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Entenda como o desastre na venda de ingressos da “The Eras Tour” de Taylor Swift impacta a Live Nation Entertainment

Venda geral de ingressos suspensa da turnê da cantora retoma debate sobre monopólio da empresa na indústria da música

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Em 2010, a Ticket Master, principal empresa de venda de ingressos nos Estados Unidos, e a Live Nation, uma das maiores produtoras de shows do país, se fundiram. Na época do acordo, haviam preocupações de que a fusão reduziria ainda mais a concorrência entre os revendedores de ingressos, elevando os preços no mercado de revenda. Apesar das preocupações, a transação foi finalizada e surgiu então a Live Nation Entertainment (NYSE: LYV, BDR: L1YV34). Com isso, a empresa agora promove, opera e gerencia a venda de ingressos para entretenimento ao vivo nos Estados Unidos e internacionalmente. Também possui e opera locais de entretenimento e gerencia as carreiras de artistas musicais.

Recentemente, a empresa esteve nas notícias novamente, pois a Ticketmaster era a responsável pela venda dos ingressos da nova turnê da Taylor Swift, chamada "The Eras Tour". Os fãs da cantora ficaram frustrados quando não conseguiram comprar os ingressos na plataforma, que caiu devido a grande demanda. O evento foi um grande desastre e fez com que o questionamento sobre o monopólio da empresa no ramo de entretenimento ao vivo viesse a tona novamente.

Ticketmaster cancela venda de ingressos para "The Eras Tour" de Taylor Swift

No dia 15 de novembro, os fãs de Taylor Swift se frustraram quando não conseguiram comprar os ingressos de pré-venda para a primeira turnê da cantora em mais de cinco anos. No centro do caos estava a Ticketmaster, que controla atualmente cerca de 70% do mercado de ingressos e eventos ao vivo, de acordo com a CNBC, que caiu devido a uma “demanda sem precedentes” segundo a empresa. Diante desse cenário, a companhia acabou cancelando o restante da venda de ingressos que estava programada para começar dois dias depois.⁠ A plataforma disse que o cancelamento foi devido à alta demanda e “estoque insuficiente de ingressos”.

Fãs selecionados receberiam um código de acesso especial para a pré-venda dos 52 shows que a cantora vai realizar nos Estados Unidos. Das 3,5 milhões de pessoas inscritas, cerca de 1,5 milhão recebeu o código, enquanto 2 milhões foram colocados em uma lista de espera. Contudo, quando pré-venda foi aberta, havia mais de 14 milhões de pessoas tentando comprar os ingressos. Greg Maffei, CEO da companhia, culpou a popularidade da Taylor, que segundo ele, causou uma demanda maior do que o sistema poderia aguentar.

Diferente do que acontece no Brasil, a Ticketmaster possui um sistema de preços dinâmico, que define valores dos ingressos com base na demanda e permite a revenda de ingressos, o que beneficia os cambistas. Poucas horas depois da pré venda, alguns ingressos já estavam sendo listados em sites de revenda como o StubHub por até US$ 33.500 cada.

Desastre revive preocupações com monopólio

Com o desastre das vendas, a senadora americana Amy Klobuchar, de Minnesota, presidente do subcomitê antitruste do Senado, escreveu uma carta à Live Nation. A senadora afirmou ter sérias preocupações com problemas no site da Ticketmaster e o aumento das taxas de vendas. Klobuchar também disse que o poder da empresa desfavorece a competição, que normalmente faz com que as empresas continuem inovando para atrair o público e que no final são os consumidores que "pagam o preço” pela falta de concorrência.

No dia 18 de novembro, o jornal New York Times informou que o Departamento de Justiça abriu uma investigação antitruste contra a Live Nation Entertainment. A investigação está focada em saber se a empresa abusou de seu poder sobre a multibilionária indústria da música ao vivo.

A empresa estava sendo observada já há algum tempo, contudo, a repercussão do desastre da pré-venda da turnê de Taylor Swift fez com que a discussão viesse a tona novamente. Ainda de acordo com o New York Times, membros da equipe da divisão antitruste do Departamento de Justiça entraram em contato nos últimos meses com casas de shows e outras empresas do mercado de ingressos perguntando sobre as práticas da Live Nation Entertainment e a dinâmica do mercado de entretenimento. A investigação parece ser ampla, buscando responder se a companhia mantém o monopólio do setor.

Segmentação de receita e impacto na ação

A Live Nation Entertainment conta com três segmentos: shows, vendas de ingressos e anúncios. Os shows são a principal fonte de receita da companhia. Até setembro de 2022, o braço de shows arrecadou US$ 10,1 bilhões, enquanto o segmento de venda de ingressos teve uma receita de US$ 1,6 bilhão. Contudo, realizar eventos ao vivo é um negócio caro e, depois de pagar pelo artista, local, agentes, e produtores, as margens dessa operação tendem a ser apertadas. Por outro lado, a venda de ingressos tem custos indiretos muito mais baixos, obtendo no fim um lucro operacional de cerca de US$ 450 milhões até agora este ano vs. US$ 131 milhões do segmento de show, com uma margem operacional de 28,4% e 1,4%, respectivamente.

Fonte: IR da companhia, XP Research.

No dia 17 de novembro, com o cancelamento das vendas oficiais da "The Eras Tour", a empresa viu suas ações caírem quase 8%, maior queda diária do mês, e acumula um desempenho negativo de -43% no ano.

O atual cenário macroeconômico, com temores do mercado de uma recessão e inflação em alta têm pesado sobre o papel, já que isso impacta nos gastos dos consumidores. Uma desaceleração na economia poderia ter um impacto nas vendas de ingressos no setor. Além disso, a empresa obtém aproximadamente 30% de sua receita do exterior, com exposição significativa à libra esterlina, euro e dólar canadense. Um fortalecimento significativo do dólar em relação a essas moedas teria um impacto negativo na receita da companhia.

Mesmo com esses riscos, a Live Nation Entertainment, é ainda a líder global em entretenimento ao vivo, e a empresa tem uma posição dominante em todo o setor que atua, o que faz com que o mercado tenha uma visão otimista para a ação nos próximos doze meses. Abaixo seguem as recomendações dos analistas de mercado para o ativo:

Fonte: Bloomberg, XP Research. Recomendações e preço-alvo de acordo com estimativas do consenso do Bloomberg. Dados de 25/11/2022

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