MACRO
Mercados globais amanhecem mistos (EUA +0,4% e Europa -0,2%) à medida que investidores digerem os dados da inflação ao consumidor americana e aguardam o início da temporada de resultados. Ainda nos EUA, pela manhã teremos a divulgação dos dados da inflação ao produtor (PPI). A temporada de balanços começará hoje, tradicionalmente com os bancos, com J.P. Morgan, Delta e BlackRock. Na Europa, a inflação ao consumidor do Reino Unido veio levemente acima das expectativas do consenso (7% vs. 6,7% no comparativo anual) e atingiu sua máxima dos últimos 30 anos. Na China (-1,0%) o mercado encerra em baixa após Xangai reportar novos recordes diários de casos da Covid-19, arrefecendo as expectativas de flexibilização dos lockdowns em um futuro próximo.

Coronavírus: Até agora, 1.125 casos de XE foram detectados no Reino Unido, quase o dobro da contagem anterior, de acordo com as últimas estatísticas da Agência de Segurança da Saúde do Reino Unido. Enquanto isso, nos Estados Unidos, a Filadélfia está retomando seu mandato de máscaras internas a partir de 18 de abril, após um aumento de 50% nos casos de Covid-19 nos últimos 10 dias.
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EMPRESAS

Ações da CrowdStrike sobem com revisões positivas do mercado: As ações da CrowdStrike, empresa de segurança cibernética, fecharam em alta de +3,2% nessa terça-feira, depois que o Goldman Sachs atualizou o preço-alvo da ação de US$ 241 para US$ 285. Os analistas disseram em um relatório publicado que as ações da CrowdStrike estiveram sob pressão nos últimos meses, pressionadas pela ampla venda de ações de software altamente valorizadas. Em seu último nível de fechamento, as ações da empresa caíram cerca de 38% em relação às máximas de novembro, mas de acordo com o Goldman, a empresa é promissora, dada a maior demanda global por serviços de segurança cibernética, já que as empresas reconhecem o potencial de exposição a ameaças como resultado de ataques relacionados à guerra da Rússia com a Ucrânia.
O potencial de ataques relacionados à guerra tornou as empresas mais conscientes dos riscos de segurança de TI, com o suporte para o crescimento do orçamento de segurança corporativa como um subproduto. A segurança cibernética permaneceu uma preocupação durante a guerra, com os governos alertando as empresas para permanecerem cautelosas com os ataques. As ações de outras empresas de segurança cibernética também aumentaram com o aumento da demanda por seus serviços. A Palo Alto Networks subiu cerca de +12% no ano, enquanto a Mandiant subiu cerca de +27% no acumulado do ano.

O grupo LVMH dá início à divulgação de resultados do setor de luxo mostrando resiliência: A demanda forte por produtos Louis Vuitton e Dior impulsionou as vendas do primeiro trimestre no maior conglomerado de bens de luxo do mundo, o grupo LVMH, iniciando a temporada de resultados do setor com uma demonstração de resiliência apesar das tensões geopolíticas e bloqueios na China por conta do aumento de casos da COVID -19. O resultado foi impulsionado pelas marcas de moda de alta qualidade, com aumento de 30% nas vendas, superando as expectativas dos analistas de 17%, de acordo com estimativas de consenso citadas pelo RBC. O forte resultado chama a atenção frente o aumento de preços da indústria de luxo, com aumentos na faixa de 20% a 23% na Louis Vuitton e na Tiffany, de acordo com estimativas recentes do HSBC. Segundo comentário de executivos feitos à Reuters, o grupo continuará aumentando os preços em suas grifes, mas de forma razoável, frente ao aumento dos custo.
Outras linhas de negócio, como as marcas de relógios e joias, também tiveram um forte desempenho, com vendas de produtos de alta qualidade crescendo 19%, impulsionadas pela Tiffany, principalmente nos Estados Unidos. O tráfego nas lojas da Sephora nos EUA e na França ajudou a impulsionar as vendas na divisão de varejo seletivo, que registrou um crescimento orgânico de 24%. Entre os negócios do grupo, o que aparece em uma situação mais delicada é o varejo de viagem, DFS (Duty Free), que está sofrendo com restrições de circulação na Ásia, onde os turistas ainda não retornaram. Os executivos da companhia se posicionaram a respeito, colocaram o fator como um impacto bastante recente, que ainda não deve aparecer nos números. Entretanto, com base na experiência de bloqueios anteriores na China, preveem que a demanda retornará rapidamente assim que as restrições diminuírem.

