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Decisões de juros, China, chips e Play Store | 🌎 Top 5 temas globais da semana

1. Sinalização branda do Fed provoca queda sensível em juros longos 2. Bancos centrais europeus mantém juros inalterados e reforçam cautela 3. Novos estímulos na China 4. Me dá batata*! Alta demanda e más lembranças da pandemia elevam busca por máquinas que produzem chips 5. App Store: Uma batalha épica!

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1. Sinalização branda do Fed provoca queda sensível em juros longos - Ativos de risco reagem positivamente

2. Bancos centrais europeus mantém juros inalterados e reforçam cautela - Tom mais duro provoca valorização do Euro

3. Novos estímulos na China - Injeção de liquidez e anúncio de novas medidas fiscais dão fôlego para os mercados

4. Me dá batata*! Alta demanda e más lembranças da pandemia elevam busca por máquinas que produzem chips - Boom da inteligência artificial impulsiona empresas da cadeia de produção de chips

5. App Store: Uma batalha épica! - Disputa judicial antre Epic Games e Alphabet pode ter grande impacto no mercado de jogos online

1. Sinalização branda do Fed provoca queda sensível em juros longos

A semana foi movimentada na frente da macroeconomia. Na terça-feira, foi divulgada a inflação ao consumidor de novembro, cujo índice cheio veio em linha com as expectativas (3,14% no acumulado em 12 meses até novembro), mas a quebra apresentou sinais negativos advindos do núcleo de serviços, com pressões dos itens de serviços de transporte, cuidado médico e habitação (owners equivalent rent). Os mercados reagiram negativamente, na expectativa de que os dados de inflação, em conjunto com o mercado de trabalho ainda resiliente, fosse provocar uma postura mais dura do comitê de política monetária do Federal Reserve (o FOMC).

Entretanto, na quarta-feira, o FOMC decidiu por manter inalterada a taxa de juros americana (conforme amplamente esperado), e Jerome Powell, presidente do Fed, adotou postura branda em seu discurso que sucedeu a divulgação do comunicado.

Num momento inicial, Powell declarou que o FOMC estava “prosseguindo com cautela” e que o mercado de trabalho “segue apertado, mas tem se reequilibrado”. Entretanto, logo o tom mudou, para muito mais dovish, ou seja, brando em relação ao controle de inflação e à política monetária, ao afirmar que não é provável que o FOMC realize novas altas, e que entre os membros existe uma “expectativa generalizada que cortes de juros serão um tópico de conversa de agora em diante”. Powell também afirmou que o Fed planeja iniciar o ciclo de cortes de juros antes que a inflação atinja 2%, para evitar um overshooting, reação a juros mais elevados que o necessário na economia, e que ainda acredita no cenário de soft landing, ou desinflação não-recessiva da economia americana. 

O Summary of Economic Projections, que inclui as projeções dos membros do FOMC para o próximo ano, a mensagem passada também foi dovish. Com isso, o mercado reagiu positivamente, com taxas de juros de 10 e 30 anos caindo cerca de 15 bps na sequência. A probabilidade de um corte de juros em março ou até mesmo em janeiro aumentou sensivelmente, e os mercados passaram a esperar corte de 150 pontos base ao longo de 2024, ante expectativa de corte de 100 a 125 bps anteriormente.

A semana fechou com alta generalizada entre os ativos de risco, e as treasuries fecharam consideravelmente: a taxa dos títulos de 10 anos caiu 31 pontos-base e terminou a semana em 3,91%, enquanto os títulos de 30 anos encerraram a semana em 4,01%, com queda de 29 bps em relação ao fechamento da semana anterior.

2. Bancos centrais europeus mantém juros inalterados e reforçam cautela

Nesta semana, o Banco Central Europeu (BCE) e o Banco da Inglaterra (BoE) mantiveram suas taxas de juros de referência inalteradas, conforme amplamente antecipado pelo mercado. Diferentemente do Federal Reserve, os bancos centrais do velho continente mantiveram a postura de cautela com a inflação, e sinalizaram que cortes de juros não devem ser esperados tão cedo. O BCE também anunciou que irá iniciar as vendas ativas de ativos adquiridos como forma de injeção de liquidez durante a pandemia, a um ritmo de 7,5 bilhões de euros por mês, a partir do segundo semestre de 2024.

A presidente do BCE, Christine Lagarde, declarou que a autoridade monetária não deve de forma alguma baixar a guarda neste momento, descartando a possibilidades de cortes de juros nas próximas reuniões, e que as decisões do BCE continuarão sendo guiadas por dados. Outro membro do conselho de política monetária do BCE, Madis Muller, declarou que os mercados estão sendo otimistas ao precificarem um corte de juros no primeiro semestre de 2024.

A decisão de juros ocorre em semana de divulgação de dados que já indicam enfraquecimento da atividade econômica na região. Em outubro, a produção industrial da Zona do Euro caiu além do que era esperado, e o PIB mensal do Reino Unido apresentou queda, elevando a probabilidade de uma recessão. O mercado de trabalho tem dado sinais de desaceleração, especialmente em termos de rendimentos.

Com isso, o Euro se apreciou 1,2% na semana em relação ao dólar, e o índice pan-europeu de ações, o Stoxx 600, encerrou a semana em alta de 2,4%.

3. Novos estímulos na China

O ETF FXI, representativo de grandes empresas chinesas, fechou a semana em alta (+1,9%) após injeção de liquidez pelo banco central e anúncio de estímulos pelo governo à demanda interna, a setores estratégicos e contenção da crise no setor imobiliário.

