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Selic em 5,5%: Juro real vai à mínima histórica e exige nova atitude ao investir

Com o último corte na Selic, juro real, o que de fato mostra o rendimento de um investimento, foi para menos de 2% ao ano. Cenário abre nova era no mercado brasileiro.

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Podcast Resenha de Mercado: Marcos Ross, economista sênior, e Felipe Dex, coordenador de alocação, ambos da XP, debatem o cenário atual com o editor Gabriel Fortes

Selic e Juro real. Talvez você já tenha ouvido esses termos por aí. E, possivelmente, até conheça seus significados. Mas, se não faz a menor ideia do que seja, e de como eles podem mudar a sua vida, vamos explicar tudo agora.

Juro real nada mais é do que juros menos inflação. Ele serve para você saber quanto, de fato, o seu investimento está rendendo. Para isso, é preciso descontar a desvalorização do dinheiro no tempo, que é a inflação.

Já a Selic é a taxa básica de juros da economia brasileira, definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom). E ela influencia todas as outras taxas de juros cobradas pelos bancos em empréstimos.

Selic a 5,5%: Uma nova Era no mercado brasileiro

Na última quarta-feira (18), o Copom cortou a Selic de 6% para 5,5% ao ano e, na visão do nosso time de Economia, a taxa deve ir a 4,5% ainda em 2019.

Nesta mínima histórica, um momento inédito da economia do país, o cenário aponta que investimentos em produtos que acompanham a taxa básica de juros devem render menos e o investidor deve saber como agir.

Portanto, se já pensarmos neste cenário de Selic a 4,5%, com a inflação em torno de 3,5% a 4% ao ano, estamos falando de um ganho real (ou juro real) em torno de 1% em 12 meses.

É isso mesmo!

Neste cenário, se você não prestar atenção nos seus investimentos e ficar na inércia, o seu dinheiro pode até perder valor ao longo do tempo.

Ou seja, é fundamental ter atenção na escolha dos investimentos. E isso significa que as decisões que você tomar hoje a respeito do seu dinheiro terão impactos profundos no futuro.

Impactos do juro real baixo

Com a taxa de juros hoje em 5,5%, é hora de buscar novas formas de investir.

Se você investe na poupança hoje, por exemplo, ou em um CDB de algum banco que pague 85% do CDI (taxa de juros), o seu dinheiro vai render 3,85% e 4,7% ao ano, respectivamente.

Se considerarmos uma inflação de 3,5%, isso significa que o seu dinheiro, descontado da inflação, vai render ao ano somente:

O desafio fica ainda maior considerando que expectativa do mercado é que a taxa de juros caia dos 5,5% atuais para 4,5% até o final do ano, como falamos acima.

Neste cenário, obter retornos reais vai ficar ainda mais difícil. Veja a diferença: aquela mesma poupança e aquele CDB de 85% do CDI vão render:

O que acontece na prática?

Se você investir 1.000 reais na poupança no final do ano considerando os juros de 4,5%, você vai ter o equivalente a 967 reais depois de 10 anos a valores de hoje.

Isso mesmo, seu dinheiro pode valer menos! Parece inacreditável…

E, se você investir em um CDB que rende 85% do CDI, depois de 10 anos terá o equivalente a 1.032 reais. Ou seja, um ganho de apenas 32 reais em uma década.

Esse é o risco que você corre se não prestar atenção nos seus investimentos neste cenário de juros baixos. As carteiras precisam ser repensadas e otimizadas para refletir este cenário.

A título de exemplo, vamos pensar em uma carteira moderada que renda 7,5% ao ano.

Em um ano, o rendimento seria 3,86% em termos reais. Assim, aqueles seus 1.000 reais virariam 1.461 reais em 10 anos. Bem mais razoável.

E se você quiser dobrar seu dinheiro?

Ainda considerando juros a 4,5% e inflação em 3,5%, na poupança, isso nunca vai acontecer, pois o seu dinheiro perde valor ao longo do tempo. E, no CDB do banco, demoraria 214 anos.

Porém, em uma Carteira Moderada, acreditamos ser factível atualmente buscar retornos de 7,5% ao ano. Considerando o mesmo cenário, você conseguiria dobrar seu capital em cerca de 18 anos.

Agora, imagina a diferença que isso faz para o seu futuro

Imagine se você estivesse investindo 10.000 ou 100.000 ao invés de 1.000 reais, agora pensando em pagar uma faculdade para seus filhos, comprar um apartamento ou ter uma aposentadoria mais confortável.

Ao longo de 10 anos, na poupança, o seu dinheiro vai valer menos do que ele vale hoje. Sim, menos!

Se você investir 100.000 e compararmos o CDB rendendo 85% do CDI com a carteira moderada, que rende 7,5% ao ano, você deixaria de ganhar 43.000 reais!

O que fazer agora?

Diversificar.

O momento exige sair da inércia e investir em classes diferentes de ativo, buscando o máximo de diversificação na carteira. Inclusive, correndo um pouco mais de risco.

É assim que construímos nossas carteiras recomendadas!

Assim, é possível equilibrar os investimentos e, inclusive, surfar algumas ondas positivas em momentos favoráveis para a Bolsa ou fundos multimercados, por exemplo.

O momento é transformacional, e veremos novas mínimas dos juros em breve. Por isso, as carteiras precisam ser repensadas, diversificadas e otimizadas para gerar rentabilidade.

Atualmente, 88% dos brasileiros que investem ainda têm seu dinheiro na poupança, que rende 70% da taxa de juros: 3,85% ao ano com os juros atuais de 5,5%, 3,15% se a taxa de juros cair para 4,5%.

E, na missão de ajudar os brasileiros a investirem cada vez melhor, nossos assessores estão a postos para orientar os investidores sobre como agir. E também recomendar as opções mais rentáveis para cada tipo de perfil.

* As contas realizadas nesse relatório não levam em consideração os impostos.

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