Companhias aéreas revisam custos e preço das passagens frente a alta do combustível e a retomada da demanda: A demanda por viagens voltou a disparar, com algumas companhias aéreas relatando as maiores vendas de passagens de sua história. O tráfego de passageiros nos EUA está em média cerca de 89% dos níveis pré-pandemia desde meados de fevereiro, de acordo com a Transportation Security Administration (TSA). Entretanto, os preços do combustível nos Estados Unidos subiram mais de 30% no mês passado, desde que os países ocidentais impuseram sanções às exportações russas. O aumento do custo com combustível aumentou a preocupação dos investidores com a recuperação do setor, que foi amplamente impactado pela Covid-19. O custo com abastecimento é a segunda maior despesa da indústria, depois da mão de obra, mas as principais companhias aéreas dos EUA não se protegem contra os preços voláteis do petróleo, o que poderia ser feito através de hedge e outros instrumentos financeiros. Ao vez disso, eles normalmente procuram compensar os custos de combustível com tarifas mais altas.
Nesse contexto, a American Airlines (AALL34), revisou ontem as estimativas para despesas com combustível, projetando custos, pelo menos, 16% maiores no primeiro trimestre do ano, comparando com o mesmo período de 2019. Em março, as tarifas das companhias aéreas aumentaram cerca de 24% (ano contra ano), estando entre os principais contribuintes para um salto nos preços ao consumidor nos EUA. A United Airlines (U1AL34) disse que está repassando a maioria dos custos adicionais de combustível aos clientes, suas tarifas médias aumentaram mais de 100% em relação a um ano atrás, segundo dados da Cowen. Enquanto isso, a Delta (DEA134) afirmou que, no mês passado, precisou aumentar os preços das passagens em cerca de 10% para cobrir os custos com combustível. Nesse cenário, as empresas do setor podem encontrar desafios, uma vez que o aumento das tarifas e a inflação crescente devem prejudicar os gastos com viagens em um momento que a demanda precisa permanecer forte para uma lucratividade sustentável.
ANÁLISE

Reino Unido planeja acelerar transição de matriz energética: O gráfico acima, do Sanford Bernstein, mostra que, atualmente cerca de cerca de 83% do consumo de energia do Reino Unido provém do gás natural e do petróleo. O Reino Unido tem como meta 95% do mix de eletricidade vir de fontes de baixo carbono até 2030. De acordo com o Sanford Bernstein, isso implica aumentar a meta de energia eólica offshore para 50 GW até 2030 (meta antiga de 40 GW), dobrando a ambição de hidrogênio para 10 GW (5 GW serão verdes). O tempo de planejamento para a energia eólica offshore deve ser reduzido de 4 anos para 1 ano. Além disso, o Reino Unido está apoiando a construção de novas usinas de energia nuclear apesar dos longos atrasos e pretende implantar até 24 GW de novos reatores até 2050. Nas redes, o governo pretende reduzir pela metade o tempo necessário para construir a infraestrutura acelerando os processos de aprovação. O plano do governo vem à luz do aumento dos preços globais da energia, provocado pelo aumento da demanda após a pandemia, bem como pela invasão da Ucrânia pela Rússia. Isso será fundamental para diminuir a dependência de uma das principais potências da Europa dos combustíveis fósseis, que estão sujeitos a preços voláteis impostos pelo mercado.
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