Durante o anúncio dos novos estímulos, o governo enfatizou que sua principal prioridade será o desenvolvimento do país, prometeu intensificar os ajustes de política econômica para estimular a recuperação em 2024 e que irá evitar uma onda de inadimplências simultâneas de dívidas imobiliárias. Nesta semana, a incorporadora Country Garden (sintomática da crise no setor imobiliário) conseguiu evitar o default de um título graças a uma reestruturação.

O banco central chinês (PBoC) anunciou injeção recorde de liquidez via instrumentos de médio prazo, no montante de 800 mil milhões de yuans (112 mil milhões de dólares), e manteve as taxas de juros de referência inalteradas.

Ainda nesta semana, foram divulgados dados de atividade econômica referentes a novembro. A produção industrial se expandiu no maior ritmo em quase dois anos, enquanto as vendas no varejo vieram abaixo das expectativas.

4. Me dá batata*! Alta demanda e más lembranças da pandemia elevam busca por máquinas que produzem chips

A demanda por chips segue em alta. Após receios de uma desaceleração mais forte em 2023, dado o forte crescimento nos anos anteriores, a ascensão dos modelos de inteligência artificial generativa como ChatGPT fizeram com que uma nova frente de novas ordens se abrisse. Esses modelos requerem uma quantidade enorme de semicondutores para poder compilar, analisar, organizar e processar bases de dados gigantescas. A consultoria Deloitte estima que o mercado de chips otimizados para estes modelos seja acima de US$ 50 bilhões em 2024, podendo chegar a US$ 400bi até 2027!

Para fazer frente a tamanho crescimento e com a memória da crise de suprimentos da época da pandemia ainda recente na memória diversos investimentos têm sido anunciados pelo mundo. Muitos deles com incentivos governamentais dado o papel crucial que estes componentes tem desempenhado na fabricação de diversas indústrias. As projeções da Associação da Indústria de Semicondutores são de que o mercado cresça 13,1% em 2024 para US$ 520bi.

 Nesta semana, dois novos anúncios movimentaram o mercado:

  1. O estado de Nova Iorque, nos EUA, anunciou um grande projeto, de cerca de US$ 10 bilhões, que juntará esforços de diversas empresas como IBM, Micron Technology, Applied Materials e Tokyo Electron para pesquisa, desenvolvimento e produção de chips de última geração na região. As instalações contarão com o maquinário da fabricante holandesa ASML (ticker: ASML – XP Top Ações Internacionais) e ajudará Nova Iorque a receber recursos do plano de desenvolvimento do governo chamado Chips Act.
  2. A coreana Samsung anunciou um investimento de cerca de US$ 758 bilhões para pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias e formação de talentos no campo dos semicondutores em parceria com (de novo!) a holandesa ASML (ticker: ASML – XP Top Ações Internacionais). O ministro das ciências sul-coreano ressaltou a colaboração entre os dois países e classificou o acordo como uma parceria estratégica.

Enquanto isso, na Europa, os reguladores avançam em seu arcabouço regulatório sobre inteligência artificial. A pioneira iniciativa prevê uma série de regras para o desenvolvimento das novas tecnologias e proíbe certas pesquisas como categorizações biométricas, criação de bases de dados de reconhecimento facial, manipulação de emoções humanas, exploração de vulnerabilidades, entre outras. A legislação também prevê multas e sanções às entidades que não estiverem de acordo.

*para quem não pegou a referência da batata (chips) do título, clique aqui.

5. App Store: Uma batalha épica!

A batalha judicial entre a Epic Games e a Alphabet, controladora do Google, Android, Youtube e outros, é um evento com potencial transformador no mundo da tecnologia. A Epic Games, criadora do popular jogo Fortnite, acusou o Google de abuso de seu poder para proteger sua Play Store da concorrência, prejudicando, assim, a competição. O processo foi aberto há três anos, alegando que o Google tem usado seu poder para proteger uma mina de ouro que gera bilhões de dólares anualmente. O julgamento com júri começou no dia 6 de novembro.

Em uma decisão recente, um júri numa corte federal dos EUA decidiu por unanimidade que o Google usou injustamente o poder de monopólio no mercado de aplicativos. O júri proferiu uma decisão desfavorável à Alphabet, alegando que a empresa tinha um monopólio ilegal nos mercados de distribuição de aplicativos Android e serviços de faturamento dentro do aplicativo. Esse veredito é visto como uma grande vitória para a Epic Games e um potencial divisor de águas para a comunidade de desenvolvedores de jogos em geral.

A Google Play Store é uma contribuição significativa para os lucros da Alphabet com receitas estimadas em mais de US$ 45 bilhões ao ano (dentre os US$ 305bi projetado para 2023). O Google cobra dos desenvolvedores de 15% a 30% do preço de um aplicativo e suas compras dentro do aplicativo. No entanto, esse percentual menor só se aplica às primeiras vendas de $1 milhão de um aplicativo, com a grande maioria dos desenvolvedores caindo na regra dos 30%.

Em termos de participação de mercado, o Android e o iOS da Apple dominam o mercado global de sistemas operacionais móveis. Globalmente, o Android tem uma vantagem significativa com uma participação de mercado de 67,56%, enquanto o iOS tem uma participação de mercado de 31,6%. No entanto, nos EUA, o iOS lidera com uma participação de mercado de 62,13%, e o Android segue com 37,47%. Essa dominância ressalta a importância do processo Epic Games vs Google com desdobramentos que podem afetar, também, a Apple.

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