aquém do esperado (6,1%), surpreendendo negativamente as expectativas de mercado. A leitura marcou o ritmo mais lento de crescimento da economia chinesa desde o início da série histórica, em 1992, e confirmou o entendimento de que o cenário internacional permanece desafiador;
- A produção do setor industrial da China, por outro lado, apresentou expansão de 5,8% em setembro em relação ao mesmo mês de 2018. O crescimento foi mais acelerado que os 4,4% registrados em agosto e superou as expectativas de mercado (4,9%). As vendas de moradias na China também apresentaram expansão, de 10,3% entre janeiro e setembro em relação a igual período do ano passado, indicando uma aceleração no setor imobiliário do país;
- Já os investimentos em ativos fixos em áreas não-rurais tiveram ganho de 5,4% entre janeiro e setembro ante os nove primeiros meses de 2019. O dado veio em linha com as expectativas de mercado, mas também indicou ligeira desaceleração dos investimentos, que foram de 5,5% na comparação anual de janeiro a agosto.
Empresas
Petrobras (PETR4): Fortes dados de produção no 3T19, em linha com nossas expectativas
- Em 17 de outubro, após o fechamento do mercado, a Petrobras publicou o seu relatório de produção e vendas referente ao terceiro trimestre de 2019 (ou 3T19);
- Temos uma avaliação positiva dos números divulgados, embora eles tenham vindo em linha com as estimativas que embasaram nossa prévia de resultados do 3T19. Destacamos em primeiro lugar o aumento de produção do pré-sal, fruto da conexão de 6 novas unidades de produção desde 2018. Em segundo lugar, elogiamos a maior taxa de utilização do parque de refino da companhia somada a menores importações de derivados;
- Mantemos nossa recomendação de Compra nas ações da Petrobras, com preços-alvo de R$ 36 / R$ 35 / US$ 18,5 / US$ 18 para PETR4 / PETR3 / PBR_A /PBR. Você encontra mais detalhes sobre os dados operacionais da Petrobras na nossa plataforma de conteúdos, clicando aqui.
Sanepar (SAPR11): TCE pauta processo de reajuste tarifário de 2019 em 23 de outubro
- As ações da Sanepar (SAPR11) fecharam em alta de 1,86%. Atribuímos a alta à inclusão na pauta do Tribunal de Contas do Estado (TCE) do Paraná em 23/10 (próxima quarta-feira) do processo referente ao ajuste tarifário de 2019;
- Conforme mencionado no nosso início de cobertura de Sanepar, uma reversão da decisão do TCE referente à exclusão do repasse de Fundos Municipais como despesa não gerenciável levaria a um incremento de R$3/unit do nosso preço-alvo de R$104/unit;
- Reiteramos a recomendação de Compra nas units da Sanepar em vista do risco-retorno atrativo das ações. Você pode saber mais detalhes sobre o imbróglio da empresa com o TCE no nosso início de cobertura, no link.
Unidas (LCAM3): Desdobramento com razão de 3:1; Preço-alvo de R$20,0/ação
- O Conselho de Administração da Unidas aprovou ontem em AGE, o desdobramento das ações na proporção de 3 para 1. O objetivo é de tornar o lote mínimo mais acessível e aumentar a liquidez dos papéis. Mantemos nossa recomendação de Compra, com preço-alvo ajustado de R$20,0/ação.
Renda Fixa
Fitch eleva rating da TCP para ‘brAA(bra)’
- A Fitch Ratings elevou o rating nacional de longo prazo da terceira série da primeira emissão de debêntures do TCP – Terminal de Contêineres de Paranaguá S.A. no montante de R$428 milhões e vencimento em outubro de 2022. A perspectiva é estável, indicando que a agência de ratings não espera novas ações nos próximos 12 meses;
- Segundo a agência, a elevação reflete o desempenho operacional estável da TCP e a manutenção de índices de alavancagem moderados em 2018, os quais segundo metodologia da Fitch ficaram abaixo de três vezes, e a expectativa de que diminuam ainda mais a partir de 2020. O risco de refinanciamento do projeto em 2021 e 2022 é reduzido pelo forte desempenho operacional e pelo longo período de concessão;
- A atualização por parte da agência é positiva e indica reforço da qualidade de crédito da TCP.


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